Jeon Jungkook's P.O.V.
Ela é muito além do que imaginei.
É o que ecoa na minha mente, ao me livrar do vestido que ela não conseguiu abrir.
O tecido fino e negro se rasga entre meus dedos. Revela a pele macia e exala sua fragrância de amêndoas e jasmim. Puxo o tecido entre seus seios, na linha da barriga firme e esguia, em seu ventre. Agarro as transparências delicadas do vestido com mais força e despedaço a saia inteira de uma vez, como se despetalasse seu corpo curvilíneo.
Ouço o tilintar e ergo o olhar. Seus braços estão esticados. As mãos pendem, presas pelos pulsos com algemas nas colunas do dossel da cama. Sua clavícula se torna mais visível com a respiração descompassada e as costelas se elevam. Os seios pequenos têm mamilos claros e túrgidos, excitados. Seu olhar é ansioso e eu sinto sua angústia doce e suscetível. Vulnerável. Isso me atrai.
Mas, tudo nela me atrai. A sensação de subjugá-la é prazerosa, porque consigo ver a vontade em seus olhos mareados e selvagens, pousados em meu corpo. Já não desejo apenas saciar meu cio com uma Ômega qualquer. Quero essa mulher. Quero vê-la se contorcer de prazer. Porque seu poder me instiga a dominá-la. Sua beleza me sufoca e o calor me extasia a cada centímetro que desvendo.
O suor rola por minha nuca e testa, se acumula nas palmas das mãos e nas costas. Meu coração retumba nas paredes do tórax e eleva os níveis de adrenalina. A respiração é rápida, as veias se dilatam e meu corpo fica mais sensível. Há um formigamento persistente na virilha, um pulsar lento e aflito na ereção. Os espasmos vêm e vão em um efeito oscilante do inibidor.
Não quero imaginar como vai ser quando o efeito do inibidor se extinguir. Afasto a atenção dos efeitos que ela me provoca e me concentro. Quero ver seu orgasmo antes de me afogar nela. Quero assistir o prazer em seu rosto e provar dela, antes de me perder na selvageria. Tomo um fôlego e balanço a cabeça. Retiro o vestido em frangalhos que ainda a envolve e o isolo longe de nós.
Ajoelho-me entre suas pernas abertas e me sento. Acaricio seus tornozelos amarrados nas cordas aveludadas para mantê-la nessa posição. Avanço as mãos por suas pernas, até os joelhos, e os empurro até onde sua flexibilidade permite. Desço o olhar ao seu íntimo desprotegido e exposto até a última gota de excitação. Engulo a saliva e ela me olha, passiva.
— E então? Qual é a sensação de ficar presa, Policial? — Escorrego os dedos ásperos por suas coxas. — Você está acostumada a prender, não é? — Ergo o olhar por seu corpo e fito seu rosto, sem desviar os dedos do caminho até sua virilha lubrificada. Faço movimentos circulares com os dedos na pele mais sensível das partes internas de suas coxas, uma massagem leve e proposital, porque percebi que isso a excita. Ela gagueja, mas não fala. Estremece quando arrasto as unhas curtas perto da virilha. — Fiz uma pergunta.
— Jungkook, eu...
— Me chame de Sr. Jeon.
Seus olhos escurecem.
— Sr. Jeon. — Ela arranca um sorriso de mim. — Eu... — Jiu tenta formular seu raciocínio, mas desço as mãos até suas nádegas e as aperto. Sinto a carne nos dedos e mordo o lábio inferior. O pênis pulsa e se choca contra minha virilha. — Eu... — Ela ainda tenta, mas eu a ergo pelas nádegas, puxo uma almofada e a faço descansar o quadril sobre ela, para elevar sua pélvis. Assim, ela fica muito mais exposta. E está tão pronta. Minhas gengivas comicham e a saliva aumenta em minha língua. — Eu...
— Ainda não me disse se gostou da sensação de ficar presa.
— Gostei...
— Bem melhor. — Sorrio. — Quer gozar assim? — Volto os dedos às virilhas úmidas e os umedeço. Minha atenção se foca em seu íntimo e eu inalo o ar pesteado pelo cheiro de Ômega. Minha visão se turva por um instante, mas recupero o fôlego para continuar. — Vou ter que repetir a pergunta, Policial? — Ergo o olhar e vejo seus lábios trêmulos. — Quer muito gozar assim, né?
— Por favor...
O som de sua súplica entra por meus ouvidos e me excita mais. Começo. Afasto os grandes lábios com os polegares e admiro seu íntimo. Sua entrada pequena pulsa, rosada, úmida e brilhante. Ela precisa mesmo de alívio. Levo as mãos até seu sexo e a exploro. Afasto os lábios do clitóris inchado e endurecido e o toco. É quente, rígido e está sensibilizado. Sua reação denuncia. Ela treme e expele mais do lubrificante com cheiro adocicado. Está prestes a gozar. E eu brinco com isso. Aperto o clitóris com o polegar e o deslizo até sua entrada.
Ela solta uma lamúria angustiada.
Afasto o polegar devagar.
O líquido de sua excitação forma um fio espesso entre a entrada e meu dedo.
— Muito gostosa... — Sussurro, porque o rugido fica preso em minha garganta e a arranha. Minha boca saliva e minha visão escurece. A excitação continua a oscilar entre a frieza contida e o cio selvagem. E o cheiro gostoso que seus feromônios exalam não me ajuda a dominar os instintos. Mas, não pretendo me saciar enquanto ela não estiver destruída e satisfeita. Quero que ela use até a última gota de sua energia para sentir prazer. — Isso tudo é vontade de trepar, Policial?
Ergo o olhar e encontro seu rosto contorcido de desejo.
Mas, ela fica em silêncio.
Estapeio sua nádega e ela solta uma lamúria baixinha.
Trocamos sorrisos.
— Se continuar em silêncio quando eu exigir que fale, vou te amordaçar. Aí não vai precisar falar mais nada. — Ameaço e ela ergue as sobrancelhas. Tateio a mala de metal ao meu lado na cama, aberta, e empurro alguns instrumentos, retirando uma mordaça de couro com uma bola. Ela fica inquieta.
— Ah, não. Ficar presa é tortura o suficiente, porque você está aí todo nu e gostoso e eu não posso nem te lamber. Não bota esse troço em mim, não. Se for colocar alguma bola na minha boca, que sejam as suas, pra eu fazer um oral em você. — Ela responde em um sobressalto espontâneo e agita os pulsos presos nas algemas. Passo a língua pelos lábios e me divirto com sua reação.
