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História Labirinto - Parte IV


Escrita por: ksnrs

Notas do Autor


Shingeki no Kyojin (Attack on Titan) não me pertence e seus personagens também não.
O intuito dessa fanfic é totalmente interativo e sem fins lucrativos.
Por isso, não me processem, por favor. Não tenho como pagar uma fiança e da cadeia não dá pra postar.

Oi, gente! Karolzinha aqui tá mega hypada com a volta de Attack on titan! Assistiram? Tá maravilhoso, não tá?! Tô impactada desde as três da tarde, tá loooooouco!

Não vou dar spoiler sobre o ep pq é chato, mesmo se já tiverem assitido. Mas eu preciso comentar sobre um detalhezinho que me vem me matando desde que o trailler saiu: O QUE É LEVI ACKERMAN DE PÉ NO CAVALO GALOPANDO?! É sério. Esse homem me mata.

Bom, vamos ao capítulo.
Lembram que eu tinha dito, lá no primeiro, que nem sempre eles teriam uma constância de tamanho? Pois bem. Os dois primeiros foram relativamente grandes e o terceiro eu nem vou falar nada, só por Deus... Mas esse é menor. Esses "interludes" sempre vão ser menorzinhos.

Outra coisa: muito, muito obrigada pelos comentários. Tô feliz com o que tenho recebido. Acho que já comentei isso, mas é bom reforçar: já escrevi Labirinto até o penúltimo capítulo. O último vai ser escrito de acordo com a reação de vocês. Então, se puder, dá uma forcinha nos comentários, pra eu saber mais ou menos o que estão achando.

É isso.
Ê mania de fazer textão nas notas! Mas é pra compensar o cap menor.

Já amo vocês!

Boa leitura!

Capítulo 4 - Parte IV


A tarde tinha passado como um piscar de olhos. Assim que Mikasa voltou com Historia, as duas se empenharam pra fazer o almoço de todos. Lógico que eu não aceitei aquela gosma como comida e, agradecendo aos céus, Jean também não quis. No final, só Eren foi obrigado a tomar a tal sopa de ossos e, mesmo ele, resmungou um pouco.

Depois disso, Hange arrastou a Ackerman com ela, pra que visse com os próprios olhos a área que eu tinha mostrado no relatório. Só não fui junto porque era dia de inspeção no material DMT dos recrutas e isso é algo que apenas eu posso fazer. Por isso, eu não vi mais Mikasa até que ela entrou pela porta da casa, quando a noite já tinha caído e nos preparávamos para o jantar. Seu cansaço era aparente, bem como sua fome e, contrariando a minha regra de asseio nas refeições, ela só lavou as mãos e se sentou conosco.

Comi em silêncio, incomodado por aquilo. Em minha cabeça, eu fiquei procurando a resposta pra dúvida que me martelava: será que se fosse qualquer outro recruta, eu deixaria que se sentasse à mesa sujo daquele jeito? Por fim, desisti. Não quero concluir que trato Mikasa diferente, porque se isso acontecer eu terei que parar. E eu não quero parar, definitivamente.

Como sempre, Historia me trouxe o chá e dei autorização para que se retirassem. Hoje eu não senti a necessidade de ficar sozinho, mas era visível que os pirralhos estavam mortos de cansaço, considerando a quantidade de bocejos que eu vi enquanto faziam a limpeza. Por isso, a minha solidão foi mais por vontade deles do que minha. Terminei o meu chá, lavei a xícara e decidi encerrar minha noite também. Com sorte, conseguiria mais um beijo de Mikasa antes de dormir.

Indo pro meu quarto, ouvi o barulho do chuveiro ligado. Era ela, eu sabia. Uma loucura começou a crescer no fundo da minha barriga, me atentando como um demônio, sibilando em meu ouvido que eu deveria entrar no banheiro junto com Mikasa. Era uma insanidade sem precedentes, mas estaríamos sozinhos e ninguém imaginaria que ela estava acompanhada de alguém. Cheguei a colocar a mão na maçaneta, tomado por aquele ímpeto insano, quando a minha sanidade me brecou. Com suas últimas forças, a minha lucidez gritou que se eu fizesse isso, me arrependeria amargamente. Dei um passo pra trás, assustado com o meu descontrole e saí dali o mais rápido possível.

