História La Magie Noire et L'amour - Décimo Quinto: Baile

Enfim, o grande dia havia chegado. Marinette encontrara-se nervosa dentro de seu quarto enquanto todas suas amigas estavam ao seu redor: algumas lhe maquiando, outras ajeitando seu penteado... enquanto Alya tentava lhe confortar.

–Não se preocupe, Mari! Respire e inspire –a morena sussurrou, segurando as mãos de sua amiga.

–Você estará deslumbrante hoje à noite, Mari. Todas nós estaremos –Juleka disse enquanto penteava o cabelo da azulada, que balançava os pés freneticamente em resposta. –Vai dar tudo certo.

–Aqui meninas! –Mylene disse ao adentrar o local, dando para cada uma, com exceção Marinette, uma pequena máscara de cores distintas. –É para nós usarmos durante o baile, afinal, ninguém pode descobrir nossas identidades também.

–Obrigada –Rose disse gentilmente, completando: –Mas não precisa se preocupar com isso, afinal, será um baile de máscaras.  Todos estarão disfarçados.

–Por falar nisso –Lila disse ao interromper Rose, olhando para Marinette com um ar interrogativo: –Quando você casar-se, como será Mari? Você irá revelar seu rosto ao seu esposo? E ao Chat Noir?

A jovem ficou em silêncio, não sabia o que responder. Ouvir o nome de Chat Noir fez seu peito se apertar. Será que a notícia já chegou aos ouvidos do felino? Será que... ele viria disfarçado ao baile? Será que ele está com raiva de si? Não havia o visto desde o beijo, Hawk Moth sumiu durante alguns dias, algo que Marinette não gostou nem um pouco.

Balançou a cabeça para os lados levemente, pensando que não deveria preocupar com isso no momento. Chat Noir é apenas o seu parceiro de lutas e nada mais, se o felino não compreendesse isso por bem...

–Ainda não pensei sobre isso –Marinette respondeu firmemente, apesar de estar com a voz embargada. –Mas não se preocupem, tudo dará certo.

~X~

Nino chegou em casa exausto, Adrien havia saído mais cedo da loja e deixou o moreno até mais tarde. A primeira coisa que fez ao pôr os pés dentro do cômodo foi ir direto tomar banho e logo em seguida jantar. O loiro havia deixado a comida pronta, como tinha dito.

–Está tudo tão quieto... –Nino disse a si mesmo. Quando adentrou em casa, só havia uma vela acesa e a escuridão predominava, assim como o silêncio. –Será que Adrien já foi dormir sem jantar? Ele estava tão cansado esses dias.

O moreno lavou a louça e arrumou sua cama de dormir. Porém, antes que deitasse, foi em direção ao quarto do Agreste. Bateu duas vezes na porta, mas sem nenhuma resposta. Realmente, ele havia dormido mais cedo! Suspirando pesadamente e apoiando as mãos na cintura, Nino bateu novamente antes de entrar.

Foi quando ele ficou boquiaberto ao deparar-se com o absoluto nada.

A cama do jovem loiro se encontrava arrumada e o cômodo estava frio, dando a entender que está vazio há horas. Ao olhar para a janela, Nino ergueu a sobrancelha em dúvida ao vê-la aberta. Adrien não sairia por ali... Ou sairia?

Após coçar a cabeça em desistência, Nino deu meia volta e resolveu ir dormir. O baile da Rainha Ladybug começaria em minutos e ele queria acordar bem cedo amanhã para saber de todos os detalhes.

~X~

O palácio estava magnífico. Orquestra, inúmeras mesas com comidas e bebidas, pessoas de diversos reinos... A decoração, então, nem se fala! Cada peça fora colocada lindamente com o maior cuidado, dando um ar chique ao salão. Alguns convidados se encontravam dançando, outros sentados.

Cada pessoa usava uma máscara diferente sobre o rosto, enquanto esperavam a Rainha Ladybug aparecer. Enquanto isso, as cinco princesas aliadas da joaninha já se encontravam no meio da multidão, sempre próxima aos guardas. Tudo estava fluindo tranquilamente.

Foi quando a voz que todos esperavam se pronunciou:

–Desculpe a demora. É um prazer estar reunidos com vocês essa noite, e eu espero que todos estejam se divertindo.

E lá estava ela. Linda como sempre, usando uma leve maquiagem nos olhos, que era pouco notada devido a sua máscara vermelha com preta se destacar, juntamente com seus olhos azuis. Usava um longo vestido tomara-que-caia vermelho escuro com detalhes de flores negras e uma luva que vinha até o cotovelo. Seu cabelo azul estava preso em um coque e solto apenas por umas mechas.

