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História Land Of All - Paradoxos


Escrita por: Shiniz

Notas do Autor


Aquele post correndo sem nem ter tempo de fazer notas direito hohoohohohohoh 8'D
Mas ta aí uns tiros de boas ^^
Jimin? É você????

Capítulo 17 - Paradoxos



 

2025

 

— Merda! — Jungkook praguejava irritado pelas lembranças que afetavam sua mente naquele instante. — Essas imagens não vão parar de entrar na minha cabeça? — Passou a mão sobre a mesa de trabalho, derrubando tudo que ali estava. — Merda, isso não está funcionando!

O amigo de tantos anos atravessou o laboratório e tirou Jungkook de perto daqueles computadores.

— JK sai daí, para um pouco, por favor.

— Me larga Hoseok, eu preciso tentar de novo, esse idiota do Jimin tem que acreditar em mim! — Falava se desvencilhando dos braços do amigo. — O Jimin é um idiota!

— Para! Dá um tempo pelo menos. Eu não aguento mais essas lembranças também.

Jungkook acabou encarando o amigo que se jogou na cadeira ao seu lado. Aquela já era a quarta tentativa falha de salvar a vida de Jimin, e Jungkook já estava se desesperando. Já faziam quatro anos que Jimin foi morto e a Máquina ia perdendo o tempo para conseguir mudar algo no passado deles.

Jungkook havia conseguido a total confiança do diretor da ANSA para finalmente poder ter participação ativa na divisão Time Machine, e como conseguia tudo rápido demais, não demorou para que pudesse assumir a chefia daquela divisão e claro, da Máquina. Conseguiu melhorá-la a ponto de fazê-la ter uma abertura de tempo bastante considerável. Seu limite era de cinco anos, mas ele tentava expandir mais. E por isso as obras no complexo da máquina estavam sempre a vapor.

No entanto, mesmo que Jungkook pudesse usar a máquina, ele precisava sempre da permissão de alguns superiores e estava sempre acompanhado de mais pessoas todas as vezes que testavam algo. Somente em dias muito específicos era que Jungkook conseguia entrar naquela máquina para usá-la como bem queria, e ainda sim, suas mudanças precisavam ser sutis para que não ocorresse nenhuma perca considerável de energia para não levantar nenhuma suspeita. E isso era o que mais o irritava, pois sua sutileza não estava salvando Jimin.

Uma de suas tentativas foi enviar uma mensagem para o celular de Jimin quando este estava na estrada indo atrás de si em Washington em 2021. Mas como Jimin estava irritado naquele dia, ele ignorou a mensagem e a noite ocorreu da mesma maneira e no dia seguinte… o acidente de carro que tirou a vida de Jimin. Até aquele momento, Jungkook ainda acreditava que tudo não tinha passado de um acidente, e isso deixava Hoseok bastante alerta ao seu lado.

Na segunda tentativa, a mensagem foi enviada para si mesmo, e Jungkook xingou-se por não ter acreditado na mensagem que recebeu no celular naquele dia. E tudo seguiu igual.

Na terceira tentativa, Jungkook enviou uma mensagem para Hoseok, pedindo para que ele não passasse o seu endereço em Washington para Jimin. Mas o Hoseok daquela época desconfiou que era apenas o amigo tentando se fazer de difícil e acabou por mandar o endereço mesmo assim.

Na primeira mensagem Jungkook não podia revelar a Jimin sobre a máquina do tempo, então não adiantou pedir para que Jimin não o procurasse. Na segunda, informou na mensagem que era o Jungkook do futuro, avisando para si mesmo que Jimin morreria no dia seguinte e pediu para que não o deixasse ir para Washington. Mas o antigo Jungkook desconfiou que a mensagem fosse falsa. Ele também não acreditava que um dia iria fazer algo para tentar salvar a vida de Jimin. Na terceira mensagem que enviou para Hoseok, ele também não informou sobre a máquina do tempo e foi por isso que Hoseok não fez nada, pois se soubesse que era de alguém do futuro, com certeza teria ajudado. Mas naquela época os dois amigos não comentavam absolutamente nada sobre máquinas do tempo.

Depois disso Jungkook pensou por um tempo e viu que estava sendo idiota e raso demais em suas mensagens. Ele sabia que ninguém podia desconfiar dos usos pessoais da máquina, e por sorte, os eventos que eram de desrespeito à Jimin e ele nada afetavam as lembranças dos demais viajantes, eles precisariam estar envolvidos de alguma forma no caso para que as memórias fossem alteradas. E esse era outro motivo que fazia Jungkook ter mais cuidado, mas sua vontade era de jogar tudo por alto e fazer um blecaute no planeta pra conseguir ter Jimin de volta.

E com um pouco mais de ousadia, a quarta tentativa foi enviar uma longa mensagem para o Jungkook do passado, e a mensagem chegou dois dias antes da morte de Jimin. E finalmente, Jungkook acreditou na mensagem que recebera.

 

-----§§§-----

 

2021

 

“Você precisa salvar o Jimin. Daqui cinco dias, vocês vão sofrer um acidente de carro que vai tirar a vida dele. Você pode achar essa mensagem suspeita, mas eu sou você de 2025. Sim, sou você e estou pedindo por favor, salve o Jimin. Nós gostamos dele e essa perda vai acabar com a gente. Ele é importante e mesmo que você não acredite nisso agora, você terá certeza quando o perder de vez. Por favor, não o deixe sair daqui cinco dias, fiquem no hotel. Não perca o Jimin.”

