1. Spirit Fanfics >
  2. La Guerre pour toi >
  3. Coronel Schneesturm

História La Guerre pour toi - Coronel Schneesturm


Escrita por: Elis_Giuliacci

Notas do Autor


Voltei rapidinho!!!
Aproveitem que estou à toa, essa farra de períodos curtos entre postagens termina domingo!!! =D

Passem pelas Notas Finais

Boa leitura!!!

Capítulo 25 - Coronel Schneesturm


De todas as pessoas que conhecia na Gestapo, uma única eu não teria a menor vontade de me encontrar, mas naquela circunstância notei sua ausência. Hook não veio até a minha cela para zombar ou insultar-me. Talvez estivesse em alguma missão fora de Paris, melhor assim, evitaria a desagradável visita. A curiosidade estendeu-se ao tal Robin Locksley, o inglês traidor. Provavelmente voltara para seu país como se nada tivesse acontecido, como se as pessoas não tivessem sido presas e agora sendo torturadas e servindo como cobaias nos campos de trabalho. Trabalho. O sentido dessa palavra não tinha nada a ver com o que acontecia dentro daqueles lugares.

Meus ferimentos no rosto estavam bem melhores. O olho já não estava inchado e as marcas nos meus pulsos ainda eram vergões roxos, mas não doíam assim como nos tornozelos. Aqueles dias longos e cheios de agonia pareciam não ter fim. Minha ansiedade só aumentava or não ter notícias de Regina ou de Anna. Kristoff havia sumido, não voltou para dar-me nenhuma informação, talvez não tivesse conseguido nada. Meu tempo estava acabando e logo o trem para Berlim partiria levando-me daqui.

De repente ouvi um barulho de vozes exaltadas do lado de fora da cela. Alguém esbravejava e não era meu pai. Não era um homem, uma mulher estava gritando do lado de fora. Ao mesmo tempo que as vozes se aproximaram a porta da minha cela se abriu.

- O que estão fazendo com você, minha pequena?

Um vulto feminino uniformizado veio como uma tempestade sobre mim e ganhei um abraço tão forte e demorado que o perfume de minha tia ficou preso na minha roupa por um tempo. Ela era linda! Irmã de minha mãe e também uma oficial de Hitler. Algumas línguas mais ferinas diziam que ela e o Führer tiveram um relacionamento mais profundo algum tempo atrás, mas todos sabiam que era Eva Braun quem detinha o poder sobre o coração dele. Se ele tinha um coração, não é?

Agora aquela loira linda de olhos azuis profundos e brilhantes estava sentada na minha cama abraçada ao meu corpo e senti um alívio momentâneo, um conforto para dias agonizantes, até que meu pai entrou como uma fera dentro da cela.

- Ingrid! Não pode entrar aqui dessa maneira!

- Não fale comigo nesse tom, Swan! - se havia alguém que enfrentava meu pai de igual para igual era tia Ingrid. Ela se levantou e apontou o dedo bem no rosto do general - Eu posso ser coronel, mas seu posto de general não é superior à minha posição nesta família! Sou sua cunhada e tia de Emma!

Meu pai corou de raiva, mas não disse nenhuma palavra. No fundo, ele tinha medo de tia Ingrid, sabia que ela de seu prestígio junto ao Führer e mesmo ela sendo a coronel Schneesturm poderia erguer o dedo para o general Swanchkopf quando bem entendesse.

- Você não sabe de toda a história, Ingrid, por favor... - ele até tentou com a voz comedida à duras penas, mas ela não queria saber de muita conversa com meu pai.

- Posso falar com minha sobrinha em particular, Swan?

O general balançou a cabeça de um lado para o outro mostrando seu desagrado, mas deu as costas e saiu batendo as botas com força no chão da mesma forma que bateu a porta da cela. Quando nos vimos sozinhas, ela voltou-se para mim e sentou-se novamente ao meu lado segurando meu rosto entre suas mãos.

- Ah, filha!... O que está acontecendo nesse lugar? O que está fazendo aqui? - ela acariciava meu rosto tentando observar meus ferimentos, ou o que sobrara deles, se eu estava realmente bem e inteira, isso fez com que eu sorrisse timidamente.

- É uma história longa, tia Ingrid... - olhei para ela curiosa e mandei logo a pergunta - O que a senhora faz aqui?

Ela sorriu de forma misteriosa e endireitou o corpo.

