História Laços - O Ano da Mudança! - Novos Laços

- HINAAAA QUE SAUDADEEE – gritou Hanabi assim que sua irmã abriu a porta da casa.

Hanabi visitava Hinata somente algumas vezes no mês. Naomi, sua mãe, não gostava que a filha frequentasse aquele bairro, pois ela julgava ser inferior. Mas assim que a mãe se distraía, ele conseguia dar uma fugida.

Hinata abraçou a irmã carinhosamente, elas realmente se amavam muito.

- Tia! Feliz aniversário!!! – disse Hanabi assim que entrou na cozinha e viu a mãe de Hinata, que a recebeu com um doce sorriso.

Haruka, a mãe de Hinata, era uma mulher muito gentil. Ela tinha cabelos pretos e lisos como a filha e seus olhos eram castanhos. Ela sempre tratara Hanabi com muito carinho e amor, apesar de não ser sua mãe, o que fez com que a garota se afeiçoasse tanto por ela que a chamava apenas de tia.

Era sábado, um dia após o último dia de aula. Fazia um dia agradável, Hinata fez um bolo para sua mãe e chamou apenas Hanabi e Lucy, que eram praticamente sobrinhas de consideração de sua mãe. As meninas faziam alguns doces para comerem juntas quando ouviram a campainha.

- Eu atendo!! – disse Hanabi correndo em direção a porta.

Assim que ela abriu, houve um estranhamento mútuo, pois ela e aquela pessoa nunca tinham se visto antes.

- Oi, pois não?

- Oi, eu não sei se tô no endereço certo. A Hinata mora aqui? – quem estava parado na porta era Gaara, que encarava aquela mini Hinata de cabelos castanhos. “Não acredito que eu não sabia que ela tinha uma irmã mais nova... mas pensando bem, eu não sei nada sobre ela” pensou ali parado na porta sendo encarado por aquela garotinha.

Hanabi, que não podia perder um momento para aprontar, pensou rapidamente em uma resposta e ali da porta mesmo ela gritou:

- Ô Hinaaataaaa seu namorado ta aqui!!! – gritou para o corredor, em seguida olhou para aquele garoto ruivo e sorriu como se não tivesse dito nada demais.

Tanto Haruka quanto Lucy ficaram olhando para Hinata, que havia ficado vermelha e não fazia a menor ideia de quem estava na porta.

- Hinata, não me disse que tinha um namorado e nem que ia convidar ele pro nosso lanche... eu nem me arrumei pra recebê-lo. – disse a mãe olhando aflita para a própria roupa.

- Mãe, eu não tenho n-namorado – Hinata estava nervosa tirando o avental e lavando as mãos para ir atender quem quer que fosse. – Eu não faço a mínima ideia de quem está aí – concluiu e saiu apressada da cozinha.

Haruka olhou para Lucy assim que a filha saiu e Lucy apenas deu de ombros como se dissesse “eu não sei de nada também”. Hinata foi até a porta, vendo Hanabi sorrindo para ela maliciosamente, enquanto Gaara estava parado lá com a famosa cara de nada.

- Hanabi! Ele não é meu namorado, é meu amigo, Gaara – olhou severamente para a irmã

- Hahahaha desculpa irmã, mas achei que valia a pena tentar – piscou a mais nova saindo dali.

- Desculpa por isso Gaara, como me achou?

- Tudo bem, a Konan me deu o seu endereço. – Gaara estava com a costumeira cara de poucos amigos – eu te liguei um monte de vezes pra gente resolver logo a bosta do trabalho, onde diabos você jogou teu celular?

- Ah m-me desculpa, meu celular ta no quarto e eu estava na cozinha fazendo algumas coisas para o aniversário da minha mãe.

- Ah... então você ta ocupada, tudo bem, outra hora a gente se fala então – disse e deu as costas, indo embora.