Muitas coisas na convivência com os pirralhos já tinham se tornado um hábito, como o fato de eu ter que ralhar com os moleques todas as noites, pra que parassem de bagunça e dormissem de uma vez. Hoje, estranhamente, não vinha barulho daquele quarto e isso era bastante estranho.

Abri a porta devagar, pra não acordar ninguém que estivesse dormindo, mas nenhum deles estava. Armin lia seu livro, como sempre. Jean e Connie jogavam cartas, concentrados demais pra dar qualquer pio. Eren só estava deitado, com o antebraço cobrindo os olhos.

- Como está se sentindo? - fiquei um pouco preocupado ao vê-lo naquela posição.

Jaeger descobriu o rosto, piscando algumas vezes pra me encarar. Ele fez menção à se levantar, mas fiz sinal pra que continuasse daquele jeito.

- Um pouco cansado, capitão. Nada que uma noite de sono não resolva.

As palavras de Hange - e de Mikasa - voltaram à minha mente.

- Então durma. A culpa dessa sua fraqueza vem da bagunça que ficam fazendo todas as noites. - disse em tom de crítica e todos se sentiram mal. Vi nos olhos dos três, que eles sabiam que as conversas até alta madrugada eram parte da culpa do cansaço de Eren e, talvez por isso, estavam tão quietos essa noite.

E eu ia desfiar mais um rosário pro Jaeger, sobre como ele precisava se cuidar melhor, ainda mais sabendo que todos contávamos com a sua capacidade de se tornar um titã, mas o som do chuveiro desligando se tornou mais atrativo. Parado na porta do quarto, com meio corpo pra dentro e meio pra fora, eu espichei os olhos pro banheiro, pensando em uma ideia um tanto ousada.

Ah, eu ia ganhar um beijo de boa noite.

- Apaguem as luzes e durmam. - disse à eles, mas já olhando pra fora.

Fechei a porta do dormitório dos moleques e voltei, pé ante pé, até o banheiro. Fiquei posicionado ao lado da porta e esperei que Mikasa abrisse. Quando ela saiu, tapei sua boca e a puxei pra dentro do meu quarto, com a garota se debatendo de modo enérgico. Só soltei, quando estávamos de porta fechada.

- Raptei você. - meu sorriso estava sacana demais pra que as minhas palavras fossem sérias.

E ela, depois de me olhar com toda a sua reprovação, também soltou um sorrisinho travesso, que é aquele que me enlouquece de imediato.

- Você ficou maluco? E se alguém visse você me arrastar pra cá? - ela ralhou comigo com tanta má vontade, que eu nem me preocupei que pudesse estar brava.

Só fiz sinal com o dedo, pra que sua voz saísse mais baixa.

- Já estão todos deitados. - fui me aproximando devagar.

- Mas ainda estão acordados. - com essa eu precisei concordar.

Só que nada no mundo me faria pensar em qualquer outra coisa que não fosse ela ali, parada, encostada na parede, já com suas vestes de dormir. Mikasa não estava vestindo nada sensual, ao contrário. Era uma camisola longa, de um tecido pouco nobre, que mais parecia um vestido velho que só servia pra pijama. Mas o que me excitava, naquela figura, era saber o que tinha por baixo daquela roupa.

Ou o que não tinha.

Ela notou meu olhar faminto e reagiu se encostando mais contra a parede. A noite fria e a pele molhada de Mikasa, fazia meus olhos saborearem cada detalhe dessa combinação. O arrepio confesso de seus pêlos eriçados, o tecido grudado contra a barriga molhada, a puidez da camisola, revelando sua recatada calcinha cor de menta, a transparência inocente dada pelo pano velho, que me permitia ver os bicos de seus seios firmes, em pé, apontados pra mim, como um farol que eu queria seguir. Sem que eu mesmo notasse, umedeci meus lábios, pronto pra usá-los em cada parte do corpo de Mikasa.

