________’s P.O.V.
Desde pequena, eu admirava o trabalho da polícia, os guardiões de Seul.
Era como eu os chamava.
Por minha óptica infantil, eu os via como super-heróis que se esforçavam arduamente, arriscando suas próprias vidas para manter a sociedade segura, livre de desordeiros, criminosos que perturbavam a tranquilidade e o equilíbrio da cidade. Era assim que eu os via. Sim... E por isso ansiava por ser uma deles. Enquanto minhas amigas queriam ser advogadas, médicas, Idols e atrizes de doramas, eu queria ser policial. Aquele era meu sonho, meu desejo mais íntimo e duradouro.
Por isso, quando finalmente fiz meu juramento à frente de toda a corporação e bati uma primeira continência como oficial da guarda de Seul, pensei que patrulharia as ruas e prenderia criminosos, evitaria crimes em periferias e protegeria as crianças de gente má intencionada. Contudo, reservaram-me primeiro o setor de correspondência física, algo que eu ainda não sei porque existe em plena época da internet. Depois me mandaram ao almoxarifado do Departamento Policial. Sim, eu fui organizadora de arquivos.
Não me entenda mal, o serviço é digno, mas eu queria combater o crime de forma mais... Digamos... Incisiva.
Quando eu pedia transferência, diziam-me que eu não tinha porte físico suficiente para patrulhar as ruas perigosas da cidade.
O cu deles. Com o perdão da palavra.
Foi assim que desperdicei dois anos da minha vida com serviços burocráticos e enfadonhos que destruíram minha visão romântica sobre a polícia. E, se o trabalho era terrível, minha vida privada era pior. Calejei. Tornei-me mais maliciosa, ardilosa. Aprendi a lutar com as armas que me davam. Foi assim que vi uma vantagem em organizar arquivos. Lia sobre os casos mais cabeludos enquanto folheava os B.O's e inquéritos. Estudei os perfis dos criminosos, a que facções pertenciam, suas atribuições e peculiaridades. E me especializei nisso.
Um dia, tudo mudou.
Surgiram duas vagas para mulheres Ômegas em um setor de operações especiais e eu me candidatei, porque sim... Além do preconceito por ser policial mulher, ainda sofro por ser Ômega, um sinônimo machista para fragilidade. Pisei em todos esses paradigmas e obtive notas máximas tanto nas provas físicas quanto nas escritas. Por minhas habilidades um tanto quanto peculiares, tornei-me guarda-costas de figurões importantes em situações específicas, porque todos subestimam minha aparência frágil e investigo crimes que não podem passar pelo DP comum, por serem "especiais".
Um eufemismo para: Envolvem políticos, muito dinheiro e gente arrogante.
Bem, não é nem de longe o que a _____ criança esperava quando sonhava em vestir uma farda para patrulhar as ruas de Seul como se fosse o Batman em Gothan City. Aliás, eu trabalho à paisana, ou seja... Nem sei por onde anda meu fardamento de oficial. Mas, pelo menos, onde estou eu ajo. Protejo pessoas, ainda que algumas delas mereçam um tiro no meio da testa, como políticos corruptos e ricos esnobes. As vantagens são maiores, eu acho.
Meu passaporte é mais carimbado e meu salário é bem melhor que os dos meus colegas homens das divisões de base da corporação. Aqueles que me colocaram para trabalhar no almoxarifado. Isso tudo, apesar de eu ainda não ter porte físico avantajado. Ah, e eu não posso esquecer. Tenho algo incomum para policiais coreanos. Porte de armas.
E eu amo minha Desert Eagle .50.*
Só que, mesmo acostumada a frequentar ambientes requintados, exóticos e estranhos, jamais pensei que chegaria até aqui. Jamais. Não em Lascívia, uma sociedade tão secreta que mais é uma lenda urbana do que realidade. Eu ainda ouço o som dos meus passos fluidos pelo cômodo amplo, calçada nos saltos altos com solados vermelhos da Louboutin e analiso a noite escura para além das portas envidraçadas da varanda desse quarto, pensativa.
Nunca nem imaginei que esse lugar fosse real.
E se me perguntarem depois da missão... Nunca nem vi.
Observo as estrelas brilharem lá fora. A lua cheia forma um rastro branco e leitoso no lago artificial às margens da enorme mansão. Um ar fresco entra pelas portas escancaradas e eu o inspiro profundamente. É cheio de Alfa. Os perfumes misturam-se em meu olfato e fazem algo em meu interior se contrair em uma leve excitação animalesca. Sempre considerei meu lado Ômega a minha falha genética, mas, se foi justamente o fato de o ser que me qualificou para esse serviço... Que seja.
Só preciso me concentrar um pouco mais, para não me deixar seduzir por essa guerra de feromônios que vai acontecer logo mais, quando estivermos todos no salão. Afinal de contas, tenho um Alfa para proteger e um assassino para descobrir.