Nesse momento, Hinata percebeu que apesar de ser grata e considerar Gaara um amigo, ele não era íntimo como suas amigas. Na verdade ela não sabia nada sobre ele, então decidiu que aquela era uma boa hora para tentar.

- Gaara... é.... você gostaria de ficar? Será bom ter você conosco – disse e sorriu gentilmente.

Gaara parou e olhou por cima do ombro. Que diabos ele ia fazer no aniversário de uma desconhecida. Ele olhou para o céu cogitando aquela ideia estranha “É Gaara, você não vai fazer nada hoje mesmo”, pensou.

- Tem certeza? Eu nem conheço a sua mãe... vai ser estranho pra cacete – respondeu.

- Tenho sim – sorriu – só vê se não chama nenhum palavrão – concluiu abrindo passagem para que ele entrasse.

 

Hinata chegou com Gaara na cozinha, ele estranhando tudo aquilo e ela nervosa ainda por causa do que Hanabi havia dito.

- Mãe, esse é o Gaara, meu amigo da escola e meu parceiro no trabalho das férias que eu lhe falei. Gaara, essa é a minha mãe, Haruka e aquela pestinha ali é a Hanabi, minha irmã mais nova.

- É um prazer senhora Haruka e... “tampinha dois”. – assentiu para Hanabi que mostrou a língua, pois não gostou do apelido.

- Igualmente Gaara – disse a mãe gentil – sente-se, fique a vontade. Como pode ver, não é uma grande festa, é mais um lanche da tarde mesmo.

- Tudo bem, me desculpe vir assim, eu queria planejar algumas coisas do trabalho, não sabia que era seu aniversário. – respondeu se sentando à mesa.

- Que coisa, nunca imaginei o Gaara no aniversário da tia hahaha esse com certeza é o rolê aleatório do ano! – sorriu Lucy

Gaara ficou ali e falou bem pouco durante a tarde, o que chamou a atenção dele era aquele encontro de família. Ele sempre foi observador, então prestou atenção em cada detalhe ali: Hinata era podre de rica, mas morava naquela casa modesta; a senhora Haruka era gentil, mas tinha uma saúde muito debilitada, ela parecia ser muito frágil; Hanabi, ele percebeu que não era filha dela e, ao contrário de Hinata, ela era muito tagarela e esperta demais para a idade que tinha, Lucy estava ali provavelmente porque a senhora Haruka tinha um laço especial com ela, praticamente uma sobrinha. Aquela era uma família estranha, mas onde todas se amavam.

Gaara não pôde deixar de comparar aquela família com a sua, aquilo nunca foi vivido por ele e sua família. Nunca houve esse tipo de afeto entre eles. Ele se sentia um ser das trevas no meio daquele lar cheio de luz e por isso, seu desconforto aumentou. Na primeira oportunidade que teve, ele foi embora. Não sem antes combinar com Hinata um dia certo para discutirem sobre o maldito trabalho. Enquanto caminhava pelas ruas sozinho, ele refletia sobre aquela tarde na casa de Hinata.

“É, agora eu entendo um pouco a Hinata. Aquela gentileza que ela tem com certeza herdou da mãe.

O que diabos eu tava fazendo ali? – nesse momento ele passou na frente de uma vitrine de loja e viu seu próprio reflexo -

Olha só pra mim... tem tanto ódio e dor aqui dentro. Por que eu achei que poderia me aproximar de pessoas como a Hinata? Eu não tenho nada para agregar a ela nem a ninguém. Cai na real Gaara, você ta destinado a passar a vida sozinho.”

Mas enquanto continuou caminhando pelas ruas, lembrou de tudo que tinha passado naquele ano. É, ele tinha mudado um pouco.

