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História Laços (Des)feitos - Parte XX - Alguns laços não podem ser desfeitos


Escrita por: Tayh-chan

Notas do Autor


Pra quem achou que o capítulo anterior seria o último, não, não era. Provavelmente LDF vai até o 26, por ai~

Boa leitura ^^

Capítulo 21 - Parte XX - Alguns laços não podem ser desfeitos


 

“Me perdoa.” – ele pediu, a voz procurando ser firme, os olhos nos meus. Seus joelhos tocavam o chão, suas mãos tocavam minha cintura e sua voz tocava meu coração, machucando. Doía, doía ouvir aquelas palavras. – Me perdoa. – repetiu.

Eu queria tanto não ter o que perdoar.

“Me perdoa, Baekhyun.”

Houve um silêncio após isso. Eu continuei parado, não me movi, não falei. E quando meus lábios se partiram não foi para falar qualquer coisa, é porque eu não estava conseguindo respirar.

“Me perdoa.”

“Por... Por que você fica repetindo isso?”

“Porque eu amo você, me perdoa.”

Droga, acho que minhas pernas estavam perdendo a força gradativamente a cada pedido de perdão. Suas mãos fecharam-se mais um pouco na minha cintura, ele escondeu sua face na minha barriga e então sua voz começou a sair abafada.

“Me perdoa... Me perdoa... Me perdoa.” – repetia incansavelmente e eu não conseguia me mover. – Eu sei que é pedir demais, eu sei que eu não mereço. Mas me perdoa...

“P-Para, Chanyeol.”

“Me perdoa, Baek... Eu sinto tanto.” – Ele me abraçou com força na cintura, acho que começou a chorar, eu não sei. “Eu não posso continuar vivendo sem você, eu não posso viver sem vocês.”

“Eu não... Eu não sei se consigo... te perdoar, Chanyeol. Agora me deixe terminar o que-”

“Você não vai saber se não tentar.” – interrompeu-me. E depois eu senti um peso sobre meu ombro, era sua mão grande pousando ali com delicadeza. Não vi quando ela foi parar ali, meus olhos se fecharam em algum momento para não chorar. Ele forçou a mão colocando peso sobre o meu ombro, e eu fui me ajoelhando também. Nossos corpos estavam tão colados que era difícil respirar, eles queimavam um ao outro. “Baek, olha pra mim.”

Sua mão tocou meu queixo, elevou meu rosto contra sua vontade e fui obrigado a encarar seus olhos escuros e sinceros. Caramba, como era difícil. Meu coração estava tão apertado dentro do peito, eu não compreendia como ele ainda conseguia bombear meu sangue.

“Baek... Me perdoa. Eu amo você.”

Minha boca se partiu outra vez para não falar nada. Chanyeol soltou meu queixo e minha face voltou a cair, era impossível continuar sustentando um olhar. Sua mão buscou a minha um momento depois, e ele a colocou sobre seu peito. O peito sobia e descia buscando ar com força, porém mais forte e acelerado que isso era seu coração. Eu nem tinha percebido que propositalmente ele colocou minha mão sobre o lado esquerdo.

“É por sua causa.”

Tive que engolir um soluço, não haviam lágrimas, porém era difícil respirar, era difícil controlar a vontade de me render a ele completamente. Uma coisa que eu aprendi com a vida é que ela tem uma mania chata de pisar em você. No meu caso elas insistiam em acertar sempre na parte mais dolorida, no saco. E eu não sei como, nem quando aconteceu, mas eu já estava com os braços de Chanyeol me rodeando, a respiração quente que ele soltava pela boca eu conseguia sentir tocando minha orelha.

“Machucou muito não foi? Todas as vezes que eu penso no quanto eu te fiz sofrer, eu quase morro. Eu estava cego, eu esqueci do quanto você é frágil, eu esqueci do quanto você precisava de mim. Eu não mereço seu perdão, mas é só isso que eu posso pedir, porque dói demais. Toda vez que eu me deito pra dormir, eu perco o sono, eu sinto frio. Eu fico imaginando como seria você lá comigo... pra gente se aquecer.” – Chanyeol me abraçou com mais força quando eu tentei me afastar, era como um dispositivo de defesa automático, eu sentia que iria me desfazer se continuasse ali.