Jungkook olhou para a mensagem pensativo, era mesmo ele do futuro que mandava aquela mensagem? Mas em 2025… ele tinha conseguido avançar a máquina a ponto de voltar quatro anos? Olhou para as horas no celular. Dois dias…

Jungkook estava dentro da van e seguia para Washington. E mesmo não querendo, pegou o celular e discou para Jimin.

— Jungkook? — Jimin atendeu quase gritando.

— Jimin… — Fez uma longa pausa, ouvindo a respiração pesada do outro. — Eu sei que pretende vir atrás de mim…

— E-eu?

Jungkook parou por um tempo, então Jimin ainda não estava pensando em ir atrás dele?

— Estou te ligando porque isso é um adeus.

— Não, não é. — Ouviu a voz chorosa do outro lado. — Você não me ligaria para isso… e quando eu terminar de traduzir essa carta aí sim eu saberei.

— A carta foi um erro. Não venha atrás de mim. — Falou seco, sentindo uma pontada no peito por aquilo, era mesmo certo manter Jimin longe?

— Um erro? Tudo que aconteceu entre a gente também foi? — Jungkook ouviu o choro abafado do outro lado da linha.

— Você só precisa saber que eu não te quero aqui. Entenda Jimin. — Falou, ainda ouvindo o outro soluçar.

— Eu odeio você Jungkook. — Jimin desligou a ligação na cara do outro, e Jungkook soltou um longo suspiro, teria mesmo feito o certo? Ao menos havia salvado a vida de Jimin? Guardou o celular e se recostou o banco, esperando chegar em seu destino.

Um dia se passou e nada aconteceu. Ele foi para ANSA e se encontrou com o diretor de lá. Tudo seguiu igual, e naquela mesma noite, Jungkook recebeu uma chamada da recepção.

— O quê?

— Desculpe interfonarmos a essa hora senhor Jeon… Mas o senhor está esperando alguma visita?

— Visita? — Estranhou, sentindo o corpo ficar em alerta. — Não estou esperando por ninguém. Quem é?

— Ele se chama Jimin Park.

Jungkook parou de respirar por um instante, e sabia que aquilo só podia ter sido obra de Hoseok. Realmente não devia ter contado ao amigo onde estava hospedado. E também ficou preocupado por lembrar da mensagem que recebeu no outro dia. Não era para Jimin estar ali, era?

— Pode deixá-lo subir. — Respondeu por fim ao recepcionista.

Assim que desligou, caminhou de um lado para o outro pensando em como faria Jimin ir embora dali sem dar um show.

— Droga… — Praguejou. Estava confuso quanto a presença do outro ali, mas também não podia ignorar o que sentia. Assim que girou o trinco, Jimin empurrou a porta com força, fazendo Jungkook dar alguns passos para trás assustado.

— O que você tem na cabeça, seu idiota? — Jimin falava alto e seu rosto começava a ficar vermelho. — Eu quero ouvir da sua boca!

Jungkook apenas olhava para Jimin e, por algum motivo, a noite seguiu exatamente como antes, só teve alguns pontos diferentes. Jungkook estava desconfiado por culpa da mensagem que recebeu, mas Jimin estava mesmo ali.

Eles brigaram como da primeira vez, mas também se entenderem. Passaram a noite juntos e se entenderam como da primeira vez. Jimin passou a semana indo e vindo e na sexta-feira pela manhã ele teria que voltar para Harvard e só então retornaria para o apartamento de Jungkook no dia seguinte. As coisas aconteciam naturalmente e nada mais parecia preocupar Jungkook. Ele sempre lembrava da mensagem que recebeu, mas o medo de perder Jimin ia passando dia após dia.

Jimin levantou da cama e foi se arrumar para ir ao aeroporto. Eles conversaram um pouco e Jungkook desceu para acompanhá-lo até o carro que havia pedido pelo aplicativo. Depois daquilo, alguns flashes atingiam sua mente e Jungkook só lembrava de estar junto de Jimin no carro e ele capotar.

As lembranças nunca eram claras o suficiente e mesmo que tentasse forçar seu neurocomputador, ele não conseguia recuperar as imagens daquele acidente. Jungkook só conseguia ter alguns flashes do corpo de Jimin em seus braços e sangue em suas mãos.

 

-----§§§-----

 

Hoseok terminava de arrumar a mesa que Jungkook havia bagunçado enquanto o outro se encarregava de apagar todos os dados sobre o uso desviado da máquina. Jungkook fazia anotações em uma tela holográfica que mostrava diversas simulações sobre seus retornos.

— JK, você tem que pensar em um ponto crucial que pode mudar o rumo das coisas. Na última mensagem que você enviou, deveria ter especificado que era pra manter Jimin longe a qualquer custo.

— Eu não consigo entender certas coisas… — Falava enquanto olhava para a tela a sua frente. — Nas primeiras tentativas eu não fiz muita coisa, mas nessa última… Eu tentei não deixar ele ir. Eu disse que tudo bem ele faltar na faculdade e emendar o fim de semana comigo, mas…

— Ele estava nas últimas semanas e tinha que terminar o trabalho final…

— Eu sei, mas ele não queria ir. Lembro dele falar que não teria problema faltar um dia…

— Mas ele foi.

