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História Lágrimas de abril - Dix-huit


Escrita por: gabsmonbebe e Ddaenguk

Notas do Autor


:)

Desculpem a demora, já está na reta final :(((

Capítulo 19 - Dix-huit


Fanfic / Fanfiction Lágrimas de abril - Dix-huit

Jungkook sentia-se cansado, fazia exatas cinco horas que dormia na cadeira dura de espera do hospital, não só ele como alguns dos meninos revezavam para que quando houvesse qualquer notícia, eles já estivessem comunicados.

A garota havia sido salva de seu possível suicídio, pela pessoa que havia feito chegar ao seu limite.

Quanta hipocrisia.

— Parentes de Park Tae-ji? — um homem alto com um jaleco apareceu. Era o mesmo médico que havia atendido a garota a poucos meses.

Logo Jungkook levantou-se e foi em direção ao mais velho, virando o corredor e escutando o que ele tinha a dizer.

Após ouvir tudo, cutucou Yoongi, que dormia calmamente e desajeitado na poltrona. O mais novo o olhou indagado e logo assentiu.

— Oh, ela está bem... E está reagindo aos medicamentos, logo acordará — coçou a nuca, ainda nervoso. — Ela engoliu muita água, seu pulmão está bem frágil. — o mais velho encarou o garoto a sua frente sério.

Deixou a parte de que a menina não estava se alimentando direito para si, teria uma longa e cansativa conversa para colocar os quilos perdidos em dia.

[...]

Jungkook olhava a menina cansada ao seu lado sorrindo. Havia acabado de acordar e estava olhando-o estranhamente.

— Não sirvo nem 'pra se matar. — a garota riu baixo e o moreno a abraçou carinhosamente.

— Não diga uma coisa dessas e eu não quero mais esse tipo de atitude descontrolada vinda de você, hein! — riu e deu beijo na testa da garota, tentando amenizar a situação.

Já sabia o que havia acontecido e o motivo da pequena ter explodido.

Apesar de sentir muita raiva e ainda por cima ter que tirar o minúsculo Yoongi de cima de Park Jimin, desejava que tudo desse certo entre os dois e claro, dado o recado que se fizesse algo de mal, iria o matar.

— Jungkookie, quando irei sair daqui? — perguntou sentando-se na cama com cuidado, pois ainda estava com a agulha do soro em seu braço.

— Quando você melhorar. — disse simplista.

— Mas eu já 'tô bem. — respirou fundo e sentiu um pouco de tontura.

— Está escrito na sua cara que você não está  — riu e segurou a mão da garota. — Desculpas, Ji. Mas eu vou ter que ir porque uma pessoa quer entrar pra te ver. — selou a bochecha da menor, que esperava ser Yoongi, já que o outro não havia aparecido ainda.

A porta logo foi aberta e uma figura um tanto conhecida de cabelos pretos entrou de cabeça baixa.

Respirou tão fundo que doeu seu pulmão novamente.

— Só pode estar de brincadeira — Tae colocou as mãos no rosto, angustiada. — O que eu fiz para merecer isso? Hein, Deus?

— Precisamos conversar. — Jimin se aproximou calmamente, observando que a garota queria se afastar.

— Não temos nada para conversar. — a menina deitou na cama, olhando para o teto.

— Temos muita coisa para discutir, você sabe disso. — rebateu, sua voz era melancólica.

— Mas eu não quero falar sobre nada com você, seu babaca. — se irritou.

— Mas você vai ter conversar! — Jimin bufou e sentou-se na poltrona ao lado da cama.

— Você quer falar sobre o que, Jimin? Quer conversar sobre o quanto você me magoa? Ou o quanto você me faz sofrer? — riu deixando algumas lágrimas escaparem. Algo tão contraditório. — Caramba, Jimin! Você me enganou certinho. Ficou comigo apenas para me usar, sério isso? — o menino apenas ouvia a garota desabafar, sentindo-se culpado. — Você iria me usar apenas por dinheiro? Dinheiro, Jimin? — exclamou irritada.

— Me entenda... Quando eu concordei com essa droga eu estava completamente louco. E tudo o que você ouviu, é verdade, eu não nego que iria te usar! — passou as mãos entre os fios negros e suspirou pesadamente, vendo a expressão triste da menor. — Mas naquele momento, eu iria negar esse desafio, eu acabei me apaixonando de vez por você e não iria conseguir de jeito nenhum continuar com isso.

— Aí o problema é seu, Jimin. — A garota disse rindo irônica e sentando-se de costas para o mais alto. Irritada o suficiente.