Jogo a mordaça na mala e a olho.
— Precisamos impor algumas regras nesse jogo. O que acha? — Viro-me para a mala e abro uma caixinha.
— Que tipo de regras?
— Me chamar de Sr. Jeon, por exemplo. — Tiro um anel de metal de dentro dela e o encaixo em meu dedo médio. — Você concorda?
— Não sou sadomasoquista. — Ela sussurra, preocupada. Sorrio com o canto dos lábios e pressiono a esfera solitária da joia. Ela começa a vibrar. — Por favor...
— BDSM não é só SadoMasoquismo. — Busco um de seus pés e massageio o calcanhar irritado pelo tempo que ela permaneceu de pé com os sapatos de salto alto. Ouço um resfolegar de deleite e controlo a respiração. O cheiro dela se intensifica. — Gosta disso? — Ergo o olhar e ela assente. Continuo. — Eu gosto desse lance de prender e dominar. O jogo me estimula. Não precisa de dor. — Ganho sua atenção, porque ela me olha com curiosidade. Resvalo a esfera vibratória em seu calcanhar e pressiono os dedos livres no tornozelo amarrado.
— Não estou dominada o suficiente?
— Você não está dominada, só está presa.
— Quer mais que isso? — Jiu sussurra com um sorriso.
— Quero. — Rolo a esfera e os dedos pela cavidade do pé, até a parte mais sensível, e massageio com movimentos circulares. — Não vou usar nenhum tipo de violência ou sofrimento, se não gosta. É que eu gosto de conduzir, mandar e ser obedecido. Gosto de dominar. — Sinto os estalos de seus ossos quando pressiono as mãos em seu pé, e esfrego a esfera vibratória na parte mais sensível, outra vez. Para cima e para baixo. Sua perna espasma e estremece. Sorrio. — Gosta assim, Policial?
— Desse jeito eu vou gozar sem que você precise fazer mais nada.
— Ainda nem cheguei na melhor parte. — Fricciono a esfera em sua pele outra vez e ela se contorce sutilmente. Seus joelhos trêmulos se separam mais e ela joga quadril para cima. Carente de qualquer alívio. É o segundo ponto sensível que encontro em seu corpo e o estimulo. Faz parte do meu jogo. — Aceita a dominação? — Paro a massagem e ela me olha, assentindo. — Diga em voz alta.
— Aceito.
Minha ereção se contrai e eu preciso levar uma mão até o pênis, apertando-o com suavidade. A sensação é tóxica e doce. Meus dedos correm da base até a glande levemente inchada, que começa a expelir o líquido pré-seminal. Inspiro o ar com cuidado e desço novamente à base, aos testículos tensos. Sinto que precisarei de mais do que autocontrole para realizar todos os passos. A masturbação de mais cedo já não consegue conter a excitação do cio, ainda que eu esteja entorpecido pelo inibidor temporário.
— Ouça as regras com cuidado. — Vou até seu outro pé e ela me observa. Acaricio seu tornozelo com gentileza, confiro se a corda a machuca e vejo que não, só imobiliza. Se Jiu não gosta de sentir dor, não haverá dor desnecessária. Então, repito o processo. Massageio seu calcanhar, arrastando a esfera vibratória por sua pele. Ela suspira em deleite. — Não vou repeti-las, e elas servirão pra conduzir nosso jogo, então ouça.
— Sim, Senhor. — Ela murmura.
O cheiro de Ômega se entranha em minhas narinas.
— 1, devemos nos respeitar. 2, deve me chamar apenas de Senhor ou Sr. Jeon, eu te chamarei de Policial. 3, obedecerá todas as minhas ordens sem hesitar ou questionar. 4, se eu ultrapassar seu limite, há uma palavra de segurança que poderá usar a qualquer momento e essa será a única ação que fará sem meu consentimento verbal. A palavra é: Afrodisia. Se usá-la, vou parar imediatamente. — Explico e mantenho os dedos firmes e habilidosos em sua pele. Relaxo os pontos cansados e doloridos, e estimulo as zonas erógenas. — Certo?
— Sim, Senhor.
Sorrio.
— A cada vez que me obedecer, ganhará uma recompensa. Para cada erro, haverá uma punição. — Ela assente uma vez e eu deslizo a esfera vibratória pela cavidade de seu pé. Ela solta um leve gemido. — Não pense que será tão fácil me obedecer. Posso te pegar em uma ordem que não pode cumprir, pra forçar a punição. — Jiu ergue a cabeça e fita meu rosto, entre a excitação, a impaciência e a curiosidade. — Olhe pra cima. É uma ordem. — Seus olhos vão ao teto. — Diga-me o que vê.
— O espelho... Nós dois... Na cama.
— É isso. Pra cada ordem, uma ação. Entendeu? — Ela assente. — Qual é a palavra de segurança?
— Afrodisia. — Jiu responde e morde os lábios na boca.
Sei que ela quer falar algo.
— Diga.
— Afrodisia. — Ela repete.
— Não, diga o que quer dizer.
— Ah... — Ela pigarreia. — Você é muito gostoso. Puta que o pariu.
Mais uma vez, sua espontaneidade me surpreende.
E é, estranhamente, bom.
— Aish. — Murmurejo com um ensaio de sorriso. Solto seu pé e pressiono o anel, desligando a esfera. Ouço as algemas tilintarem e ergo o olhar de esguelha. Ela espera. Seus pulsos estão avermelhados, mas não posso soltá-la agora. — Pode beber em horário de trabalho, Policial? — Pego a garrafa de conhaque que repousa ao lado da mala e a destampo. Inalo o aroma de especiarias da bebida cor de âmbar. Bebo um gole no gargalo e estendo para ela. — Se ficar bêbada, será demitida? Responda.
— Provavelmente.
— E se sujar seu cabelo de porra?
Ela prende o sorriso e suas bochechas se avermelham.
— Se me permitir, eu limpo e prendo num coque. Isso eu posso disfarçar.
Sorrio.
— Boa resposta. — Ajoelho-me diante dela e bebo mais um gole. Passo a língua pelos lábios e vejo que seu olhar desejoso se fixa em minha ereção. Inflo os pulmões e desço a mão livre até o pênis, descendo os dedos por toda a extensão. Sinto as veias dilatadas e enrijecidas abaixo da pele fina. O pulsar do membro se torna mais forte. — Era nele que estava pensando quando se masturbou? — Ela confirma com um aceno e engole em seco. Entorno umas gotas de conhaque sobre seus seios. — E no que está pensando agora?