— Ele foi… — Repetiu, e Hoseok já o olhava desconfiado. — Mas por que eu fui junto?

A pergunta no ar fez Hoseok virar o rosto na mesma hora. Ele fingia estar concentrado em arrumar aquela sala e só queria que o amigo parasse de pensar demais sobre o que tinha acontecido com Jimin e ele naquele específico dia.

— Eu… Eu lembro de não ter me arrumado, pois iria apenas levá-lo no carro. — Jungkook continuava. — Pelo menos foi isso o que aconteceu nas três primeiras vezes. Mas dá última eu não tive que insistir muito pra ele não ir embora. Então por que eu entrei naquele carro com ele?

— Deixa de queimar neurônios nisso, JK. — Hoseok acabou fechando a tela holográfica e segurou Jungkook pelos ombros, fazendo-o sentar em uma das cadeiras dali. — Você queria apenas acompanhar Jimin até o aeroporto. Se você ficou preocupado por conta das mensagens que recebeu, é bem plausível que você tenha ido com ele para se certificar que tudo ficaria bem, não é?

Jungkook teve que fechar os olhos e respirar fundo. E mesmo que Hoseok disse algo que fizesse sentido, Jungkook não conseguia acreditar.

— Eu não sei… E isso me irrita.

— Você precisa pensar mais, então é melhor sairmos daqui antes que alguém suspeite de algo.

Jungkook abriu os olhos e encarou toda aquela sala. E pensar que teria que esperar outro melhor momento para tentar salvar Jimin o deixava nervoso. E se um dia ele acabasse por chegar em um ponto onde não desse mais para salvá-lo? E se um dia a máquina chegasse a um limite? E por que sua mente não conseguia ligar pontos cruciais para fazer avanços mais eficazes? Ele já tinha ido tão longe em tão poucos anos dentro da ANSA… Por que agora nada parecia ir além?

— Vamos, JK… Já está bom por hoje.

— Estará bom quando Jimin estiver aqui. — Respondeu irritado já se levantando. Olhou em volta mais uma vez e pensou um pouco mais. Ele ainda tinha tempo… — Quer saber? Vou tentar mais uma vez.

— O quê? — Hoseok viu o amigo voltar para os computadores e ligá-los. — Mas JK…

— Se você quiser ir embora, pode ir. Eu me viro aqui sozinho.

— Esse não é o problema. Se te pegam aqui…

— Eu não vou esperar quase seis meses para ter outra oportunidade. Eu preciso tentar mais uma vez.

— Isso pode causar algum blecaute JK! — Hoseok estava ficando nervoso.

— Tomarei cuidado.

— Mas…

— Eu não vou parar! — Jungkook encarou sério o amigo. Estava com um semblante bastante abatido, mas também estava decidido. — Eu o vi morrer cinco vezes… — Respirou fundo mais uma vez. — Cinco vezes Hoseok…

Hoseok olhava para o amigo e entendia sua dor. A sensação de perda era algo muito forte para alguém como Jungkook. E depois de tudo o que ele passou em outra linha de tempo, Hoseok se compadecia ainda mais.

— Tá… — Respondeu e sentou ao lado de Jungkook. Não tinha muito o que ele pudesse fazer além de continuar sua atuação. E tinha esperanças que se Jimin pudesse ser salvo, talvez Jungkook se contentasse em uma vida fora da ANSA. — Só mais uma tentativa hoje.

Jungkook agradeceu com a cabeça e voltou a reprogramar os computadores e a TM para enviar mais uma mensagem ao passado. E ele se sentia feliz por poder contar com Hoseok mais uma vez. Nem mesmo acreditava que o amigo ficaria ao seu lado depois de tudo o que precisou contar quando este se mudou para Washington para viver consigo.

Desde a morte de Jimin os dois voltaram a se aproximar, e Jungkook se viu obrigado a contar toda a verdade para o amigo. Desde a D-8, as máquinas do tempo e sua vontade de salvar Jimin.

E Hoseok realmente o ajudaria. Mas estar com Jungkook era apenas para vigiá-lo a garantir a segurança de muitas pessoas. Também garantir que Jin ou Namjoon não tentassem algo antes da hora.

 

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“...Sexta, 10:36h, hora da morte.” … “…mantenha-o longe de todas as formas, não o deixe se aproximar de você.”… “Use o nome falso para se registrar no hotel” … “Mude de hotel”… “Não dê o endereço para Hoseok, ele o dará para Jimin” … “Obrigue Jimin a ficar em Cambridge” … “Salve Jimin, só você pode fazer isso”

E aqueles eram alguns trechos da nova mensagem que o Jungkook do futuro havia mandando para ele mesmo no passado. Talvez assim as chances dele fazer o certo pudessem aumentar. E assim que chegou em Washington, Jungkook tratou de usar seu nome falso e se hospedou em outro lugar. Já a noite, resolveu ligar para Jimin, pois sabia que quando ele soubesse o que estava escrito naquela carta, certamente iria atrás de si. Sabia também que tentar manter Jimin longe sem alguma justificativa plausível seria impossível naquele instante -dando-se em conta o gênio do mesmo.

