História Last Chance To Love - Eigth

JUSTIN

Cleveland, estado de Ohio — EUA. 17 de dezembro de 2015. 16h20min.

Bieber Advocacy.

Eu ainda a encaro, observando seu sorriso morrer. Ela quer mesmo me deixar? Infernos! Levanto do sofá e começo a caminhar de um lado pro outro, não ligando por estar bagunçando meus fios no processo. Que se foda.

— Você vai me deixar?

— Justin, não é bem as...

— É porque o quê nós temos é insuficiente? Eu não sou bom o bastante? Porque, se for, me diz e eu... — a loira nega, levantando e me abraçando. Fecho os olhos ao sentir um beijo seu no peito.

— Você é mais que eu mereço — sussurra. — Mas preciso aceitar.

— Por quê? — pego em seu rosto, olhando-a no fundo dos seus olhos e o que vi ali dentro me matou.

— Você não entenderia.

— Deus, sim, eu faria esse esforço! Mas me diga, por quê? — esbravejo. Hailey se encolhe, me fazendo ver que estou reagindo bem mal.

— Eu... Quero minha demissão, senhor Bieber — nego.

— Não, não faça isso Hailey. Nós estávamos bem, porra! Por que isso? Logo agora que nós...

E Hailey começou a chorar.

— Me desculpa, Justin — não penso em mais nada, apenas a abraço de novo. Seu corpo solavanca, tamanho é seu choro. Isso me matou mais um pouco. — Não quero magoar você, nunca quis. Só que eu lutei tanto... tanto por essa bolsa.

Naquele instante, eu soube que nós não durariamos mais. Jamais privaria minha garota de viver seus sonhos por mim, mesmo que me machuque como um inferno. Sei o quanto um sonho perdido pode nos destruir, contrapartida o que veio depois do meu foi Hannah. Não saberia garantir a Hailey o que viria no dela.

— Quando você vai?

— Só no próximo ano, depois do recesso. Eles me deram a escolha e eu escolhi ir o mais rápido possível, para terminar logo — olha para o chão, suspirando antes de voltar a me encarar. — Eu juro que se pudesse, ficaria com você. Com vocês.

— Mas essa é uma oportunidade única — concluí.

— É a minha última chance antes de me formar numa das melhores do mundo.

— Eu só preciso de um tempo, tudo bem? — olho-a.

— Podemos...

— Escuta, eu não vou te impedir de viver. E por isso quero que continue com a gente até sua ida, fique comigo esse tempo todo ok?

— Eu... fico — sorri, mesmo que fraco.

Faria valer tudo a pena. Mesmo que depois de tudo, ela fosse embora.

...

24 de dezembro de 2015. 18h43min.

Mansão Bieber.

Alguns dias se passaram desde aquele fatídico dia. Eu e Hailey decidimos continuar nossas rotinas como antes, só que agora nossa relação não era um segredo. Dois dias atrás, durante um jantar, contamos aos nossos familiares. Foi um choque para sua mãe, que fora a única a demorar para entender. Eu a entendia, contudo. No fim, Nayana aceitou.

Nossa ceia seria aqui em casa, com apenas meus irmãos, Morgan, Brandon e a família de Hailey. Seria algo bem íntimo. Hannah estava enorme, seus cabelos começando a enrolar e o rostinho ganhando uma forma mais definida.

Minha bebêzinha já tinha pouco mais de 3 meses e era a coisa mais esperta. Seus olhos avaliavam tudo, mesmo que não entendesse nada. E seu gosto por sucos aumentou. A pediatra nos mandou a nova dieta, os novos horários e aplicou as vacinas há alguns dias. E Hannah não soltou um pio, de novo. Hailey havia acertado em cheio com aquele truque.

— O que achou? — pergunto a Jazmyn assim que termino de por o gorro em Hannah.

— Se por mais outra coisa, ela vai suar que nem uma porquinha — ri.

Tinha colocado um vestido vermelho com um laço verde escuro, seus sapatinhos eram pretos e de veludo, o conjunto de ouro em formatos de sinos na orelha e pulso. Finalizando com o gorro natalino e as luvinhas de tricô pretas.

— Pareço uma boneca, né tia — rio com a voz fina de Jazzy, com a mesma pegando a pequena no colo. — Agora vai se arrumar, deixe que tomo conta da menina. Ande.

— Estou indo, chatinha — damos a língua. Minha roupa estava separada desde hoje mais cedo, porque sabia que iria passar o dia tomando conta de Hannah ao mesmo tempo que trabalhava em algumas papeladas do escritório. Nem em dias de festas eu deixo meu trabalho de lado, infelizmente.

Ponho o cordão de ouro branco após arrumar o blazer, verificando por último o meu cabelo. Batidas na porta e eu sei que é ela. A mesma sempre batia de modo tímido. Abro passagem para a loira, beijando seus lábios outrora. Seu corpo envolvido pelo vestido vermelho escuro, as botas longas e escuras e o cabelo solto com ondas. Linda.

— Está pronto? — afirmo, trazendo-a para meus braços. Seu cheiro inebriante, me drogando de novo.

— Você está linda, babe — ela sorri, sem graça. Beijo seu queixo delicadamente, antes de trazer seus lábios aos meus.

Descemos e logo encontramos o pessoal na sala, conversando. Sento na poltrona, com Hailey se apoiando no braço. Hannah estava passando de colo em colo, até que começou a ficar manhosa e tive que pega-la. Nossa ceia foi tranquila, apesar de que a minha sogra parecia meio perdida. Sabia que ela ainda era devota de sua religião hindu, mas sua filha me tranquilizou dizendo que a mesma celebrava o natal desde que casara com o ex-marido, tinha aprendindo a gostar dessa data.