Ela estremece, mas me obedece e responde.
— Em você, Sr. Jeon.
Formo um bico com os lábios e sorrio.
— Gostei da resposta, mas é melhor falar a verdade, Policial. — Solto a ereção e me abaixo até minha mão tocar seu íntimo quente e encharcado. — O tempo ainda está passando e você... — Deslizo o anel de metal com a esfera vibratória desligada por toda a fenda inchada e ensopada. Do clitóris à entrada, de volta ao ventre. Pressiono o anel contra sua pele até ligar a vibração, e vou ao clitóris, massageando-o. Ela treme com o efeito da massagem e da vibração. — Você ainda não gozou...
Ela respira fundo e seus joelhos espasmam.
— Eu...
— Não te deixei falar. Punição. — Afasto os dedos de seu sexo. Ela torce os lábios e sei que quer protestar, mas fica em silêncio. — Se não me obedecer e falar a verdade, nunca vou te chupar como quer. E eu posso te torturar sem te deixar chegar lá por um bom tempo. Sou muito paciente, mesmo no cio. — Derramo mais um pouco de bebida em sua pele e observo as gotas cor de âmbar escorrerem.
A camada pegajosa de bebida se impregna nela e abafa o cheiro de sua pele.
Não é o suficiente para conter minha excitação, mas me ajuda a pensar.
— Diga, Policial. No que está pensando agora?
Passo a língua pelos lábios.
— Me fode logo... Senhor.
É deliciosamente genuíno.
— Não pode mais falar, entendeu? — Pergunto com a sobrancelha arqueada e ela franze o cenho. — Não pode falar, murmurar, tentar se comunicar com palavras. Não quero ouvir o som da sua voz nem pra gemer. É uma ordem. — Ela engole em seco e eu sorrio. — Sabe o que eu vou fazer, agora? — Minha pergunta tem uma pegadinha por trás. Se ela abrir a boca para me responder, me desobedecerá. Mas, Jiu é esperta. Ela só meneia a cabeça e eu sinto que esse jogo vai ser o melhor que já joguei. — Vou te chupar. Inteira.
Ela morde os lábios dentro da boca e toma um fôlego ruidoso pelo nariz.
Não ouço uma fagulha de sua voz e isso me dá prazer.
Ela me obedece bem e decido ser...
...Generoso.
Derrubo mais gotas de conhaque sobre seu corpo. A bebida cai em seu colo e rola pela clavícula, embebe os seios, escorre pela barriga, se acumula no umbigo e desce pelo ventre. Encharca seu íntimo além da lubrificação. Bebo uma última dose antes de tampar a garrafa e devolvê-la à cama. Inclino-me sobre a Ômega indefesa e aproximo nossos rostos. Meus feromônios se entrelaçam aos dela e se misturam ao cheiro alcoólico e apimentado do conhaque. Fito os traços azuis nas íris castanhas e respiro contra seus lábios.
Seus olhos se reviram e as pálpebras pesam, se fecham sobre os cílios longos e maquiados. Não resisto. Aproximo os narizes, confundo nossos hálitos quentes. Encosto os lábios nos dela. Eles me recebem entreabertos e trêmulos. A boca dela captura meu lábio inferior e o puxa entre os seus. Ela sorve os resquícios de conhaque. Permito por um instante, mas puxo o lábio de volta e encaixo nossas bocas, com as mãos presas no colchão para não depositar meu peso sobre ela.
Saliva, conhaque e lábios. O beijo é gostoso, denso, lento. A bocas são provocativas e as respirações contidas nos denunciam. Ela se controla porque tem que me obedecer e eu me controlo porque tenho que manter nosso jogo de submissão. Raspo a ponta da língua por seu lábio inferior e ela solta o ar pela boca, permitindo a passagem. Cruzo seus dentes e esbarro minha língua na dela. E ela aprisiona a minha para chupá-la em um movimento mais erótico. Imita uma sucção. Imagino-a chupando meu pau e isso é o suficiente.
A ereção pulsa com tanta força, que eu vacilo e tomo um fôlego.
Desço o quadril até o pênis chicotear seu ventre e ela treme com um ofegar desesperado. Não ouço voz. Seus lábios deslizam por minha língua e a dela me acaricia. É minha vez. Entreabro os lábios e fricciono as superfícies ásperas, capturo sua língua e a acaricio com a minha. Chupo. O sabor de tâmaras, especiarias e álcool do conhaque se mistura ao gosto do beijo. Roço minha língua na parte inferior e mais sensível da dela, derramo saliva em sua superfície e arrasto os dentes sem qualquer força.
Ela estremece outra vez e inclina o quadril para cima, busca um mínimo roçar de seu íntimo no membro ereto. E eu sinto os testículos tensos e umedecidos por sua lubrificação, forço-os contra ela e acompanho sua reação. Nossas bocas se largam com um estalo sonoro dos lábios e os olhos dela queimam sobre os meus. O prazer que ela sente nessa ação é tangível e ela nem precisa verbalizar, para que eu saiba. Está em seus poros eriçados, no cheiro descontrolado e doce que inunda o quarto, no estremecer incerto.
Está na excitação que se derrama em seu sexo encharcado roçando nos testículos.
Aproximo-me de seu ouvido e roço os lábios quentes e úmidos em seu lóbulo, enquanto ela fricciona o clitóris em mim. Sinto-me como uma ampulheta que conta cada segundo até o efeito do inibidor se esgotar. Não sei por quanto tempo aguentarei manter o comando do jogo. Capturo o lóbulo delicado de sua orelha e sorvo a pele, o gosto, a suavidade. Arrasto a língua pela região e solto, deixando um bafejar na pele que acabei de umedecer. Pouso um beijo leve no lugar e encosto o nariz em sua têmpora.
— Pare de se mexer. — Ordeno. Ela treme, mas para. Não sinto mais seu sexo em mim, apenas a sensação úmida de seu lubrificante natural. Sua respiração rápida e superficial colide contra meu ombro, perto do pescoço. — Olhe para o teto. — Sussurro sem voz e a olho de canto. Ela tem os olhos abertos e fita o espelho acima de nós. — Não pare de olhar o espelho. — Seus lábios se curvam em um sorriso quase constrangido. Beijo seu maxilar e ouço as algemas tilintarem com seu estremecer. — Vou te fazer gozar, Policial.
