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História Labirinto - Parte XVI


Escrita por: ksnrs

Notas do Autor


Shingeki no Kyojin (Attack on Titan) não me pertence e seus personagens também não.
O intuito dessa fanfic é totalmente interativo e sem fins lucrativos.
Por isso, não me processem, por favor. Não tenho como pagar uma fiança e da cadeia não dá pra postar.

Vou replicar a mesma nota que coloquei em DYC, com as diferenciações daqui:
"Oi, pessoal.
Primeiro, me desculpem pela ausência. Tive problemas sérios esses tempos, de nível físico e pessoal. Por ordem, precisei me afastar de praticamente tudo, incluindo esse mundo onde eu consigo criar e recriar. Aos poucos, tudo está voltando ao normal, mas ainda é mais pesado do que eu me lembrava - ou vivia. Me perdoem por isso.

Segundo, levei um baita susto quando entrei aqui. Não sei se a plataforma mudou ou se sou eu que não tô 100% ainda, mas não achava o botão de inserir um capítulo novo. Morri de medo de ter sido banida do site, vai saber.

[...]

Mais uma vez, peço desculpas pela ausência e pela demora. Vi que temos alguns comentários e mais favoritos, e isso, nesse momento, me faz sentir ainda mais culpa por ter sumido tanto tempo. Não sei se conseguirei responder à todos, mas, quem escreveu e não recebeu resposta minha, está aqui a explicação. Sintam-se amados e saibam que são extremamente importantes para mim."

Aqui, peço as mesmas desculpas, para quem me acompanha apenas em Labirinto. Me perdoem. Tive problemas bem complexos e, por isso, me ausentei.
Aproveito para dizer que não sei quando farei postagens das outras histórias (caso alguém que acompanha alguma outra venha aqui para perguntar, desculpa).

Bom, vamos ver o que vai rolar pro lado do Levi? Ele terminou bem fodido no último, né?

Boa leitura!

Capítulo 16 - Parte XVI


Não sei por quanto tempo andei a esmo pelo bosque. Sozinho, eu gritei, chorei, esmurrei uma árvore. Sozinho, eu refleti, me arrependi e chorei de novo por isso. Como as coisas puderam sair tanto de controle? Hoje mesmo eu estava disposto a conversar com Mikasa sobre assumirmos esse relacionamento! Quem sabe já pensar em casamento, algo mais elaborado! Como foi que, disso, eu parei no meio do mato, com as mãos ensanguentadas e o coração dilacerado?

Só me dei conta de que o dia todo tinha passado, quando a baixa claridade do bosque denso se tornou verdadeiramente negra. O sol tinha caído e, junto com ele, qualquer chance de continuar fugindo. Eu sei o que tenho que fazer. O que não sei, é como serei recebido dentro daquela casa. Não é o momento de achar que patentes irão me salvar. Conheço aqueles pirralhos bem o suficiente, pra saber que quando um é prejudicado, o resto mostra os dentes como uma matilha de animais selvagens. Eles podem ser toscos, mas são leais até o fim da vida. Não espero ter a compaixão de nenhum deles. Só espero que não me coloquem em nenhuma situação difícil, onde eu precise exercer a minha autoridade sem pensar duas vezes.

Apenas quando eu coloquei os pés na cozinha foi que eu vi que a noite já ia alta. Sobre o fogão à lenha, alguém deixou um prato de comida, que deve ser destinado à mim. Tudo já está impecavelmente limpo, conforme eu sempre oriento, mas uma única cadeira está fora do lugar. Posso deduzir que seja um ato de rebeldia de Kirsten. Apenas ele seria mentecapto à esse ponto. Mikasa não o faria por não gostar da falta de simetria e Armin… bom. Armin agiria com mais sutileza, quem sabe envenenando meu prato. Que seja. Não pretendo comer de qualquer forma.

Mas ainda posso morrer essa noite. Se não com o veneno ilusório de Arlet, com Mikasa. Qualquer coisa dela, essa noite, pode me levar à ruína.

Sem pensar muito, parei em frente ao seu dormitório. Bati uma única vez. Elas sabem que sou eu. Apenas eu bato uma vez. Ouvi algum resmungo pelo lado de dentro, mas me dei o direito de ignorar. Vou esperar pelos xingamentos de Mikasa. Do resto, não me interessa o que pensem ou falem de mim, desde que eu não fique sabendo.

Sasha apareceu com a pior cara que já vi, desde que ela veio pra cá.

- Boa noite, capitão. O que deseja? - também nunca foi tão formal.

- Quero falar com Mikasa. 

Como se já não bastasse aquela tentativa ridícula de Sasha de me amedrontar com seus olhos estreitos, um projeto de pessoa loira, com o rosto vermelho de raiva, abriu a porta com tudo.

