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História Laços de Sangue e Pecado - Domínio Vinícius


Escrita por: WilkensOficial

Notas do Autor


Esse capítulo explica um pouco sobre o passado, de forma que servirá para justificar o futuro.
Diferente da versão anterior, neste universo narrativo temos um vilão no centro de tudo e isso será percebido aos poucos.

Bom, espero que gostem.


Boa leitura.


<3

Capítulo 31 - Domínio Vinícius


Fanfic / Fanfiction Laços de Sangue e Pecado - Domínio Vinícius

Capítulo XXX: Domínio [Vinícius]

 

Dona Leonor estava em sua estufa particular cuidando de espécies de plantas que eu nunca tinha visto na vida. Pigarreei para indicar minha presença, mas ela pareceu não se importar, ao invés disso, continuou acariciando suas plantas.

— Com licença senhora Leonor. — falei com uma voz mansa. Ela se virou e olhou de mim para a filha com um sorriso pequeno.

— Vinícius. Eu estava aguardando por você. Se aproxime, por favor. — disse gesticulando para mim com uma das mãos enquanto ajeitava o colar de conchas com a outra.

Val estava logo atrás de mim. Ela usava um vestido preto com meias longas e escuras, se destacando no meio de tantas flores e plantas. Seu semblante indicava certa curiosidade sobre o que aconteceria a seguir.

Me aproximei tentando não fazer nenhum tipo de ruído a fim de não a atrapalhar.

Dona Leonor acariciava as pétalas de uma flor cor de fogo. Seus olhos brilhavam enquanto olhava para a magnífica planta.

— Esperei seis anos para que a primeira flor nascesse. É uma das mais raras do mundo. Eu a chamo de Feuer Blume… a Flor do Fogo! Acredito que ela tenha muitos poderes medicinais que ainda desconheço.

— Nossa! Que… incrível! — falei tentando soar simpático enquanto pensava que em outras épocas, dona Leonor seria facilmente chamada de Bruxa e levada à fogueira, e eu quase estava acreditando nisso.

— E aquela ali… — disse apontando para uma planta com folhas acinzentadas em pequenos ramos — … é ótima para causar perda de memória. Em altas doses, pode ser fatal! Droga! Eu não deveria ter dito isso! — ela suspirou olhando da planta para mim. Logo me imaginei sendo obrigado a tomar um chá daquela planta para esquecer da informação. Afastei meus pensamentos enquanto ela se voltava a mim com um sorriso acolhedor — Bom, mas o que você deseja meu jovem? Valnotia me contou que você precisava conversar comigo. Confesso que eu não esperava sua visita, até porque só nos vimos uma vez, mas como Pedro Henrique falou tão bem de você eu não tive outra escolha a não ser confiar no melhor amigo da minha filha. Ela tem boa escolha no quesito amizade, talvez por isso ele seja o único amigo dela.

— MÃE! — bufou Val. Sua mãe riu calmamente sem desviar o olhar de mim.

— Não se sinta intimidado. Considere-me uma amiga a partir de agora. Desabafe. — abri um riso nervoso quando ela disse isso e senti minhas mãos suarem frias, talvez porque eu nem a conhecesse direito e estivesse sentindo uma estranha segurança em revelar a ela tudo o que precisava ser dito — Acho que minhas plantas te deixam nervoso. Você e Valnotia tem algo em comum. Venha comigo Vinícius. Vamos para perto da piscina. Você vem conosco Valnotia?

— Me chama de Val mamãe! — disse batendo os pés.

 

 

Próximo à área da piscina havia um espaço circular coberto e nele uma mesa com algumas cadeiras, redes e uma mesa ao centro.

Sentei meio constrangido por estar num lugar tão elegante e mal lembrei de sentar da forma correta, tudo o que consegui foi contar mentalmente até dez para então tirar os papeis amassados de meus bolsos e mostra-los a ela.

Ela desdobrou os papeis e os observou em completo silêncio ao mesmo tempo em que Val me olhava como se eu fosse louco.

— Onde conseguiu isso? É algum tipo de brincadeira? — perguntou mudando de expressão e de tom de voz para algo mais sério e talvez meio sombrio.

— Roubei do laboratório do meu tio. Acreditamos que ele esteja por trás de algum tipo de pesquisa secreta chefiada pelas Corporações Leben.