- Levi, não me olhe assim… - sua voz me trouxe de volta daquele transe erótico e eu me peguei à um mísero passo de distância dela.

Céus, eu preciso começar a me controlar. Ou vou acabar colocando os pés pelas mãos.

Me afastei rápido, desgostoso de minha atuação. Respirei fundo e baguncei meus cabelos, tentando fazer com que a minha bagunça interna se refletisse em meus fios desalinhados.

- Me desculpe. - disse sem olhá-la. Não queria encontrar Mikasa me julgando. Ou pior: com medo de mim.

Estou me tornando um fraco. Um homem sem moral, que se perde na primeira oportunidade que vejo, sem ao menos honrar as minhas próprias palavras, de que esperaria o tempo que ela pedisse.

De costas, eu ouvi seus passos leves em minha direção e antes mesmo que me encostasse, eu pude sentir o cheiro inebriante de sabonete. Suas mãos tocaram minhas costas e Mikasa apoiou a testa em mim. Foi natural pra que eu fechasse os olhos e tombasse minha cabeça pra trás. Ela aproveitou pra passar seus braços em volta de minha cintura e sua respiração batia contra a minha nuca, me arrepiando por completo.

- Por que me trouxe aqui? - ela perguntou baixinho e o som de sua voz entrou aveludado pelos meus ouvidos.

Levei minhas mãos até as dela, entrelaçando nossos dedos.

- Um beijo de boa noite. - confessei minhas primeiras intenções e ouvi o riso anasalado que ela soltou.

Mikasa deu a volta pelo meu corpo, até estar em minha frente. Sua expressão não era de julgamento, de raiva ou de medo. Ela simplesmente sorria.

- Também quero esse beijo.

Talvez eu não a mereça ainda. Mas vou me esforçar dia à dia pra merecer.

Tentando ser o mais respeitoso possível, uni meus lábios aos dela e Mikasa me retribuiu com toda a sua generosidade. Sua boca se abriu e sua língua valsou com a minha, de um jeito calmo, tranquilo, como um beijo de boa noite deve ser. Suas mãos acariciaram meus cabelos e o fim desse beijo se deu de um modo sutil, diminuindo até que os lábios apenas se encostavam de novo.

Eu poderia dizer que foi o melhor beijo que dei em toda a minha vida, mas ele tinha um defeito irremediável: tinha acabado. E eu sabia que, com o fim desse beijo, a presença de Mikasa em meu quarto também estava prestes a terminar. Ainda dentro de seu abraço, eu choraminguei quando ela deu um passo pra trás.

- Eu preciso ir, Levi. - disse sorrindo, um sorriso conformado.

- Eu sei que precisa. Mas eu não quero que vá.

Quando disse isso, a realidade estapeou meu rosto. Não teremos essa oportunidade, pelo menos não de onde eu vejo. Uma noite juntos, mesmo que apenas abraçados, é irreal no momento. Me dei conta disso e, pelo semblante dolorido de Mikasa, ela também.

Minha vontade era prendê-la ali mesmo e que se dane o que falarão. Mas isso ela também deve ter deduzido. Antes mesmo que eu pensasse em correr até a porta, trancá-la e engolir a chave, Mikasa se afastou completamente, ficando apenas com uma mão dada à minha.

- Teremos nossa chance, Levi.

Espero que sim, querida. Espero muito que sim.

Ela andou tranquilamente, me olhando vez ou outra, e só se tornou atenta ao chegar na porta. Abriu só uma frestinha e espiou se tinha alguém por ali. Quando constatou que não tinha ninguém, me mandou um beijo no ar e saiu, como uma lebre sumindo entre os arbustos.

Fiquei sozinho, ainda sentindo o cheiro bom da limpeza de Mikasa. Inevitavelmente meu pensamento correu pro seu corpo sob aquela camisola velha e, de novo, eu senti uma pressão no fundo da minha alma. Pelo visto, quem precisaria de um banho, agora, era eu.

E frio. Um banho à ponto de me congelar.

 



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