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História Laços de Sangue e Pecado - A alma de um monstro


Escrita por: WilkensOficial

Notas do Autor


Falta tão pouco para o fim.... fico sempre nervoso, mas com LAÇOS é bem mais intenso, já que serve de pontapé para todo o universo narrativo de Amores e Distorções....

Tenho 2 epílogos escritos, um é o oficial que está disponível na versão da Amazon, o outro é um epílogo descartado que ainda posso postar somente aqui, estou decidindo.


Enquanto isso, aproveitem esse capítulo.

Boa leitura e até amanhã.



<3

Capítulo 33 - A alma de um monstro


Fanfic / Fanfiction Laços de Sangue e Pecado - A alma de um monstro

Capítulo XXXII: A alma de um monstro

 

No decorrer dos dias, evitei Lindomar ao máximo e me mantive ocupado quase que o dia inteiro para evitar ficar sozinho com ele em casa. Confesso que não foi fácil evita-lo.

Na sexta-feira, cheguei mais cedo em casa, já que alguns professores haviam faltado. Eu só tinha ido porque precisava comer alguma coisa, mas eu me mandaria para o cursinho da noite o mais rápido possível.

Entrei em meu quarto e me deparei com Lindomar de costas, olhando pela janela. Ele certamente tinha me visto chegar.

— O que tá fazendo no meu quarto? Pensei que você não estivesse em casa. Não vi seu carro na garagem.

— Eu mandei pra oficina e só deve ficar pronto amanhã. — ele deu a volta na cama e se aproximou com um olhar sério — Eu estava lhe esperando porque preciso que me diga que porra tá acontecendo contigo! Porque diabos você tá me evitando? Eu fiz alguma coisa que te magoou?

Eu sabia que era perigoso contar a verdade, mas eu juro que estava na ponta da língua pra sair.

— Não é nada — falei respirando fundo — eu só tô cansado esses dias, só isso.

— Cansado de quê? De mim? Só pode né, porque você tem andado estranho de repente… eu te conheço muito bem. É outra coisa! O que é? É o Vinícius? Porque se for eu juro que…

— Nem pense em matar ele como você fez com o Flávio! — foi mais forte do que eu, quando dei por mim já tinha saído. Senti minha alma sair do corpo e correr pra longe enquanto ele rosnava furioso e perplexo.

— COMO É? REPETE O QUE VOCÊ DISSE GAROTO! — ele me sacudia pelo braço violentamente com os olhos vermelhos de pura maldade.

Sorri tentando não demonstrar fraqueza.

— Eu sei de tudo! Sei que você matou Flávio, sei do laboratório secreto e sei que você tá envolvido no incidente da boate! Eu tenho nojo de você seu monstro. — falei quase sem voz enquanto ele apertava a minha garganta.

— Tem nojo de mim? — disse me jogando com força contra a parede — Você deveria sentir nojo de si mesmo moleque! De nós dois você é o maior dos monstros e sabe disso! — ele se aproximou e me deu um tapa na cara, me jogando no chão — Você não passa de um veadinho aproveitador! Acha que pode ficar me ameaçando? Quem você pensa que é? Pessoas como você merecem ser estupradas e arrombadas todos os dias!

Lindomar me encarava de forma diabólica e finalmente tirava suas máscaras.

— Você não vai conseguir se dar bem, Lindomar! — falei limpando o sangue de minha boca enquanto tentava me levantar.

— Vai fazer o quê? Vai me denunciar? Vai chamar a polícia é?

— É exatamente isso que eu vou fazer! Seu lugar é atrás das grades seu assassino!

— Ah, é mesmo! Vai lá, me denuncia! Eu posso até ser preso, mas eu tenho pessoas que podem dar um jeito em você e na sua mãezinha rapidinho… se bem que você não se importa muito com ela né? Se você se importasse não teria traído ela!

— CALA A BOCA! VOCÊ ME SEDUZIU!