“Bom, eu não sou um cara gentil e nem legal. Se eu tiver que ser amigo da Hinata, eu vou ter que ser eu mesmo, sem máscaras,

se ela realmente gostar da minha companhia, vai continuar ao meu lado, se não gostar, só vai ser igual a todas as outras pessoas”

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Primeira semana de férias. Konan caminhava furiosa pelas ruas, realmente era muito azar fazer o trabalho com o cara que ela mais detestava na sua sala. Ao chegar na casa dos Uchiha, hesitou por um instante e cogitou voltar pra casa e fazer o trabalho todo sozinha. Até que não era uma má ideia para ela, com certeza ia propor isso a Sasuke. Ela se aproximou e apertou a campainha.

- Pois não... Ah é você de novo? – era Itachi quem havia atendido – o que foi? Veio fazer outro barraco aqui em casa?!?

- Não... pelo visto eu fui castigada pelos céus e tenho que fazer a droga de um trabalho com o bosta do seu irmão. Ele ta aí?

- Tá...mas hoje você vai esperar aqui fora.

Konan esperou ficando mais estressada ainda.

- E não é que você veio mesmo...- Sasuke tinha aparecido na porta e dava passagem para que ela entrasse.

- Lógico, eu não gosto de você, mas não vou perder pontos por causa disso. – respondeu Konan entrando e sendo guiada até a sala – olha... eu não tinha notado naquele dia mas essa casa é linda – concluiu olhando tudo que podia.

- Que bom que está do seu agrado – respondeu Sasuke de forma sarcástica e depois se sentando no sofá e abrindo o seu notebook – senta aí, eu listei alguns lugares que a gente pode pesquisar...

- Sasuke, você é um péssimo anfitrião – Itachi entrou na sala – não ofereceu nada para a visita? A propósito, não nos apresentamos da última vez, eu sou Itachi, o irmão dele.

- Hum... e aí! – Konan tinha se sentado no chão, para alguém que tinha ido lá da última vez para brigar, ela se sentia bem à vontade – Eu sou Konan e não quero nada...valeu.

- Itachi, vaza daqui, a gente tem que fazer um trabalho e você ta atrapalhando – Sasuke nem olhava para ele, somente para o notebook.

- Meu Deus, não sei nem porque vocês brigaram... são iguaizinhos – Itachi deu de ombros e saiu da sala.

Aquele comentário deixou os dois meio desconfortáveis pois ainda não tinham tocado no assunto da briga. Konan sentia que devia esclarecer aquilo e logo.

- Você quer que eu faça o trabalho? Eu não me importo de fazer tudo e colocar o seu nome depois – sugeriu ela.

- É claro que não, eu também quero fazer o trabalho. Além disso, eu não confio em você.

- Ótimo, já que estamos sendo sinceros, saiba que eu não me arrependo de nada do que falei pra você, não confio em você e muito menos gosto de você. Vamos fazer esse trabalho perfeitamente, mas depois, cada um pro seu canto.

- Por mim ta perfeito. – concluiu o garoto, ele realmente detestava Konan – então, dá uma olhada nessa lista aqui e vê o que você acha.

- Cara, já que é pra terminar a droga do trabalho o quanto antes, por que não fazer da empresa Uchiha? Ela é daqui de Konoha, então ta dentro dos critérios e você pode facilitar tudo.

- Eu não cogitei a nossa empresa porque achei que você odiasse os Uchihas.

- Eu não odeio os Uchihas. Odeio você.

- Certo, então será da empresa. Foi mais fácil do que eu pensei. Só preciso falar com o meu pai pra autorizar uma visita técnica.

- Beleza, você se vira com ele e me avisa, e se é só isso eu já vou.

- Konan... tem uma coisa que eu queria perguntar - Sasuke hesitou um pouco - como está a Hinata?

- Ela tá bem.

- Eu estive pensando, ela e aquele Gaara tem alguma coisa ou são só amigos? - Sasuke não queria perguntar, mas não resistiu.

- Bom... pra ser sincera acho que eles tem alguma coisa... 

- Sério?

