História Laços de Amor (Meu Meio Irmão) - The Scientist

Quarta, 29 de setembro, 2021

POV Anna Belle

Acordei sentindo frio. Olhei para o relógio e já marcava 9:00. Levantei e, ao abrir as cortinas, notei que estava chovendo. Não faria diferença. Afinal, ainda deveria ficar em casa por alguns dias. E, se dependesse da mamãe, por alguns meses.

Após fazer as necessidades matinais, busquei por meu celular e olhei que havia uma mensagem. Deveria ser do Ed. Ainda bem. Já estava ficando preocupada. Aquele garoto tinha muito que explicar.

Porém, para minha surpresa, era do Josh. O que esse garoto queria? E onde o Ed estava?
A mensagem dizia:

Ei, Anna. Você não respondeu a mensagem que enviei semana passada. Está tudo bem? Você já está melhor? Espero que sim. Estava pensando em passar na sua casa hoje para ajudar você com as matérias que você perdeu e falarmos do trabalho. O que acha? Responda assim que puder. Beijos. Josh.

Mas que raio de trabalho era esse? Enviei mensagem para a Katy perguntando e ela falou sobre aquele trabalho dos veteranos (não me lembrava mais desse trabalho) e a sala foi dividida em duplas por sorteio, e eu fiquei com o Josh. Era somente o que estava faltando.

Respondi a mensagem dizendo que não estava me sentindo bem. Eu não estava mal. Porém, se dependesse de mim, adiaria ao máximo a reunião para esse trabalho.

O garoto logo respondeu minha mensagem. Ele dizia:

Não está bem? O que aconteceu, Anna? Precisa de algo? Qual o seu endereço? Estou indo para aí.

O que esse garoto tinha na cabeça? Não respondi e poucos minutos depois ele enviou outra mensagem que dizia:

O Peter vai me passar seu endereço. Fique bem. Já estou chegando.

Tentei avisá-lo que estava tudo bem, mas não obtive resposta. O pinel já deveria estar a caminho. Mas tudo bem. Quando ele chegasse, era só não abrir a porta.

Desci para tomar café e meus pais já estavam à mesa.

- Não acredito que iriam começar sem mim. - Eu disse me sentando.

- Mas é claro que não, querida. Estávamos apenas esperando você. - Meu pai disse piscando para minha mãe. - Não é, querida?

- Claro, meu bem. Como poderíamos comer sem você? - Ela disse sorrindo.

- Querida, - Meu pai disse após pegar uma xícara. - Eu e sua mãe estávamos conversando e achamos que amanhã você já poderá ir para a escola.

- Vocês estão brincando, né? - Eu disse quase não acreditando que iria atualizar minhas matérias. - Isso é sério, mãe?

- Anna, se dependesse de mim, você ficaria nessa casa por mais algumas semanas. Afinal, você fez uma cirurgia.

- Meu bem, já tínhamos conversado sobre isso. - Meu pai disse se dirigindo à minha mãe. - A Anna está bem.

- E se ela precisar de algo na escola? Não estaremos lá para ajudá-la. A Katy agora vive com aquele irmão dela e o Ed parece que sumiu. O que deu nesse garoto? - Mamãe disse sem perceber os notáveis olhares que papai lançava para ela.

- Mãe, eu estou bem. - Eu disse tentando ao máximo disfarçar o quanto aquela menção ao Ed havia mexido comigo.

- Se ao menos pudéssemos contar com alguém naquela escola.

Como se a fala da mamãe fosse um aviso, a campainha tocou e meu pai levantou da cadeira para abrir a porta.

- Não precisa abrir, pai. - Eu disse terminando de passar geleia em minha torrada. - É um garoto chato da escola.

- Isso é jeito de falar, Anna? - Mamãe disse se levantando após perceber que papai havia sentado depois de minha fala. - Vai ver esse garoto me ajude a cuidar de você na escola. - Ela disse se dirigindo até a porta.