- Você nem imagina? - ela queria que eu adivinhasse. Ela sempre fazia essas brincadeiras desde que eu era criança, mais ainda quando tinha um presente para mim e eu tinha que acertar as adivinhações. Mas naquele momento não havia presente algum e não teria graça nenhuma qualquer coisa que ela tivesse que fazer em Paris. Minha tia era médica e trabalhava com vacinas antes de servir ao nosso exército. A última vez que a encontrei em Berlim, ela estava preparando novos compostos para enviar aos laboratórios de pesquisa. Foi aí que minha mente deu um estalo.

- Elsa?! - gritei apavorada.

- Você nunca me decepciona, querida! - ela comemorou com uma risada estendida, mas logo fechou o semblante e continuou - Eu não tenho uma missão muito agradável. Vou para Lyon em dois dias.

- O que vai fazer naquele inferno? - eu estava chocada com o que ela me dizia. Minha própria tia estaria a caminho de Montluc para quê? Ajudar Elsa nas suas maldades?

- Ah, Emma... É uma longa história, assim como você também tem uma para me contar, não é?! - ela cruzou os braços e encarou-me - Quem começa? - senti meu rosto corar e não tinha muita escolha.

- Então... - levantei-me e pus-me a andar de um lado para outro tentando encontrar palavras para contar minha história - ... A senhora conhece Elsa, não é? Sabe que ela é temperamental...

- Elsa é doente, Emma. - a afirmação de minha tia fez-me parar e observá-la mais atentamente - Não é uma mulher que deva-se confiar e eu estou aqui para garantir que seus trabalhos em Lyon sejam feitos conforme as ordens de Hitler e não da maneira que ela quer. - parou de repente e começou a rir - Isso não é justo! Você teria que contar primeiro! - pela primeira vez em muito tempo eu consegui sorrir verdadeiramente. Tia Ingrid era o conforto que me faltava durante aqueles dias sombrios. Mas ela não me daria tanta folga. Depois que nos divertimos com sua língua solta, ela voltou a ficar séria e olhou-me firme - Vamos, Emma... Conte-me porque está presa aqui.

- Eu me apaixonei por uma judia que Elsa tem como prisioneira em Montluc... - assim de uma vez só como uma rajada de metralhadora. Despejei a frase e fiquei observando a reação de minha tia. Ela ficou em silêncio. Baixou os olhos e respirou pausadamente. Pensei naquela hora que levaria uma bronca ou uma surra. Tia Ingrid era direta e prática com as situações, mas não saberia dizer se estava preparada para ouvir aquilo tudo de uma vez.

- ... Se você está presa, então é porque tentou tirar essa mulher de Montluc?... - as palavras saíram da boca dela devagar e quase silabicamente como se ela tentasse compreender a conclusão que chegava ali. Eu fiquei um pouco desconcertada e sentei-me aflita do lado dela.

- Desculpe dizer assim, mas não vi outra maneira...

- Emma... - levantou a mão esquerda para que eu parasse de falar - ... Perdeu sua patente de major por causa de uma maldita judia?! - ouvi aquela frase e todas a minha alegria em ver minha tia foram por terra. Ela julgaria, condenaria e talvez até desse razão para o general - Por que, minha menina? - os olhos de tia Ingrid marejaram, ela baixou o tom lamentando aquilo tudo.

- Foi mais forte do que eu, tia... - eu também não consegui conter minhas lágrimas e deixei que elas descessem - ... Eu me apaixonei e ela também. Agora não sei se ela está viva e estou prestes a voltar para Berlim... - novamente a mão para o alto mandando que eu parasse de falar. Obedeci, mas continuei o choro.

Tia Ingrid levantou-se devagar, colocou as mãos na cintura e parou na minha frente.

- Emma, se foi capaz de colocar seu pescoço em risco por causa dessa mulher é porque deve gostar muito dela...

- Eu a amo, tia...

- Sim, sim, eu entendi isso... Eu não deveria aceitar isso, sua mãe morreria de desgosto se estivesse viva... - ela falava rapidamente - ... Seu pai até levou essa situação de forma bem tranquila, meu amor! Devo admitir que Swan ama você de verdade... - ela agachou-se apoiando-se nos meus joelhos e fixou seus olhos nos meus - Diga-me, Emma... Vale a pena?

- Como assim? - eu realmente não entendi aquela pergunta e minha tia tinha um jeito afobado quando não tinha paciência e eu me parecia com ela nesse aspecto.

