História Lado sombrio - Tomione - Noite estranha

Hermione Granger 

Bellatrix revezava seu olhar de ódio entre Voldemort e eu, mas eu decidi ignorar
completamente e continuar comendo, afinal, eu comia agora por dois e não podia me dar ao luxo de entrar em uma briga desarmada agora. Voldemort parecia ignorar como eu, mas eu
podia sentir seu ódio exalando por todos os seus poros.

- Quem você pensa que é para me ignorar, sangue-ruim? - ouvi apenas o barulho de seus passos, mas não exatamente que tipo de feitiço ela lança em minha direção.

Porém, Voldemort é mais rápido e impede que o feitiço me atinge. Seria uma cena cômica, se não fosse tão trágica. Eu comendo, Bellatrix raivosa apenas de roupão e Voldemort me defendendo. Uma comédia bizarra. Não havia reparado muito bem a cena, o vi apenas arrastando uma Bellatrix meio mole para fora do quarto.

Não havia entendido muito bem a cena, mas perceber que ela foi atacada fez o meu ego inflar o suficiente para eu conseguir dormir bem essa noite. Depois que me senti totalmente satisfeita, fui tomar um banho para dormir. Minha vida se resumia a comer, dormir e ler o tempo todo. Não que não gostasse de ler, mas minha magia estava se acumulando a ponto de não conseguir controlá-la as vezes.

Abri o chuveiro, dessa vez eu tomaria um banho rápido e dormiria tranquilamente. A água quente caindo sobre meu corpo fazia meus músculos relaxarem. Peguei a toalha e me sequei lá mesmo. Havia um grande espelho no lavabo do banheiro, e eu não havia reparado. Quando deixei a toalha cair para vestir minha roupa de dormir, um pequeno volume já se formava em meu ventre. Notar isso me fez perceber o quão real era, e o quão inevitável. Eu tentava ignorar esse fato da minha vida, tentava viver sem pensar nisso, mas já estava se tornando algo impossível. Ver ali, aquele pequeno volume, fez algo se aquecer em meu coração.

Me fez desejar ver o rostinho do pequeno bebê que agora era tão indefeso, me fez querer protegê-lo. Passei a mão suavemente pelo pequeno volume. Eu não havia visitado um Medibruxo, não sabia nada sobre essa gestação. Ouço um click na porta, e então visto logo minha roupa de dormir, que não era mais do que um vestido curto de alças, pelo menos era um pouco folgado. Era uma seda negra macia. Mesmo com o pequeno vestido, meu ventre continuava avantajado. Suspirei e saí do quarto, com os pés descalços.

Entro no quarto e sinto o olhar de Voldemort sobre meu corpo. Ele me analisa de todos os

ângulos possíveis e para seu olhar exatamente onde eu estava olhando antes. Eu vestia sempre calças e nunca dava pra perceber. Como se tivesse aparecido de repente. Ele me olha com um certo olhar desconfiado e eu dou de ombros.

- O que quer?
Ele revira os olhos.
- Eu salvei sua vida, e é assim que me agradece? - e então, ignorando totalmente minha insatisfação com sua presença ele se deita na cama e se enrola com meus lençóis.

Bato palmas com impaciência.

- Ei, ei! Isso não fazia parte do acordo! - grito.

Ele finge que está dormindo e me ignora completamente.

Pego meus lençóis e travesseiros furiosa e vou em direção a porta, percebendo que obviamente está trancada. Me sinto uma tola sem minha varinha, eu precisava fazer alguma coisa para recuperá-la.

- Vai ser assim, então? - resmungo. Coloco os lençóis no chão junto ao travesseiro e me deito.

O chão é obviamente desconfortável, mas decido não me importar. Ele também parece não se importar com minha ausência. E nesse cenário incerto, eu pego no sono.
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Sinto um leve incômodo e acordo de repente. Olho ao redor, tudo está escuro. Sinto mãos em minha cintura e começo a perceber onde estou, eu deveria estar deitada no chão, mas agora estou na cama. Sigo, receosa, o caminho da mão que me segura. Olho para Voldemort, que ainda está dormindo, quieto demais. Sua aparência parece mais juvenil e serena, e é algo que não consigo evitar notar. Olho de volta e tento puxar sua mão de cima de mim, e então ele acorda sobressaltado.

- Que houve?

Apenas balanço a cabeça negativamente.

- Me deu um susto, garota.

- Você não ia ficar de guarda? E por que me colocou na cama?

Ele apenas revira os olhos e vira de costas outra vez. Eu tento levantar, mas sou puxada, e braços fortes me envolvem sem reservas. Sinto meu rosto esquentar.

- O que pensa que está fazendo? - pergunto irritada.

- Cala a boca e dorme.

E quando vou me afastar, sinto sua mão acariciando meu ventre.

Que noite estranha...
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