- Sim! - Konan agora dava um sorriso doce, uma feição nova que o garoto nunca tinha visto - Acho que eles dois estão juntos e que vão ser muito felizes... o que acha de pegar um esmalte e a gente faz as mãos enquanto fofocamos das garotas da escola amiga???

Nesse momento Itachi que tomava água na cozinha, não aguentou e cuspiu tudo achando graça e Sasuke percebeu que tudo aquilo era pura ironia de Konan.

- Ah Konan... vai a merda - bufou

- Olha pra minha cara e vê se eu fico fofocando da vida amorosa das minhas amigas?!? Eu sei lá se a Hinata tá com alguém cacete!!! - ela resmungava revirando os olhos e pegando suas coisas para ir embora.

Depois que Konan foi embora, Sasuke finalmente suspirou aliviado. Ele estava acostumado a intimidar as pessoas na escola, mas Konan também sabia intimidar.

- Ela já foi irmãozinho? – Itachi surgiu do corredor.

- Já sim, por que ta tão interessado?

- Nada! – Itachi estendeu as mãos como se estivesse se rendendo – Só acho que vocês se odeiam muito, pode significar uma paixonite ou uma tensão sexual entre vocês. Caso não tenha reparado, ela é bem bonita e...

Itachi não continuou, pois foi atingido na cara novamente por uma almofada voadora lançada pelo seu irmão.

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Os últimos dias estavam bem difíceis para Sakura, trabalhar na escola era cansativo. Durante a semana ela ajudou a limpar as salas, a piscina, organizar alguns papéis e aturar os surtos de Karin (que era psicologicamente cansativo).

- Karin, precisamos fazer o artigo. – Sakura sugeriu enquanto varriam as folhas do gramado lateral da escola.

- Sakura deixa de ser nerd! Ainda é a primeira semana de férias! Eu quero aproveitar pelo menos metade dos meus dias... se você não tem nada melhor pra fazer o problema é seu, mas eu tenho.

Normalmente Sakura argumentaria, mas já estava esgotada da presença de Karin e não queria passar o dia inteiro aturando ela. Realmente iria aproveitar melhor suas tardes livres.

Ela caminhava para uma praça da cidade, fazia uma tarde agradável. Apesar de estar de castigo, ela disse aos pais que precisava pesquisar uns locais para o seu artigo (o que não era totalmente mentira, já que ela andava pela cidade procurando inspiração).

Em um dos pontos da praça, havia uma espécie de “mini praça”: Um círculo envolto por árvores, com vários bancos ao redor desse círculo e todos ficavam virados para o centro, onde havia uma belíssima fonte com sereias de mármore. Sakura gostava daquele lugar, era bom para pensar, ela sentou em um dos bancos e ficou observando as pessoas, a fonte e as árvores e anotava em seu caderno possíveis lugares que tinha visitado durante aquela tarde para fazer o artigo.

Ela passou um bom tempo anotando tudo o que podia sobre cada um deles, mas depois se sentiu observada. Levantou o olhar e novamente olhou para as pessoas, fingindo estar distraída. Olhou em torno de todo aquele círculo, até que seus olhos pararam em um garoto sentado do outro lado, que a observava fixo e depois abaixava seu olhar novamente para anotar alguma coisa. A princípio Sakura achou que era uma coincidência, mas depois de um tempo notou que ele a observava novamente e voltava a anotar.

Aquilo a deixou intrigada. Olhou bem aquele garoto, aparentemente ele tinha a sua idade, olhos castanho-acinzentados e cabelo ruivo.

“Espera... cabelo ruivo???” pensou ela se sentindo mais desconfortável

“Não acredito que aquela vaca da Karin ta aprontando alguma coisa! Com certeza é algum parente dela!”

 

Ela se levantou enquanto ele não a olhava e deu a volta na fonte discretamente. Quando o garoto levantou novamente o olhar, não a viu e ficou meio perdido, parecia levemente triste e desapontado.

- Procurando por mim? – disse Sakura ao seu lado o assustando muito.