— Sabe, eu estava cego, tão cego por dinheiro, apenas dinheiro! Eu sou apenas um adolescente mimado. — disse colocando as mãos na cabeça frustado.

— Vai ficar me falando coisas que eu já sei e que são óbvias? — a garota o interrompeu ainda de costas para o maior.

— Deixa eu terminar! — exclamou se levantando e andando de um lado para o outro. — Eu sei, eu sei que errei, eu sei que sou um babaca, eu sei que sou merda. — disse ainda andando de um lado para o outro, nervoso. — Sei o quanto você sofreu.

— Sabe porque foi você que me fez sofrer! — o interrompeu novamente.

— Eu fiz toda a merda e errei feio dessa vez. Mas quer saber de uma coisa? — sentou na poltrona novamente, a garota ainda de costas assentiu. — Eu nunca, nunca cheguei a te usar. Tudo o que eu passei com você ou disse a você, foram coisas verdadeiras! — o menino levantou-se de novo irritado. — Tudo o que eu fiz, não foi por causa de um acordozinho! Foi tudo vindo de mim mesmo... Vindo do meu coração... — disse e relaxou os ombros. — Tudo o que eu fiz, foi porque eu sentia e sinto algo por você... — sentou-se novamente, inspirando o ar impacientemente. — Eu concordei com essa merda, mas sabe o que eu não esperava? Eu não esperava que toda a ação fosse vinda do meu coração, vinda de mim mesmo, não apenas de uma atuação! — A garota permanecia calada.

O quarto estava frio por conta do ar-condicionado.

— Eu estava cego, mas algo abriu os meus olhos. E sabe o que eu consegui ver? — perguntou e logo retornou a dizer: — Depois de de muito tempo, eu consegui ver que eu realmente te amo e faria tudo por você. — disse e abaixou a cabeça. A garota surpreendeu-se com apenas únicas três palavras antes nunca ditas para si.

Eu te amo.

Três palavrinhas fortes. Três palavras que amoleceram o coração da garota. Fazia quanto tempo que não ouvia essas palavras sinceras vindo de alguém?

A menina achava que um “eu te amo” era uma palvara forte demais para ser dita em vão.

O primeiro pensamento da garota foi que o menino estava exagerando, achava que pelo menos ele gostava dela. Mas ela estava enganada, essas três palavras pronunciadas naquele momento não foram ditas em vão.

— O que você disse, Jimin? — perguntou esperando ouvir novamente aquelas palavras do menino orgulhoso.

— Eu te amo. — Jimin se aproximou da menina. — Eu te amo muito, tanto que abria mão de tudo por você.

A garota virou para o menino e riu achando que aquilo era brincadeira.

— Que brincadeira sem graça. — disse sentando-se de frente para o menino, o olhando discretamente.

— Não é nenhuma brincadeira, Park Tae. — disse sério olhando para a menina a sua frente.

— Não? — perguntou curiosa e confusa com a declaração.

— Não — afirmou olhando no fundo dos olhos da garota que estava inquieta. — Você vai me perdoar? — abaixou a cabeça com vergonha. — Me desculpe por tudo, desde o bullying a todas as coisas que fiz com você. O Jimin de antes morreu, eu o matei por você. — disse colocando as mãos na coxa, apertando desesperado.

— Perdoar é tão difícil, Park — respondeu, deixando claro o quanto ele a havia magoado. — Posso conviver com isso, mas sempre estará lá no fundo da minha mente. — Podemos ser amigos.

— Amigos, o caramba. — Jimin deu um tapa na mão da menina que estava envergonhada pela aproximação repentina e se levantou puxando a garota para um beijo rápido.

[...]

Tae-Ji andava quieta em direção ao túmulo dos seus pais, fazia uma semana e meia que havia saído do hospital. Sua relação com Jimin tornou-se agradável e incrívelmente fofa. Porém, nada estava perfeitamente certo, ainda lembrava-se do passado e era um pouco difícil seguir em frente.

Parou em frente ao os dois grandes túmulos e se abaixou deixando ali uma rosa branca em cada um dos túmulos.