“Me deixa...” – pedi sem ar, incapaz de completar a frase.

“Eu me acordo sempre me sentindo incompleto, você acorda assim também? Você está sozinho até hoje, eu não quero que você cuide de tudo sozinho. Eu me arrependo se um dia eu pensei dessa maneira, mas hoje eu não quero você sozinho. Então me perdoa, Baek. Eu prometo que nunca mais vou te magoar.”

Quanto mais eu me sentia próximo de perdoá-lo, mais longe eu estava. Pois para cada vez que eu pensava na possibilidade de haver um perdão, eu era diretamente jogado aos motivos que o fizeram pedir por aquilo tantas vezes. E ser jogado no passado era como dar uma passo para trás. O perfume de outro homem em sua roupa, a frieza de ambos na cama, as noites em que o esperei acordado. E então a traição, a separação, meus exames, a despedida e...

BOOM.

Quatro anos se passaram... E eu estava de volta ao presente tão desesperador e fadigante.

“Como eu posso te perdoar, Chanyeol?” – minha voz saiu baixinha, quase pensei que ele não tivesse ouvido pelo tempo que ficou em silêncio sem responder, só então eu percebi que havia feito uma pergunta difícil.

Ele tocou nos meus cabelos que estavam mais compridos que o habitual e começou a fazer um leve cafuné antes de responder.

“Imagine que você possa ter uma balança, Baek. Um lado são as partes boas, todas elas: os momentos, os sentimentos, tudo. Do outro lado são as partes ruins, incluindo todos os meus erros...” Ele continuou fazendo um carinho confortante nas minhas madeixas, enquanto procurava formular novas palavras para me dizer. “Eu sei que o lado ruim pesa mais agora, então se você me perdoar eu vou fazer o lado bom pesar mais e mais. Eu preciso de um tempo para fazer isso, entende, um tempo para curar suas feridas.”

Se fosse quatro anos atrás, com essas palavras – ou até sem elas – eu teria lhe perdoado mil vezes. Mas agora eu tinha percorrido um caminho muito longo, cheio de espinhos, e eu tive que aguentar tudo sozinho. Não era hora de tacar todos os meus anos de esforço no lixo e me jogar em seus braços. Eu não queria correr o risco novamente. Eu não queria ser magoado de novo, pois suportar tamanha dor uma vez já era o suficiente.

Levantei-me.

“Baek...” – ele chamou baixinho.

Fui até o fogão e desliguei o fogo, eu não queria que minha distração pudesse provocar algum acidente. Além do mais, eu precisava sair dali o quanto antes.

“Preciso ver como o Minki está.”

Tomei rumo ao quarto do meu filho, porém não consegui dar mais que dois passos para fora da cozinha sem ter sua mão fechada em meu braço. Fui puxado e depois colocado contra a parede, pensei em me soltar e fui pego de surpresa por seus olhos turvos. Tolice minha pensar que haveria, em algum momento, uma escapatória para tudo que ele estava tramando. Meu interior já em chamas pedia por socorro. Eu estava quase...

“Diga que não me ama. Mas diga olhando nos meus olhos, se for assim, com sinceridade, eu não lhe atormento mais.”

Será que meu olhar não era o suficiente? Quando eu me tornei bom farsante o bastante a ponto de conseguir esconder a verdade em meus olhos? Ou ele queria apenas ouvir da minha boca? Provavelmente uma afirmação minha não apenas encheria seu ego, como seria o suficiente para ele ter um motivo para continuar. Se eu ainda o amasse ele teria certeza que nada de suas tentativas seriam em vão. Mas o que eu poderia fazer? Eu estava tentando fugir dele o tempo todo, por que agora eu deveria dizer que ainda lhe amava? Por que eu deveria me submeter a mais bajulações, palavras doces e ainda ter que ser forte o bastante para não cair em tentação?

Ou então... As palavras certas e as consequências erradas.

Eu queria tanto o errado naquele momento.

“Eu não... Eu não posso deixar de te amar.” – admiti, sentindo meu corpo perder as forças gradativamente, e acredito que benditas lágrimas insistiram em cair dos meus olhos. “Por um único dia, por um único suspiro, eu não consigo deixar de sentir que eu preciso de você aqui.”

“Baek...”