- Ah... oi – o garoto estava assustado e levemente corado.

- Posso saber por que você estava me encarando por um bom tempo? O que você ta anotando aí??? – Sakura apontava para o caderno que o garoto instintivamente agarrou contra o peito, como se fosse para protegê-lo

- Me desculpa... eu não sou nenhum pervertido nem nada do tipo...

- Foi a Karin que te mandou aqui??? – Sakura estava começando a ficar muito irritada.

- O que? Não! Eu não sei quem é essa tal de Karin... não faço a mínima ideia do que você ta falando!

Sakura suspirou fundo. Não sabia se acreditava ou não no garoto, mas ia dar o benefício da dúvida. Ela se sentou ao seu lado e o encarou, o deixando ainda mais sem graça.

- Então... por que estava me encarando e anotando coisas aí?

- E-eu não estava anotando – suspirou o garoto – eu estava... te desenhando – concluiu e estendeu o caderno para Sakura, ainda sem jeito.

Sakura olhou o caderno e realmente, ele havia desenhado ela sentada no banco anotando em seu próprio caderninho. Agora era Sakura que estava sem jeito, havia ficado corada, pois com certeza não estava esperando por aquilo.

- M-me desculpa, eu não fazia ideia – disse ela devolvendo o caderno ao garoto.

- Me desculpe você, eu não devia ter feito sem sua autorização – o garoto sorria gentil – eu sempre venho pra cá para praticar meu desenho, sempre pego pessoas aleatórias como modelo. A propósito, me chamo Sasori.

- Eu me chamo Sakura – disse apertando a mão de Sasori, o susto inicial tinha passado – e parabéns, o seu desenho ta ótimo – sorriu.

- Obrigado, não deu tempo de finalizar. Mas se quiser, pode ficar com ele.

- Pode ser... – ela disse sem jeito – então, por que dentre todas as pessoas você me escolheu como modelo?

- B-bom, geralmente eu faço de pessoas caminhando, como ontem quando eu desenhei um pai passeando com o filho... mas você estava ali parada há tanto tempo que era um modelo pronto... além disso, os traços do seu rosto são muito... bonitos – Sasori não a olhava pois estava muito constrangido. Ele geralmente não era pego no flagra quando desenhava alguém, então não sabia onde enfiar a cara naquela situação.

- Ah... obrigada... você é muito gentil – Sakura sorria, ela estava sem jeito mas mesmo assim achava engraçado como ele estava mais constrangido do que ela.

- E quem é Karin?

- Ah, é uma bruxa da minha sala. Ela apronta todas e me odeia – suspirou cansada lembrando o quanto Karin a esgotava.

- E por que achou que ela que tinha me mandado aqui? Quer dizer, muita gente passa aqui toda hora...

- Bom, primeiro porque você tava me olhando sem parar e segundo porque você tem cabelo ruivo, assim como ela.

- Ah então é isso – ele passou a mão no cabelo sorrindo – parece que ela é horrível mesmo.

- Você nem imagina...

- Na verdade, eu meio que imagino – Sasori pensava olhando para o céu – sabe, o pessoal da minha escola sempre encrenca comigo, porque não sou muito bom nos esportes e prefiro mais as artes como pode ver, infelizmente eu tenho que participar dos times. Então eu acabo atrapalhando os outros. – suspirou triste.

- Por que você não sai do time então?

- Eu... bom, não posso. Na minha escola tem toda uma pressão... antes eu me importava demais, mas aprendi que quando você não entra na pilha deles, você se livra de várias encrencas. – Sasori sorria gentil para Sakura.

- É, eu recentemente aprendi sobre isso também, queria que tivesse percebido antes de fazer besteira – Sakura olhava triste para o chão.

- Tá tudo bem errar de vez em quando – Sasori colocou a mão gentilmente sobre o ombro de Sakura – o erro faz a gente aprender a fazer certo na próxima. É o erro que faz a gente nunca mais esquecer.

