História Last Hope (A.C.E) - Sala de Aquivos

Naquele abraço os dois se apertaram forte, [F/N] podia sentir seu sangue ferver, percorrendo todo seu corpo, ela pressionou seus dedos sobre as costas dele e respirou fundo uma, duas... três vezes antes de o empurrar pra longe. Sua mão suava e tremia levemente, então [F/N] as escondeu por um instante e olhou para Jun.

Era frustrante, por mais que ele a quisesse, não podia passar por cima de Chan. Ela olhou pra trás vendo uma trilha, era uma ótima rota de fuga, ela pensou em dizer algo antes de sair e tudo que conseguiu foi “me desculpa”. Ela saiu o deixando na beira da praia e seguiu a trilha pra qualquer lugar que ela a levasse.

Jun não tentou a parar, ele só se virou e voltou a encarar o mar pensando no que faria a partir desse momento. 

Nenhum dos dois viu Chan parado em meio a areia a alguns metros dali, ele viu [F/N] entrando na mata deixando Jun e sem pensar muito ele a seguiu pela trilha da onde estava mesmo, evitando passar por trás de Jun.

~~~

Vocês sentados na areia ainda discutiam sobre como entrariam na sala de Arquivos. 

— Espera, eu não vou roubar nada dos padrinhos, isso está fora de cogitação! – Wow reclamava do plano de Donghun.

— Você é o único que tem acesso fácil a eles, pegar esse crachá não deve ser tão difícil.

— Dong, eu também não acho que seja uma boa idéia e se ele for pego? – Você se posicionou dessa vez do lado de Wow.

— Está bem, qual a sua sugestão então? - ele estava aberto para discutir outros planos se alguém tivesse. 

— A gente pode simplesmente perguntar ao almirante o que tem na sala... - Wow. 

— Não seja tão ingênuo! Acha que se tivesse algo comprometedor ele te diria?

— Porque insiste em pensar assim?

— Porque tem uma vozinha aqui na minha cabeça me dizendo que isso é tudo muito estranho e essa vozinha não costuma errar.

— Sabe que esse papo de “vozinha” te faz parecer meio louco, neh?! – Byeongkwan riu achando toda essa conversa  era só uma brincadeira deles.

— Vai dizer que você não pensa do mesmo jeito que eu? – Donghun perguntou pra você te colocando numa saia justa.

Você olhou para Wow sem jeito e primeiro limpou a garganta.

— Eu só acho que algumas coisas parecem mal explicadas, o que não quer dizer que sejam mentiras, mas...

Wow cansou dessa conversa e se levantou injuriado.

— Quer saber de uma coisa?! Eu vou pegar esse cartão e quando vocês virem com seus próprios olhos que estão errados, não venham se desculpar comigo! 

— Sehyoon-ah! A gente só está discutindo uma possibilidade! – Você tentou dizer, mas ele só ignorou e saiu pisando fundo.

Vocês ficaram em silêncio meio chateados também por estragar o fim de um dia tão bom como esse e Yong quebrou o gelo.

— Pessoal, será que podemos entrar? Eu e o baby já estamos com fome...

— Vamos sim, só temos que chamar o Jun e a [F/N]... – BK disse ajudando Yong a ficar de pé.

— Gente?! Cadê o Chan? – Você se questionou tendo notado só agora que ele também não estava ali. 

— Ele saiu faz uns dois minutos... – Yong deu de ombros.

— Vão vocês dois na frente, eu e [S/N] vamos procurar os outros. – Donghun disse e vocês se dividiram.

[F/N] seguiu a trilha até o outro lado da ilha que dava em um penhasco, sem mais pra onde ir ela parou vendo as ondas quebrar e bater nas pedras lá embaixo, sentindo a brisa do mar soprar em seus cabelos ela se perguntou porque tudo tinha que ser tão complicado... 

— [F/N]. – uma voz muito conhecida veio de trás dela a fazendo virar rápido.

Ambos se assustaram um pouco, ela por ver Chan ali e Chan por ela virar de forma tão brusca.

— Yuchan... O que faz aqui?

— O que você está fazendo aqui? – ele replicou olhando os pés dela perto da beirada. – Você devia se afastar daí.

[F/N] olhou brevemente para a beirada e deu dois passos pra longe, seu coração ainda batia rápido no peito.

Os dois se olharam por alguns segundos e então Chan tomou coragem para perguntar.

— Não tem nada pra me dizer?

Ela olhou para o chão cutucando uma unha com a outra de sua mão ficando um tanto mais nervosa com essa pergunta repentina.

— Você... viu aquilo? – a essa altura com certeza ele tinha visto algo, mas como ao certo se explicar? 

— Eu sei que sou um pouco lento pra algumas coisas, mas acho que entendi o que está rolando entre você e o Jun. - ela olhou pra ele e segurou suas próprias mãos para que parassem quietas – Você... Está apaixonada por ele?

[F/N] engoliu a seco tentando pensar bem antes de dizer qualquer coisa, mas estava tudo tão confuso.

— E-eu não sei.

Como esperado não foi uma resposta satisfatória.

— Mas ele está apaixonado por você, não está? – ele se perguntou como não notou isso antes já que parecia tão óbvio agora.

— Eu não devia falar por ele. – a garganta de [F/N] estava tão seca que parecia que ia ficar sem voz em qualquer palavra a seguir. 

Chan deu alguns passos mais adiante.

— [F/N], você ainda gosta de mim? – as coisas pareciam confusas na cabeça dele também.