“É como se eu fosse incompleto, como se minha alma tivesse sido divida. Mas o que eu poderia fazer antes?” – as lágrimas finalmente caíram. “Minha outra metade não queria ser minha. Minha outra metade escolheu outra pessoa para se completar e me deixou incompleto.”

“Sua outra metade está aqui agora.” – sua mão aberta tocou a lateral do meu rosto.

“Não. Depois de tanto tempo... Por quê?” – indaguei, batendo em sua mão e movendo a minha cabeça inclinada de um lado para o outro. Não era tão difícil encarar seus olhos agora que eu estava sendo sincero.

“Porque eu te amo.”

Meu rosto cedeu, meus olhos encontraram o chão e eu vi uma lágrima minha pingar nele. Aquela resposta era simples demais.

“Isso não é o suficiente.” – eu disse, batendo no seu braço e lhe abandonando.

“O que é o suficiente então? Você disse uma vez que pensava que o amor era o suficiente, não pensa mais assim?”

“VOCÊ ME MOSTROU O CONTRÁRIO, DROGA!” – elevei minha voz, tampando minha boca com a mão em seguida. Eu tinha me esquecido de Minki dormindo no quarto.

“Não fale assim...” – suplicou num tom baixo.

“Talvez eu ainda ache que o amor é o suficiente sim. Mas onde esta esse amor? Quando eu vou poder sentir, tocar, quando eu vou poder vê-lo? Por que você não me mostra esse amor agora?” – dei enfase na última palavra.

Maldita hora de não prever quais serão as entrelinhas das minhas próprias frases. No entanto  Chanyeol era bom em ler entrelinhas.

“Se é assim que você deseja, eu lhe mostro.”

Quatro passos nos separavam, três, dois, um.

Ele me puxou até seus lábios pela nuca, com força, e depois tocou minha cintura com a outra mão de maneira delicada. Meus olhos abertos ao máximo se fecharam instantes depois, quando seus lábios macios começaram a chupar os meus. Senti as lágrimas presas rolarem pelo meu rosto, e meu coração se fragmentou em pequenos pedacinhos de cristais. Eu estava ali, morto de saudade de seus lábios, de seu toque e de seu amor que, agora, ele mostrava com tanta convicção em apenas um beijo.

No entanto não era um beijo comum, era um beijo de duas pessoas que permaneceram se amando por anos mesmo tão longe uma da outra. E no beijo havia tanta saudade que era torturante manter o ritmo lento e romântico, porque ambos desejávamos muito mais que aquilo.

Chanyeol foi o primeiro a mostrar necessidade, apertando minha cintura com força, me trazendo para mais e mais perto dele e depois gemendo em meio ao beijo. Começamos a nos beijar com mais intensidade, nossas línguas brigavam uma com a outra, enquanto nossos corações disputavam sobre qual palpitava com mais velocidade. O ar começou a faltar, e eu amaldiçoei o oxigênio por querer ser mais necessário e importante que aquele beijo que eu esperei por tanto tempo. Nada, naquele momento, poderia ser tão importante a ponto de nos fazer parar.

Ele foi andando comigo, me fazendo dar passos para trás até minhas costas colarem na parede da sala. Suas mãos tocavam todo o meu corpo, e seu corpo pressionava o meu. Minhas mãos também lhe tocavam; nos braços bem torneados, nas costas, no pescoço. Quando ele deixou meus lábios, eu pude me livrar daquela agonia que clamava por oxigênio, inclinei meu rosto e busquei ar para os pulmões. Ele, por sua vez, aproveitou a vulnerabilidade de meu pescoço alvo e distribuiu beijos por ali, e mordiscou, e chupou.

“Hmm, Chanyeol... O Minki pode.”

Ele me olhou com os olhos febris, ah, por causa do volume grande e duro que tocava meu abdômen eu sabia que ele estava excitado e caramba, eu não tinha ideia do quanto até encarar seus olhos. Com a respiração ofegante começou a me puxar dali.

“Chanyeol, isso... Isso não quer dizer que eu te perdoei.”

“Não é necessário um perdão para o que vamos fazer agora.”

Ele abriu a porta e foi me empurrando para o banheiro – local mais próximo que achou com uma porta e uma chave. O barulho da chave girando na fechadura me provocou uma sensação estranha na boca do estômago. E quando Chanyeol virou-se para mim, acabei por descobrir que o brilho em seus olhos ainda estava aceso. Ele tirou a blusa e esperou um tempo, talvez tenha percebido meus olhos atentos passando por seu tórax, abdômen, um pouco mais pra baixo... Coberto.