- Você entendeu... Vale a pena arriscar toda a sua vida por causa dessa mulher, Emma?... Ela é judia... É francesa também?

- Sim...

- Scheiße! É pior que eu pensava!... - levantou-se de novo e eu quis sorrir de seus trejeitos, mas não quis abusar da compreensão dela - Mulher, francesa e judia... - ela balbuciou aquelas palavras umas duas, três vezes zanzando pelo cômodo até que parou, olhou para mim e sentou-se novamente - Você a ama? De verdade?

- Tia Ingrid, eu jamais conheci uma mulher como Regina. - o queixo de minha tia caiu um pouco deixando sua boca entreaberta e seu olhar paralisado.

- Querida, sabe o que isso significa?

- Que eu sou uma aberração?! - sorri. Já estava acostumada a ser apontada até por meu próprio pai.

- Não, minha querida!... - ela abraçou-me na mesma intensidade de quando entrou na cela - ... Significa que ninguém vai aceitá-la em lugar algum, as pessoas apontarão você, poderá ser agredida... - afastou-se de repente e encarou-me - Seu pai sabe?

- Tia... - ali eu compreendi que a preocupação dela não era o fato de eu amar uma judia e sim, uma mulher e o que isso implicava. Havia esquecido completamente que tia Ingrid nunca soube, de fato, da minha orientação. Agora ela era atirada à realidade e eu teria que ter, no mínimo, paciência - ... Eu nunca fiz questão de esconder, mas também nunca abusei da boa vontade das pessoas... Desculpe por isso...

- Não, Emma! Não tem que se desculpar, minha querida... - passou as mãos pelo rosto tentando refazer-se de tudo aquilo que ouvia - ... Ainda bem que sua mãe não está mais aqui... - resmungou isso e encarou-me de novo tentando sorrir - Eu não me importo!... Você é feliz assim?!

- Depois que conheci Regina eu entendi o significado de felicidade, tia.

- Mas uma judia, Emma?! - eu ri da insistência dela em lamentar e isso fez com que ela sorrisse também. Sentou-se na cama de novo e puxou-me para seu colo acariciando meus cabelos - Querida, você sabe que será difícil para essa moça sair de lá viva, não é?... Mesmo que eu vá, não poderei interferir nas prisões. Não terei poder para soltar ninguém... - ela riu mais solta e com uma ironia aguda - Nesse momento Elsa já deve ter recebido a notícia da minha ida para Lyon e posso ouvir seus xingamentos daqui!

- Elsa torturou Regina na minha frente, tia Ingrid... - sussurrei aquilo sem esperar reação nenhuma dela e, realmente, minha tia não moveu um músculo sequer. Era uma boa mulher, mas eu bem sabia que gostava de torturas em seus interrogatórios tanto quanto Elsa, mas tia Ingrid não chegava à crueldade da capitã Königin.

- Ela ainda persegue você? - disso minha tia sabia, sempre alertara meus pais sobre a obssessão de Elsa, mas ninguém nunca deu-lhe crédito algum.

- Sim.

- Ah, filha... Eu sinto muito, mas imagino que sua judia francesa não escape da morte. - saí do colo dela de uma vez com os olhos arregalados e pronta para chorar de novo.

- Não! Eu tenho que sair daqui e ir até lá! Eu preciso acreditar que Regina está viva!

- Calma, Emma... - puxou-me novamente para seu colo e fez com que eu me aquietasse - ... Tem alguém na Gestapo que você confie completamente?

- Kristoff... Major Kristoff...

- Então eu preciso conversar com o major... Ele fará um pequeno trabalho para mim... - tia Ingrid abaixou-se, beijou minha testa e levantou-me de seu colo com cuidado - Minha criança, tenha paciência! - acariciou meu rosto mais uma vez e sorriu - Agora eu preciso ir. - levantou-se e foi saindo - Não quero deixar o general mais nervoso do que está... - piscou, riu mais alto e bateu na porta de ferro para que a deixassem sair. Antes da porta se fechar novamente ainda pude ver os olhos brilhantes de minha tia sorrindo para mim.

A visita de tia Ingrid foi como um bombardeio aéreo. Tudo muito rápido e sem noção de estragos. Ela era assim. Eu a amava e lamentava por não sermos tão próximas quanto gostaríamos. Os deveres bélicos não nos permitiam o convívio em família.