Dois toques e o aparelho foi atendido.

— Jungkook! — Jimin quase gritou.

— Jimin…

— Onde você está? — A voz era chorosa.

— Se eu falar, você promete não vir atrás de mim? — Jungkook falou calmo.

— N-não ir? Não estou te entendendo… uma hora você me manda uma carta com um final dizendo adeus, e agora me diz que vai falar onde está, mas mesmo assim não quer me ver?

— Não é que eu não queira te ver… e essa carta foi precipitada demais. — Falou, arrependendo-se de estar se contradizendo, mas se era para salvar a vida do outro, não se importava. — Por enquanto a gente não deve se ver, quando eu tiver acertado tudo por aqui, eu lhe digo onde estou.

— E você acha que eu vou ficar que nem um idiota esperando por você?

— Você é um idiota, Jimin. — Jungkook sorriu. E ao perceber que o outro sorria no telefone, a raiva de Jimin passou instantaneamente. Aquilo não era uma ofensa.

— O que você tá fazendo? — A voz saiu um pouco mais leve, mas ainda chorosa. Jimin não podia deixar de se sentir magoado de toda forma.

— Não posso te contar, mas por favor, tenha paciência. Em breve vamos nos ver, tá? Segunda eu volto a ligar, okay?

— Por que só segunda?

— Não posso te ligar todos os dias. Estou ocupado.

— Se vira…

Jungkook respirou fundo. Jimin sabia ser irritante quando queria.

— Te ligo amanhã então.

— Que horas?

— Não sei, Jimin. A noite, sei lá. Agora eu preciso desligar…

— Jungkook! — Jimin chamou antes que o outro desligasse.

— Quê?

— Eu… — Jimin respirou fundo, e por alguma razão eles apenas ficaram quietos escutando a respiração um do outro. Jungkook sentia uma sensação esquisita, mas continuou em silêncio até Jimin voltar a falar. — Até amanhã… — Disse, e em seguida encerrou a ligação.

Jungkook sentiu uma pontada por aquilo, mas tentou deixar a mente vazia para se concentrar no que precisava fazer ali em Washington.

Os dias passaram e Jimin e Jungkook continuaram se comunicando. Ficavam horas no telefone ou apenas trocavam mensagens quando podiam. E por mais estranha que fosse aquela situação, ambos pareciam mais unidos que nunca. Até mesmo haviam combinado de se encontrarem no final de semana seguinte. Jimin o visitaria em Washington.

No entanto, na sexta-feira ainda pela manhã, Jungkook recebeu uma ligação de Hoseok. O amigo estava nervoso e suas palavras saíam trêmulas naquela ligação que ficou gravada na mente de Jungkook.

— Fala logo Hoseok. O que aconteceu pra você está assim?

— JK… acabaram de ligar… pra a casa do Jimin…

— Ligaram? Quem?

— De Harvard…

— E?

— O Tae veio aqui em casa me contar…

— … E? — Jungkook começava a ficar nervoso.

— Aconteceu um acidente…

— Que acidente?

— O Jimin… droga…. E-eu não sei como isso aconteceu, mas… ele…

Jungkook sentiu tudo rodar e precisou até sentar na cama. Olhou para o relógio e sua memória era boa demais para que ele tivesse enganado. Já havia se passado mais de uma hora desde aquela indicada no bilhete que recebeu de si mesmo do futuro.

— Hoseok… Como o Jimin está?

— Ele… Ele se foi…

 

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Alguns meses se passaram, e Jungkook era obrigado a deixar sua vontade de salvar Jimin em segundo plano. Tinha que atender aos pedidos da ANSA e quanto mais tempo passava, mais ele acreditava que suas chances iam se esgotando. Nisso começou a ficar mais tempo trancado dentro dos laboratórios pesquisando e aprimorando a TM. Ele precisava fazer com que a máquina desse um salto de tempo ainda maior. Precisava enviar coisas ao passado que fizesse aquele Jungkook acreditar em toda aquela história. Mas nada surtia efeito. Antigamente ele era um verdadeiro idiota e jamais admitiria sentir algo por Jimin. Então por isso as coisas não estavam andando.

Jungkook não mudou nada. Jimin continuava a morrer naquela sexta-feira às 10:36. E mesmo sem ir para Washington, ele morria.

A medida que suas pesquisas avançavam, mais a ANSA o dava liberdades e aos poucos os testes mais “pesados” com a máquina iam sendo feitos. Eles estavam expandido tudo para chegarem no ponto onde enviar pessoas sem nenhum risco fosse uma realidade. E para que isso acontecesse de forma devida, eles precisavam enviar objetos para que uma máquina do tempo, semelhante aquela que tinham, fosse criada.

A ideia era criar uma ponte que ligasse dois pontos. O presente e o passado. Uma vez que uma máquina moderna fosse perfeitamente montada no passado, elas poderiam se ligar e assim, transmitirem informações uma para a outra sem nenhum problema. Afinal, enviar uma pessoa ao passado, em teoria, era fácil. O difícil era fazer essa pessoa voltar de um lugar sem tecnologia nenhuma.