Ele veio para mim, segurou meu rosto e me beijou novamente. Rendi-me a ele, sem culpa, sem pensar em consequências. Deixei que ele tirasse minha blusa também, e que beijasse minha pele por toda a extensão descoberta. O jeito que ele me abraçava, me beijava, me mordiscava, tudo isso... Era de fato amor.

Senti o piso gelado do banheiro nas minhas costas quando Chanyeol me colocou contra a parede outra vez. Ele me olhava de cima, os dedos no meu queixo, os lábios nos meus me dando pequenos selos. Eu queria chorar.

“Eu amo tanto você.” – disse ele.

Eu de fato queria chorar.

Ele me levantou do chão, e eu entrelacei as pernas em sua cintura, depois ele foi descendo comigo até que minha bunda encostasse no chão. Os beijos continuaram, porque parecia impossível desgrudar nossos lábios naqueles instantes. Estávamos sedentos demais um pelo outro.

“Fala comigo, Baek. Diga... Diga o que você está sentindo.” – ele pedia em pequenos múrmuros, enquanto beijava meu pescoço em diversos lugares. Chanyeol foi delicadamente me virando e abaixando meu corpo até que minhas costas colassem no chão. “Deixe-me saber, Baek... Deixe-me saber o que você está pensando. Sua mente é tão desconhecida para mim agora.” Ele beijava meu tórax, depois foi para o abdômen e agora estava muito próximo do cós da minha bermuda.

Ele desamarrou o laço que a segurava.

Oh, não.

Pegou minha mão e a colocou sobre seu peito, e não era pra sentir o palpitar de seu coração dessa vez, embora eu pudesse perceber o quão rápido ele batia. Eu sabia muito bem o que Chanyeol queria.

“Me toque, Baek. Onde você quiser, me toque...”

Comecei a deslizar meus dedos finos e trêmulos por seu peitoral, sem conseguir desviar meu olhar molhado de sua face serena, os olhos fechados como se estivesse desfrutando das mais belas das sensações. E talvez estivesse. Ele parecia ainda maior visto de baixo, e por consequência eu me sentia mais frágil que nunca, como se precisasse de sua proteção. E ah, eu queria tanto.

Elevei um pouco meu tronco para poder alcançar seus mamilos e comecei a chupar um deles, passando a língua, mordendo e por fim deixando Chanyeol louco. Fui trilhando um caminho de beijos até chegar ao outro mamilo, e nem pude trabalhar muito nele, pois Chanyeol puxou meus lábios para outro beijo, como se fosse muito mais interessante sentir meus lábios em sua boca que em seus mamilos. E era, sem dúvidas.

E embora ele quisesse minhas palavras, eu preferia guardá-las secretamente, talvez para o momento certo, ou quem sabe para deixá-las morrerem dentro de mim. Até porque eu não tinha ideia para onde aquele ato nos jogaria depois. Alguns passos à frente ou alguns passos atrás... Eu não sabia. Nem ele sabia. A única coisa da qual tínhamos certeza era sobre aquele momento e tudo que estava acontecendo nele.

Como agora, por exemplo, em que eu sentia minha intimidade contrair-se com o toque gelado de seus dedos abaixando minhas calças até o fim, até livrar-se delas, aproveitou e livrou-se de todo o resto de suas roupas também.  E depois ele fez o que eu achei que ele iria fazer, como sempre... Dar prazer a mim primeiro. Ele tinha esse costume e pelo jeito não havia perdido.

Coloquei minha mão em seu ombro esquerdo, fechando-a com força ali e soltando um resmungo baixinho e abafado quando ele abocanhou minha intimidade. Elevei meu quadril em busca de mais contato, e me arrependi um pouco ao vê-lo quase se afogar por causa do ato. Acariciei seu ombro como um pedido de desculpas, e ele beijou a ponta da minha glande como se dissesse que estava tudo bem.

“Ahh... Hm, C-Chanyeol.” – resmunguei. A sensação da sua língua era deliciosa, e o prazer que eu sentia beirava ao insuportável, tanto que eu não parava de me contrair e rebolar o quadril, louco para me livrar daquela tortura.