Mordo seu queixo e desço a boca por seu pescoço, devagar. Minhas gengivas comicham outra vez e minhas costas se abrem em arrepios. É o cheiro que exala dela, misturado ao conhaque. Isso pisa em minha concentração. Pouso alguns beijos suaves em seu pescoço, descendo pelo caminho até a clavícula. Não mordo para não deixar marcas visíveis que ela não saberia explicar aos seus superiores, mas, quando chego ao colo, encontro liberdade. A pele está pegajosa por causa do suor e do conhaque. O cheiro é único e afrodisíaco.
Arrasto a língua por seu colo, desde a clavícula até o início do decote. Distribuo meu peso entre os joelhos na cama e livro uma das mãos. Sorvo cada gota de conhaque despejada em sua pele e traço um caminho com a língua por sua clavícula, pelo colo. Seguro a base do seio pequeno e o aperto entre os dedos. A pele ao redor tem as bolinhas arrepiadas nos poros e o mamilo aponta, enrijecido e rosado. Toco-o com os lábios e ela arqueia as costas, ato que esfrega o seio em minha boca. Ergo o olhar.
A policial ainda fita o teto e me obedece com devoção.
Isso só atiça mais meu prazer.
O efeito do inibidor continua a se esvair.
Decido. Capturo o mamilo entre os lábios e perpasso a pontinha da língua pela região mais sensível, na abertura. A carícia é suave e ela responde com um espasmo, erguendo o quadril outra vez. ergo o olhar, mas ainda cuido do seio. Seguro a base sem apertar com força e faço movimentos para cima e para baixo com o mamilo, chupando-o devagar. Ela respira fundo e eu passo a língua mais molhada por ele, estimulando-o com cuidado. Solto os dedos do seio, sem retirar a boca, e tateio o outro seio dela. O anel de metal arranha a superfície.
Ela se contorce e as algemas tilintam seu som metálico nas colunas do dossel. Ligo a esfera vibratória no anel e massageio o mamilo livre com movimentos circulares na auréola, evitando o bico duro e mais sensível. E minha boca ainda trabalha no outro seio. Chupo devagar, acaricio o bico com a língua, despejo um pouco de saliva para lubrificar a pele, sinto sua pulsação sobre mim. Já não consigo pensar com a mesma coerência. Ergo o olhar e seu pescoço se avermelha. Ela morde os lábios e tem a cabeça enterrada no travesseiro.
Seus olhos se mantém grudados no espelho do teto. Sua boca está fechada, em silêncio desde que ordenei. Sua disciplina me leva ao extremo da excitação e racha a névoa do entorpecimento provocado pelo inibidor. Sinto correntes elétricas avançarem por minha pele, o formigamento em minha virilha se intensifica, a pulsação do pênis cresce da base à cabeça e distende a tensão. É quando me lembro de que ela é uma policial e recebeu treinamento específico para cumprir as ordens da polícia coreana.
Uma dúvida nasce em minha mente e desligo a língua do mamilo.
Ainda estimulo o outro com a mão e o dedo com o anel vibrador.
— Olhe pra mim, Policial. É uma ordem. — Exijo, e ela solta o ar pela boca. Ergue a cabeça. Ela hesita? Jiu franze o espaço entre as sobrancelhas e eu passo a língua pelos lábios. — Está se sentindo bem? — Ela assente. — Fale. A partir de agora, pode falar.
— Estou, Senhor. — O murmúrio é tenso, trêmulo, embargado.
— Gosta disso? — Acaricio o mamilo com meu polegar e ela revira os olhos.
— Muito... Senhor. — Seus braços espasmam e eu sorrio.
— E tem algo que eu fiz que você não gostou?
— Tem...
Meus olhos se estreitam.
— O quê?
— Eu quero... Eu quero gozar. — Ela implora e eu rio sem voz. Desço a mão livre por sua barriga, o dedo médio, com o vibrador ligado, roça por sua pele, até o ventre. — Se for um pouco mais pra baixo, não vou aguentar. — Largo seus seios sensibilizados e deslizo a ponta do nariz pela linha central de sua barriga, acaricio a lateral do umbigo com a língua e sorvo o conhaque quase seco. O sabor de álcool e especiarias se mistura ao sal de sua pele. — Sr. Jeon... Eu quero...
— Eu sei o que quer. — Levo a mão até seu sexo. Toco o ânus encharcado e subo os dedos pela entrada, pelos lábios, pelo clitóris. Ela está tão sensível que ela tem um sobressalto e seus joelhos se afastam mais. Meus dedos escorregam na umidade excessiva e a esfera vibratória roça na lateral do clitóris, sem nunca encostar diretamente na parte mais sensível dela. — Sei exatamente o quanto essa bocetinha precisa de alívio... E sabia que cada movimento meu é calculado, ou acha que eu não sei o que estou fazendo?
— Está brincando com a minha excitação...?
— Foi você que me provocou, me chamando de deus do oral.
— Voc... O Senhor ainda não fez nenhum... — Posiciono a almofada em suas nádegas, para elevar seu quadril outra vez. — Nenhum... Oral... — Apoio-me com mais cuidado e me inclino sobre ela. Beijo seu ventre, perpasso a língua na pele sensível e lisa. Esfrego a esfera vibratória na lateral do clitóris e chego a ela. Encaro sua intimidade mais uma vez. — Eu...
— Entenda uma coisa, Policial. Não pode me questionar. Você vai gozar. Mas, só vai gozar na minha língua, no meu pau. E só quando eu quiser. E só... Se for uma boa menina. — Uso os polegares das duas mãos para afastar os grandes lábios. Exponho seu sexo outra vez e engulo a saliva. Aproximo os dedos e abro os lábios menores, que fecham sua entrada. Ela pulsa e expele o líquido viscoso, transparente e brilhante. Está tão perto do orgasmo. Não quero imaginar sua agonia, agora. — Vai ser uma boa menina?
— Vou... Senhor. — Jiu responde, sôfrega. Isso me excita mais. Solto o hálito contra ela de novo e sorrio. Encosto os lábios com suavidade na parte interna de sua coxa, perto da virilha. Inalo seu cheiro doce e me embriago. O efeito do inibidor agora é mínimo. A ampulheta está prestes a esvaziar. — Sr. Jeon...?
Ela me chama, receosa.
— Hm?
— Posso... Eu posso...
— O quê?
— Posso gemer?
Pestanejo.
— Quer gemer? — Sorrio e passo o polegar pela extensão enrijecida do clitóris. Ela morde os lábios, sem emitir ruído. Obedece. Inclino a cabeça levemente e solto uma interjeição muda. — Já que está me obedecendo, merece a recompensa. Se quiser, pode gemer.