E em um futuro distante, a teoria era ainda mais ousada. O futuro reservava dois tipos de cenários. Um era a distopia e o outro a utopia. E para os cientistas mais espirituosos, a utopia era a esperança. Em um mundo assim, eles teriam tecnologia o suficiente para criar uma máquina perfeita, capaz de enviar uma outra igual para um passado realmente distante. Algo como o tempo jurássico ou a era cenozoica, e assim, estabelecer uma ponte entre os dois períodos que pudesse criar duas linhas de tempo separadas.

Uma linha seria para sempre aquela da qual eles viviam, e a outra, moldada na forma que eles bem quisessem.

E mesmo que toda aquela teoria fosse bastante interessante aos cientistas, Jungkook apenas fazia seu trabalho com foco em Jimin. O que fosse acontecer com o mundo depois não era problema seu.

Durante esse tempo, Hoseok sempre o acompanhava, e mesmo sabendo que não teria outra coisa pra fazer além de vigiar o amigo, Hoseok acabava sempre se vendo ao telefone tentando falar com Taehyung. Muito tempo havia passado e a banda do outro crescia cada vez mais. Eles estavam em todas as rádios e diversos programas de TV os convidavam para se apresentar ou dar entrevistas. Hoseok sorria sempre que via aquele loirinho sorrindo nas telas e se sentia bem por vê-lo feliz. Mas ainda sim, doía não ter mais o seu contato. Seu número mudou e sua família sempre evitava qualquer contato consigo. Hoseok sabia que provavelmente Taehyung teria dito a todos para que o mantivessem longe, e também não reclamava quanto a isso. Ele tinha abandonado Taehung sem nenhuma explicação… era compreensível que ele o odiasse agora.

Hoseok e Jungkook estavam visivelmente acabados, lutavam contra o passado que teimavam em mudar e estavam pagando muito por aquilo. Hoseok sentia o peso maior nas costas, pois tudo o que estava acontecendo era por sua culpa, vivia repetindo aquilo.

— Hoseok! — Jungkook chamou o amigo que estava sentado no outro lado da grande mesa escura de sua sala. As telas holográficas rodeavam o local e iluminavam seus rostos sem vida.

— O que foi? — Olhou para Jungkook sem muito ânimo.

— Acabei de elaborar um projeto que pode me ajudar muito.

— Que projeto?

— Backup de neurocomputador para o passado.

Ao ouvir aquilo Hoseok se ajeitou na cadeira e encarou o outro em alerta.

— O quê?

— Backup de neurocomputador! A única forma de fazer o eu do passado acreditar em mim é fazer um backup do meu neurocomputador atual e enviá-lo pra o passado.

— Mas…

— Como eu não tinha pensado nisso antes? — Jungkook voltou a dar atenção a seus computadores enquanto Hoseok o encarava preocupado. Não era pra Jungkook pensar naquilo. Havia uma trava bastante específica em seu neurocomputador que o impedia de pensar e formular certas coisas. Fora que ele também estava limitado em absorver sentimentos negativos e processá-los como perigo a Jungkook.

— Mas… JK, se você fizer algo assim… este presente pode desaparecer.

— Eu sei. Isso não seria ótimo?

Hoseok estremeceu.

— Se o Jimin não morrer, provavelmente você não viria ficar comigo e assim poderia seguir com os seus planos normalmente.

— Sabe que as coisas não funcionam assim… — Suspirou. — E também, você continuaria enfiado neste lugar, não é?

— A D-8 precisa pagar por tudo o que me fez.

— Você pretende seguir com essa vingança mesmo se estiver com Jimin?

— Ele me apoiava…

— Quê?

Jungkook respirou fundo enquanto digitava rapidamente nas teclas também holográficas a sua frente. Jungkook não havia contado tudo, mas o básico que disse a Jimin em um daqueles passados alterados, não o fez se afastar nem um pouco. Mas Jimin também parecia aceitar qualquer coisa contanto que estivesse ao seu lado… Era uma situação triste de todo modo.

— Em um dos passados eu contei a ele sobre quem eu era…

Hoseok não duvidava, e de toda forma, aquele assunto não o preocupava. E sim o que o amigo pretendia fazer agora

— Certo… Mas o que você pensa em fazer me preocupa.

— Eu sei. Se eu fizer um backup do meu neurocomputador e enviá-lo ao passado, as suas lembranças seriam perdidas já que você não tinha um neurocomputador naquela época.

Hoseok ficou em silêncio. Seu neurocomputador tinha mais anos que Jungkook pudesse imaginar.

— Mas não se preocupe, eu terei todas as lembranças. Posso fazer um backup do seu neurocomputador de agora e enviá-lo junto com o meu. E depois que entrar novamente na ANSA, eu poderei lhe dar outro neurocomputador e assim você terá as mesmas lembranças de agora.

Hoseok estava bastante incomodado. Queria saber o que estava acontecendo com a cabeça do amigo por formular aquele tipo de ideia. Precisava falar com Jin e descobrir se era alguma falha naquele neurocomputador.

— Mas JK… pra você fazer esse backup e enviá-lo para você mesmo no passado… o você do passado precisaria estar ligado a equipamentos que só existem dentro da ANSA. Você também precisaria de uma equipe especializada pra isso. E você só terá isso depois de alguns anos já aqui dentro. E isso só acontece depois… do Jimin ir.