Essa é minha missão em Lascívia.
Arrasto a cauda do meu vestido pelo tapete persa, caminhando próxima às portas da varanda, controlando minha respiração para me acostumar com as essências poderosas e magnéticas, ansiosa. Esse formigamento que toma meu corpo quando estou prestes a entrar em ação. Toco a estrutura de madeira que sustenta a peça de vidro da porta e vejo os carros pararem aos pés da escadaria de acesso à mansão. Mulheres e homens Alfas acessam o palacete de Lascívia vestidos em roupas caras e protegem suas identidades com máscaras.
O Grande Baile de Boas-Vindas está prestes a começar. Ele é o primeiro grande evento do ano na sociedade, como nos foi dito mais cedo. Para os Alfas é a oportunidade de escolher um patrocinado em uma vitrine de Ômegas. Para os Ômegas é a chance de se tornar Sugar Baby's de alguém generoso. Na teoria, tudo deveria ser lindo, mas, pelas poucas conversas que tive durante esse dia aqui... Os Ômegas praticamente se odeiam e se "matam" para conseguir os melhores patrocinadores.
Há tanta inveja, intrigas e ciúme, que as pessoas mal conseguem respirar. É o ambiente perfeito para um crime passional, um assassinato como o do deputado Park, talvez... Foi o que sugeriu uma Ômega veterana que já foi patrocinada por três Alfas em Lascívia. Ah, e como eu sei disso e conversei com essas pessoas? Não disse, né? Nós, os Ômegas, passamos o dia de hoje em Lascívia. Cuidadores nos arrumaram e mimaram o dia inteiro, um alto investimento dos patrocinadores do evento como cortesia pelo ingresso na nova temporada dos trabalhos na sociedade secreta.
Tivemos um SPA cinco estrelas ao nosso dispor.
Eu e minha companheira de missão chegamos aqui ainda pela manhã e tivemos acesso à depilação, tratamentos de cabelo, unhas e pele, massagens, banhos perfumados com óleos essenciais, florais. Não precisamos nem ao menos trazer roupas, porque os cuidadores tomaram nossas medidas e nos trouxeram vestidos, sapatos e joias. O tratamento que nos foi dado hoje poderia ter sido feito para uma princesa e eu me sinto como uma, exceto pela pistola 9 mm guardada discretamente no alto da minha coxa, próxima à cinta-liga.
No fim do dia, enquanto todos os Ômegas nos quartos vizinhos se preparam para atacar com feromônios e olhares, em busca do melhor patrocinador, eu e Jiu nos preparamos para proteger possíveis vítimas e investigar o assassinato do deputado Park.
— É melhor sair daí antes que alguém te veja. — Jiu, minha melhor amiga, também policial e Ômega, termina de delinear os lábios com um batom vermelho-sangue e me lança um olhar questionador. — Você está mais inquieta que o normal. É por que tem muitos Alfas reunidos? Parece assustador, não é?
— Muito. Estava tentando me acostumar aos cheiros. — Aponto para a porta da varanda. Só agora percebo o perigo ao qual me expus, indo até a varanda. Malditos hormônios. — São muitos Alfas e eu estou relativamente próxima do Cio.
— Inclusive eu acho que a gente tem que se separar uns dias, porque nossos ciclos estão alinhados e entrar no Cio ao mesmo tempo vai ser um desastre de novo, igual foi no último.
— Aquele tal de Jackson se esbaldou com a gente, né?
— Lembrar daquilo me dá dor de cabeça. — Ela esfrega a testa com um dedo e solta o ar pela boca. — Pelo menos ele é gostoso.
Nós duas rimos.
— Não podemos fazer isso de novo. — Falo entre as risadas, abanando as mãos no ar. — Quer dar uma última olhada nas fichas que o delegado Namjoon nos passou? — Pergunto e aproximo-me do espelho para conferir meu traje e minha maquiagem uma última vez. Sinto-me como uma gueixa japonesa antiga, exceto pelo fato de que ser uma Sugar Baby não é ser uma prostituta.
— Aish, quero sim. Ainda não acredito que vou fazer a segurança de Jeon Jungkook, o próprio dono daquela empresa de games pra celular... Não acredito. E pior... Como eu vou fazer ele acreditar que eu sou só uma Ômega dessa merda? Por que temos que fazer esse serviço disfarçadas até pra eles? — Jiu comenta e eu rio. Ela se senta na cama suntuosa no centro do quarto e puxa duas pastas de papel marrom, abrindo uma delas.
— Delegado Namjoon pediu que fosse assim e eu não quis questionar. Tudo com a mais perfeita discrição para não atrapalhar o andamento da investigação. — Confiro minha imagem no espelho enquanto falo.