Sakura agradeceu internamente por conversar com alguém fora de sua bolha, que não a julgasse. De repente seu celular (que havia sido cedido pelos seus pais somente para a sua segurança) tocou.

- Só um minuto, preciso atender – pediu – alô? Oi mãe.

- Sakura, já está anoitecendo, venha já pra casa!

- Tudo bem, já to indo. – desligou – Obrigada pela conversa Sasori, foi muito bom conhecer você.

- Eu também gostei de conhecer você. Se quiser, amanhã eu vou estar de novo aqui, podemos conversar de novo.

- Pode ser, se eu conseguir vir. Eu meio que tô de castigo, então nem adianta te dar meu celular, ele vai ser confiscado assim que eu chegar em casa – Sakura deu de ombros.

- Hahaha caramba não sabia que eu tinha desenhado uma marginal.

- Falou o cara que desenha sem autorização – piscou Sakura – até amanhã então... se eu conseguir sair.

- Até. – acenou Sasori sorrindo.

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Lucy caminhava pelas ruas procurando um endereço, estava um pouco perdida naquele bairro. Era o mesmo de Hinata, mas um pouco longe da casa dela. Até que ela parou em frente a uma casa que identificou como a casa certa. Ela foi até a porta e tocou a campainha.

- Oi, boa tarde. – Uma linda mulher de cabelos ruivos e muito compridos abriu a porta – em que posso ajudar?

- Ah oi, meu nome é Lucy... eu não sei se estou no endereço certo. O Naruto mora aqui?

- Sim – a mulher abriu um largo sorriso e Lucy viu que era idêntico ao sorriso aberto de Naruto, aquela obviamente era a mãe dele – Pode entrar! Ele ta no banho, mas já já sai, me faça companhia na cozinha. A propósito, meu nome é Kushina, sou a mãe dele.

- É um prazer.

Chegando na cozinha ela pôde ver um homem loiro arrumando a mesa e um senhor de cabelos grisalhos.

- Gente, essa é a Lucy. Amiga do Naruto. Lucy esse é o meu marido Minato e esse é o Jiraya, o padrinho do Naruto. – Kushina apontava para eles que acenavam para Lucy sorrindo.

- É um prazer conhecer vocês... a semelhança do Naruto com o senhor é incrível senhor Minato. – Lucy estava impressionada.

- Por favor, me chame só de Minato – sorria ele gentil – é, todo mundo fala isso, mas apesar da aparência, a personalidade dele é toda da Kushina.

- Ainda bem né! Ele já herdou toda a sua aparência física! Tinha que puxar alguma coisa de mim afinal carreguei aquele peste por nove meses!!!

Lucy ria e realmente, a personalidade de mãe e filho era exatamente iguais.

- Você é só amiga mesmo do Naruto? Geralmente as únicas garotas que vem aqui em casa são a Ino e a Sakura. – disse Jiraya deixando Lucy levemente corada.

- Ah é que temos um trabalho pra fazer e as duplas foram sorteadas. Eu conheço o Naruto há alguns anos, mas nunca fomos do mesmo grupo de amigos, eu nunca vim aqui mesmo. Mas adorei a casa de vocês, é linda! – sorriu Lucy deixando Kushina orgulhosa pelo elogio a sua casa.

- Você é uma graça! -  Kushina amou aquela garota - Você gosta de rámen? Está servida?

- Siiiiiim! – Lucy ficou tão empogada que fez Minato e Jiraya rirem – eu simplesmente AMO rámen! Tia pode encher o prato que eu quero com certeza!!!

Lucy continuou na cozinha com aqueles três conversando e rindo bastante até que Naruto apareceu, encontrando Lucy com a boca suja de bolo, que Kushina havia oferecido depois do rámen.