— Agora vai se fazer de vítima é? Eu não lembro de ter te obrigado a chupar meu pau, nem te obrigado a se masturbar pra mim como fazia todas as noites. Pensa que eu não via? Seu idiota! Comigo isso não vai funcionar!

— Porque você fez tudo isso? Quem é você Lindomar?

Ele ofegava em minha direção e aos poucos começava a suavizar o olhar.

— Se eu te contar, terei que te matar.

— Eu faço o que você quiser, só não machuque minha mãe ou o Vinícius. — ele ergueu uma das sobrancelhas quando eu disse o nome de seu sobrinho.

 

 

Algo mudou em mim após aquele acidente. Minha mente havia mudado, minha forma de enxergar o mundo estavam diferentes e embora minhas lembranças fossem as mesmas, o sentimento que eu guardava eram os mais diversos.

Tudo seria esclarecido anos mais tarde, ao encontrar Erast, um jovem que me revelou tudo o que eu era e esclareceu meus reais objetivos. De repente, tudo estava claro e eu sabia meu propósito e precisava segui-lo. Eu não tinha escolha.

Me casei, tive filhos gêmeos e aceitei a identidade de Lindomar, deixando Iziel como alguém que eu precisava esconder de mim mesmo.

Em 1990, nasceram meus filhos Alécio e Acácio. Eles eram lindos e eu teria tido uma família feliz se não fosse o ano de 1992, quando descobri ao acaso que um deles possuía uma genética especial. Ele era 45% autoimune a doenças e poderia ajudar a revolucionar o mundo. Seu irmão, por outro lado, tinha uma saúde frágil e precisava de cuidados especiais.

Obviamente, minha descoberta não ficou em segredo, mas àquela altura eu já estava apegado à família que eu tinha formado. Eu queria protege-los, mas havia uma força maior que me impedia. Embora eu tivesse encontrado a minha humanidade, sabia que precisava seguir com minha missão.

Depois de ser torturado a fim de lembrar quem eu era, forjei, em 1996, um incêndio que supostamente mataria minha esposa por saber muito a meu respeito. Eu deveria queimá-la viva juntamente com meu filho considerado imperfeito… mas eu não consegui. Eu não pude.

Salvei minha esposa e a mantive a salvo juntamente com meu filho Acácio, mas Alécio não teve a mesma sorte, pois ele passou a ser objeto de estudo e eu era o mestre, sob a supervisão de outros membros da Ordem, encarregados de garantir meu equilíbrio. Forjei as evidências para que todos acreditassem que Alécio estava morto e Acácio vivo, mas tudo fugiu do controle, pois eu fui descoberto e recebi essa marca para que eu me lembrasse todos os dias de minha traição.

— O que acontece quando alguém é marcado?

É uma dívida e um lembrete. Eles estão por toda parte e no primeiro vacilo serei castigado com algo pior do que a morte.

Pra minha sorte, conheci sua mãe em 1997, no hospital. Você tinha apenas nove anos de idade e estava muito doente e, de certa forme, me fez lembrar de Acácio, meu pequeno cristal… naquela noite, através de exames prévios, suspeitei que você poderia ser especial como meu filho, por isso me aproximei de sua mãe e casei com ela. Era a minha chance de ser perdoado.

— Então tudo foi uma grande farsa? Onde está sua esposa e seu filho? — perguntei lhe interrompendo com certa revolta no tom de voz. Ele parecia bastante emocionado com aquelas memorias, mas nem por isso deixava de estar atento a todos os meus movimentos.

Minha esposa desapareceu meses após o incêndio, já Acácio, foi encontrado e fizeram uma lobotomia nele. Ele está em um lugar infernal, isolado do mundo, até a morte. Alécio é meu objeto de estudo. Falta pouco para chegarmos ao nosso objetivo.

— Onde ele está?

Ele está aqui. Sempre esteve aqui! No meu laboratório. E adivinha só? — meu coração parou quando ele me lançou um olhar lacrimejante e diabólico — Descobri que você também possui autoimunidade em 76%, foi o maior percentual até o momento.

— E qual o objetivo disso tudo?