Seu peito sobe e desce em uma respiração aliviada.
— Pensei que ia ter que segurar mais...
— Está se segurando agora? — Pergunto em tom de provocação.
— Agora mesmo... Não.
— Não? — Solto um sorriso mais ácido e não espero outro raciocínio.
Escorrego a boca por ela e beijo, entreabro os lábios e capturo seu clitóris. Ouço o tilintar das algemas, uma lamúria quase muda. Sinto o estremecer de suas pernas. Movo os lábios sobre o clitóris devagar, massageando-o com cuidado, e esbarro a ponta úmida da língua pela extensão, acariciando-o. O sabor se dissolve em meu paladar e meu corpo enrijece. Minha visão se turva em um novo blackout e eu solto suas virilhas para segurá-la pelas partes internas das coxas, apertando os dedos na carne e empurrando suas pernas para trás.
A sensibilidade a faz tomar um novo fôlego e a pressão da minha boca contra seu íntimo toma uma lamúria dela. Continuo. Chupo o clitóris em movimentos de sucção e desço a língua pela área de seu íntimo, até a entrada, arrastando o lubrificante natural por toda ela, e volto ao clitóris. Seu corpo endurece em uma tensão à beira do orgasmo que ela tanto adiou. Levo o dedo médio com o anel de metal até sua entrada e umedeço a esfera vibratória. Penetro-a com o dedo, lentamente, e sinto o calor úmido no interior do canal.
Mantenho a língua ocupada em uma massagem que estimula seu clitóris e pressiono as unhas curtas em sua coxa, enquanto movo o dedo médio com o pequeno vibrador por dentro dela. O policial encolhe os ombros e suas pernas se abrem mais. Sua barriga se contrai, os músculos tensos estão no limite. Retiro o dedo de dentro dela e pressiono somente a esfera em sua entrada. Aumento a velocidade com que estimulo o clitóris, e ela convulsiona. Treme com mais força e arqueia as costas, jogando a cabeça para trás.
O gozo flui por sua entrada, que se contrai repetidamente, molhando meu dedo com o líquido transparente e viscoso como mel. Todos os poros de seu corpo se tornam visíveis e um gemido estrangulado de prazer escapa de sua garganta. Ela solta um suspiro e seus braços puxam as correntes das algemas. Seu quadril se move contra minha boca, arrastando todo o íntimo por meus lábios. Afasto apenas o dedo, mas continuo a estimular seu orgasmo para prolongar a sensação, massageando o clitóris até que seu corpo relaxe.
Afasto a boca e passo o polegar pelo lábio inferior, com os olhos em seu rosto embriagado pelo orgasmo.
— Me... Me solta... Eu quero te tocar... — Ela sussurra, exausta.
Sorrio, sem me afastar de sua intimidade.
— Você é muito apressada, Policial. — Fito seu íntimo encharcado pela excitação e por seu gozo. A entrada ainda espasma, pulsando em intervalos cada vez maiores. — Eu disse que cuidaria de você. — Uso as duas mãos para empurrar suas pernas e deixar o sexo mais à mostra. Levo o dedo médio com a esfera vibratória até sua entrada, massageando-a lentamente. — Achou que ia ser só isso? — Perpasso o vibrador pelo períneo e chego ao ânus. Ela estremece.
— Só isso..? Eu estou com as pernas bambas... — Ela fala sem fôlego e eu rio. — Estou falando sério. Eu...
— Você vai gozar até não aguentar mais. — Massageio a entrada do ânus com a esfera vibratória e inclino o rosto para frente. Beijo seu ventre, sua virilha, a parte interna da coxa. Acirro os dentes na pele e chupo com mais força. Ela treme e solta um novo gemido. Sei que está ainda mais sensível depois do orgasmo. Deixo mais alguns chupões em suas coxas, perto das virilhas, e volto a escorregar a língua por seu íntimo, do ânus até a entrada, até o clitóris, limpando um pouco gozo. Cuspo devagar em seu clitóris e acaricio com o polegar escorregadio. — E agora vai ser junto comigo.
Ligo a esfera vibratória e a fricciono em seu clitóris, massageando-o com movimentos circulares. Seu quadril treme, a testa se franze, os joelhos convulsionam e sua entrada pulsa com força outra vez. A expressão da policial é de prazer, mas ainda é pouco para mim. Encosto o nariz no dedo médio que massageia seu clitóris e acaricio os lábios e a entrada dela com minha boca. Penetro-a com a pontinha da língua e a fricciono por sua excitação. Ainda estimulo o vibrador em seu clitóris, para cima e para baixo, quando ela convulsiona. Sou tomado pelo cheiro, o gosto, por seu corpo sensível, vulnerável, entregue ao prazer.
Tudo isso invade minha cabeça e me desconecta da realidade. Meus instintos quebram a nuvem que me mantinha em um limbo entorpecido e eu só consigo sorver, chupar, enfiar a língua e massageá-la até seu corpo responder aos meus estímulos com mais força, em uma crescente rápida e devastadora. Ela solta mais uma lamúria perdida que ecoa em minha mente e me faz liberar um rosnado. A excitação pulsa com tanta força em minha ereção, que me sinto prestes a explodir. As algemas que prendem seus punhos fazem barulho nas colunas do dossel da cama e sua superfície se encrespa, derretida pelo suor, com os músculos tensos.
— Eu vou...
Outro suspiro denso explode em sua boca, saído dos pulmões cheios de ar, cortando suas palavras para chegar a um novo ápice, mais violento e trêmulo que o primeiro. Suas pernas convulsionam e o quadril se arqueia na direção dos meus dedos e da minha boca. Mantenho o anel de metal com o vibrador em seu clitóris, massageando-o sem força, mas com rapidez. Ela se derrama em minha língua, expelindo mais do gozo viscoso e transparente que sai do pulsar frenético no canal vaginal. É quando meus sentidos capturam a intensidade de seu segundo orgasmo e eu já não consigo suportar.
O efeito do inibidor já evaporou por inteiro e eu rosno contra seu sexo. Não tiro a esfera vibratória de seu clitóris, prolongando a sensação do orgasmo outra vez, e me afasto. Passo a língua pelos lábios e a olho de cima. Ela ainda estremece, mais sensível que antes. Passo a palma da mão pela boca e pelo queixo ensopados e desço até a ereção. Estremeço quando toco a glande inchada e sensível, e me masturbo lentamente, para lambuzar a extensão e facilitar a penetração. Seus olhos se abrem e ela treme. Meus dedos ainda a estimulam, e seus lábios se entreabrem para falar, mas ela só puxa o fôlego e faz uma careta, impulsionando o quadril para cima.