Perpasso os dedos pelo vestido perolado que uso e confiro que a fenda do lado direito não mostra demais. Ela sobe até próximo do meu quadril e faz com que minha perna fique à mostra, desprotegida. Para que eu não mostre demais, uso uma calcinha, mas até mesmo ela é quase inexistente, de tão pequena. A pistola 9 mm está presa do lado fechado do vestido, próxima à barra da cinta-liga, e logo mais abaixo, guardo uma faca pequena, para o caso de uma luta corporal.
A única coisa que me incomoda agora é o decote generoso -um pouco demais- que desce até o vale os seios e impossibilita o uso de um sutiã. Com certeza isso é mais perigoso que as armas que escondo em meu corpo.
— Aish... Jeon Jungkook. Ele é membro de Lascívia há dois anos e já teve mais de vinte patrocinadas... E a que ele foi Sugar Daddy por mais tempo durou... Três meses. — Jiu bate na própria testa. — A porra de três meses.
— Eu vi isso... Parece que ele tem várias de uma vez e por períodos muito curtos. Sabe o que isso significa?
— Que ele se entedia fácil. — Jiu diz sem tirar os olhos do documento. Continuo a ajustar o vestido ao corpo. — Mas, também... Com uma renda anual de 40 milhões de dólares, quem não ficaria entediado? Aigoo... Seria tão mais fácil se eu pudesse dizer: "E aí, Jeon, o negócio é o seguinte, estou aqui pra te proteger, então cola em mim." — Eu rio com ela. — Aqui na ficha fala que ele gosta de esportes, vídeo-game, mexe com mercado de ações, não fuma, mas adora beber e... Olha que cachorro! O único interesse dele em Lascívia é sexo. Ah, tá bom!
— Já tem alguma ideia de como vai conquistar a atenção dele? — Pergunto com bom humor.
— Não sei que coisa em mim pode atraí-lo, que as outras não tenham igual, com uma diferença... Eu sou tão sensual quanto um velho mascando chiclete. — Jiu dá de ombros e me olha de lado, enquanto eu rio. — Por que está se olhando tanto no espelho? O vestido ficou realmente lindo em você. O tal de Min Yoongi não vai conseguir olhar pra outra pessoa.
Jiu não é de fazer elogios, por isso me surpreende.
— Obrigada. — Coro levemente e pigarreio. Viro-me de costas para o espelho. — Acho que estou sentindo a mesma insegurança que você. É que o Min já é sócio em Lascívia há cinco anos. Ele é um membro veterano e teve pouquíssimas patrocinadas.
— Aish... — Jiu fecha uma das pastas e abre a outra. — Quer dizer que ele é muito seletivo. Não deve deixar ninguém se aproximar dele.
— Provavelmente. O que também significa que eu terei que jogar com o olhar, e eu sou péssima pra manter contato visual com pessoas, você sabe. — Suspiro e deixo minha insegurança aflorar. — Aigoo... Se eu não estivesse com um vestido tão nu. Mas, me sinto exposta assim.
— Para de bobagem, você está linda. — Jiu repete o elogio e vasculha a ficha de Min Yoongi. — Eu adorei esse cara. "Hobbies: Dormir". "O que você mais gosta de fazer em seu tempo livre: Dormir". — Ela ri e me olha de lado. — A renda anual dele é 23 milhões de dólares, mas poderia ser mais, se ele não gostasse tanto de dormir. — Jiu funga e meneia a cabeça. — Rindo de nervoso, apenas. Me ignore.
— Você viu a diferença entre os dois no quesito instrução da Sugar Baby? — Coloco os brincos nos furos das orelhas e aproveito para ajeitar o ponto eletrônico que servirá para minha comunicação à distância com Jiu. — Enquanto o Min Yoongi ajuda a Baby com dinheiro e influência, o Jeon só entrega dinheiro. E o Min gosta de coisas mais tranquilas. Ele deve ser um cara bem estabelecido, pouco aventureiro.
— Olha, acho que quero mudar aí de Daddy, porque esse Jeon parece ser cilada, dor de cabeça, e eu não estou afim disso. Vamos jogar o Jo-Ken-Po de novo? — Jiu fecha a pasta de Min Yoongi e se levanta com o punho fechado.
— Vamos repassar o plano, certo? — Ergo as mãos no ar e Jiu toma uma postura quase militar que contrasta muito com seu vestido preto de renda, longo e fluido, com uma saia que quase imita transparências, mas que protege as armas escondidas em suas pernas, como estão nas minhas. — Encontramos nossos protegidos e deixamo-os sob nossas vistas. Falamos com várias pessoas até chegar a eles, para nos misturar e colher mais informações sobre o assassinato.
— Sim.