— O mundo foi feito para os justos, os puros. Hoje temos bilhões de pessoas que só se preocupam com suas vidas patéticas e destroem os recursos naturais. Que futuro podemos ter? A única solução é eliminar os fracos e fazer deste mundo um lugar melhor, mas isso não será possível enquanto existirem pessoas como vocês, privilegiados injustamente.

— Então porque simplesmente não me mata?

— Os autoimunes são uma falha genética que surge inesperadamente, então mesmo que todos fossem mortos, outros surgiriam em algum momento do futuro. O ideal é desenvolver algo que nem vocês conseguiriam ser capazes de resistir — disse sorrindo — Por isso você precisa ficar comigo! Eu sabia que a única forma de ter você era te seduzindo com jogos sexuais… confesso que houve um tempo em que eu realmente te desejei, acho que qualquer coisa poderia ser melhor que sua mãe na cama.

— Você é doente Lindomar!

— Eu sou a cura! — ele se levantou e veio em minha direção, mas então respirei fundo sentindo a cabeça girar.

— Eu tenho uma proposta pra te fazer. — falei despertando a curiosidade e o interesse dele na mesma hora.

— Proposta? — Perguntou-me Lindomar.

— Eu não te denuncio, não resisto e não reluto, em troca você deixa minha mãe em paz. Passe uma boa quantia em dinheiro para ela e então desaparecemos juntos. Pode me usar como cobaia ou qualquer coisa, só deixa minha mãe e Vinícius em paz! — ele me olhou desconfiado, analisando aquela proposta.

— Eu sou só uma peça de um gigantesco quebra-cabeças. Acredite, eles me matariam antes que a polícia chegasse aqui para me prender, isso se eles não estiverem infiltrados na polícia também.

— Por favor Lindomar… eu farei tudo o que você quiser.

— Qualquer coisa?

— Qualquer coisa!

Ele olhou pra mim com uma cara de quem tramava algo. E com um sorriso nascendo no canto dos lábios ele falou:

— Eu aceito com uma condição. — Disse-me.

— E qual é? — Perguntei tentando acabar logo com aquele assunto.

— Que você se entregue pra mim e deixe eu ser o primeiro homem na sua vida. Eu quero que você seja meu! Eu preciso satisfazer minha vontade! Ou isso, ou eu acabo com o Vinícius e com a sua mãe!

Não sei como explicar, mas, embora eu estivesse sentindo ódio e nojo da cara dele, ouvir aquilo e imaginar que teríamos nossa primeira vez juntos me fez ficar excitado e acho até que ele percebeu porque não parava de olhar para o meu pau marcado na roupa. Mesmo assim, era algo muito arriscado, mas não tinha nada a perder. Ao menos eu ganharia tempo de planejar algo.

— Está bem, eu aceito! — respondi.

— Perfeito! Então se prepare pra hoje à noite. Quero arrancar esse cabacinho e te foder todinho.

— Hoje à noite? — questionei assustado.

— Sim. — disse gargalhando — O que foi? Achou que eu te daria tempo para fugir de mim?

— Mas eu…

— Tem que ser aqui em casa! Dê um jeito de se livrar do Vinícius e da anta da sua mãe o máximo de tempo possível. Prometo que amanhã mesmo eu começo a transferir algumas propriedades para ela. — ele fez uma pausa — Isso tudo é pra provar que eu te amo. — disse sarcasticamente — Se eu não amasse, acredite, você já estaria morto! Você vai ver, vai ser uma noite linda! Disse isso vindo em minha direção, sentindo o cheiro do meu cabelo, me acariciando e me tocando. Eu apenas virei o rosto e depois pedi que ele se afastasse.

— Me toque só à noite, quando não tiver mais jeito. E saiba que nunca vou me esquecer desse tapa!

— Você sabe que mereceu!

— Me deixa sozinho! — falei.

— Certo. Vou deixa-lo, e nem pense em fazer alguma coisa porque haverão outros vigiando a casa.

Ele saiu cantando vitória e eu comecei a chorar.

 


Notas Finais




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