“Está bom?”

Se estava bom? Caramba, eu estava a ponto de explodir de tanto prazer e não era só isso. Chanyeol era bom de cama, sempre foi o melhor, mas é claro que ele tinha uma vantagem. Eu o amava, e nunca amei nenhum dos outros homens com quem me relacionei daquela maneira.

“Hm... E-Está. Agora entra em mim, vai.”

Ele abadonou meu membro com surpresa no olhar, enquanto eu soltei um suspiro ao sentir meu falo livre. Era compreensível seu espanto diante de minhas palavras, afinal eu sempre era passível demais, tímido demais para tomar alguma atitude. Era sempre ele que conduzia tudo, enquanto eu apenas gemia seu nome e deixava que ele me tocasse. Quatro anos se passaram, e nem todos os homens eram carinhosos e prestativos como Chanyeol. Eu tive que aprender algumas coisas. Mesmo assim ainda era diferente quando com ele, pois com Chanyeol sempre teria aquele friozinho na barriga e as tão faladas borboletas, meu coração sempre estaria palpitando com mais força também.

Minha boca se partiu quando ele adentrou com o primeiro digito, no segundo eu resmunguei um pouco de dor e meus lábios foram tomados quando ele inventou de acrescentar o terceiro digíto. Rebolei com os dedos lá dentro, querendo mais contato. E fiquei constrangido quando reparei que Chanyeol me observava com os olhos brilhantes e lábios também partidos. Era como se ele observasse algo precioso. Parei de rebolar um pouco envergonhado e virei o rosto para o lado.

“N-Não me olhe assim.” – pedi baixinho.

“Como você quer que eu te olhe?”

Droga de pergunta.

Chanyeol se deitou sobre mim, tive que abrir mais as pernas para acolhe-lo. Ele apenas beijou minha bochecha e voltou a aumentar a distância entre nós, então pude perceber que ele se preparava para entrar, ainda meio trêmulo. Abracei melhor sua cintura com as pernas. Depois senti sua mão no meu queixo, virando meu rosto em sua direção.

“Olhe para mim enquanto eu faço isso.”

Não era um pedido, era uma ordem.

“C-Chanyeol.” – murmurei baixinho, sentindo seu volume começar a pedi passagem. Segurei em seus braços com força, e usei força também quando mordi meu lábio inferior impedindo um gemido doloroso escapar. Doía é claro, como sempre.

“Não deixe de olhar.” – ele pediu, as bochechas coradas, a testa suada e a respiração ofegante.

“Mas, ah... é vergonhoso.” – revelei, sentindo meu rosto se aquecer ainda mais.

“Já fizemos isso milhares de vezes, você lembra?” – ele dobrou seus braços, segurando o seu peso com os cotovelos no chão. Nossos rostos estavam próximos agora, e minha vergonha apenas aumentou. “Você quer lento?... Ou forte?”

Ele fez esses movimentos, primeiramente lento, e terminando numa estocada rápida e precisa, adentrando por completo meu interior e atingindo minha próstata de início. Meus lábios se partiram e minha respiração se tornou ofegante como a dele. E para mim pouco me importava se seria lento ou rápido, ou muito forte. Eu só queria abraçá-lo, eu queria...

Quando inclinei meu corpo para agarrar seu pescoço com meus braços, Chanyeol deu um jeito de me fazer sentar sobre o seu colo. Trocamos um beijo quente enquanto eu me acostumava com a invasão, e depois eu comecei a me movimentar com sua ajuda. Suas mãos seguravam minha cintura com força, me erguiam e depois me colocavam para baixo, onde seu membro me penetrava com precisão.

Deixei minha cabeça em seu ombro, ainda abraçado a ele, enquanto ele me guiava. Suas costas suavam, e os gemidos baixos na minha orelha quase me faziam chorar. De repente eu estava me sentindo tão feliz, tão completo... Eu...

“Eu te amo, Baekhyun.”

Oh, droga.

“Eu te amo, Baekhyun”

Ele começou a repetir, a cada estocada ele.

“Eu te amo, Baekhyun... Eu te amo, Baekhyun. Eu te amo...”

Ele me deitou novamente, meu braço escondia meus olhos marejados, mas logo ele foi retirado dali. Não consegui encarar, Chanyeol.