- Oi Lu-chan! To vendo que a mamãe já ta querendo te matar de tanta comida né hahaha

- Ah Naruto, ela ofereceu então eu comi. Boca foi feita pra comer! – reclamou Lucy fazendo todos na cozinha rirem

- Bom então eu vou comer também e...

- Nada disso pirralho! – brigou Kushina – Você já comeu, além disso, a Lucy me disse que vocês têm trabalho pra fazer!

- Tá legal... – suspirou o garoto – Vamos nessa Lucy.

- Tchau tia! Tchau tio Minato e tio Jiraya! Outra hora eu visito vocês de novo! Adorei conhecer todo vocês!

Os três se despediram dela e os dois saíram de casa.

- Escuta Naruto – Lucy falou enquanto caminhavam pelas ruas – enquanto eu estava na cozinha, eles me perguntaram da Sakura e eu meio que não sabia o que falar. Você contou alguma coisa pra eles?

- Bom... não exatamente – Naruto passava a mão no cabelo pensando – Os meus pais não sabiam que a gente tava junto, eles vivem viajando sabe? É um milagre eles estarem em casa agora. Então não sabem muito das coisas... só o velhote que sabia que eu e ela estávamos juntos, mas eu apenas disse pra ele que a gente terminou. Não quis explicar os detalhes.

- Entendo... mas eles não sentem falta dela? Não repararam que havia algo errado?

- Na verdade eu acho que sim, mas enquanto eu não falo nada, eles não perguntam. Eles sabem que quando eu to magoado eu não gosto de falar sobre o assunto com eles.

- Ah foi m-mal! – Lucy percebeu que ela estava fazendo isso nesse exato momento – eu não sabia...

- Ah tudo bem você falar, afinal, você sabe de tudo.

- Você já falou com a Sakura?

- Ainda não... eu ainda não quero falar com ela. Normalmente eu sempre quero resolver as coisas logo, mas dessa vez é diferente, eu realmente to chateado.

- Lamento Naruto...

- Tudo bem, vamos focar no que interessa! Eu vou te levar em um local que eu pensei pro nosso trabalho, vamos indo!

Naruto levou Lucy ao estádio de Konoha, o lugar era enorme e muito organizado. Eles tinham feito um trato de que olhariam juntos a sugestão de cada um, o estádio era sugestão de Naruto e foi onde eles visitaram primeiro.

- Então Lucy o que acha?? – ele estava realmente empolgado no estádio – Eu amo esse lugar, já vi vários jogos aqui com o pessoal da escola e com o velhote – sorriu

- Realmente é uma excelente escolha. Mas ainda temos que ver o meu! Não vai ficando convencido logo! – piscou Lucy

- Ah então quer fazer disso uma competição??? Pois muito bem, vamos dar uma olhada, eu com certeza vou ganhar!

- Muito bem loirinho! Que o melhor lugar vença!!!

Naruto andou nos locais que eram abertos mesmo sem jogos apresentando tudo a Lucy, para uma visita mais completa pelo estádio, eles teriam que agendar na administração do local. Assim que viram tudo, era a vez de visitar a sugestão de Lucy, que não era tão longe do estádio, assim eles chegaram em pouco tempo ao outro local. Era o parque botânico da cidade. Mas assim que chegaram se depararam com o portão fechado.

- Ué, ainda ta cedo pro parque estar fechado... que estranho. – Lucy estava confusa.

- Vamos perguntar ao porteiro, pode ser que o horário de visitas tenha mudado – disse Naruto e juntos eles foram até o porteiro – com licença senhor, o parque está fechando mais cedo?

- Não, no momento o parque está passando por uma reforma, por isso está fechado para visitas. Só volta a funcionar daqui a dez dias.

Lucy ficou totalmente desapontada, eles agradeceram e voltaram a caminhar pelas ruas.

- É Naruto... então você ganhou, vamos fazer do estádio – disse Lucy triste olhando para o chão.

- Por que você queria fazer o artigo sobre esse lugar? Parecia tão empolgada falando sobre ele.