— Oi, mãe. Oi, pai — disse ainda abaixada, equilibrando-se em suas pernas. — Eu demorei para vir aqui, né? — perguntou se levantando, nunca aguentaria ficar naquela posição. — Espero que me desculpem. Eu conheci uma pessoa, sabe, não foi uma, foram várias. Elas estão me fazendo bem e estão cuidando de mim mais do que eu mesma — riu sozinha e o vento balançou seus fios de cabelo. — Eu achei estranho no começo, sabe? — perguntou mas sabia que não ia ser respondida. — Achei estranho porque ninguém nunca quis ficar perto de mim sem ser o Jungkook. Por falar no Jungkook, ele cuida muito bem de mim, eu desejo que ele seja muito feliz, não demos certo juntos — riu colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha. — Suas palavras ainda fazem efeito em minha mente, pai. Me desculpe por ser tão fraca e ter ficado do jeito que você falou que eu ia ficar. Você sempre me dizia que eu era um erro e sabe, você tinha razão. Eu até te perdôo, mesmo você tendo feito coisas horríveis a mim. Eu sei que eu não deveria ter nascido e até entendo você. — Disse e olhou em volta, o cemitério só não estava vazio porque tinha algumas pessoas ali. — Faz uma semana que eu estou sendo violentada e ameaçada, não só isso, como sendo humilhada. As coisas não mudaram, estou guardando isso em segredo. Talvez eu possa ficar forte com isso e eu também não quero preocupar ninguém. Os meninos não sabem disso, e eu nem vou contar para eles. Eu estou cansada disso, sabe... eu queria saber o porquê de eu nunca conseguir ser feliz, me sentir em paz... — disse e passou as mãos entre os fios negros. — Eu não sei se vou aguentar por muito tempo.... me desculpem, por eu apenas ser eu. — disse e se levantou indo embora dali com o peso do mundo em seus ombros.

[...]

Tae encontrava-se olhando para além da janela ao seu lado, perdida em seus próprios pensamentos quando a professora de coreano chamou-lhe a atenção.

— Hum, senhorita Tae... Estavamos falando sobre sentimentos, você pode me dizer algo sobre a dor? — perguntou e a garota suspirou, irritada.

— Hm, a dor? — perguntou, sem entender. — Que tipo de dor?

— Existem muitos tipos de dor, senhorita Tae-Ji? — A professora arqueou a sobrancelha, duvidando de si.

— Na verdade sim, existem muitos tipos de dor — desafiou a professora, lhe lançando outro olhar. — Existem dores físicas e dores emocionais. A dor física pode ser relacionada com qualquer tipo de coisa. Um exemplo é você levar uma bolada na cara, você vai sentir dor — disse e a sala riu pelo exemplo. — Outro exemplo é você apanhar de alguém, se eles te baterem, no final quando pararem, você irá sentir dor, já que eles machucaram você — disse e olhou diretamente para Sun Hee.

A garota havia contratado meninas fortes para bater em si, assim dificultando para ela se defender. Tudo estava indo de mal a pior.

— Existem as dores emocionais também... As dores emocionais podem aparecer por causa de uma decepção, uma perda, uma relação rompida, uma mentira, ou até mesmo se alguém dizer coisas horríveis a você. A dor emocional é algo que todo mundo pode sentir, até mesmo se você for a pessoa mais feliz do mundo, até porque nem todos os momentos são felizes, não é mesmo? — disse e a sala aplaudiu em respeito.

— Parabéns, senhorita Tae, estava prestando atenção na aula. Estou realmente impressionada com seu discurso. Posso saber como sabe tanto sobre isso? — A professora perguntou olhando diretamente a garota.

— Simples, todos os dias, todas as noites eu sinto ambos tipos de dores, tanto física como emocional. — disse e a professora abaixou a cabeça fingindo-se de desentendida e continuou a aula.

Jimin que estava sentado ao lado da menina, segurou a mão da mesma dando um beijo carinhoso rápido.

A dor é algo que todos nós podemos sentir, tanto física como emocional. Todos nós passamos por momentos difíceis que fazem-nos querer desistir,por puro medo de sentir mais dor do que já está sentindo.

A dor é inevitável, porém, o sofrimento é opcional.

[...]


Tae encontrava-se caída no chão de uma rua qualquer. Sua mochila estava jogada no chão e à sua frente via algumas garotas juntamente com Sun Hee rindo de si, o que para ela, havia se tornado rotina.


— Vamos, levante daí, sua babaca! — Uma garota que não sabia o nome, dizia rindo.


 Tae tentou se levantar, mas estava fraca o suficiente para que não conseguisse mover um músculo se quer. 


— Você é tão fracote, não tem graça isso  —  Sun Hee riu e andou em direção ao lado das meninas, pegando um taco de baseball que estava na mão de outra garota. — Segurem ela.


 Logo sentiu duas garotas a puxarem para cima, o que fez seu corpo doer, pela brusquidão. A menina que estava com o bastão na mão se aproximou, rindo. Acertou sua perna e logo depois acertou seu estômago com força. Seu pulmão buscou ar, mas a única coisa que aconteceu, foi começar a cuspir sangue.