— Ainda não terminei com você, Policial. — Murmuro e ela assente. O suor gruda mechas de cabelo em sua testa, nas laterais do rosto e no pescoço. — Sua boceta é muito gostosa. — Roço o dedo médio com o vibrador pelos lábios de sua intimidade, até perto das nádegas. Então, uso mais um artifício. Penetro-a com dois dedos, o indicador e o médio. Levo o vibrador até um ponto áspero e superficial no canal vaginal encharcado e contraído por causa dos orgasmos, sem parar de subir e descer a mão por minha ereção. Seus olhos se abrem e ela ergue a cabeça, com as pernas trêmulas outra vez. Sua atenção se fixa no pênis rijo.
— Voc... O Senhor vai... — Massageio o ponto fixo com o vibrador dentro dela e ela treme com mais intensidade, arqueando as costas outra vez. Sinto que consigo um pouco mais de tensão, para prepará-la para outro orgasmo. É tudo o que preciso. Retiro os dedos de dentro dela e afundo a mão no colchão, afastando os joelhos. Mergulho o quadril na direção do dela e posiciono a glande inchada e sensível em seu íntimo e a bato contra o clitóris melado pelo gozo e saliva. O barulho molhado atiça minha excitação. Meus olhos se reviram e eu engulo outro rosnado. O cheiro denso se acumula ao nosso redor e eu escorrego a cabeça do pênis por ela, até sua entrada, forçando-a devagar.
Inclino-me sobre ela e encosto a testa em sua têmpora suada. Respiro contra sua orelha e sinto seu estremecer. Ela solta lamúrias desconexas e quase mudas no momento em que a penetro lentamente, apenas com a glande. A entrada do canal se contrai ao meu redor e me estrangula. A pressão, o calor e a viscosidade me tomam e a sensação é tão forte que torna a extensão da ereção ainda mais tensa. Aflora as veias que dançam abaixo da pele do pênis. A pulsação em mim se torna frenética e eu me sinto prestes a gozar, mas fecho os olhos e me concentro. Encosto a boca em seu ouvido e respiro pela abertura.
Forço meu quadril contra o dela, invadindo-a.
— Vou te foder até não aguentar mais... — Sussurro. Ela concorda e obedece, inclina o quadril para cima, contra o meu, para me dar mas liberdade. Ouço as algemas chacoalharem nas colunas do dossel. Ela engole mais da ereção e me aperta entre as paredes de seu canal, aumentando mais a pressão contra mim. É delicioso. — Você é muito gostosa... — Murmuro e ela estremece, rebolando o quadril contra mim. Capturo seu lóbulo entre meus lábios, soltando-o devagar, com uma carícia leve. — Era meu pau que você queria quando estava metendo os dedos, perto da porta do banheiro, Policial?
— Era... Era isso que eu queria.
— Olhe pro teto. — Ordeno baixinho e beijo sua têmpora. Contraio as nádegas e me empurro com mais força para dentro dela, até penetrá-la na totalidade. Meu corpo inteiro se arrepia e a tensão se acumula nos músculos dos braços e das costas molhadas de suor. É quase insuportável, mas continuo a sussurrar ao pé do ouvido. — Estava imaginando que eu ia meter em você assim, quando estava se tocando e pensando em mim? — Relaxo a penetração e movo o pênis pelo canal estreito e encharcado, para fora. Devagar, sinto cada centímetro de pele e gozo me envolvendo com dificuldade, por causa do cio, que deixa a ereção maior.
Travo os dentes e só consigo pensar em meter com mais força, mais fundo, até não suportar.
— Não... O jeito que você faz é melhor.
— Quando... — Contraio as nádegas e mergulho a ereção outra vez dentro dela. Mordo o lábio inferior, alargando a cavidade apertada para me acomodar. A pressão é gigantesca e eu preciso me concentrar para não gozar, porque o cio me ataca em cheio e me faz tremer, rígido e com as terminações nervosas ainda mais sensíveis. Ela solta um gemido sem voz perto do meu ouvido e eu fecho os olhos. — ...Quando sentou no chão e abriu as pernas pra foder com seus dedos, estava pensando em como seria a sensação de ter o pau de Jeon Jungkook te fodendo? — Gotas de suor escorrem por meu cabelo até a testa e eu me impulsiono para fora.
Para dentro.
É delicioso.
— Eu imaginei... Mas de verdade é muito mais gostoso... — Ela treme. Atinjo o ponto mais áspero em seu interior. E é nele que concentro minha energia, agora. Afundo as mãos na cama e ergo o dorso, contraindo os músculos dos braços, do tórax, do abdome. Jiu fita meu corpo enquanto roço a glande nesse ponto em seu interior, para frente e para trás, em uma penetração superficial. A pulsação na glande aquece minha pele. A onda de excitação se torna mais forte e me atravessa como um furacão. Não paro. Estimulo o ponto dentro dela com mais força, mais selvageria. Ela inclina os ombros para trás e morde os lábios, se contorcendo com uma lamúria sôfrega e torturada.
Ela ergue os dedos pelas correntes das algemas e segura os elos com força, até os nós esbranquiçarem. Respira afogada em sua própria excitação, maior do que nos primeiros orgasmos. Sei que a policial vai gozar outra vez a qualquer momento e está mais acostumada ao meu tamanho. Não vou machucá-la se aumentar o ritmo. Reviro os olhos ao sentir a explosão de hormônios no quarto e me entrego aos instintos que despertei quando a vi no salão de Lascívia, com as mãos enfiadas num refratário de ponche. Solto o ar pela boca e travo o maxilar. Respiro entredentes e me forço outra vez para dentro dela, sem tanto cuidado.
Perco-me, finalmente, em minha selvageria.
Nossas respirações descompassadas e o som molhado dos quadris se chocando se unem ao cheiro de sexo e dos feromônios que exalamos, em uma nuvem densa que acende ainda mais a atmosfera e nos queima por dentro e por fora. É enlouquecedor. Minha visão perde o foco, a cabeça pesa e as narinas incendeiam. Fecho os dedos nos lençóis macios abaixo de nós e vejo o suor escorrer por meu abdome contraído, pingando em seu corpo. Invado seu interior com força e solto o arfar. Só consigo pensar em foder com mais vontade. Estoco-a uma, duas, três, quatro vezes. Os movimentos bruscos fazem seus seios se agitarem. Passo a língua pelos lábios e fito seus olhos.