— É… é exatamente isso que estou vendo. — Passou as mãos nas telas, abrindo outras com novos dados. — Mas se minha cabeça já é um computador, talvez eu consiga enviar os dados de uma para a outra sem o intermédio de nada.

Hoseok ficava cada vez mais nervoso. Jungkook estava pensando em coisas que não deveria. E aquilo era um grande problema.

— Eu vou precisar fazer mais uns testes. — Jungkook sentia sua cabeça pensar cada vez mais rápido. — Teremos acesso a máquina na próxima semana. — Seus olhos passavam rápido por diversas telas e sua mente artificial triangulava todos os dados da ANSA para que eles encontrassem o dia perfeito para usarem a máquina sem nenhum problema. — Terei que preparar o eu antigo para esse backup também, ele é inteligente e pode me ajudar a criar alguma ponte para as nossas mentes.

Hoseok apenas observava o amigo parecer um robô de tão rápido que seus olhos e dedos se moviam. Algo realmente estranho estava acontecendo com o neurocomputador de Jungkook, e Hoseok temia muito que ele tivesse encontrado uma forma de burlar ou quebrar a trava.

Seus neurocomputadores funcionavam com controles remotos. Eles podiam “ligar” e “desligar” muitas coisas facilmente, mas ainda sim, um não podia se comunicar diretamente com outro. Mas em uma das linhas de tempo, Jungkook facilmente conseguiu quebrar essa regra e se tornou praticamente todo o planeta. Não seria difícil que ele pudesse fazer tudo mais uma vez. E Hoseok não podia deixá-lo avançar mais uma vez.

Naquela semana Hoseok ficou mais próximo que o normal e analisava com Jin todos os passos do amigo. Eles estavam trabalhando em uma estratégia de bloqueio. Mas tiveram que deixar Jungkook usar a máquina e enviar mais uma mensagem a si mesmo no passado. E dessa vez ela era bem mais específica.

 

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2021 – Início do ano.

 

Jungkook desceu as escadas com um pouco de pressa. Não sabia como Jimin iria recebê-lo, mas não estava se importando com detalhes naquele momento. Depois que recebeu aquele e-mail tão específico, não podia duvidar que era algo dele mesmo no futuro. E só de pensar que coisas estranhas aconteciam no seu futuro, Jungkook sentia um medo agoniante dentro de si.

Jungkook leu o e-mail várias e várias vezes e por mais que tivesse que procurar uma forma de receber um backup em seu neurocomputador do futuro, Jungkook sentiu mais necessidade em ir atrás de Jimin e parar de perder tempo. Chegou no quarto outro e bateu algumas vezes na porta. Ele sabia que naquele horário Jimin estaria lá dentro.

— Jimin! Eu sei que está aí, abre essa porta! — Ouviu alguns passos e o barulho das chaves. Mas quem apareceu foi o colega de quarto do outro.

— Jungkook? — Yoongi fez uma cara de tédio, mas Jungkook não o deu atenção. Empurrou a porta e seguiu em direção ao quarto de Jimin que estava deitado na cama com fones de ouvido enquanto mexia no notebook.

— Jimin!

— Jungkook? — Jimin tirou os fones enquanto encarava confuso o outro em pé a sua frente. E se assustou quando ele puxou seu rosto e o beijou. Yoongi, que também encarava aquela cena, ficou surpreso. — Ei! — Jimin tentou se afastar um pouco, mas Jungkook não deixou, beijando-o mais por um tempo.

— Me desculpa… — Sussurrou nos lábios do outro, fazendo-o se assustar mais. — Me desculpa pelo modo como eu agi com você por todos esses anos. Eu fui um idiota e menti em quase todas as vezes que disse que não o queira ou que não sentia nada por você. Eu te quero, e não é apenas por sexo. Você é muito mais que isso, Jimin.

— O quê? — Jimin não entendia nada, mas seu coração estava acelerando.

— Eu sempre fui um idiota porque queria te mostrar que eu não era a pessoa certa pra você. Queria que você amadurecesse e seguisse com sua vida, mas a verdade é que eu sei que ninguém vai ser melhor com você do que eu. E eu sei que… um futuro sem você não é bom.

Jimin sentiu seus olhos encherem por aquelas palavras. E Yoongi também estava chocado por tudo aquilo. Nenhum daqueles dois podia esperar tal atitude de Jungkook.

— Jimin… — Jungkook continuava. — Eu sei que pode parecer tarde, mas eu queria recompensar todo esse tempo perdido de alguma forma.

— Você está falando sério? — perguntou receoso. — O que te deu pra estar desse jeito?

— Eu pensei que… A vida é curta demais para que passemos por ela sem ter dado valor a coisas e pessoas realmente importantes. — Jungkook ainda não acreditava que estava se expondo daquele jeito, mas se aquilo era uma segunda chance, então não deva desperdicá-la. Era a vontade dele mesmo no futuro. — Acredite em mim…

Jimin sentiu o corpo amolecer e parecia que ia chorar a qualquer momento. Quanto tempo não esperou por aquelas palavras? Pela entrega do outro ou apenas por ter os sentimentos correspondidos? Ainda achava estranho que tudo aquilo estivesse sendo jogado em cima de si tão de repente. Parecia até que alguém havia dado um tapa na cara de Jungkook e o feito acordar.