— Eu amo você! – isso ela respondeu rápido, mas porque não parecia bastar? – Eu nunca te machucaria... – ela já disse isso antes, porém estava o machucando agora, ela deu um passo pra ir até ele e Chan recuou levemente – Mas é tão difícil quando você se afasta a cada movimento meu. – ela respirou fundo – Antes você me olhava com um brilho no olhar, me admirava... – ela terminou o caminho até ele e Chan teve que se manter no lugar – Mas agora tudo que eu vejo em você é medo.

Ele mordeu os lábios tentando encarar os fatos.

— Eu não posso evitar, eu sei que você não faria mal a ninguém, mas você mesma disse que às vezes é como se não estivesse no controle.

[F/N] levantou a mão para o tocar, Chan esperou sua carícia, mas decidiu não o fazer.

— Essa sou eu agora Yuchan, a questão é... Você ainda gosta de mim assim?

Ele demorou alguns segundos pra responder.

— Você ainda poder ser como antes! Vamos conseguir um antivírus e tudo vai ser como antes!

[F/N] então se afastou e sorriu tristemente.

— Então essa é sua resposta...

— Noona! – ele percebeu o que tinha feito e tentou concertar – É obvio que eu ainda gosto de você!

— Para, me chame só de [F/N], por favor.

... 

Dentro da base Wow caminhava determinado e meio pensativo quando encontrou o Almirante Wook falando com seus homens, Wow só pretendia ir para os chuveiros e tirar o sal do corpo, mas encontrar o padrinho assim coincidentemente logo depois de afirmar que pegaria o crachá dele parecia meio coisa do destino... Será que esse encontro era um aviso para ficar longe ou pra ir em frente? Ele ficou parado decidindo e logo foi notado pelo almirante.

— Sehyoon-ah, aproveitou bem a tarde? – ele disse indo até Wow.

Ele ainda pensava no que fazer enquanto Wook se aproximava, seus olhos baixaram até o bolso dele onde seu crachá parecia até reluzir causando um pequeno frio na barriga de Wow.

— Foi bastante divertido, como a anos não era. – ele trocou seu olhar de posição para não dar na cara o que estava pensando.

— Eu fico feliz que tenha tido um bom tempo, até me juntaria a vocês, mas...

— Você detesta praias... – Wow terminou por ele e ele riu.

— Não só isso, como tenho certeza que colocariam fogo na base se eu me afastasse por dois segundos. – ele brincou – Esses homens aqui são pior que crianças.

— Eu sei como é. – Wow disse olhando para o crachá de relance novamente, suas mãos pareciam formigar, era hora de se decidir.

Durante o banho Jun tentou falar com Chan, mas foi ignorado, Donghun olhou para ele como se perguntasse se tinham brigado e Jun deu de ombros sem entender.

Saindo do banheiro Jun se apressou para interceptar Chan antes que ele fosse mais longe.

— Hey! Não ta me ouvindo te chamar?

— Ouvi sim e caso não tenha entendido eu não to afim de falar com você agora. – ele disse esfregando a toalha nos cabelos molhados visivelmente de mal humor, mas Jun insistiu.

— Peraí! Eu te fiz alguma coisa?

Agora Chan ficou irritado, ele parou e olhou bem pra Jun.

— O que você acha? Mentir para o seu amigo de anos é alguma coisa pra você?

— Mentir?! – Jun colocou a mão na cintura como se fosse uma grande injuria, mas vendo a cara fechada de Chan ele pensou melhor – Você está dizendo sobre... – ele esperou que Chan completasse antes de se desculpar por qualquer coisa.

— Exatamente, estou falando sobre seus sentimentos pela [F/N]. – ele balançou a cabeça se sentindo traído – Você se quer pensou em me contar algum dia?

Nessa hora Jun perdeu qualquer pose e se sentiu encurralado, com certeza ele nunca planejou em dizer isso assim, mas agora não tinha mais volta.

— Chan... E-eu – por onde começar? – É claro que eu ia te contar, mas é que eu ainda não tinha certeza se deveria... - Chan estava extremamente desapontado, ele se virou e continuou seu caminho – Yuchan! Por favor, vamos conversar! – Jun segurou o braço dele. – Eu sei que não mereço nenhuma consideração, mas me escuta! Eu não queria me apaixonar, eu tentei negar isso o Maximo que pude... – Chan se soltou dele e tentou apenas ouvir, mas ele não conseguia o olhar no momento – Eu não disse nada antes porque você estava feliz com ela, eu achei que ficar calado era o melhor pra todos.

— Isso não durou muito, não é?! – agora ele o encarou e os olhos de Jun marejaram, era difícil o enfrentar. 

— Eu juro que nunca quis ficar entre você e ela, eu nunca quis esconder isso de você, mas também como eu poderia te algo assim?

— Parece que você está se saindo muito bem fazendo isso agora – Chan não pretendia deixar nada mais fácil e Jun respirou fundo.

— Me desculpa, ninguém nunca ia saber dos meus sentimentos e eu lidaria com isso sozinho. – Jun estava sendo o mais sincero possível - Mas quando eu vi a [F/N] infectada naquele dia... Eu simplesmente não pude assistir sem dizer a ela a verdade e agora parece que uma vez que eu tenha exteriorizado isso, esse sentimento não cabe mais de volta em mim, ele não quer voltar pro escuro. – ele terminou a frase meio ofegante e esperou qualquer resposta de Chan, mas ela parecia só o julgar com o olhar.