Ela ergueu uma das sobrancelhas com assombro e soltou os papeis imediatamente.

— Esses documentos não são tão claros, mas pelas poucas informações contidas nele, parecem ser sobre algum tipo de investigação ou pesquisa sobre pessoas específicas. — ela analisava os nomes listados — Não parece nada demais, a não ser que exista alguma relação entre essas pessoas, o que não deve ser o caso.

— Desculpa, mas eu não acho que seja bobagem, não quando meu tio tem um laboratório subterrâneo em casa e uma estranha obsessão em mudar o mundo com pesquisas malucas envolvendo vírus e outras coisas.

— Baviera! — disse ela com um olhar distante.

— O quê?

— Lá vem ela com esses assuntos malucos. — disse Val revirando os olhos. Dona Leonor ignorou a filha e prosseguiu após um suspiro.

— Isso me faz lembrar de uma teoria de conspiração pouco conhecida, mas que possui um fundo de veracidade.

— Pode me contar? — ela assentiu satisfeita com minha curiosidade.

— Baviera foi o nome de uma família de sangue real muito poderosa por várias gerações. Eles dominavam um território equivalente a quase 70% da Europa e foram os principais responsáveis pela Grande Praga que aconteceu em 1613.

— Uma praga?

— Sim. Segundo a História, eles não acreditavam que o mundo tinha espaço para pessoas com sangue impuro e no desejo de poder, desenvolveram uma doença que matou mais de sete milhões de pessoas. E o que deveria ter sido um triunfo acabou se tornando o motivo para sua queda, já que em 1677 veio o fim dos Baviera não apenas pela doença, mas também pela revolta dos proletários que viviam em condições precárias e ansiavam por revolução há décadas. Depois disso, o território se dividiu e foi somente em 1776 que um homem chamado Adam Reavenza decidiu fundar uma sociedade secreta composta pelos membros da elite na época. Seus objetivos eram claros: restaurar a supremacia Baviera a ponto de discutir e tomar decisões políticas no país, mas o resultado foi algo muito maio do que o esperado… eles se infiltraram nas igrejas, nos governos, nas organizações empresariais. Eles estavam no topo do mundo até 1914, quando houve uma divisão de interesses e a então chamada Supremacia Baviera rompeu, dando início não só à Primeira Grande Guerra, mas também a dois grupos distintos: A Ordem e os Inéfios.

— E qual a diferença entre eles?

— A Ordem tinha interesse em dominar o mundo com seus ideais, dando a todos uma falsa sensação de liberdade ao mesmo tempo em que os mantinha sob controle, como animais domesticados. Durante todo o século XX, membros da Ordem se disfarçaram e usaram seus próprios interesses para torturar pessoas e pregar princípios errados. Eles também foram responsáveis por diversos experimentos científicos desumanos e pela criação de armas nucleares e biológicas.

— E os Inéfios, o que fizeram nesse período?

— Eles tentaram se fortalecer e revidar, mas foram exterminados entre 1939 e 1945 durante a Segunda Grande Guerra. A partir daí, A Ordem foi sendo desmembrada, já que o mundo estava mudando rapidamente e controlar bilhões de mentes não seria uma tarefa fácil, pois o poder é destrutivo e corrói a alma. O poder transforma o melhor dos amigos em inimigo. Há quem diga que A Ordem acabou, que enfraqueceu e se dissipou, mas eu não acredito nisso, pois o mal não dorme, ele espera a hora certa e quem sabe a hora tenha chegado.

Tudo aquilo não parecia fazer muito sentido, mas ao mesmo tempo eu sabia que eram peças importantes para um complexo quebra-cabeças, eu só não conseguia encaixá-las da forma certa.

— Eu vejo o medo em seu olhar e só posso lhe dizer uma coisa. Se seu tio é tão perigoso assim, então vocês precisarão escolher entre lutar ou fugir. Antes que seja tarde demais. Agora, se me permite, posso ficar com esses papeis? Talvez eu descubra mais alguma coisa.

— Claro que sim. E… ham, obrigado pela conversa.

Depois disso, acabamos mudando de assunto e até lanchamos juntos, entretanto, em algumas ocasiões pude notar dona Leonor com o olhar distante, como se estivesse preocupada com algo, escondendo alguma verdade dolorosa recém-descoberta.

 


Notas Finais




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