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História Last Blood - She'll be fine


Escrita por: CamzDelicious

Notas do Autor


Meu tio vai me emprestar o notebook dele amanha até eu conseguir comprar um novo *-*
Mas enfim... as postagens vão passar a ser as sextas. Se eu tiver de bom humor, talvez na segunda.
suhush
Boa leitura

Capítulo 30 - She'll be fine


          — Taylor? — Camila questiona com uma mistura de confusão e surpresa em sua voz.

          — Ai meu Deus, Camila! Eu estou enlouquecendo. — digo em desespero, ainda encarando os olhos tristes de minha irmã. Taylor balança a cabeça em negação e então enxuga as lagrimas.

          — O que... — ela tenta dizer, mas sua voz sai falha. — O que você está fazendo aqui Luna? — meu coração dispara, pela segunda vez em segundos. É ela! Ninguém no mundo me chamaria assim a não ser ela.           

          — Ai meu Deus! É... É real! Você está mesmo aqui. — e então, em um momento desesperado, eu me levanto do chão e chacoalho as grades de ferro. — Alguém me tira daqui! Eu preciso vê-la! Eu preciso...

          Sinto as mãos de Camila me cobrir a boca e na mesma hora me debato tentando sair de seu aperto.

          — Calma meu amor! — ela diz calmamente em meu ouvido. Sinto meus músculos relaxarem a cada palavra sua. — Você vai vê-la. Nós precisamos continuar com o plano, okay? — balanço a cabeça em concordância. Ela então me solta e se posiciona em minha frente, deixando suas mãos em cada lado do meu rosto, acariciando o local. — Nós precisamos da ajuda dela. Não podemos armar um escândalo agora. Converse com ela. Precisamos nos comunicar com Leonard o mais rápido possível.

          Eu assinto suavemente, tentando me acalmar ainda do choque de emoção. Aproximo-me novamente da grande e me sento no chão, analisando o rosto de minha irmã.

          Como pude deixa-la aquele dia? Eu devia ter corrido atrás dela em vez de ter ficado me lamentando. E como ela conseguiu sobreviver? Então, olhando para seu braço, lembro-me de algo na base militar sobre arrancar o membro de alguém pode salvar a pessoa. Teriam esses caras feito isso com Taylor?

          Engulo em seco quando desgrudo meus olhos de seu braço amputado e subo o olhar para seu rosto.

          Ela está tão diferente. Antes, se eu prestasse muita atenção, conseguiria ver um brilho ao seu redor de coisas positivas. Agora, só vejo sentimentos ruins lhe rondarem. Olhar em seus olhos me faz ficar triste. Como se nesse tempo todo ela conseguiu esvaziar toda a felicidade que ela tinha dentro dela. Mas não é somente seu semblante que está abatido, ela parece acuada, com medo. Do que ela tanto teme?

          A pessoa mais positiva e alto-astral que já conheci está bem na minha frente, completamente o oposto do que era antes. Isso me assusta. Eu tenho agora minha irmã de volta. Mas ao mesmo tempo... Ao mesmo tempo sinto que ela não a mesma pessoa. É como se eu estivesse olhando uma completa estranha. Uma estranha que convivi minha vida inteira.

          — Ei! — ela me cumprimenta como muitas vezes fazíamos, mas dessa vez, sem todo aquele seu animo. Vejo os cantos de sua boca se curvar em um sorriso. Um sorriso muito triste. Lembro que antigamente ela sorria tão abertamente, sempre mostrando os dentes e dando a impressão de que seus olhos estavam fechados. Agora, os seus sorrisos não lhe sobem mais aos olhos.

          — Ei. — digo em sussurro desanimado. Não é a minha irmãzinha na minha frente. Eu não consigo acreditar que toda sua positividade tenha evaporado assim. Sei que ela tem muitos motivos para estar triste, mas ainda sim... É a Taylor poxa! Nem em um apocalipse zumbi ela não conseguia tirar seu sorriso do rosto. Quero acreditar que ela apenas guardou todo sua felicidade em um baú a chaves, em um lugar bem escondido de seu coração, para abrir quando ela realmente necessitasse.