— Lembre-se de que o deputado Park Jimin era bissexual, então podemos estar à procura não de uma Sugar Baby assassina, mas de um Sugar Baby assassino.
— Sim.
— Está com o ponto? — Aponto para meu ouvido e ela assente. — Onde está sua máscara?
— Aqui. — Jiu busca a máscara negra com aplicações de renda e cristais, e a coloca no rosto, escondendo suas maçãs do rosto. Ela a amarra na nuca, assim como eu faço com a minha, uma máscara branca com aplicações de seda e pérolas, como o vestido.
— Acho que é agora. — Ela suspira e sorri uma vez, plástica. Tenta novamente, e o sorriso se torna mais natural. — Estou com inveja porque você vai ficar com o cara mais legal.
— Para de reclamar, Jiu. — Rio com ela e bato em seu ombro. Nós duas caminhamos para fora dos aposentos que nos foram destinados nessa noite. — Pronta pra seduzir Jeon Jungkook?
— Vou proteger um cidadão, é só uma missão como qualquer outra.
***
— Aquele é mesmo Jeon Jungkook? — Ouço a voz sussurrada e chiada em meu ponto eletrônico. Lanço um olhar para Jiu. Percebo que, mesmo sob a máscara, ela parece aflita. Estamos paradas em lugares diferentes do salão, mas mantemos um contato visual distante. E, de onde estamos, podemos ver o primeiro alvo.
— Sim, amiga. É ele.
— Beleza. Então essa tá longe de ser uma missão como qualquer outra. Puta cara gostoso do caralho. — Preciso me conter para não soltar uma risada alta no meio de tantas pessoas que se vigiam e se cheiram, em busca de pares que lhes apeteçam. Fito o rapaz no alto das escadas e me certifico uma última vez, ao analisar seu sorriso, de que se trata sim de Jeon Jungkook.
— Já sabe o que fazer.
— Vou falar com aquela Ômega ali. Ela é amiga de uma ex-patrocinada do deputado.
Assim, Jiu se mistura mais uma vez à multidão de pessoas que se amontoam no grande salão do palacete. O ambiente luxuoso tem paredes muito altas e um teto abobadado, com lustres orientais que se assemelham à gaiolas. As paredes são tomadas por janelas intermitentes e ficam por trás de colunas altas com inscrições em Hangul antigo. O chão frio é composto por peças de granito lustrado e formam desenhos de Alfas poderosos que subjugam Ômegas em atos diversos. A maior parte deles é com imagens eróticas.
Misturo-me. Caminho por entre os corpos vestidos em smokings e vestidos caros, sinto olhares queimarem às minhas costas. Lufadas de um ar pesteado por odores de Ômegas e Alfas me enjoam levemente, por serem fortes demais. Escuto risadas, conversas abafadas, música vinda da banda que toca em algum lugar que não consigo ver. Esquadrinho o lugar a procura de Min Yoongi. Demoro o olhar em alguns Alfas que me chamam a atenção, mas logo continuo a minha busca por ele.
A luxúria no ar é quase palpável.
Continuo procurando por Min Yoongi, mas não o vejo. Talvez ainda não tenha chegado ou esteja do lado de fora, no jardim e, por isso, decido descer as escadas e andar entre os corpos para tentar encontra-lo mais facilmente. Tenho que fazer um grande esforço para não me distrair com o cheiro dos Alfas quando passo por eles. Enquanto procuro Min Yoongi pelo salão, dois Alfas estendem a mão para mim, mas balanço a cabeça e dou um sorriso, agradecendo. Então, continuo andando com segurança na direção do bar, onde posso ter uma boa visão do lugar sem levantar suspeitas.
No momento em que apoio meus braços sobre o balcão, eu sinto um cheiro diferente dos demais. É mais forte, cítrico, limpo. Os arrepios que passam pelo meu corpo são tão fortes que chegam a doer e minha intimidade se contrai levemente.
Olho para o lado, procurando a origem daquele cheiro e vejo um homem de cabelo preto em pé, perto do bar. Sua postura é perfeita, ereta. Ele bebe o uísque lentamente, sem tirar os olhos do salão. Em uma das mãos, vejo um grande anel com uma pedra azul que deve custar mais do que o meu apartamento. Um terno prateado com o fundo cinza escuro cai perfeitamente sobre seus ombros, por cima de uma blusa social branca. Ele usa uma calça social preta e, quando volto a olhar para seu rosto, vejo-o passar a ponta da língua pelos lábios, saboreando o sabor amadeirado da bebida.
Um desejo sádico passa por minhas veias enquanto eu o observo.
O homem está usando uma máscara preta que cobre parcialmente seu rosto e eu tenho duas certezas. A primeira é que aquele é Min Yoongi, o homem que devo passar toda a noite e proteger a todo custo.
E a segunda é que eu estou ferrada.
***
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