— Isso é real? — Foi o que conseguiu perguntar, mas sua fala foi interrompida por mais um beijo de Jungkook.

— Eu quero você pra sempre. — Jungkook respondeu. — Pra sempre…

Naquele momento, Jimin sentiu as mão de Jungkook descerem por sua cintura e logo ele estava por cima de si. Yoongi acabou dando de ombros e saiu do dormitório. Aqueles dois pareciam que nunca teriam jeito mesmo.

Em pouco tempo, Jimin já havia deixado seu notebook no chão junto das peças de roupa que um ia tirando do outro. Aquele momento era irreal, afinal, depois de tantos anos, tantas noites e sofrimentos matinais, Jimin não podia esperar que Jungkook entrasse em seu quarto em um belo dia e dissesse que o queria para sempre.

E como tudo acontecia tão rápido, Jimin já estava segurando os gemidos enquanto apertava o travesseiro com uma das mãos enquanto Jungkook mais uma vez o tomava. Ele beijava e marcava seu pescoço enquanto os braços fortes apertavam suas coxas e levantava seu quadril para ir cada vez mais fundo. E aquela noite durou bem mais do que eles podiam imaginar. Assim como o restante daquele ano.

 

-----§§§-----

 

Jungkook sentiu o vento frio entrar pela janela e lembrá-lo que o inverno tinha chegado de vez. Enrolou-se nas cobertas e tentou ignorar o barulho de mensagens chegando no celular. Esticou o braço procurando pelo aparelho debaixo dos travesseiros, mas o som indicava que ele devia ter caído no chão.

— Ah… — Resmungou, tendo mesmo que abrir os olhos e procurar pelo celular para desligá-lo. E quando conseguiu, voltou a olhar a cama percebendo que não havia ninguém ali.

Passou os olhos pelo quarto e ele estava um pouco bagunçado com algumas malas abertas no chão e muitas roupas espalhadas. Alguém tinha tido dificuldades em escolher algo pra sair naquela manhã gelada de véspera de natal.

Jungkook sentou na cama e olhou para o celular novamente. Haviam poucas mensagens, coisas de Hoseok e da família, mas ignorou tudo e levantou, precisava saber onde estava o “colega de quarto”.

— Jimin? — Chamou enquanto seguia para o banheiro. Fez o que precisava e quando saiu, tudo continuava silencioso. Era estranho não ver Jimin logo quando acordava. Jungkook podia dizer que já estava mal acostumado quanto aquilo, pois, depois de tantos meses juntos, era comum acordar com Jimin em seus braços.

Jungkook e Jimin estavam juntos e aquilo não era mais um segredo. Dormiam juntos, acordavam juntos, iam para a universidade juntos… E mesmo que nenhum deles tivesse feito um pedido mais formal, ambos consentiram que estavam em um relacionamento sério.

Jungkook saiu do quarto e foi até a pequena sala que tinha naquela suíte de hotel e notou que em cima da mesinha havia um bilhete.

“Se está lendo isso é porque ainda não cheguei. Então, desculpe por ter acordado sozinho hoje <3 Precisei sair pra fazer umas compras pro nosso jantar. E sim, mais uma vez estou fazendo tudo de última hora, mas antes tarde do que nunca, não é?

Volto já, JM.

PS: Abra as cortinas~”

Jungkook negou com a cabeça e foi até a janela do quarto, abrindo as cortinas, surpreendendo-se por ver algumas fotos coladas no vidro junto de algumas mensagens bobas de Jimin. E mesmo que não tivesse esquecido o que aquela data significava -além da véspera de natal- achava graça da forma que Jimin tratava aqueles dias.

Aproximou-se mais, recordando de cada uma daquelas fotos que foram todas tiradas no mês anterior. Jimin costumava relembrar dos bons momentos do mês anterior sempre que eles completavam mais um mês juntos. Jungkook acabava sorrindo por aqueles gestos. Ele nunca pensou que o outro pudesse ser tão romântico, e nem sabia que podia gostar tanto daquilo. Pegou uma das fotografias onde estavam apenas os dois e lembrava do dia em questão quando foram jantar em um restaurante diferente e bastante afastado da cidade. Estavam mesmo tendo uma vida de casal universitário. E por mais que tudo estivesse bem, Jungkook ainda sentia que faltava alguma coisa, ou que tinha algo errado em tudo aquilo.

Estavam no final de dezembro e ele não havia se mudado para Washington e nem entrado para a ANSA, embora estivesse trocando e-mails com o diretor da Agência. Daquela vez, decidiu jogar sua entrada no trabalho para o ano seguinte, quando Jimin tivesse terminado a faculdade e assim pudessem mudar juntos e definitivo.

Olhou para o relógio na parede e estava um pouco tarde. Jogou-se no sofá e pegou o computador, acabando por verificar seus e-mails e terminar de acertar o seu contrato com o diretor da ANSA. Entrar naquele lugar ainda fazia parte dos seus planos, não importava o que o Jungkook do futuro tivesse dito. Ainda mais naquele momento em que tudo parecia ter sido resolvido. Ele e Jimin estavam juntos, em Harvard e o tal dia da morte de Jimin já havia passado. O rumo daquela linha de tempo era outro.