          — Seu aniversario já passou há algum tempo, não é?! Feliz aniversário atrasado, velha caduca. — sorrio triste para ela, agradecendo. — Como estão nossos pais?

          A encaro sem saber o que responder. Como contaria que nossos pais estão mortos? E que nosso acampamento foi destruído por alguém que tinha me salvado um dia? Arg! Isso é tão complicado. Ela já está tão triste. Sei o quanto ela era apegada a nossos pais.

          Eu apenas abaixo meu olhar e balanço a cabeça de um lado para o outro lentamente. Eu não conseguiria olhar em seus olhos agora e falar que eles estão mortos. Ela entenderia a minha reusa em falar, e em me expressar apenas em gestos.

          — Oh! — exclama surpresa. Sua voz demonstra ainda mais tristeza do que antes. Volto a encarar seu braço. — Passamos tanto tempo achando que o vírus era letal a primeiro momento. Nem sequer tentamos arrancar o membro de alguém quando foi mordido para ver se funcionava. — ela ri sem humor analisando o seu braço.

          Lembro-me da mamãe nesse momento. Queria poder voltar no tempo e pelo menos salva-la.

          Solto um suspiro.

          — Se eu soubesse disso Tay... — divago por um instante, recebendo a sua atenção. — Mamãe poderia estar viva e vocês seriam irmãs siamesas em vez de mãe e filha. — brinco por um momento. Mas Taylor não parece entender a piada. Solto mais um suspiro. — Ela foi mordida no braço. Pelo papai.  

          Sua expressão muda de confusa para triste e chocada ao mesmo tempo.

          — Oh! — nosso tempo separada parece não ter sido algo bom para nós duas. Ela está tão diferente que não ri mais das minhas ironias ou acaba me xingando por ser irônica em horas inapropriadas. — Eu ouvi sua amiga dizer algo como se comunicar com alguém. Estão querendo fugir?

          Lembro nesse momento do cara que estava em sua cela há minutos atrás. Mas afasto esse pensamento em seguida. Depois posso conversar com ela sobre isso. Agora tenho que me focar na nossa missão, que será salvar duas pessoas, ao em vez de uma.

          — Sim. — tiro o fone e o microfone de mim. Olho para a entrada dessa ala do presidio, vendo se não tem ninguém muito perto que possa ver meus movimentos. — Você tem que se comunicar com o Leonard. — sussurro para ela. — Estamos tentando salvar uma amiga, por isso víamos parar aqui. — sorrio para ela. — Acho que ganhei um pequeno premio com isso. — ela sorri de volta, mas mesmo assim, não é como os sorrisos de antes.

          Boto o aparelho no chão e o lanço em sua direção. Ela prontamente o pega e coloca o fone no ouvido e aproxima o microfone na boa.

          — Chega mais perto da janela. — aponto para a janela na parede ao seu lado. Ela vai à sua direção. — Agora tenta chamar por Leonard. — sinto uma mão em meu ombro e me viro vendo Camila me entregar seu fone de ouvido. Sorrio para ela.

          — Que coisa inútil Leonard! — ouço a voz irritada de Dinah.

          — Estava funcionando. Elas entraram em...

          — Er... Oi? — minha irmã cumprimenta incerta. Isso faz meu estômago revirar. Ela sempre foi ótima em se comunicar. O que aconteceu com a garota doce, mas que adorava me ver irritada às vezes, que vivia me fazendo fugir para algum lugar e que vivi minha vida inteira afinal?

          Um silêncio se instalou do outro lado. Eles estão calados por que não reconheceram a voz.

          — Diz a eles que eu estou aqui. Diz que é uma prisioneira também e que apenas quer ajudar. — instruo a ela que prontamente faz o que eu lhe pedi.