Jaxon contava suas piadas sem graça sobre seus jogos de futebol, enquanto Jazmyn o zoava por ser um péssimo atleta. Ele não era, entretanto. Todos na mesa riam, conversavam abertamente, os sorrisos nunca morriam. E então a hora dos presentes chegou.

Hannah foi a primeira, sendo a que mais ganhou presentes. A foto com as caixas empilhadas em forma de trono enquanto ela estava em cima, foi o nosso cartão de festas desse ano.

— Espero que não fique chateada por eu não ter conseguido achar um embrulho mais bonito — digo, entregando meu presente para Hailey, que ri fraco. Seus dedos logo rasgam o pacote, encontrando o lindo cordão dourado com o pingente em forma de H&B.

— Ah, Justin eu amei! — seus braços me envolvem o pescoço, juntando nossos lábios rapidamente.

— Feliz natal, amor — sussurro.

— Feliz natal, babe — ela ergue uma sacola colorida, sorri. — Lembrei de como você ama hóquei, então achei algo que... bom, consegui isto.

Santo Deus!

— Caralho, você ganhou uma camisa autografada do Toronto Maple Leafs! E é uma original! — Jaxon gritou assim que me viu erguer a peça. Era a assinatura de três patinadores que mais gostava. Uau! Isso é... porra!

— Como você...

— Agradeça a mim por isso, meu amigo da faculdade é namorado de um dos reservas do time — Nathan se gabou. Hailey revirou os olhos para o gêmeo, resmungando.

— Só descobriu isso porque o Chris estava na roda quando perguntei o que dar para meu namorado.

Namorado. A palavra me feriu mais do que me alegrou. Porque, eu sabia que aquele título era temporário.

— Tanto faz, o amigo ainda é meu.

— Vocês dois, nem pensem em começar — a mãe deles logo os cortou. Todos ali já estavam ciente de que Hailey e Nathan sempre inclinavam para o lado dos ataques verbais por qualquer coisa.

— Agora que eu já ganhei meu presente, vou servir a sobremesa mais esperada da noite! — Morgan levantou animado, levando Brandon e Jaxon consigo, que o seguiram a contra gosto.

— O que ele fez dessa vez? — minha garota cochichou, dei de ombros.

— Algo que com certeza vai render muita história.

Logo, os garotos voltavam com taças em bandejas e Morgan com uma vasilha de transparente preenchida com algo parecido com chocolate até a metade. Não sou fã de chocolate.

— E com vocês; meu precioso brigadeiro de chocolate com vinho e frutas roxas! — ergueu a vasilha, arrancando aplausos das meninas. — E como sei que meu patrão não gosta de chocolate, fiz um de morango e outro sem álcool para meus amados Jazzy e Jaxon.

Meus irmãos protestaram, mas comeram o sem álcool. Confesso que doce não é minha praia, mas esse estava divino! Arrisquei a dar um pouco do de Jazmyn a Hannah, apenas para que ela lambesse.

A bebê fez careta.

— Não acredito que minha sobrinha não vai gostar de chocolate! Droga, Justin está estragando a menina — Brandon suspira, lamentando. Ri.

...

Horas mais tarde...

— Quero que me prometa jamais ligar para mim. A partir do momento em que eu embarcar, você irá seguir sua vida. E não vai olhar para trás — Hailey pede. Tínhamos acabado de fazer amor, em meu quarto e estávamos deitados enquanto encaravamos um ao outro.

— Não peça isso, eu não vou cumprir — resmungo, tentando empurra a bile.

— Por favor, me promete. Nenhum dos dois deve ligar, nem procurar pelo o outro. Vai ser melhor assim, amor — seus dedos acariciam minha bochecha.

— Não, não é. E você sabe disso! Por Deus, não me peça esse absurdo — encostei minha testa na sua, aspirando seu cheiro, tentando de alguma forma procurar calma. Estava fervendo por dentro, de tanto angústia.

— Ei, eu quero o melhor para você — Hailey me fez olhar em seus olhos, seu nariz estava levemente vermelho e lágrimas ameaçam cair. — Eu jamais vou esquecer de ti, Justin. Jamais. E também sou egoísta o suficiente para querer que tu também jamais me esqueça. Mas te amo o suficiente para deixar-te livre. Sem falsas esperanças.

— Você me ama? Está dizendo que me ama? — meu coração errou uma batida quando a mesma sorri.

— Amo como nunca pensei amar ninguém. Como nunca irei amar outro. E é por isso que estou te pedindo isso — seu sorriso morre aos poucos. — E se você também sente algo por mim, vai me prometer.

— Eu também te amo, Hailey. Fodidamente amo você! Mas, babe...

— Eu sei que vai cumprir, sei que sim.

— Eu... Prometo te amar para sempre — não lembro em que instante comecei a chorar, apenas do momento que seus lábios os cobriu.

— E eu prometo te fazer amar uma última vez.

Você me prometeu amor, paixão e eternas lembranças. Eu te disse que jamais iria deixar de amar-te. Não menti. Nunca deixei, não fui capaz. Nada no mundo me fez ficar com as mãos frias, causave-me borboletas no estômago ou nervosismo, ou insegurança. Nada e nem ninguém me causou nada disso, porque eles não eram e nunca serão você.