Quando terminou tudo o que tinha que fazer, Jungkook voltou pro quarto e pegou o celular. O relógio marcava 11:23 e então decidiu ligar para Jimin.

— Ei, Kookie! Acordou só agora?

Ouvir a voz de Jimin, estranhamente fez o coração de Jungkook aquecer.

— Onde você está? — Foi logo perguntando.

— Ah! Desculpe ter sumido, mas acredita que ainda estou no mercado? Está rolando promoção de tudo e tá um inferno aqui. Mas já estou na fila pra pagar. Não devo demorar muito.

— Bom, pela hora, acho que já posso pedir o nosso almoço…

— Mas a gente não combinou de almoçar fora?

— Se você chegar a tempo…

— Ah! Deixa de ser tão regrado, Kookie. Eu chego logo, me arrumo e a gente sai.

— Ok… — Jungkook suspirou. Sabia que não podia contar com a pontualidade de Jimin. — Comprou muita coisa?

— Creio que sim. — Jimin sorriu. — Acho que até mais, sabe?

— Estou indo aí te ajudar então. Está nesse mercado próximo do hotel?

— Ah! Não precisa, eu vou chamar um Uber.

— Tem certeza?

— Tenho sim. E quando chegar o pessoal do hotel me ajuda a levar tudo pro quarto.

Jungkook torceu a boca. Ainda achava uma perda de tempo Jimin inventar um jantar caseiro para eles naquele dia. Estavam de férias em Nova York, em um bom hotel que faria um verdadeiro banquete naquela noite e mesmo assim, Jimin insistiu em fazer algo apenas para eles.

— Só não demore muito. Os restaurantes devem estar lotados hoje, fora que um monte de lugar vai fechar cedo.

— Eu sei! Eu sei! Até daqui a pouco.

Jungkook ouviu o barulho de beijos e então a ligação foi encerrada.

Saíram tarde do hotel e Jungkook tentava manter uma cara mais fechada enquanto Jimin o desarmava de todas as formas insistindo em dizer que tomaria jeito em relação aos seus atrasos.

Jungkook ainda lembrava de terem descido e pegado um Uber. Mas depois disso, muitas imagens ficaram confusas em sua cabeça. Tanto que levou alguns bons anos para que aqueles flashes desaparecerem.

Jungkook se via dentro de um carro com pessoas estranhas. Via uma multidão ao seu redor no meio de uma movimentada avenida e logo depois tudo se tornava um deserto com vários morros. Havia sangue em suas mãos, havia um corpo no chão. Os flashes se distorciam e um tentava sobrepor o outro. Jungkook lembrava de ouvir um barulho de um helicóptero, mas também do som das ambulâncias cortando as ruas.

Jungkook lembrava de ver armas apontadas para si, assim como vários homens equipados como se fossem agentes especiais da CIA.

E com todas aquelas lembranças, Jungkook acordou no meio da noite em seu apartamento.

Ele estava suando e seu corpo tremia. Levou as mãos à cabeça quando a sentiu uma pontada forte de várias novas memórias sendo adicionadas a mente. Gritou naquele processo e tudo parecia bem pior dessa vez. As lembranças confusas começaram a ser apagadas como dados de computador e para não perder tudo aquilo, levantou cambaleante e começou a anotar tudo em alguns papéis que estavam jogados em sua mesa. E quanto mais tentava manter aquelas memórias, mais sua cabeça doía, quase que o fazendo desmaiar.

Hoseok acabou ouvindo e correu para o quarto do amigo.

— Jungkook? — Tentou segurar o outro que continuava a rabiscar as folhas de forma desordenada. — Jungkook!

— ME SOLTA! — Gritou, empurrando Hoseok para continuar com aquilo. Um rosto surgiu em suas lembranças e ele começou a desenhá-lo freneticamente. Mas logo tudo desapareceu e a dor de cabeça passou. Jungkook caiu de joelhos quando conseguiu reorganizar as novas memórias e não conseguiu conter o choro daquela vez.

Hoseok continuava de longe observando o amigo e podia fazer ideia do que tinha acontecido. As novas lembranças também foram adicionadas em sua cabeça. Jungkook havia falhado mais uma vez em salvar Jimin…

— JK… — Aproximou-se do amigo e tocou em suas costas.

— A g-qente… — Balbuciava entre o choro. — A gente… ficou junto… naquele ano…

— Eu sei…

— Ele chegou até a véspera de natal…

— Eu sei.

— Ele… Ele ficou vivo por mais dias…

Hoseok respirou fundo. Mudar o passado nunca parecia resolver nada, e sim trazer mais problemas.

— Vem, JK… — Ajudou o outro a levantar e o levou de volta para a cama.

— Espera. — Voltou-se para a mesa e olhou para tudo o que tinha escrito. Muito do que estava ali não fazia mais nenhum sentido já que muito de suas lembranças foram apagadas pelo bloqueio em seu neurocomputador. Mas havia algo que continuava presente. — Quem é ele? — Apontou para o desenho que tinha feito, e por mais que tivesse feito tudo correndo, o rascunho era facilmente reconhecido por Hoseok.

Jungkook havia desenhado o rosto de Jin.

 


Notas Finais


AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHH :D
Agora eu vou me dedicar a CV ^^
Tenham uma boa noite :*


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