Os convidados ficaram boquiabertos. Esse vestido vermelho apertado em seu corpo, realçando as curvas que eram pouco notadas com o uniforme de batalha, e o batom vermelho forte em seus lábios... Céus! Ladybug estava, realmente, bela. Muito mais que isso, estava com uma áurea sensual.

Ela procurou suas amigas no meio da multidão e sorriu gentilmente como agradecimento, elas fizeram um ótimo trabalho. Logo mais à frente, próximo à escada, seus Conselheiros estavam lhe esperando com um sorriso orgulhoso no rosto. Marinette havia se tornado uma mulher incrível e determinada.

Após descer e conversar com seus companheiros, Ladybug se aproximou de cada convidado para cumprimenta-los enquanto a hora da dança não chegava. Todos lhe trataram gentilmente e lhe elogiavam, o que a deixava constrangida às vezes. Algumas esposas ficavam com ciúmes dos maridos, e os homens solteiros lhe olhavam de uma forma feroz... Talvez estivesse sensual até demais.

Resolveu não pensar nisso, afinal, esse é o seu baile. Apesar de sorrir na maioria do tempo, Ladybug se encontrava apavorada. Tudo piorou ainda mais quando anunciou a hora da valsa, no qual ela puxou o homem mais próximo de si para não ficar envergonhada.

Sentiu as mãos do rapaz tocarem  em sua cintura, e apoiou-se nos ombros do mesmo. Em momento algum levantou os olhos. Estava nervosa, muito nervosa. Odiava ser o centro das atenções, naquele momento era a única dançando. E provavelmente continuaria sendo por um bom tempo.

Terei que dançar com a metade dos homens dessa festa para conhecê-los, que legal! Espero que esse espartilho não esmague meus órgãos até o final do baile e que esse salto não quebre meus pés. Pensou.

–Noite difícil? –o rapaz disse rindo baixinho, fazendo Ladybug encara-lo pela primeira vez. Não pôde negar: ele é atraente. Possui olhos azuis tão claros quanto o dela, com o cabelo cor de fogo que cobria uma parte de seu olho esquerdo. –Nathaniel Kurtzberg, do Reino da Holanda. É um prazer imenso conhecê-la pessoalmente, Vossa Alteza.

Ladybug sorriu, ficando levemente corada pelo como ele a encarava. Podia ser coisa de sua imaginação, mas ele estava a olhava com ternura. Somente Chat Noir a encarava desse modo.

Chat.

Balançou a cabeça para os lados. Não é hora para ficar pensando nesse gato preto de rua! Nathaniel, percebendo a feição da joaninha, perguntou em curiosidade:

–Algum problema?

–N-Não é nada, estava apenas pensando algo. Eu sou meio avulsa.

–Entendo –ele sorriu de leve. –Gostei de conhecer de esse seu lado.

Eles continuaram a dançar enquanto conversaram sobre coisas do cotidiano de cada um. Ladybug nem havia percebido que todos já estavam dançando ao seu redor, tornando assim o baile mais movimentado. Quando a música parou, todos aplaudiram a orquestra e deram um passo para trás de seus parceiros de dança.

–Foi um prazer dançar com você, Rainha Ladybug –Nathaniel disse em reverência. –Quem será o próximo a dançar com a senhorita?

A joaninha seguiu seu instinto e foi em direção ao outro homem mais próximo de si, sem nem ao mesmo encarpá-lo nos olhos. Porém, antes mesmo que a orquestra começasse a tocar novamente, uma voz familiar gritou no salão:

–Ninguém encosta mais nenhum dedo na Ladybug. Ela é minha!

Essa voz... Ladybug virou o rosto lentamente até seus olhos se encontrarem com os dele. Parado em frente à porta e com um sorriso vitorioso em seus lábios, ele a encarava como uma presa.

Vestindo um paletó negro com gravata verde, além do sino em seu pescoço, o loiro se pôs a caminhar em passos firmes em direção a sua joaninha. Ele sorriu novamente quando parou a centímetros dela, que permanecia petrificada. Todas as pessoas, com exceção de Alya, estavam boquiabertas.

Com a garganta seca, o nome do felino soou como se tivesse rasgando o ar de seus pulmões:

–C-Chat...

–Boa noite, my lady. Eu vim te buscar.