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História Lado Negro - Escolhas


Escrita por: Semideus4

Capítulo 17 - Escolhas


Nathan Miller

Era impressionante a capacidade de Peter me odiar. Já quisera me matar e agora queria colocar Allyson contra mim, tudo bem que aquilo era para protegê-la, afinal, antes eu queria matá-la, mas agora é diferente, algo mudou e eu vejo que os Arcanjos não são tão diferentes do Anjos Caídos, quais julgam tão mal.

 A tensão naquela sala de estar se tornava cada vez maior, tudo que Peter explicou; tudo que parecia tão inacreditável para Ally, tudo que começava a se encaixar para mim...

 Bem, agora que ela sabia de uma parte da verdade não podia recuar e estava disposto a explicar minha parte, talvez ela entendesse e não decidisse parar de falar comigo para o resto da eternidade e acredite, isso pode ser bem longo.

 – Promete que vai escutar até o final? – encarei seus brilhantes olhos azuis.

 – Não prometo nada, mas farei um esforço – ela deu um pequeno sorriso de canto.  – Ahn... Peter? Pode sair do meio de nós? – ela olhou-o com uma sobrancelha erguida.

 – Claro – revirou os olhos e voltou a se sentar na poltrona, eu até pediria para que ele saísse e nos deixasse a sós, mas duvido que o faria.

 – Olha Ally, seu sobrenome Angnel foi o motivo pelo que vim até essa cidade, sou um anjo inferior, um ex-arcanjo, recebo ordens e vim parar aqui em busca de você, mas eu não sabia que esse alguém era justo você, descobri porque invadi a sala do diretor e mexi em seu computador, onde há todos os dados dos alunos, mas eu a conheci antes e fiquei receoso de fazer o que tinha de fazer e aí nos aproximamos, mesmo que você haja na maioria das vezes como uma patricinha irritante eu não tive coragem de realizar minha missão e meu tempo está cada vez mais curto... - quase não pausei para respirar.

 – Que missão criatura? – ela parecia aflita, curiosa e prestes a enlouquecer.

 – De entregá-la aos arcanjos, que provavelmente a matariam – a olhei sério esperando por sua reação, ela ficou mais pálida do que o normal e engoliu em seco. – Eu sinto muito – murmurei, ainda sim tentei não deixar transparecer o quanto estava abalado com isso.

 – Eu... – ela fechou os olhos por alguns segundos e respirou fundo. – O que foi aquilo na montanha? No dia da festa do Matt? – sua voz saiu rouca e baixa. Acho que ela se perguntava sobre aquilo até hoje.

 – Queria saber qual seria a sensação de perder você...

 – E qual foi? 

 – Horrível. – Falei tão baixo que acho que foi quase impossível dela escutar. – Você está correndo perigo e uma parte disso é culpa minha...

 – O que há com meu sobrenome? – Ally parecia torturar-se com essas perguntas e ainda mais com as respostas.

 – Você é descendente de uma linhagem própria de Lúcifer, de uma linhagem poderosa... E tem a mistura de sangue Celestial. Você pode ser considerada perigosa para muitos ou talvez a solução para outros... Não há como dizer...

 – Isso é loucura - ela se ergueu.

 – Querida – Peter se levantou e eu também. – Sei que isso tudo pode estar a assustando, mas é a verdade e por isso tinha medo de lhe contar antes...

 – Pois poderia ter contado mesmo assim! – ela cruzou os braços direcionando o olhar ao guardião, parecia com raiva. – Eu não acredito que tenha escondido tudo isso de mim, e você faria o que quando no dia do meu aniversário brotassem asas do nada? Diria que sou uma lagarta saindo do casulo? – isso poderia ter soado engraçado se estivéssemos em outra situação.

 – Não é exatamente assim que ocorre a transformação, pelo menos não na sua situação... – Peter puxou Allyson para um abraço, que relutante retribuiu e pareceu se acalmar.

 Segundos mais tarde, a mesma me olhou. Estava perdida, como se não soubesse o que dizer.

 – Como teria coragem de entregar qualquer pessoa que fosse para eles? Quero dizer, sabendo qualquer provavelmente seria seu fim... O que ganharia em troca? – esqueça a parte de que ela parecia não saber o que dizer.

 – Eu teria meu posto de Arcanjo outra vez. E sim, teria coragem para isso, eles me fizeram acreditar que tal pessoa poderia se juntar ao exército do Outro Lado e com isso geraria uma batalha e grande parte de nós morreria... Fim da história. – Suspirei. – Mas não acredito nem que você possa ferir uma formiga, então... Meio que minha ideia mudou. Você me fez mudar de ideia.

 – Eu não estou julgando você, pois toda essa história é insana... – ela colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha. – Mas isso é tão insensível, e se fosse outra pessoa no meu lugar?