Não demorou muito para que minha refeição chegasse. Pão sovado com queijo e um copo de leite. Nada mal para uma prisioneira de guerra. Não estava ruim. Fartei-me daquilo e estava mais animada depois da visita de minha tia. Será que ela ajudaria de algum jeito ou só estaria me enganando? Eu não queria pensar na possibilidade de tia Ingrid trair minha confiança, mas era uma hipótese que eu não poderia descartar.

Deixei prato e caneca vazios sobre a mesa e deitei-me mais relaxada que antes. Olhava para o teto e repetia todos os caminhos que fiz dentro de Montluc. Era capaz de lembrar de cada degrau, cada porta e até mesmo quantos prisioneiros em cada cela. Isso Elsa não conseguiu tirar de mim. Poderia entrar lá novamente de olhos fechados que saberia o que fazer e como fazer.

Meu pensamento ia longe quando a porta se abriu. Kristoff. Ele entrou com um sorriso enigmático nos lábios e seus olhos brilhavam. Sentou-se na cadeira ao lado da cama e fitou-me com carinho.

- Sua tia é bem espalhafatosa... - sorrimos juntos - Ela está no gabinete do general solicitando que eu vá com ela para Lyon.

- Como assim?! Vai sair daqui?!

- Ela pediu que confiasse nela e eu vou confiar. Você também deve fazer isso! - mesmo com a descontração trazida por tia Ingrid, percebi que Kristoff estava incomodado.

- Tem mais alguma coisa, não é?

- Hook está comandando uma tropa e invadindo apartamentos e casas de possíveis membros resistentes. Seu apartamento também foi invadido e revistado...

Meu coração parou. Prendi a respiração e senti todo o meu corpo desfalecer.

- Henry...

- Ele está bem. Antes de vir para cá certifiquei-me que estava seguro, mas acredito que esteja ficando doente. Reclamou de dores no corpo e tosse muito.

- Ele não pode ficar mais tempo naquele lugar, Kristoff!

- Eu não posso levá-lo para minha casa, Emma... Ruby já ocupa o único esconderijo e quando Anna voltar teremos que pensar em um lugar seguro para ela também.

- Nenhuma notícia de Vichy?

- Ainda não. Mantenha a calma, Emma... Com sua tia acredito que tenhamos ajuda o suficiente para tirá-la daqui.

- Eu também acredito nisso, meu amigo, mas o tempo está correndo!

- Já está anoitecendo e logo estará tudo escuro por aqui. Eu também não consegui contato com Montluc, parece que a capitã Königin deu ordens para que as informações fossem liberadas apenas para o general Swan.

- Maldita!... - inclinei meu corpo mais próximo do major - Mas, conte-me o que tia Ingrid disse à você?!

- Emma... - ele sorriu - Ela fala tudo muito rápido e pensa alto, parece não falar coisa com coisa... - rimos juntos novamente - ... mas está preocupada com você. Ela pediu que eu esperasse a conversa com o general acabar e voltaria a me procurar.

- Então vá, Kristoff!... Se ficar muito tempo aqui poderão desconfiar.

O major de queixo quadrado despediu-se e se foi.

Éramos só eu e meus pensamentos novamente. Agora preocupava-me também com Henry. Eu não poderia deixar que algo ruim acontecesse com aquele garoto ou Regina não me perdoaria. Mesmo Kristoff dizendo que ele estava seguro, eu tinha que colocar meus olhos nele e faria isso assim que fosse possível. Se estivesse mesmo doente precisaria de cuidados e isso nem mesmo Ruby poderia ajudar, pois estava nas mesmas condições, escondida em algum nicho não visível do apartamento de Kristoff.

Deitei-me na cama e tentei dormir um pouco. Confesso que a agitação do dia com a visita de tia Ingrid deixara-me mais ansiosa, porém, diferentemente dos outros dias, eu estava animada. Aquela loira espalhafatosa, como disse Kristoff, deu-me mais esperança e mais segura que conseguiria sair daquela prisão e partir para Lyon. Era o meu único planejamento para o futuro depois da fuga - tirar Regina das mãos de Elsa.