- É, ele tem um valor sentimental pra mim. Minha mãe sempre me trazia aqui quando eu era pequena...

- Ah então é isso! Bom, então o parque pra você é como o estádio pra mim. Mas não tem problema, afinal ele abre depois e você pode vir aqui com a sua mãe de novo – sorriu o garoto.

- É... na verdade não dá. – Lucy estava com o olhar mais triste ainda.

- Por que não? – o loiro estava confuso.

- Porque minha mãe faleceu quando eu tinha dez anos.

Naruto ficou sem palavras. Como ele não sabia disso?!? Ele não sabia o que fazer, tinha ficado sem jeito pelo comentário então teve uma ideia instantaneamente.

- Já sei! Então vamos fazer o trabalho sobre o parque botânico!

- Mas ele ta fechado... e você disse que queria terminar o trabalho logo.

- Bom, ele abre em dez dias, nem é tanto tempo assim. – piscou sorridente – além disso, acho que o artigo seria uma forma de homenagear a sua mãe. O que acha?

- Naruto... – Lucy sorria ternamente com os olhos marejados – obrigada!!!

- Vamos arrasar com esse trabalho e vamos esfregar na cara de todo mundo!

- Você já transformou isso em outra competição né? Hahahaha muito bem, então vai ser o melhor artigo da sala! – gritou Lucy vitoriosa erguendo os braços como se estivesse torcendo por um time e Naruto fez a mesma coisa enquanto gritavam.

Após a decisão, eles pararam na primeira barraca de hot dog e se empanturraram como dois moleques de 12 anos. Em seguida Naruto acompanhou Lucy até sua casa. Chegando no portão de entrada, ele ficou mega surpreso: não era uma casa e sim uma mansão! Tão grande quanto à dos Hyuugas, mas os jardins da frente eram maiores.

- PUTA MERDA LUCY VOCÊ É RICAÇA!!!! – gritou Naruto surpreso

- É, meio que sim. Eu sou uma Heartfilia afinal – Lucy sorria nervosa – caso não saiba, a empresa Heartfilia é a maior transportadora do país.

- Meu Deus e você comeu rámen que nem um moleque lá em casa... quando a mamãe souber, ela vai ter um infarto – Naruto processava toda aquela informação.

- Deixa de chilique Naruto! – Lucy deu um leve soco no ombro dele, como se fosse para acordá-lo – Pode me tratar que nem um moleque, não tem problema... além disso, quem vive nesse mundo doido de gente ricaça é mais o meu pai, e ele nem liga muito pra mim então nem precisa se importar com isso – ela deu de ombros.

- É, você é bem desajeitada mesmo... – Naruto falava fingindo pensar sobre o assunto.

- AH CALA A BOCA SEU IDIOTA! – ela fingia estar irritada, mas estava se divertindo muito com aquilo.

- Certo vossa alteza! – Naruto fez uma pequena reverência - Com sua permissão eu vou para minha humilde casa...

Lucy riu e deu mais outro soquinho nele antes de se despedirem. Ambos tinham ficado muito felizes com aquela tarde, nunca tinham percebido o quanto eram parecidos, além de comerem como se fossem um poço sem fundo, gostavam do mesmo tipo de filme e séries, além de amarem vídeo game. Tudo isso foi descoberto ao longo da semana que se seguiu, quando Lucy passou a visitá-lo com mais frequência. Ele estava sem Shikamaru, que havia viajado, Ino também (não juntos obviamente) e Sakura... bom, ela estava fora de cogitação, então a amizade de Lucy veio em boa hora. Já para a loira, ela visitava Hinata as vezes, mas como a amiga trabalhava na cafeteria e cuidava da casa, não tinha tanto tempo livre e Konan, bom, o que Konan fazia quando não estava na escola era um mistério pois ela frequentava lugares bem alternativos, então a amizade com Naruto foi a melhor coisa que aconteceu nas férias para ela.