— Rápido, não tenho todo o tempo do mundo! — Sun Hee gritava, estava de tarde e qualquer pessoa podia passar por ali.


Tae sentiu seu corpo se chocar com a parede novamente e logo sentiu algo quente escorrer pela sua cabeça, novamente era sangue. Colocou a mão pressionando o local e viu que as meninas estavam distraídas. Pegou sua mochila do chão e começou a correr, ou pelo menos tentar.


Estava com marcas roxas e vermelhas por todo seu corpo e também havia vários cortes sobre seu braço. Iria ser muito difícil esconder de Jimin.


— Ei, ela está fungindo! — gritou uma garota qualquer e começou a correr atrás da menina que chorava desesperada. 


Arrumou a mochila nas costas enquanto corria, atravessou a rua com o sinal para pedestres vermelho. 


Os carros frearam bruscamente e pararam, causando uma confusão. Ela atravessou rapidamente, com as mãos em seu estômago, que doía, vendo as meninas tentarem passar, porém os veículos continuaram a se mover sem que elas pudessem atravessar. Continuou correndo em direção a sua casa, o vento chicoteava seus cabelos fazendo com que eles ficassem em seu rosto, lhe atrapalhando.


Algumas pessoas olhavam assustadas para si.


Chegou na rua da sua casa e ao olhar para trás, viu algumas meninas em seu alcance, desesperada, virou o rosto para frente e acabou trombando em alguém, que segurou sua cintura para que não caísse.


— O-o que aconteceu com você? — ouviu aquela voz muito bem conhecida assustada e olhou para cima, vendo Jimin olhando para si com os olhos arregalados. O moreno olhou por cima dos ombros da menina e sua expressão se tornou brava. — Foram vocês? — soltou a menor e a colocou sentada na calçada, caminhando até o grupinho de meninas. —Eu quero que me respondam! — gritou e puxou Sun Hee com força pelo braço. 


— J-jimin oppa, eu posso explicar!


— Eu não acredito nisso! Como uma pessoa é capaz de fazer isso? — exclamou alto, empurrando a antes mencionada e negou com a cabeça, se abaixando e pegando Tae no colo, a menina chorava alto da dor.— Vocês querem que eu ligue para polícia? - arqueou as sobrancelhas. — Se não, dou dois segundos para sumirem da minha frente e nunca mais encostarem nela! — Disse e viu Sun Hee olhar para si indignada e amendrondada. 


Abriram o portão e entraram na casa, ao deixar Tae no chão, a mesma deu o primeiro passo para dentro da casa, jogando a mochila esquecida em algum canto e correu para o banheiro de seu quarto, que era seu refúgio. 


Trancou a porta e escorregou com as costas na madeira, sua cabeça latejou por conta do corte um pouco grande em sua cabeça ser forçado.


Se levantou devagar e olhou o seu reflexo no espelho, vendo uma lágrima solitária escorrer por seu rosto, e logo outras começando a escorrer. Apoiou um pouco do seu peso, enconstando-se na pia e logo passou a mão pelo corte no canto do seu lábio. Fechou os olhos com força ao ouvir batidas fortes na porta.


 — Tae? — ouviu Jimin chamar por si do outro lado da parede.


O mais velho estava com a cabeça encostada na porta e seu coração estava acelerado pensando que a garota estava fazendo algo que comprometeria sua vida. Quase caiu para frente quando a porta foi aberta. A menina olhou para si com os olhos marejados e virou o rosto, que estava marcado por arranhões. Jimin sem perder tempo, abraçou a menor com toda seu carinho, tentando não a machucar.


Naquela noite Jimin cuidou da menina, o que poderia ser considerado um milagre visto de seus amigos.


A Park já estava cansada de tudo isso a muito tempo, prometeu a Yoongi que aguentaria todo esse peso do mundo em seus ombros, mas estava quase falhando nessa promessa. Ele dizia que ela era forte, mas para ela mesma, não passava de uma covarde.

Percebeu que as dores mais fortes que antes eram físicas, agora estava acumuladas em uma dor emocional super intensa e que acabava com seu psicológico aos poucos.


Ela não conseguia se lembrar dos momentos felizes em que passou, todas suas lembranças agora eram dolorosas e profundas, como o que sua lâmina fazia com seu braço às vezes.


Percebeu que os momentos felizes eram como fogos de artifício, eles parecem lindos quando estouram no céu escuro com suas cores diferenciadas, mas isso só dura por poucos segundos, logo depois, eles somem e viram pó.



Notas Finais


Oi, oi!


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