~~~

No quarto enquanto Donghun estava deitado descansando, você andava de um lado a outro penteando o cabelo depois de ter tomado um bom banho, pensando se Wow tinha mesmo ficado chateado com vocês, quando de repente como se ele tivesse ouvido o chamar, ele entrou pela porta do quarto como um furacão e se encostou nela a trancando atrás dele.

— Wow! – você exclamou de imediato indo até ele – Eu sei que não fomos muito legais em duvidar dos padrinhos, mas é que... – você não conseguiu terminar de se explicar porque ele logo ergueu o crachá diante dos seus olhos.

— Eu consegui! – Ele disse rápido como um foragido da lei e Donghun deu um pulo da cama indo se juntar a vocês – Mas temos que ser rápidos, antes que ele de por falta do crachá e comece a procurar por ele! 

— Vamos avisar para os outros primeiro? – Dong.

— Quanto menos gente for é mais fácil de entrar e sair sem ser vistos. – Você disse já ficando ansiosa pra ver o que há naquela sala.

— Certo, então agora só precisamos da Yong e do BK. – Wow.

Vocês três se olharam concordando com a cabeça e então deixaram o quarto.

...

Era hora da ação. Enquanto vocês iam andando rapidamente pra um lado, Yong e BK iam pro outro, vocês tentavam parecer o mais natural possíveis pra não chamar a atenção, ao chegar perto da sala vocês pararam e esperaram um pouco para que Byeongkwan do outro lado da base pudesse colocar sua parte do plano em ação.

Ele e Yong foram até a sala de comunicação e entraram sem bater.

— Oh, olá! Não sabia que ainda tinha gente aqui... – Ele disse mentindo na maior cara de pau.

A moça que ficava no monitoramento olhou pra eles achando muito estranho.

— Eu posso ajudar em alguma coisa?

— Talvez... É por aqui que vocês entram em contato com o mundo lá fora não é?

Ela pareceu confusa por um momento.

— É... É sim, porque?

— Ah! Eu estou com tanta saudade dos meus amigos lá da W. – BK levou ao mão ao peito fazendo cara de cachorro que caiu da mudança.

Eu já mencionei que ele era um péssimo ator? Pois bem, enquanto Byeongkwan encenava, Yong olhava para os monitores atrás da moça e viu vocês indo em direção da porta. Quando você usaram o cartão para abrir a porta da sala de arquivo ouve um bipe na sala de comunicação e a moça se virou pra ver o que era, Yong arregalou os olhos suando frio, mas BK praticamente pulou na moça tomando a atenção dela de volta.

— Por favorzinho, será que você não podia me deixar usar o rádio só um pouquinho??? – ele disse puxando a mão dela pra ele e ela tentava o fazer soltar.

— Escuta, eu só posso usar o rádio com a autorização do Almirante Wook, então você precisa pedir isso a ele primeiro. – ela tentou explicar.

Vocês sumiram das câmeras entrando dentro da sala e Yong quase pode respirar aliviada, meia parte do plano já estava executada.

Vocês entraram na sala de arquivo sorrateiros e olharam em volta, como esperado era uma sala pequena com duas mesas e alguns armários de fichas, tinha também alguns fichários e caixas espalhados por ai.

Era o momento de descobrir os segredos dessa base, o segredo dos padrinhos!

[...]