Eles estão focados em meu rosto. Uma gota de suor corre por meu rosto e chega ao lábio. Pinga em seu pescoço. Seus olhos se mantém em mim. Não se afastam por nem um instante. Travo o maxilar outra vez e vou mais fundo dentro dela, invadindo-a não só com a cabeça do pau, mas com toda a extensão que se retrai e pulsa com mais força dentro dela. Sinto cada veia pressionada, cada repuxar da pele no vai-e-vem frenético em seu fundo. Choco a base contra seu clitóris e ela se contorce, treme mais violentamente. Mas, seus olhos continuam presos aos meus, como se me desvendassem e descobrissem o que eu guardo de mais profundo.
Até isso me atrai. Solto um suspiro e balanço a cabeça, franzo o nariz e me impulsiono com força e mais superficialmente, estocando o ponto mais áspero dentro dela repetidas vezes. A glande se choca, resvala e se debate contra seu interior e minhas costas se abrem em arrepios mais fortes que dominam todo o corpo, vibrando, queimando, formigando. Pequenos choques ultrapassam minhas terminações nervosas e me aproximam mais de um gozo agressivo. E eu me empurro com mais rapidez dentro dela, até vê-la se contorcer e puxar as algemas com mais força. Seu rosto se enruga e ela fecha os olhos, com os lábios entreabertos.
— Sr. Jeon... Goza em mim...
E as contrações frenéticas de seu novo orgasmo massageiam minha ereção. Ao ver sua expressão de prazer, só consigo ir mais fundo, mais forte, mais rápido, até não aguentar mais, até o prazer também me consumir por completo e matar qualquer sensação menor. O que me atinge é um calor úmido e insuportável. Me leva ao limite, a uma tensão à beira do abismo, ao ápice. Minhas mãos tremem e os braços vacilam por um instante. Forço-me para dentro dela e contraio as nádegas até preenchê-la totalmente, liberando um orgasmo que me causa um apagão. Camadas e camadas de arrepios crescem em ondas, se acumulam na virilha e se liberam quando ejaculo dentro dela.
É eletrizante, surreal. Explode repetidas vezes.
O frenesi que me arrebata é ainda mais forte por causa do Rut, do cio. Não consigo respirar, não consigo pensar, meu corpo inteiro treme e começa a perder as forças. Mas, a tensão que se libera através da pulsação que expele o sêmen é a mesma que incha mais a cabeça do pênis e a prende dentro dela, atando o nó. E até isso é mais atormentador no cio. Minhas mãos perdem a força e os braços tombam. Caio sobre ela, encosto e testa entre seus cabelos no colchão e minha têmpora se junta na dela. Pressiono seus seios em meu peito, tentando não jogar todo o meu peso nela. Mas, o mínimo movimento para me acomodar faz com que a sensação do orgasmo me atinja de novo.
O gozo com o nó é ainda mais obsceno e revira minha cabeça em pequenas explosões pela pele, pela virilha e nos testículos tensos. E ela suspira engasgada. Isso me faz crer que ela sente o mesmo tipo de prazer que eu. Então, depois de alguns longos segundos de êxtase prolongado, nos aquietamos, abraçados. Permanecemos quietos. Ouço nossas respirações. Sinto sua pele, seu corpo, seu calor e o suor. E mais nada. Não há mundo lá fora. Não há o resto da noite. Não há o dia seguinte. Não há máscaras para vestir e despir. Não há nossas vidas para seguir. Não há caminhos para nos separar outra vez, como fizeram quando éramos crianças.
Esses pensamentos me envenenam, queimam, assustam.
Tento afastá-los.
— Sr. Jeon... — Ela sussurra, trêmula e sensível.
— Me dê dois minutos, Jiu... Aí a gente continua. — Sussurro seu nome para que ela entenda que o jogo acabou, por ora. Esfrego a ponta do nariz na cama, para coçar. — O que quer provar, agora?
Ela ri, exausta e bêbada.
— Aish... Você não cansa?
— Posso te contratar como segurança particular por alguns dias? — Tento mexer o quadril, ainda preso a ela pelo nó. Arrepios consomem minha virilha e me aceleram. Solto o ar pela boca, tonto. — Tem... Tem um quarto lá em casa... Acho que ia gostar de conhecer.
— Jungkook... — Ela me chama e eu a olho de lado. — Meus braços... Estão dormentes.
— Dói?
— Nada que todos aqueles orgasmos não tenham mascarado, mas agora que meu corpo está esfriando... Se passar mais tempo presa vou ter que amputar as mãos. — Jiu exagera e eu rio. — Ainda quero te tocar... — Ela sussurra e eu encosto a testa em sua têmpora. Minha respiração se normaliza. — Que bruxaria você fez? Porque foi tão... Tão... Forte? Sabe, entre os orgasmos mais fortes, eu senti umas coisas muito estranhas, como se fossem orgasmos mais... Leves. Como você faz isso só com a boca?
Dou de ombros e curvo os lábios para baixo e me mexo.
O nó começa a se desmanchar.
— Não é só com a boca, mas eu prefiro te mostrar do que explicar. — Tento me afastar dela, mas a ereção não diminuiu o suficiente para me retirar dela. Pairo sobre seu corpo e fito seu rosto. — O que quer experimentar agora?
— Não sei... Quero fazer tanta coisa com você. Nossa. — Rio e me aproximo de novo de seu corpo e me afundo dentro dela, sentindo os líquidos se acumularem em nossas virilhas, encharcando até minhas bolas. Ela revira os olhos e faz uma careta. — Nunca vai parar de ser muito gostoso? — Rio e consigo sair de dentro dela e rolo o corpo para o lado, mas não relaxo.
Aproveito a liberdade para soltar as algemas dos pulsos e as cordas de seus tornozelos. Só então me permito deitar. Relaxo com as costas na cama e fito o espelho no teto. Observo-a engatinhar até mim e analiso suas curvas. Jiu é tão bonita. Ela deita-se perto de mim, encosta a lateral do rosto em meu peito. Passo o braço por sua cintura e puxo um de seus pulsos. Analiso as marcas leves que ficaram por causa das algemas. São vergões avermelhados. Massageio a pele com o polegar e aproximo da boca.
Deixo alguns beijos distraídos em sua pele machucada e volto a fitar o espelho no teto.
Aqui estamos, deitados e abraçados. Exaustos, suados, cobertos de conhaque e gozo.
Não somos mais os mesmos estranhos mascarados que entraram no quarto mais cedo.