***

Após alguns minutos, o Josh estava sentado à nossa mesa, tomando café conosco e fazendo meus pais dar várias risadas. O que a Katy diria daquilo? Mamãe havia convidado ele para ficar e o garoto, desconsiderando todos os meus olhares dirigidos a ele para que não ficasse, aceitou o convite.

***

Josh ficou até o final da tarde em nossa casa. Eu, ele e meus pais jogamos, assistimos filme e papai e mamãe o amaram. O Josh parecia outra pessoa. Que ideia mais louca era aquela, Anna? O Josh é do mal. Ele fez mal a sua melhor amiga. Aquela era somente uma capa para mais algumas de suas maldades e eu não me deixaria cair em seu joguinho. O pior é que eu ainda teria que aguentá-lo por algum tempo, já que faríamos o trabalho juntos, e mamãe e papai fizeram questão de marcar as reuniões em nossa casa como desculpa para o vê-lo.

Tendo que aturar o sumiço do Ed e um lado esquisito do Josh que meus pais amaram, fui deitar cedo. A parte boa era que amanhã retornaria à escola. Se bem que não sei se isso seria tão bom como pensava, já que minha mãe fez o Josh prometer que cuidaria de mim, enquanto eu estivesse na escola, e ele pareceu ter gostado da ideia. Com todas essas ideias malucas, adormeço.

POV Katy Waldorf

- Ele sabe. Ele sempre soube! - escuto essas palavras que vem de trás de mim.

- Quem sabe? Sabe de que?

- Do seu segredinho... - Escuto risadas agonizantes que vão aumentando até que de repente sinto uma porrada no meu estômago. E a voz volta a falar. - Você o perdeu. Perdeu todos!

- Pare com isso! Quem é você? - Pergunto acariciando minha barriga que doía da pancada.

- Você não se lembra de mim. Mas logo vai.

- Katy,acorda! - Escuto outra voz ao longe me chamando até que acordo em disparada.

- O que foi? - Falo coçando os olhos.

- Você estava sonhando de novo. - Peter fala puxando minhas mãos para perto dele. - E então, dessa vez você vai me contar sobre o tal sonho?

- Não precisa se preocupar meu amor. Foi só mais um pesadelo.

- Você teve pesadelos todas as noites que eu dormi aqui com você.

- Não é verdade! - Falo na defensiva.

- É sim! Você fica me chutando sempre que está sonhando.

- Tá mentindo. Eu pareço um anjinho dormindo. - Falo fazendo a cara mais sonsa de todas e ele olha me repreendendo. - Tá bom, é só que é o mesmo sonho de sempre. Desde quando eu vim para cá tenho esse sonho estranho.

- E você não vai me falar sobre o que se trata esse sonho que você sempre tem? - Eu me deito por cima do peito de Peter e ele me abraça.

- Não, foi só um sonho. - Falo retribuindo o abraço e voltamos a dormir.

Quinta, 30 de setembro, 2021

Acordo de repente no meu quarto vazio e sinto alguém me chamando baixinho.

- Oi. - Falo me virando para Peter que estava todo arrumado. - Meu Deus, que horas são?

- Relaxa gata! - Ele fala acariciando meu rosto. - Bom, eu vi uma mensagem do seu pai no seu celular e ele disse que chega hoje a noite.

- Mmm... - Falo o abraçando.

- E então, como que vamos aproveitar o nosso dia hoje?

- Que tal um cinema depois da aula?

- Pode ser. - Ele fala rindo e eu o beijo. - A gente ainda tem aquele trabalho pra fazer, lembra que eu tenho que mostrar pra você como será seu próximo ano como veterana? Como eu quero que você tome conta do meu Reino. - Eu começo ri histericamente dele.

- Ok, eu nem me lembrava desse trabalho estúpido. Como que vamos começar?

- Vamos ver. Mas agora eu tenho que sair. Minha mãe me pediu para eu ajudar ela em uma coisa. Tchau amor. - Faço um biquinho e ele me beija e sai.

Não consigo voltar a dormir e então me levanto e desço para a cozinha, vejo algumas cartas em cima do balcão, pego elas e vou rumo a cafeteira, ponho a água para esquentar e começo a abrir as cartas, das duas uma era propaganda de aluguel de carros e outra era um papel de divórcio.