E de novo os mesmos pesadelos, as mesmas imagens, os mesmos medos assombravam-me durante o sono. Era melhor não dormir, afinal! As duas pessoas protagonistas dos meus desatinos - Elsa e Regina - sempre elas surgiam naquela névoa e a sensação de impotência tomava-me todo o corpo. Eu acordei suando e com a respiração ofegante. Enquanto tentava voltar ao normal ouvi barulhos vindos de fora da cela. Corri para a porta e coloquei o ouvido nela para tentar ouvir alguma coisa mais nítida. Parecia que haviam voltado das invasões e os soldados estavam entrando corredor a dentro. As botas com passos fortes, conversas aleatórias e risos estranhos. Voltei para a cama e dei as costas para a porta, caso Hook ousasse entrar ali poderia pensar que estivesse dormindo. Ele não teria nenhum pudor em acordar-me de uma forma bem inusitada e humilhante, mas eu precisava fingir.

O tempo passou e os barulhos foram cessando. Eu comecei a cochilar. Logo as luzes se apagaram e eu entendi que os trabalhos na Gestapo haviam terminado naquela noite. O que restava a fazer era, de fato, dormir e aguardar por notícias de tia Ingrid ou de Kristoff no dia seguinte.

Fui fechando os olhos calmamente. Relaxei os músculos e acalmei minha respiração. Quando meu coração estava a ponto de entrar num ritmo tranquilo, acelerou os batimentos com toda a velocidade - a porta da cela abriu devagar e alguém entrou levando uma lanterna consigo. Sentei-me na cama e encolhi-me o máximo que pude com aquela luz forte no meu rosto.

- Emma, venha logo! - aquele sussurro tinha voz familiar - Levante-se rápido e caminhe até os fundos do prédio. - era Kristoff - Eu estarei bem atrás de você!

Saltei da cama. Caminhei devagar e na ponta dos pés com ouvidos atentos. Ele desligou a lanterna e veio logo atrás de mim caminhando da mesma maneira. Guiávamos apenas pela luz fraca das janelas. Ouvíamos as vozes das sentinelas do lado de fora do prédio. Fui até o fim do corredor, passando pela cozinha e chegando até uma porta dupla de madeira. Já estava destrancada. Kristoff seguia logo atrás de mim e podia ouvir sua respiração trêmula - estava com tanto medo quanto eu.

Abrimos a porta juntos. Haviam postes espalhados pelo pátio e eu não entendia como atravessaríamos todo o local para chegar nas cercas que nos separavam da rua. Porém ele apontou para um carro que estava há alguns metros da porta.

- Temos que entrar ali sem que ninguém nos veja.

Olhamos para todos os postes e fiz, mentalmente, uma rota segura que nos deixaria longe da iluminação até o carro. Percebi o movimento das sentinelas no muro em frente e o ritmo que usavam era fora de alerta, então, caminhariam de costas para nós durante o tempo suficiente para deixar-nos livres para chegar ao carro.

Eu fui primeiro e Kristoff seguiu-me pelo trajeto. Não foi tão difícil. Andando um pouco agachados e com cuidado para que os cascalhos não nos denunciassem. Minutos depois estava com a mão na maçaneta do Mercedes Benz que nos esperava. Hesitei em abrir, mas o major encorajou-me.

- Vamos, Emma... Entre logo!

Abri e enfiei-me lá dentro. Ele veio depois e fechou a porta com todo o cuidado.

- E agora?! - eu estava apavorada, não havia mais ninguém dentro daquele carro e estávamos abaixados no banco de trás. O que aquele alemão maluco estava fazendo?

- Mantenha-se abaixada e espere. - ele apanhou um tecido escuro no fundo do carro, abriu e jogou sobre nós dois. Estávamos cobertos como dois pacotes.

E que longa espera! Entre os bancos da frente eu podia perceber o movimento das sentinelas e a ronda no muro ia e voltava várias vezes sem que nós saíssemos dali.

De repente a mesma porta por onde passamos se abriu. Meu coração palpitou acelerado, não podia ver nada, apenas ouvir. Botas pisaram o cascalho em direção ao carro, elas se aproximavam rapidamente e logo a porta do motorista se abriu. Alguém sentou-se no banco e deu a partida no automóvel. Eu queria colocar minha cabeça para fora daquele tecido, mas tinha medo. O Mercedes começou a andar devagar manobrando para sair do pátio da Gestapo, pelo menos, era o que eu supunha.

- Bem, garotos, tenham calma que em alguns minutos poderão tirar essa coisa de cima de vocês...

Tia Ingrid.


Notas Finais


Agora entenderam o porquê de Elsa ficar tão brava?!

Traduções:
Schneesturm - tempestade de neve
Scheiße - merda (isso mesmo, tia Ingrid é desbocada)

espero que tenham gostado desse capítulo "mais leve"!

Beijos e até o próximo!!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...