 – Não seria – ambos olhamos para Peter. – São as leis do destino, tudo acontece por alguma razão. Podemos até não gostar do que acontece – ele olhou especialmente para mim. – Mas elas simplesmente se desenrolam...

 – Você quer ganhar o prêmio de melhor filósofo do ano, por acaso? – disse dando um sorrisinho irônico.

 – E você quer que eu lhe parabenize pelas besteiras que fala? – Peter estreitou os olhos em minha direção.

 – Vocês vão mesmo ficar discutindo enquanto estamos falando de algo sério? – a loirinha massageou suas têmporas. – Pensando bem, prefiro ficar sozinha agora – concluiu se virando para mim. – E eu acredito em você Nate. – Após isso deu as costas subindo as escadas.

 Eu e Peter nos olhamos, ele ergueu as sobrancelhas. Estava esperando que eu fosse embora. Dei um sorriso falso e saí da casa batendo a porta com força propositalmente. Não que eu não gostasse dele, mas eu só não gosto, entendeu?

 Peguei minha moto e arranquei. Dirigi até o O’learys, depois de deixá-la no estacionamento entrei no local que estava cheio; pessoas rindo, jogando, conversando... E o lugar tinha um cheiro almiscarado e de cigarro. Sentei-me em uma das banquetas e pedi uma cerveja. Eles nem sequer pediram a minha identidade, deviam estar acostumados com os adolescentes da Emerald. Claro que eu não posso ser considerado exatamente um, minto que tenho 17 anos pois se dissesse minha verdadeira idade as pessoas se assustariam e me chamariam de maluco. Mas anjos podem viver por eternidade, e eu já vivi muitas.

 – Bebendo essas coisas há essa hora? – ouvi uma voz totalmente familiar assim que dei o primeiro gole em minha bebida.

 – O que você quer Lisa? – olhei para a garota que se sentava ao meu lado. – Pensei que tinha entendido a parte de não aparecer mais aqui.

 – Você é uma graça – ela pegou o copo de minhas mãos e bebeu. – O que todo mundo vê de legal nesse lugar?

 – Você não respondeu minha pergunta. – Insisti.

 – Eu estava no tédio e digamos que sua vida está ficando bem... hum, interessante – sorriu para mim. – Não digo que está tudo cor-de-rosa, mas digamos que pelo o que já percebi que está acontecendo, as coisas ficarão bastante movimentadas.

 – Se você quer dizer mortes e batalhas, então sim, ficarão bem movimentadas – disse ironicamente.

 – Conheci sua amiguinha – ela deu de ombros me ignorando. – Não é tão ruim assim, porém, não sei o que você viu nela...

 – Como assim você a conheceu? – aquilo chamou minha atenção, espero que Lisa não tenha assustado a garota. Ela apenas fez um gesto com a mão em descaso, como se aquilo não fosse importante.

 – Você parece disposto a ir contra os Arcanjos pela sonsinha... – ela balançou a cabeça levemente em negação. – Escolha perigosa, até para você gatinho. Vai precisar de ajuda.

 – O que você quer dizer com isso?

 – Quero dizer que eles não são bobos e logo perceberão de que lado está – ela pousou o cotovelo na bancada escorando o queixo na palma da mão.

 – Eu não estou de lado nenhum – expliquei revirando os olhos. – Faço minhas próprias escolhas.

 Elisabeth suspirou derrotada, talvez quisesse me fazer mudar de ideia como Jason. Só que eles eram completamente diferentes. Confiava nele, não nela. Embora me preocupe com sua segurança, já que não devia estar aqui, se descobrirem que ela desce a terra a acusariam de estar sendo minha cúmplice quando descobrirem que não realizarei meu trabalhinho sujo. Mas não admitiria isso.

 – É melhor parar de vir para cá – avisei-a.

 – Quem disse que eu havia voltado? – lançou um olhar orgulhoso. – Desde que nos vimos estou por aí... É tão empolgante fazer minhas próprias escolhas. – Ela riu, sua risada não era alta e nem baixa, ela ria para provocar e chamar a atenção de um homem. Só que seu charme não funcionava comigo, não mais, não quando tinha outra pessoa ocupando meus pensamentos.

 Demonstrei irritação e após terminar minha bebida rapidamente toquei o dinheiro no balcão, me levantando em seguida, assim como Lisa.

 – Se mantenha longe – ameacei-a.

 Tinha que baixar meu olhar, pois ela era pouco mais baixa que eu.

 – Me manterei o possível para saber quando precisará de ajuda – piscou e com isso saiu, atraindo alguns olhares enquanto passava. 


Notas Finais


Sinto muito, muito mesmo pela demora do capítulo, mas eu estava e ainda estou em época de provas, tenho curso e fico meio sem tempo. Em fim, era isso, beijos.


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