História Lábios duplamente errados - Mudanças

Capítulo III - mudanças 
  Acordo com a risada de Levi. A doutora Malu está sem seu jaleco e conversando com ele. Seu cabelo cacheado emoldura bem seu rosto cansado porém continua lindo como sempre e, ela está com uma calça com uma lavagem mais clara e uma camisa com mangas curtas em um azul bem clarinho, sem o jaleco se percebe as suas curvas de seu corpo. Meu Deus... Qualquer mulher morreria de inveja por ela.
  Isso me relembra que preciso emagrecer... Estou ficando tão redonda quanto um balão. 
-Bom dia...-digo.
-Bom dia. Ele já está bem para ir pra casa. Mas se osso não juntar será necessário cirurgia.  Mas não se preocupe... Ele teve pouquíssimos  ferimentos, foi muita sorte -ela fala.
-Então já posso levá–lo para casa? -pergunto. -Agora mesmo?
-Sim. Mas passe na recepção primeiro. Estou indo agora para casa, meu plantão já acabou. Tchau Levi, melhoras campeão. -ela diz, se despedindo dele.
-Obrigada! -falo enquanto eles se despedem.
  Eu levo Levi em uma cadeira de rodas até a recepção, o coloco no carro com ajuda de um enfermeiro. Sabendo que a essa hora Gustavo está no trabalho passo em casa para pegar o máximo de roupas e pertences meus que eu puder levar comigo agora.
  Mas abrindo a porta de casa ainda encontro Gustavo lá na cozinha terminando de e preparar o seu café. Nossos olhares se encontram e eu sei que a conversa vai render muito. Ele percebe a perna quebrada de Levi. 
-O que aconteceu? Onde vocês estavam? -ele pergunta com um tom de preocupação.
-Ué, a mamãe falou que você sabia e que você estava viajando a negócios. -falou o nosso filho.
-Filho... Vai para o seu quarto... Eu e seu pai precisamos conversar, está bem?-peço a ele com toda a minha delicadeza.
-Então agora você vai começar a mentir para o Levi? -diz o Gustavo com o tom de indignação. 
-Vocês vão começar a brigar, né? Porquê você mentiu pra mim mãe? -Levi pergunta com um tom decepcionado. 
-Levi... vá para o seu quarto, você vai entender tudo depois. -digo. Ele então vai e quando olho para o Gustavo reparo que ele está me encarando.
-Então vai acontecer do jeito clássico? Você agora quer sumir, me tirar o Levi e se separar né? Você sabe que é bem previsível. -diz ele.
-Não. Eu não vou sumir. Só não quero estar no mesmo piso e teto que você. E eu vou levar o Levi comigo. Mas você vai poder ver ele. E é óbvio que eu vou me separar de você! Depois daquilo você esperava o quê? Aplausos?-perguntar irônica você queria que eu dissesse “ah! Que ótimo! Adoro ruivas... Posso participar e a gente faz um ménage!?” Era isso que você queria, Gustavo? Eu nunca te dei motivos pra você me trair, nunca deixei de tentar aquecer a relação mas você vivia em reuniões, olha lá o que eram essas suas reuniões! Me poupe de tentar agir normalmente e...
-eu já entendi! -ele fala.
-Não! Você não vai levar ele daqui. -ele fala.
-Você quer que eu recomece a falar? Dizer tudo de novo pra você se tocar que tá errado e que eu não quero mais olhar na sua cara? E que pra sair daqui eu só saio se for levando ele!?-digo.
  Lágrimas escorrem pelo meu rosto e eu vou para o quarto do Levi, ele está jogando e eu começo a tirar as roupas dele do armário e em seguida pego uma mala e começo a colocar as roupas na mesma.
-Mãe... A gente vai para onde? A gente não vai se mudar, vai? -fala ele.
-Sim filho, temos que nos mudar e hoje. Não se preocupe você ainda vai ver seus amigos.
-Não! Ele vai ficar! -agora o Gustavo está no quarto gritando mas não ouço as palavras. A única coisa que eu quero é sair daquela casa. 
-Eu não quero me mudar mãe! Quero ficar... -o Levi parece confuso e a ponto de chorar também, mas eu continuo levando a mala para fora do quarto.
-Viu!? O garoto não quer e mudar Diana! Porra! Para... Você não pode levar ele se ele não quiser. 
  Coloco minhas roupas em uma mala e levo as duas até o carro. Gustavo tenta em pedir puxando as malas que estão em minhas mãos. 
-Não me toca! Me deixa ir! -grito. -Me deixa sair daqui! Você errou, agora acabou e eu vou levar o Levi. -digo olhando firme nos olhos dele. Eu sempre amei aqueles olhos... Antes mesmo de ter o Levi sempre imaginei que nosso filho teria os olhos dele... Com o cantinho meio puxado. 
  Ele solta as malas e suspira passando os dedos entre os fios de seu cabelo.
  Entro no carro depois de convencer o Levi a entrar e saímos, deixando um Gustavo com raiva e visivelmente triste. A culpa é dele afinal.