“Não chore agora... Só sinta prazer.” – ele murmurou no meu ouvido. Senti sua mão agarrar meu membro e começar a masturbá-lo, enquanto ele continuava se movimentando de maneira sensual.

“F-forte. Mete forte.” – eu pedi, sabe-se lá de onde tirei tamanha coragem.

Chanyeol sorriu de lado e respondeu ao meu pedido com estocadas aceleradas. Eu sentia minhas costas nuas esfregarem no piso gelado, enquanto eu fincava minhas unhas em suas costas, arranhando-a

“Ahh, ahh C-Chanyeol, não.” – eu choramingava. Santo Deus, o que era aquilo que eu estava sentindo? Meus olhos se enchiam de lágrimas, enquanto eu sentia que estava chegando para mim.

E para ele também.

“Me espere, vamos gozar juntos.”

Ele pressionou o polegar na minha glande quando eu senti que estava quase lá, e eu gritei por causa disso. Oh, não, eu queria tanto... Agora o que me restava era me contorcer e implorar mentalmente para que ele gozasse logo, enquanto ouvia as alterações de seus gemidos. Ele ia tão forte dentro de mim, que tive que colocar uma mão em frente a minha cabeça para não batê-la no box de vidro. Ah se Sehun sonhasse com o que estávamos fazendo no banheiro da casa de praia de seus pais.

“V-Você consegue... Consegue sentir o amor agora, Baek? Você... Ah.”

Ele tirou o dedo, me libertando. Como o planejado nós gozamos juntos, um grito uníssono desprenderam-se de nossas gargantas, e ele abraçou meu corpo pequeno com força. Eu ainda conseguia ouvir o gemido rouco e altamente masculino ecoando nos meus ouvidos segundos depois, quando ele já estava exausto sobre mim. Isso não o impediu de me roubar um beijo, um único beijo para levar embora o que nos restava de fôlego.

E antes que a preguiça lhe dominasse ele se levantou, depois me deu a mão com a intensão que eu fizesse o mesmo. Há, como se eu já tivesse me recuperado, claro. Eu resmunguei em protesto e Chanyeol deixou um risinho escapar entre sua respiração ofegante. Foi então que ele passou os braços por baixo de mim e me ergueu do chão.

“C-Chanyeol.”

“Temos que tomar um banho, eles já devem estar voltando.”

“E eu ainda nem fiz nada pro Minki comer.” – murmurei, abraçando seu pescoço manhosamente.

“Ele ainda deve estar dormindo, ou já teria chamado.”

Ele me colocou no chão – já dentro no box – e ligou o chuveiro, colocando a mão embaixo da torrente de água para verificar a temperatura. Quando ele disse que estava bom, eu caminhei timidamente até embaixo do chuveiro e ele veio depois, como eu já previa, e me abraçou. Ele apoiou o queixo na minha cabeça e me trouxe para mais perto de si com carinho.

A realidade voltou a me assombrar e eu não consegui deixar de pensar que não queria sair daquele banheiro, eu não queria ter sair dali, pois ali era perfeito. O jeito como ele me abraçava fazia com que eu me sentisse seguro, porém para mim tudo aquilo não passava de um sonho, quem sabe uma utopia.

“Baek, diga alguma coisa... Eu não aguento mais ficar sem saber o que está passando na sua cabeça agora.” – pediu com a voz aflita. “Eu fiz errado? Foi muito precipitado?”

Meus braços subiram pela pele molhada dele, minhas mãos se encontraram e depois se afastaram um pouco em sua costas. Colei minha bochecha em seu peito e apertei o abraço. Havia tantas coisas que eu queria dizer, tantas coisas, tantas...

“Eu estou pensando como quero que esse momento dure pra sempre.” – admiti.

“Ele não precisa acabar.”

Comecei a chorar, porque, droga, eu não estava mais forte em relação a ele. Eu poderia ser forte em relação a tudo ao redor, mas não a ele, não depois de termos trocado tantos contados íntimos. Não após meu coração ter palpitado tão forte contra o peito por sua causa. Não após um abraço daqueles. E o beijo, e as palavras...

“Baek, por que você está chorando?”

