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História La Revenge - O destino parecia nos pregar uma peça...


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 19 - O destino parecia nos pregar uma peça...



"O destino parecia nos pregar uma peça, no entanto, nos pregou uma bela armadilha"
Breno Botti

Penha ria, vibrava e até tomava uma taça de vinho para comemorar enquanto Agnes lhe contava tudo o que tinha visto e ouvido na casa da Mônica.

- Incroyable! Fantastique! Ah, como eu queria ter visto com meus próprios olhos! Olha como estou arrepiada!
- Sim. Tudo deu certo. O que nos leva ao próximo passo.
- Clarro! Eu non posso mais esperrar porque as aulas estón quase acabando! Chamarrei aquela mosca morta agorra mesmo e amanhã sem falta colocarremos o plano em ação.

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Ao chegar em casa, D. Cebola sentou-se no sofá visivelmente chateada.

- Você a viu? Como ela está? – seu marido perguntou já preocupado com a expressão da esposa.
- Nunca vi coisa igual, é de partir o coração!

Ele deu um suspiro.

- O que deu no Cebola pra fazer isso com ela?
- Ele fala que apaixonou por essa outra moça. Que coisa mais estranha!
- Os jovens são muito inconstantes, mas eu achei que o Cebola realmente gostasse da Mônica!
- O pior é que eu fiquei sem jeito com os pais dela.
- Eu também ficaria. Nosso filho está fazendo-a sofrer muito.
- O pior é que eu não gostei dessa namoradinha dele. Ela parece tão sonsa!
- Também acho isso, mas se ele escolheu, não podemos fazer nada.

Ela concordou, ainda que com o coração partido por causa da Mônica. Sofrer por amor era difícil e ela já tinha passado por esse tipo de coisa. Só mesmo o tempo para curar as feridas.

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- Mônica, você precisa comer alguma coisa! Não pode ficar assim!
- Não tô com fome. Só quero dormir!
- Filha, por favor, coragem!
- Coragem pra quê? Acabou, o Cebola tá namorando aquela piriguete e nem lembra mais de mim. Ele me abandonou, mãe! Agora que eu tô precisando tanto, ele me abandonou!

Ela voltou a chorar novamente, fazendo com que sua mãe chorasse também.

- O que eu faço agora? Nem sei se quero voltar aquele colégio! Tá doendo demais!
- Eu sei, filha, eu sei. Vem cá... – Luisa abraçou a filha carinhosamente, deixando que ela chorasse a vontade. No momento, era só o que ela podia fazer.

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- O Cebola tá mesmo namorando a Irene? Credo! O que deu nele? – Magali perguntou para o Cascão. O rapaz andava com muletas por causa da perna quebrada na briga contra o Capitao Feio.
- Ele tá com a cabeça virada e acho que sei por quê.
- Sabe?
- Conhece aquele joguinho encontro marcado?
- Ih, conheço! A Mônica falou um monte por causa dele.
- Ele aprendeu a jogar com o Xaveco e encantou com uma personagem chamada Hortência. Com essa mudança no visual, a Irene ficou muito parecida com ela.
- E ele apaixonou? Eu heim, que coisa mais esquisita!
- Esquisita mesmo. Pra piorar, a Irene tá comportando igual a essa garota do game. Aí ele gamou de vez!
- Fico só pensando na Mônica, coitada! Ela deve estar arrasada e eu nem posso ficar ao lado dela! É triste demais sofrer sozinha!
- Nem me fale... também queria ajudar, só que com essa perna quebrada e com medo do Feio atacar, nem sei o que fazer.
- Eu também não sei! Ele quase matou meu gato e prejudicou demais o Quim.

Cascão se apoiou em um poste para descansar e falou.

- Eu pensei que o Cebola ia bolar algum plano pra ajudar, mas nem isso ele quer. Agora tá com medo do Feio atacar a Irene.
- Que desaforo! Ele prefere deixar a Mônica na mão por causa daquela sirigaita!
- É... acho que não tem jeito não...

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Foi com muito custo que sua mãe a fez ir para a escola. Ainda havia uma última prova a ser feita e ela não podia faltar. Mas como fazer uma prova estando com o coração em pedaços e sem conseguir pensar direito? A última coisa que ela queria era estar em um lugar onde poderia ver Cebola e Irene trocando beijos como dois pombinhos apaixonados.

Estava difícil lidar com a dor da rejeição. Ele não quis namorar com ela, com quem tinha uma longa história, mas aceitou namorar com uma garota que tinha conhecido só naquele ano. Isso doía demais e ela não sabia como lidar com aquela dor que lhe torturava.

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- Quando vou fazer isso?
- Na horra do recreio. Quanto mais testemunhas, melhor.
- Acha mesmo que ela vai querer falar comigo?
- Ela non vai negar.

Irene conversava com penha em um local cercado por alguns arbustos e árvores. Como estavam nos últimos dias de aula, o movimento ali era pequeno.