Com toda essa coisa rolando eu acabei me esquecendo que o meu pai estava brigado com a esposa perfeita e que tinha rolado aquela briga. Mas o que deve ter acontecido foi bem grave para causar o pedido de divórcio. Imediatamente mando mensagem para o Peter dizendo que preciso conversar com ele, só ele pode me dizer o que está acontecendo.

Bebo meu café e me arrumo para a escola. Está todo mundo empolgado com o jogo que vai ter de futebol amanhã, são as semi finais e impressionantemente a nossa escola conseguiu chegar até aqui e provavelmente vai para as finais.

Avisto a Anna conversando com as meninas e vou ao encontro dela.

- Oi! - Falo abraçando ela. - Não sabia que já tinha voltado para a escola.

- Você me conhece, não gosto de perder aulas. - Ela fala sorrindo.

- Você teve noticias do Ed? - Pergunto meio sem jeito.

- Não, eu mandei algumas mensagens para ele mas não tive nem um sinal dele.

- Ok, mas ainda é cedo, ele vai entrar em contato com você com uma boa explicação mostrando ser o Ed de sempre. - Falo sorrindo tentando reconfortar ela. - Ok, agora eu tenho que ir, preciso pegar algumas coisas no meu amario.

- Ok, beijo! - Penso em mandar mais uma mensagem para o Peter, agora eu tenho mais uma coisa para perguntar a ele, provavelmente ele sabe onde o Ed tá.

- Oi, não sabia que você já tinha voltado para a escola. - Escuto aquela voz horrorosa atrás de mim. Ele empurra meu ombro para poder passar por mim e abraçar a Anna. - Como você está? Espera, você não pode fazer muito esforço. - Ele estica o braço para pegar os cadernos da Anna e a bolsa dela, mas eu o empurro lembrando que ele fez a mesma coisa comigo, que se ofereceu para levar minhas coisas.

- Tudo bem, Josh, eu faço isso. - Ele engole seco e responde:

- Tá bom. - Ele se vira para a Anna novamente e fala. - Se precisar de qualquer coisa basta chamar. - Ele sorri e beija a bochecha dela. Depois de toda essa cena ele simplesmente abaixa a cabeça e sai sem olhar para mim.

- O que foi isso? - Emily pergunta, não me lembrava que todas as meninas estavam aqui e que agora me encaravam pedindo explicação. - Essa coisa de que a amiga não pode ficar com o ex da outra já é coisa do passado. E que eu saiba vocês só tiveram uma coisa bem rápida.

- O quê? Isso é a regra número um das garotas, a gente não fica com o ex da amiga e a Anna já tem namorado... Eu tenho que ir agora, tchau. - Falo e me viro para o outro lado.

- Ei, já que você se livrou do meu chofer você carrega minhas coisas. - Anna fala rindo e joga o caderno dela em cima do meu.

- Ok, vamos. - Na metade do caminho ela olha para trás e vê se alguém está prestando atenção em nós e então começa a falar.

- Por que você fez aquele escândalo? Olha eu sei o que aconteceu, mas eu acredito em segundas chances, que as pessoas mudam, nem sempre para melhor, mas elas sempre mudam. As vezes você pensa que a pessoa é de um jeito mas na verdade ela é de outro totalmente diferente.

- Por que será que eu acho que não estamos falando apenas do Josh?

- Porque não estamos falando só dele. O Ed sumiu. Simplesmente sumiu.

- Eu vou conversar com Peter sobre isso, ele deve saber de alguma coisa. Talvez ele tenha ficado assustado e precise de um tempo. Talvez ele ame você de uma forma tão intensamente que surtou com a notícia de que você estava doente.

- É talvez você tenha razão. - Ela fala pegando o caderno e sai em direção a sala dela.

Meu celular vibra e eu vejo que é uma mensagem do Peter.

Ok, a gente se fala no ginásio na hora do intervalo. Tenho várias ideias para o nosso trabalho, beijo.

Vou para minha sala e fico contando os minutos para tudo acabar.