          — Certo... — Leonard não parece acreditar muito. — Se Lauren está ai, certamente Camila está junto, não é? — Taylor vira sua atenção para mim. Eu assinto confirmando para ela que confirma para Leonard em seguida. — Qual o primeiro nome dela e por que ela nunca fala dele? — ela me olha outra vez.

          — Qual o seu primeiro nome Camila e por que nunca fala dele? — ela me olha confusa, mas mesmo assim me responde.

          — Karla. Não gosto desse nome. Parece não combinar comigo. — encaro minha irmã. Ela repete o que Camila disse para Leonard.

          — É, está correto. — ao menos ele é cauteloso... — Vocês sabem onde estão?

          — Estamos em uma prisão, ao norte do centro de Chicago. — responde Taylor pare ele. Logo levanto a manga da minha calça e peço para que Camila diga para Taylor o nome da rua em que saímos. Logo depois a faço repetir para Leonard as anotações de esquerda e direita que eu fiz. 

          — Fala para eles virem, mas não atacarem agora Tay. — ela me olha confusa, mas faz o que eu mando. — Precisamos saber onde está Allyson primeiro. Só diga a ele que se aprontem e fiquem preparados para um comando meu.

          — Espero que isso de certo. — Camila suspira ao meu lado.

          — Ao menos conseguimos nos comunicar com eles. — acaricio seu rosto levemente. — Sempre tem um jeito. — sussurro para ela, beijando sua bochecha em seguida. Ela me sorri.

          — Pensamentos negativos geram momentos positivos. — ela pisca o olho para mim. Forço uma careta.

          — Ei! Você usou o meu argumento sem que eu percebesse.

          — Exato! — ela riu. — Acho que fingir acaba sendo ainda melhor. Você encontrou sua irmã que achou estar morta.

          Sorrio e volto meu olhar para Taylor. Seus olhos não demonstram mais tanta tristeza. Agora tem um pouco de esperança em seu olhar, mesmo que ainda há requisito da infelicidade. Ela sorri para mim ao me notar a encarando. O primeiro sorriso sincero que recebi nos últimos minutos.

          É. Taylor nunca seria cem por cento infeliz. Ela acabou de abrir o baú em que guardou sua felicidade e todos os sentimentos bons, e está os deixando sair pouco a pouco. Logo terei minha irmã de volta. 
.
.
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          Estou muito apreensiva.

          Faz mais de vinte e quatro horas que estamos nessa cela, e nem um sinal de que eles estão pensando em nos tirar daqui. Além disso, ninguém nos trouce nada para comer ou beber. Sinto meu estomago se corroer por dentro com o vazio dele, como se ele estivesse se comendo para que eu continue viva.

          Que inferno de lugar!

          Preciso arranjar um jeito de achar Allyson. Mas como eu faria isso? Talvez se alguém estivesse vigiando por aqui seria mais fácil. Eu apenas precisava fazê-lo abrir essa maldita cela, cortar sua garganta e sair à procura dela, ala por ala, até encontra-la.

          Será que ela está em alguma cela como nós três? Será que ela ainda está viva? Não consigo nem pensar na hipótese dela não estar. Nossa convivência de inicio não era muito boa. Eu tinha uma ideologia, ela tinha outra completamente diferente. Mas no fim, apenas uma conversa civilizada foi o suficiente para vermos que nos daríamos muito bem.

          Eu só espero ter mais conversas com ela.

          — Droga! — resmungo botando a mão no estomago. — Não consigo pensar com fome. — meu olhar desce para Camila. Ela está sentada no chão, em posição de índio. Seus polegares junto com o indicador estão se tocando graciosamente enquanto ela repousa sua mão em na sua coxa. Seus olhos estão fechados. Ela está meditando? — O que está fazendo?

          — Estou tentando visualizar uma mesa enorme de comida. — ela abre um olho e me encara. — Com muita banana. — e então o fecha novamente com um sorriso no rosto.

          — E por quê?

          — Para ver se meu subconsciente faz parecer que eu não estou com fome.