- Non se esqueça: vocês devem se encontrar aqui. Isso é essencial parra que o plano dê certo, oui?
- Tá bom, entendi. Só que ela pode me bater de verdade.
- É um risco, querrida. Mas acredite: valerrá a pena. Se ela te bater, vai afundar ainda mais!

Apesar de não gostar muito, Irene acabou aceitando e Penha deu a última instrução.

- Quando der o sinal parra o intervalo, venha o mais rápido possível. Non podemos perder tempo.
- Pode deixar.

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A prova tinha sido entregue e ela certamente deve ter errado tudo. Pelo menos já tinha boas notas em geografia e aquela era a última prova do semestre. Depois disso, as aulas seriam só horários vagos. Eles bem que podiam dispensar os alunos mais cedo. Seria melhor para ela.

O tempo custava a passar e ela sabia que na hora do intervalo ainda seria obrigada a ver os dois trocando beijos. Será que aquele descarado não podia nem ao menos respeitar seus sentimentos? Precisava esfregar aquilo na sua cara?

- Hum? Que é isso? –murmurou quando o celular vibrou indicando a chegada de uma nova mensagem. Seu rosto ficou vermelho de raiva ao ver que era Irene lhe chamando para uma conversa séria na hora do recreio. Quem aquela sonsa pensava que era?

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A câmera foi ajeitada no lugar certo, escondida no meio de algumas folhagens. Aquilo não ia ajudar em nada no plano. Aliás, se alguém visse poderia até estragar tudo. Mas ela não queria mostrar aquele vídeo para ninguém. Era apenas uma precaução, algo que pudesse manter Irene na linha caso ela resolvesse se rebelar ou lhe trair. Penha não costumava confiar em ninguém e aquela mosca morta não era exceção. Assim que ligou a câmera para gravar tudo, ela viu Irene chegando e procurou disfarçar para que a outra não visse.

Como o professor não estava vigiando, Irene deu um jeito de sair da sala dez minutos antes do intervalo, o que Penha achou ótimo. Assim daria tempo para fazer todos os preparativos.

- Lembre-se de gritar bastante, isso es essencial!
- Acha que todo mundo vai acreditar?
- Se você souber fazer dirreito, oui! Essa maquiagem vai convencer todo mundo! Agorra deixa eu fazer mais uma coisa.

Penha pegou um pequeno estilete e começou a rasgar a roupa de Irene como se alguém tivesse lhe arranhado.

- Fique quieta. Vai doer um pouco, mas prometo que não deixarrá marcas permanentes.

A moça respirou fundo e apertou os lábios enquanto Penha fazia vários arranhões em seu rosto e pescoço. Dentro de alguns minutos, aqueles arranhões iam ficar bem visíveis. Depois ela desgrenhou seus cabelos, como se alguém os tivesse puxado e colocou sangue falso em seu nariz para parecer que tinha levado um soco. Para dar mais realismo, alguns tapas foram dados em seu rosto e Irene teve que fazer de tudo para abafar os gritos. Nossa, aquela garota tinha a mão pesada! Tudo pronto, Penha afastou alguns passos para contemplar o resultado do seu trabalho. Tinha ficado muito convincente e ela achava que ninguém ia desconfiar.

Quando Agnes lhe avisou que Mônica estava chegando, Penha juntou rapidamente seu material de maquiagem e saiu dali correndo. Só lhe restava apreciar o grande espetáculo do ano.

Mônica estava tremendo de raiva. Depois de ter lhe roubado o Cebola, o que mais aquela sirigaita queria? Jogar na cara dela? Se vangloriar? Só lhe faltava mais essa! Ela viu alguém se movimentando no meio de algumas moitas, e imaginou ser a Irene, por isso correu naquela direção.

- Irene, o que você quer comigo? – ela foi logo falando quando levou um susto ao ver o estado da outra. – Mas o que é isso?

Ao invés de responder, Irene começou a gritar freneticamente por socorro ao mesmo tempo que partiu para cima dela tentando arranhar seu rosto, rasgar suas roupas ou desarrumar seus cabelos. Tudo para parecer que uma briga de verdade tinha acontecido.

Mônica tentava segurá-la sem entender o que estava acontecendo e aos poucos os alunos foram correndo para o local atraídos pela gritaria. Vendo que a platéia estava chegando, Irene se jogou no chão e começou a chorar toda encolhida e a implorar para que Mônica não lhe batesse mais.

A outra só olhava tudo aquilo totalmente pasma e achando que ela tinha enlouquecido.

- Que horror! – ela ouviu alguém dizer!
- Ela arrebentou a cara da coitada!
- Quanta violência!
- Sua monstra!
- A coitadinha tá toda machucada!

Mônica ainda olhava ao redor, como que em estado de choque. Só uma voz pode trazê-la de volta a realidade.

- Irene? Céus, Irene! O que aconteceu? – Cebola passou direto pela Mônica e foi socorrer a namorada que gemia, chorava e se contorcia de dor. Ele ficou apavorado com o estado em que ela tinha ficado. Depois ele voltou-se para Mônica, fitando-a com muita raiva e gritou colérico – O que você fez com ela, sua louca?

 



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