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História Laços (Inaceitável) - Pai e Filha


Escrita por: SweetOro

Capítulo 7 - Pai e Filha


Sasuke estava de frente para Sarada, vendo ela olhando para as bolas de sorvete diante dela, que estavam derretendo graças à temperatura ambiente, com a tarde chegando, o calor do meio dia foi indo embora também. Ela encarava o doce, mas não o comia. Ele se questionou se era porque ela estava sem apetite, simplismente, ou se era porque ela estava triste com toda essa turbulência familiar pela qual eles estavam passando, mas ele acreditou fielmente que era a segunda opção.


- Não gosta de sorvete? - Foi uma pergunta genuína de Sasuke, apesar de ela pensar que aquela era só uma forma de seu pai enrolá-la e não ir direto ao ponto com os assuntos que deveriam ser abordados ali.


- Gosto...


- Então por que não está comendo? - ele perguntou, e ela sabia que ele tinha total conheciamento da resposta. Ela sabia ler seu pai, e sabia que ele estava apenas enrolando-a.


Sarada olhou para seu pai uma última vez, antes de olhar para baixo e respirar fundo. Ela se remexeu na cadeira de madeira que ficava na área externa da sorveteria e apoiou os dois cotovelos sobre a mesa e cruzou os braços. Ficando com uma postura mais ereta - assim como a dele -, ela encarou o rosto de seu pai.


- Papai, acho que nós devemos ir direto ao assunto. - ela viu Sasuke engolindo em seco, enquanto desviava o olhar. - Você sabe porquê estamos aqui... e sabe que devemos conversar sobre o que aconteceu. - Sarada percebeu que ele estava muito relutante em começar a falar sobre o assunto, graças à forma como ele se comportava. Mas tanto ela quanto ele sabiam que, mais cedo ou mais tarde, eles deveriam falar sobre. - Me conte a sua versão da sua briga com a mamãe.


Sasuke estava de cabeça baixa e levantou o olhar para encarar Sarada, que estava com os olhos fixos em seu rosto. Ele fechou os olhos e respirou fundo, quase como um suspiro de cansaço e olhou para baixo assim que abriu suas pálpebras.


-  De uns tempos para cá, sua mãe vem me evitando. - ele olhou rapidamente para o rosto de Sarada e percebeu que a expressão dela era de alguém que estava atenta, mas levemente confusa. - Eu não entendia o porquê, mas... - Sasuke respirou fundo. - Ontem à noite, eu entendi que é porque sua mãe está apaixonada por outro homem. 


Sasuke encarou o rosto de Sarada e percebeu que a expressão dela era de surpresa, ela ficou em choque com o que descobriu. Ele sabia que Sakura havia contado outra versão da história, uma outra visão, mas ele não sabia se ela havia dito a verdade. 

Era difícil para Sasuke falar essas palavras em voz alta, era mais difícil ainda falar isso para sua filha, que com certeza estaria dividida entre o próprio pai e a própria mãe.

Foi a vez de Sarada abaixar o olhar. Sasuke não conseguia ler ao certo sua expressão. Ela parecia chocada, ao mesmo tempo que parecia confusa, ou triste. Ele não conseguia entender. Ela era apenas uma criança ouvindo tanta informação, tendo que passar por algo assim. Pensar que sua filha pudesse estar passando por um tormento, fez com que Sasuke abaixasse a cabeça, triste com a situação. Nenhum dos dois olhava para o outro e isso era desconfortável.


- Eu sei que essa situação pode ser horrível, mas...



- A mamãe... - Sarada interrompeu Sasuke, que a encarou atento com o que ela queria dizer, mas ela não olhava para ele de volta. - Ela disse que... que ela queria um marido melhor. - ela levantou os olhos lentamente na direção de Sasuke, que engoliu em seco. - Ela disse que... há coisas sobre o passado de vocês que era melhor eu não saber. - Sasuke abaixou o olhar, visivelmente triste. - O que aconteceu quando vocês eram jovens?


Sarada, ainda com os braços cruzados e apoiados sobre a mesa, curvou levemente as costas e abaixou a cabeça, para tentar olhar para o rosto de Sasuke, que estava cabisbaixo.


- Você pode me contar?


- Não! - ela mal havia terminado a frase e Sasuke já respondeu, com um tom de voz levemente elevado. - Ela está certa sobre isso, é melhor você não saber. - o tom de voz dele voltou a ficar ameno, como sempre. - Nossa época era totalmente diferente de hoje em dia, Sarada... - Sasuke encarou os olhos de sua filha. - Eram tempos de guerra, de caos... não era existia a mordomia de paz... apenas saiba disso. - ele voltou a abaixar a cabeça.