          — E está funcionando?

          — Nem um pouco. — ela suspiro frustrada e se levanta. — Estou tentando pensar também na verdade. Talvez se conseguíssemos chamar a atenção de alguém, a gente consiga achar a Ally. — eu assinto. Era o que eu estava pensando. Mas como?

          Então me lembro do cara que veio ver Taylor à noite. A noite está chegando. Se ele realmente vir todas as noites, talvez dê certo o que eu estou pensando em fazer.

          — Hey! Taylor! — chamo por ela. Ela então aparece nas grades com o cenho franzido. — Quem era aquele cara que estava saindo da sua cela hoje mais cedo?

          Vejo-a engolir em seco.

          — Um cara que vem todas as madrugadas. — ela desvia o olhar do meu. Meu sangue ferve imaginando o que aquele desgraçado pode ter feito com ela todo esse tempo. — Por quê?

          — Eu tive uma ideia. Mas primeiro você tem que me contar o que ele faz com você e que horas ele vem te ver.

          — Você sabe o que ele faz. Consigo ver só no seu olhar que você sabe. — ela suspira.

          — Quanto tempo ele vem te encontrado ai? — tento manter minha calma. Imaginar que minha irmã casula estava sofrendo abusos todo esse tempo me faz querer arrancar essas grades.

          — Desde que cheguei. E na verdade, é um cara diferente toda noite. Foi muito complicado no inicio. Eu tentava lutar contra eles, mas sempre foi inútil. No fim desisti de tentar ir contra o que eles queriam e de tentar fugir.

          — Você tem a mim agora, Taylor. — ela me encara triste. — Eu tive uma ideia, mas você terá que ser corajosa, tudo bem? — ela assente hesitante. Taylor está com medo e nem ao menos sabe o que eu quero que ela faça. Retiro a faca do meu tênis e mostro para ela o objeto. — Eu vou te dar essa faca e você vai cortar bem aqui nele quando tiver a chance. — mostro para ela em meu pescoço a jugular, onde apenas um corte vai fazê-lo sangrar até a morte. — Cortando bem aqui, ele nem terá tempo de reagir. Estará morto em minutos. E se fazer um corte maior, atingindo a carótida, ele morrerá em segundos.

          — Eu... Eu não sei se consigo fazer isso. — sua voz sai tremula e baixa. Quase não consigo entendê-la.

          — Você consegue Tay. Eu acredito em você. — ela me olha por alguns segundos, como se estivesse pensando nas possibilidades de isso dar errado. Lembro que Taylor sempre foi corajosa, até mais do que eu. Vê-la assim, tão acuada e assustada me faz querer matar aquele cara eu mesma.

          Então ela assente se ajoelhando no chão em um pedido para que eu jogue a faca para ela. Ajoelho-me da mesma forma e a jogo em sua direção. Taylor segura à faca em sua mão a analisando. Parece ainda mais assustada com o objeto ainda mais perto dela.

          Deixo um suspiro sair de minha garganta.

          — Você consegue Taylor. — ela desvia o olhar da faca para me olhar. Seus olhos estão marejados e a qualquer momento sei que ela irá desabar. — Eu acredito em você. — sorriu para ela, tendo a encorajar. Logo ela sorri triste para mim e volta para mais dentro da cela e se senta em uma das camas dali.

          Sinto mãos rodearem minha cintura e uma respiração calma bater contra meu pescoço. Fecho os olhos sentindo toda a sensação boa que Camila me faz sentir, mesmo em meio a tanta confusão.

          — Ela vai ficar bem. — ela sussurra em meu ouvido. Isso me faz arrepiar, e consequentemente Camila soltar uma risada fraca ao notar o efeito que ela tem sobre mim.

          Abro meus olhos e vejo Taylor encara a cena a sua frente. Ela parece surpresa por um instante. E então ela sorri e pela primeira vez, vejo seu sorriso lhe subindo os olhos.

            — Sim. Ela vai.          



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