Quem somos agora?
— Ainda dói? — Acaricio a pele machucada e ela meneia a cabeça.
— Você está muito preocupado com isso. — Ela ri, parece não entender meus motivos.
— Você disse que não gostava de sentir dor no sexo. — Murmuro e a olho de cima. Ela inclina a cabeça e pousa o queixo em meu tórax. — Não me olhe assim, foi você que disse.
Ela sorri. Seus olhos brilham.
— Como pode ser tão gentil e, ao mesmo tempo, me prender daquele jeito e falar aquelas coisas? — Rio outra vez, mais abertamente, e encosto a língua entre os dentes. — Se eu te pedir uma massagem nas costas, você vai fazer, Jeon Jungkook?
— Se eu te pedir pra me chupar, você vai fazer, Kang Jiu?
— a.
— Vai ou não? — Ergo as sobrancelhas.
Ela me olha com um sorrisinho.
— Ah, mas com certeza.
— Então eu posso fazer uma massagem em você, sim.
— Hoje de manhã, quando eu acordei, não pensei que terminaria o dia recebendo massagens e orgasmos de um Sugar Daddy. A vida de uma Sugar Baby é sempre assim? — Rio outra vez. É sua espontaneidade que me surpreende de novo e de novo. Passo os dedos por seus cabelos e coloco uma mecha atrás da orelha. Desço os dedos por seu maxilar. — Acho que estou começando a entender porque as Ômegas de Lascívia te odeiam tanto e você tem um fã-clube.
— Pois é. Não se apaixone por mim e estará tudo resolvido. — Sorrio mais de lado e a faço deitar sobre meu peito outra vez. Deslizo os dedos por suas costas, em um carinho. — Me promete que não vai se apaixonar por mim? — Ela esfrega a bochecha em meu peito.
— Eu, hein. Me apaixonar pelo Sr. Sexy Esnobe? Nem fodendo tão bem. — Ela suspira. — Credo, que delícia.
Balanço a cabeça e rio. Encosto a nuca em um travesseiro e fito o espelho no teto.
— Sr. Sexy Esnobe é um bom apelido, mas eu não sou esnobe. Quando me conheceu, Jiu, eu era um orfão que morava com a avó pobre e levava só um caderno e um lápis pra escola. Lembra? — Ela concorda com um aceno e eu suspiro. Lembro-me de alguns momentos de quando éramos crianças e sorrio. — Gosta de trabalhar na polícia? — Pergunto, porque nunca imaginei que minha colega de escola, Ômega e tímida, se tornaria policial.
— Eu amo. — Ela também acaricia meu abdome com os dedos. — Não trocaria por nada... Eu gosto de ajudar as pessoas, fazer patrulha, essa parte de investigação e até o serviço de guarda-costas. É legal. Um pouco perigoso, mas bem legal.
— Hm... Nunca conheci uma Ômega policial, e sempre te achei tão delicada. — Franzo o cenho e ela ri.
— Eu, delicada? Eu sou delicada como um trombone. E você me viu tentando fazer um strip-tease, aquilo foi patético. — Trocamos um olhar e rimos. — Sou sexy como um dromedário.
— O zíper emperrou, Jiu. Acontece. E eu dei um jeito.
— É, adeus belo vestido. — Ela faz desenhos abstratos em meu abdome. — E você? Gosta do seu trabalho?
— É a melhor coisa do mundo. — Falo com segurança e fito nossos corpos unidos no reflexo do espelho. — Se te ajudar com a investigação, posso te levar à empresa. Jimin ia sempre lá pra me ver, ou pra ver Yoongi Hyung.
— Hm... Seria uma visita totalmente profissional?
Sorrio e seguro sua mão, seu pulso.
— Sim. Totalmente profissional. — Trago-o para perto da minha boca e beijo sua palma. — Mas, por outro lado, quero mostrar meu trabalho pra uma amiga de infância. — Ela me olha e nós trocamos um sorriso. — Quando eu ia imaginar que te encontraria de novo? E desse jeito? É muito... Louco.
— Jungkook, eu sei que você é um cara importante e tem muitas ocupações e tal. Mas... Meu... Ahm... Aish. Não sei como pedir uma coisa dessas. — Ela se atrapalha para falar e eu franzo o cenho.
— O que quer pedir? — Tento parecer aberto, para que ela não se sinta constrangida.
Se há alguém nessa terra que eu ajudaria com minha vida, esse alguém é Kang Jiu.
— É que meu cio é... — Minhas sobrancelhas se erguem. Ela quer me pedir para fazer companhia em seu Heat? Tomo um fôlego e me preparo para sorrir, mas o olhar da policial se perde e ela fica mais séria e toca o próprio ouvido. — O que aconteceu? — Franzo o cenho e tento falar, mas ela faz um sinal para que eu fique em silêncio. — Te encontro no jardim, então. — A curiosidade me atinge. — Não, estou num quarto do andar superior com o Sr. Sexy Esnobe. — Prendo o sorriso, para que ela não veja que eu acho o apelido divertido. — E você, está segura? Onde está o Sr. Min? — Ela fica em silêncio e prende uma risada. Inclino a cabeça. — Somos duas. Sim. O melhor.
— Somos duas o quê? O melhor o quê? — Murmuro e ela bate em meu peito. Me calo.
Ainda sinto vontade de rir. Nunca uma Ômega me tratou assim, nem dentro, nem fora de Lascívia.
— O quê? — Ela pergunta, mais alarmada, e se senta. A risada se desmonta em meu rosto e eu também me sento. — Chego aí o mais rápido possível. Vou desligar. — Jiu aperta algo em seu ouvido outra vez e se levanta em um pulo. — Pode me emprestar uma roupa?
— Posso. — Confirmo, confuso. Também me levanto. — O que houve?
— Outro assassinato. — Jiu corre até a porta do banheiro. — E dessa vez foi uma das suspeitas. Im Nayeon. Eu e __________ precisamos pegar Kim Taehyung pra mantê-lo em custódia, porque Nayeon parece ter dito que Kim Taehyung a mataria e que ele era o assassino de Park Jimin.
Arregalo os olhos.
— Quê?
Taehyung teria coragem de matar Nayeon?
***
No capítulo 5, Í de Íntimo...
— É, exatamente isso... Se o assassino continuar solto, mais Alfas morrerão. E se eu morrer... Saiba que foi Kim Taehyung que me matou. Meu nome é Im Nayeon, caso você escute em algum lugar por aí.
Lascívia volta em 12 de abril.
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