Sarada abaixou o olhar. Na cabeça dela só se passava mil e uma coisas que ela estava imaginando, teorizando, sobre o que poderia ser essa "tal coisa" que aconteceu com seus pais no passado. Ela ficou mal pensando que seus pais passaram por tanto sofrimento, mas agora ela estava pensando nela mesma. A vida seria totalmente difícil dali para frente com seus pais separados.


Sarada empurrou a vasilha de plástico colorida com as bolas de sorvete completamente derretidas dentro e a colher de plástico apoiada da borda, tirou do bolso a carteira e colocou notas de dinheiro na mesa, se levantando logo em seguida. Sasuke acompanhou o trajeto da filha com um olhar confuso no rosto.


- Eu ainda tenho muito o que pensar sobre vocês dois, papai. - Sarada disse, enquanto guardava suas coisas e andava para trás da cadeira para posicioná-la no lugar certo. - A mamãe disse que minha opinião pode contar muito na decisão final do juiz e, até lá... - Sarada olhou para Sasuke, que estava com o olhar nitidamente confuso, ainda sentado na mesa. - Eu não quero mais ver seu rosto ou o da mamãe. - Sarada disse isso virando de costas e saindo da sorveteria, caminhando calmamente.


Sasuke piscou algumas vezes, com um pouco de lentidão para raciocinar o que havia acontecido ali. Assim que assimilou tudo, ele se levantou da cadeira e começou a andar com passos rápidos na direção de Sarada e segurou no braço dela com sua única mão.


- O que foi que você disse? - ele perguntou, enquanto virava o corpo dela para ficar de frente para ele.


Sem movimentos bruscos, ela puxou seu próprio braço e se desvincilhou da mão grande e forte de seu pai, mas que não forçou a barra para segurá-la.


- Papai, durante o tempo que o juiz for decidir, eu quero ficar na casa da família Akimichi, porque eu não me sinto confortável estando com nenhum de vocês.


- Você não pode fazer isso. - Sasuke argumentou.


- Posso sim, se vocês permitirem.


- Eu não vou permitir.


- Está bem! - Sarada cruzou os braços e se virou para ficar completamente de frente para Sasuke. - Só quero que você saiba que durante esse tempo, eu vou ficar completamente descapotável em estar com qualquer um de vocês dois e vou considerar uma falta de respeito comigo vocês me forçaram a ficar com vocês.


Sarada praticamente cuspiu essas palavras para Sasuke. Ela falou rapidamente e com uma dicção perfeita, provando que ela realmente estava mal com toda essa situação. Vendo que ele ficou em silêncio, ela continuou:


- Eu quero ficar com a Chocho por mais esta noite. - Sasuke encarou o rosto dela. - Eu preciso de um tempo para pensar e assimilar tudo. Você e a mamãe também precisam desse tempo e... eu acho que se eu ficar longe, vai ser melhor para todo mundo.


Sasuke abaixou o olhar e engoliu em seco mais uma vez. Ela estava certa. Por incrível que pareça, uma criança de treze anos estava sendo mais sensata do que seus dois pais no auge dos trinta e três anos.


- Tudo bem. - ele olhou para sua filha, que foi levantando o olhar aos poucos à medida que foi entendendo que conseguiu convencer seu pai. - Eu aprovo que você fique na casa da sua amiga, realmente será o melhor para nós três.


Sarada esboçou um sorriso tímido de canto de boca, mas que era impossível ser imperceptível para Sasuke, que sempre reparava quando sua filha sorria.


- Obrigada, papai. - ela reverenciou Sasuke, inclinando seu corpo para frente e voltando a ficar ereta normalmente. - Até mais. - ela balançou a palma de sua mão de um lado para o outro, rapidamente, mandando um "tchauzinho", se virou de costas e começou a caminhar na direção da casa dos Akimichis. 


Assim que viu Sarada caminhado para longe, Sasuke foi diminuindo seu sorriso aos poucos conforme ela foi se afastando. Na sua cabeça, não fazia sentido ter esperanças de que ele conseguiria a guarda de sua filha, afinal de contas, ele foi um pai ausente durante toda a vida dela e, mesmo estando próximo, ele não conseguia ser um bom pai... pelo menos, ele não sentia que conseguia ser um bom pai. 


Passou-se pela sua cabeça que, neste momento, o melhor a se fazer, era ir conversar com sua ex esposa sobre toda a burocracia de divórcio, que era uma conversa que ele jamais pensou que teria. Ele não queria, mas não tinha escolha.


Ele começou a caminhar na direção da casa dos pais de Sakura, que era onde provavelmente ela estava e, assim qur chegou lá, bateu na porta três vezes, como de costume, pois ele detestava o som de campainhas.


A porta foi destrancada 


Ele se deparou com o rosto de Sakura


- Precisamos conversar.




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