- Já é tarde, capitão. Amanhã você conversa com Mikasa. - eu só abri a boca, pra revalidar a ordem, mas isso foi a gota d’água no copo de irritação de Historia. - Francamente, capitão. Depois daquela conversa que tivemos, sobre ela estar diferente, eu achei que você teria um pouco mais de entendimento das coisas.

Desde quando essa garota fala comigo desse jeito?

- Historia, minha conversa não é com você. Me deixe falar com Mikasa imediatamente.

Ela não ia me deixar passar. A cretina já estava juntando o ar de novo, quem sabe pra me expulsar dali aos berros, quando a única presença que me amedronta surgiu atrás das duas amigas.

- Me deixem passar. 

A voz de Mikasa soou tão fria, que a minha reação foi dar um passo pra trás, espelhando o movimento de Historia e Sasha, que não se atreveram a ficar em sua frente. Com uma calma assustadora, ela saiu do quarto dela e entrou no meu, sem se preocupar com os dois pares de olhos que acompanhavam seus movimentos. Se ela não se importou com isso, eu é que não darei maiores explicações.

- Se eu sonhar que tem alguém ouvindo nossa conversa atrás da porta, as consequências serão físicas, estão me entendendo?

Não responderam. Mas eu ouvi quando uma das duas girou a chave da porta, depois de batê-la na minha cara, é claro. Dei de ombros pra insubordinação e fiz o mesmo com a minha, assim que entrei em meu quarto. Mikasa estava parada, no meio do caminho. Tão pálida, com os olhos tão inchados, que quem a via com aquela camisola branca, poderia achar que era alguma alma penada.

- Sente-se. - indiquei a cadeira estofada mas ela não se mexeu.

- Não pretendo demorar. Só vim até aqui pra dizer que o que vem acontecendo entre nós acabou.

Não que eu não imaginasse que ela faria isso, mas enquanto era só uma projeção na minha cabeça, não doeu tanto. E doeu fisicamente. Eu senti o mesmo que sentiria, caso tivesse tomado o coice de um cavalo, ou então quando há algum problema com o DMT e eu me arrebento contra alguma parede. Foi uma dor instantânea, que atingiu o meu corpo todo. E, claro, eu perdi completamente o equilíbrio. Só o que consegui foi ir andando de costas, até encontrar a parede pra me apoiar. 

- Mikasa, por favor, me ouça. - minha voz saiu falhada, embolada com o choro dentro da minha garganta.

- Você já falou muito, capitão. E na frente de pessoas que não entenderam absolutamente nada. Seu espetáculo na cozinha me levou à contar o que estava acontecendo à Eren e ele foi enfático em dizer que não acha uma boa ideia. Por isso, eu vou acatar a fala do meu irmão.

Eu consigo ouvir o que ela está dizendo, mas só o que consigo fazer é balbuciar como um idiota. 

- Não…

- É o melhor, capitão. Dessa maneira, evitamos maiores constrangimentos, como o de mais cedo.

- Mikasa, você precisa me escutar! - o desespero tomou conta de mim. Sua postura, tão firme, tão decidida, me deixa em frangalhos. Essa garota já tomou a sua decisão e o que me angustia é saber que, pessoas como nós, não mudam de ideia. - Eu fui um tolo, Mikasa! Me ouve, por favor!

- Você não precisa dizer mais nada, capi…

- Levi! - não suporto ela me chamando assim. Não quando estamos só nós dois. Saí daquele apoio da parede e cruzei o espaço que nos separava. O passo que Mikasa deu pra trás, tentando se proteger de mim, me entristeceu. Mas não me impediu de continuar. Peguei suas mãos e, pela primeira vez, eu notei o seu olhar vacilando. - Me chama de Levi. Ou melhor, me chama de meu am…

- Não termine. - engoli tudo. O pedido, as desculpas, tudo. - Você não tem esse direito. Não depois do que fez. Não depois de me humilhar daquela maneira, de me julgar como uma qualquer, e de insinuar que eu estava sendo… Quer saber, esquece. - ela respirou fundo, tentando recuperar o fôlego e eu perdi todo o meu quando Mikasa puxou suas mãos do meio das minhas. - Só espero que não tenhamos nenhum problema por causa… disso que tivemos.

- “Disso”? - como se fosse possível, minha dor aumentou ainda mais.

- É, disso. - Mikasa estava implacável. - Eu não gostaria de sair do seu esquadrão, porque te respeito como um bom capitão e sei que tenho muito a aprender. Também sei que, caso eu decidisse sair, Armin e Eren viriam comigo e isso estraga seus planos de manter o titã aliado sob à suas vistas. Então, vamos tentar manter um relacionamento minimamente saudável, pelo bem da Tropa de Reconhecimento e da humanidade.

Sem esperar nenhuma resposta minha, Mikasa simplesmente me deixou lá, parado como um pilar e saiu do quarto.

Não, ela não saiu do quarto. A pirralha maldita saiu da minha vida.

 


Notas Finais


Nenhuma surpresa de Mikasa. Eu, sinceramente, faria o mesmo.


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