Eu não só chorava, eu soluçava, meus ombros tremiam e eu não conseguia esconder. Chega de ser forte na frente dele, eu não conseguia mais aguentar. Ele tentou tirar as mãos que eu usava para esconder meu rosto, e me puxava pra perto sempre que eu me afastava, sempre me perguntando o que estava havendo.

“E-Eu ainda me sinto tão machucado. Eu quero te perdoar, mas eu não consigo, porque tudo ainda é tão doloroso.” – Ele me apertou com força contra os seus braços, sentindo dor com minhas palavras. “            Eu tenho medo de voltar e amanhã ou depois você me abandonar de novo.”

“Não, não, para de pensar essas coisas, por favor, para.”

Ele me apertava com mais força e teimosamente eu tentava me afastar. Eu estava tão cansado daquilo tudo.

“Eu tenho medo de jogar na sua cara o quanto você foi mau pra mim em qualquer briga que tivermos.” – revelei.

“Tudo bem, meu amor. Eu aguento, eu prometo que aguento, você pode ser mau comigo o quanto quiser, vai doer, mas eu prometo que vou suportar, eu vou suportar até você superar isso.” – ele repetia as palavras sem parar, me juntando ao seu corpo como se tivesse medo de me perder pra sempre caso eu me soltasse dele. “Não se canse tanto, Baek... Não pense tanto, está bem? Por favor, pare de chorar, ou...”

Ele começou a chorar também.

“Me perdoa, droga. E-Eu... Eu me odeio por ter te machucado, eu juro que eu me odeio. Desculpa, meu amor.” – ele me beijava em todas as partes, enquanto eu ainda tentava esconder o rosto e conter os soluços.

Santo Deus, eu estava lhe desesperando também.

“Eu só quero ver aquele sorriso sincero em você de novo, eu faria tudo pra ter isso de volta. Qualquer coisa pra ver você feliz ao meu lado de novo.”

Meus soluços foram diminuindo gradativamente, e quase pararam quando ele capturou meus lábios. Os braços me apertando contra seu corpo nu, a língua tocando a minha com paixão, como se eu pertencesse somente a ele. E eu me derretia todo em seus braços.

“Nós podemos tentar com calma, Baek... Vamos começar do início, está bem?” – ele sussurrava no meu ouvindo, enquanto descíamos até encontrar um chão para sentar, ainda um nos braços do outro. “Como namorados... Aceite isso e eu prometo te levar flores quando for te buscar para ir ao cinema, eu prometo tocar para você, lhe falar coisas bonitas, lhe abraçar e beijar com carinho. Eu vou fazer isso até o dia que você permitir que eu coloque outra aliança em seu dedo, até o dia que você permitir que eu durma em sua cama, até o dia em que nós nos tornemos uma família. Então eu vou levar você, Minhee e Minki para o parque, vou comprar um balão da disney pra cada um deles. Vou buscá-los com você na escola, depois vamos ajudá-los a fazer o dever quando chegar em casa. No fim da noite vamos assistir um filme infantil antes de dormir, e quando eles pegarem no sono, nós vamos para o nosso quarto e faremos o mesmo que fizemos hoje. Eu te prometo tudo isso, meu amor. Por favor, aceite.”

Oh, droga.

Eu estava quase...

“Está bem.” – murmurei procurando por sua mão e a pegando, só para fazer a minha parar de tremer. “Está bem, está bem.”

“Ah, Baek. Obrigado.” – ele me beijou outra vez, depois passou a dar vários selinhos consecutivos. “Eu te amo, eu te amo, eu te amo.”

Não sei se eu estava pensando racionalmente no momento em que eu disse “está bem”, talvez – com certeza – eu não estivesse pensando racionalmente desde o nosso primeiro beijo naquele dia, ou até antes disso. Pelo menos eu parecia mentalmente menos cansado depois de tanto tempo. Era como se um peso enorme tivesse sido tirado das minhas costas, mas ele ainda estava lá, só que segurar tal peso em dois é muito mais fácil.

E embora meu medo ainda fosse evidente, eu queria confiar nele. Eu queria dar uma chance a Chanyeol. Pela minha dor, pela dor dele. Pelos nossos filhos. Por nós. Eu o amava. Ele me amava.

E porque todo mundo erra.

E porque todos merecem uma segunda chance.

E acima de tudo porque alguns laços não podem ser desfeitos.

CONTINUA...



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