Donghun e Wow seguiram em direção ao porão, eles esperaram alguns guardas passarem e então caminharam rápido até a porta.
— Eu não sei como você espera entrar ai – Wow susurrou olhando pra todos os lados ter certeza que ninguém estava vendo.
Ele olhou para a câmera e pensou que era estupidez, o guarda que cuida dos monitoramentos devia estar vendo eles nesse momento, mas tudo bem até porque Donghun não conseguiria entrar ali mesmo... Wow nem terminou de pensar nisso direito quando ele mexeu na maçaneta e a porta simplesmente abriu.
— Esqueceram de trancar pelo visto. – Donghun disse quase rindo e Wow pulo segurando a mão dele sobre a maçaneta.
— Espera! Eles não se esqueceriam de trancar essa porta, não mesmo... – Wow disse desconfiado.
— Claro, porque eles são “seres iluminados” incapazes de errar, não é? – Donghun debochou entrando no porão e Wow revirou os olhos.
— Não idiota, É porque essa porta é eletrônica, ela basicamente se tranca sozinha – ele pensou um pouco - Ou pelo menos deveria.
Donghun olhou pra ela, o painel estava desligado.
— Bem, talvez isso seja parte do que seu “padrinho” está planejando fazer aqui embaixo... – Donghun especulou e foi descendo as escadas.
Wow sendo o último a passar soltou a porta e foi acompanhar Dong, eles desceram um ou dois degraus antes de ouvir o clique da porta se fechando e um bipe de alerta, os dois pararam de imediato se virando olhar naquela direção e viram o painel aceso.
— Shiit!! – Wow praguejou voltando correndo e agarrou a maçaneta, ele chacoalhou a porta enquanto Donghun ficou parado sem reação – Não! Ela trancou!
— Como assim? E-ela não tava desligada? – Donghun voltou até lá tentando abrir também sem sucesso.
— Eles deviam estar reiniciando o sistema, por isso estava desliga! Eu disse que não era uma boa idéia, mas você me ouviu? Nããão! Agora estamos presos aqui!! – Wow disse rápido um tanto nervoso.
Donghun mexeu no painel, mas era inútil primeiro que ele não entendia nada de eletrônicos, segundo que precisavam de um cartão de acesso pra abrir.
— É! Parece que estamos presos aqui. – ele admitiu e Wow girou sem sair do lugar.
— Não me diga!! – ele ironizou e Donghun não disse nada, pois sabia que dessa vez não tinha pensado direito antes de agir. – Vamos ter que esperar alguma alma caridosa abrir essa porta agora...
— Não tem nenhum sistema de S.O.S aqui? – Donghun disse enquanto apertava os botões do painel.
— Chega! Não toca mais nisso – Wow disse afastando Donghun da porta – Do jeito que você é, é capaz de dar um curto circuito nesse painel.
Os dois pararam por um instante pensando no que fazer e então Donghun deu de ombros.
— Enfim, já estamos aqui mesmo, vamos olhar em volta e descobrir o que o Almirante está fazendo aqui em baixo. – ele foi descendo as escadas e Wow balançou a cabeça negativo desaprovando, mas mesmo assim o seguiu.
~~~
Depois de uma conversa unilateral com o Almirante, a Doutora Xu vestida de sua mascara de indiferença deixou a sala de comunicação tendo dito que estava de acordo com os planos de Wook, ela saiu andando com sua feição seria quase neutra, mas seu andar duro revelava uma grande tensão dentro dela. Ela sentia um nó na garganta enquanto se questionava se tudo que fez até agora valeu a pena, ela tinha apostado sua vida para essa pesquisa e todos os ideais implantados nela agora parecia obsoletos.
Dentro da sala o Almirante ainda estava parado.
— Acha que ela vai mesmo cooperar depois disso? – A moça do monitoramento perguntou ao Almirante.
— Com certeza não – ele respondeu descruzando os braços, seu bom humor não tinha mudado, o que indicava que a discussão com a doutora não fez a menor diferença em seus planos – Ela pode ser a melhor geneticista, mas tem a cabeça dura como pedra. – ele deu sinal para seus homens seguirem e eles saíram da sala – Só espero que ela não faça nada estúpido...
A moça concordou com a cabeça olhando para as telas a sua frente e na mesma hora apontou.
— Senhor! O peixe mordeu a isca! – ela disse e o almirante se aproximou para olhar – Ele entrou no porão exatamente como você disse que faria, mas parece que o menino Sehyoon está junto com ele.
— Aissh! Mas o que diabos ele está fazendo lá?! – o Almirante coçou a testa estressado.
Ela mordeu os lábios um tanto tensa olhando pra tela.
— Devo cancelar a missão? Nossos homens podem chegar lá num minuto! – ela perguntou de imediato.
O Almirante continuou olhando para tela pensando no que faria, um segundo de indecisão cruzou sua face enquanto a moça aguardava ansiosa qualquer ordem, ela deixou as mãos sobre o teclado para chamar seus companheiros com maior eficiência, mas invés disso o Almirante se virou se afastando da mesa.
— Prossiga com a missão! – ele afirmou pra surpresa da moça que até apertou algumas teclas involuntária. – Meu afilhado é capaz de se cuidar sozinho, tenho certeza que ele não verá muita dificuldade em sair dali. – ele disse de costas pra moça e ela engoliu a seco se recostando na cadeira meio dividida.
— Entendido, senhor. – ela confirmou e ficou olhando para a tela.
Parece que a sorte estava lançada.
~~~
Você não tinha encontrado [F/N] e voltava para o ponto de encontro esperando melhores resultados de seus amigos, você andava de forma tranquila pelo corredor sem nem imaginar tudo que se passava a seu redor. Do outro lado avistou a Doutora Xu vindo ao seu encontro, assim que seus olhares se cruzaram ela fez uma expressão nervosa, ela olhou para trás sem parar de andar tentando ser discreta e ao ver alguns soldados seguindo seus passos ela se virou pra frente e tentou andar mais rápido sem necessariamente correr, você estranhou, mas continuou caminhando. Quando se aproximaram para passar uma pela outra a Doutora agarrou seu braço de forma repentina.
— Vem comigo! – ela disse te forçando a voltar pra trás.
— Ei! – você exclamou tentando se soltar, mas ela não permitiu e foi te arrastando com ela – Eu meio que estou ocupada no momento! – você disse olhando pra onde queria ir e viu que os soldados que vinham atrás pareciam particularmente interessados em vocês.
— Só cala a boca e me segue! – ela disse te soltando e foi indo mais rápido na frente.
Você pensou em simplesmente ir embora, mas agora estava curiosa, sabia que algo estava errado, dava pra sentir no ar, como naqueles filmes onde a musica começa a tocar de forma mais intensa.
Vocês entraram no laboratório e a Doutora foi logo dispensando a todos.
— Atenção pessoal! Eu quero de deixem tudo em cima das mesas e saiam! – ela mandou e os pesquisadores atarefados ali se entre olharam estranhando a ordem.
— Nós estamos no meio da síntese da Z’ant, se pararmos agora... – um deles tentou dizer e foi cortado na hora.
— Não importa o que estão fazendo, só parem e saiam agora! – ela repetiu impaciente e todos foram fazendo o que ela pediu mesmo sentindo-se contrariados. Você apenas observava sem entender nada. – Você! Fecha a porta e tranque tudo! – ela mandou indo trancar a outra porta que tinha no final da sala – Rápido! – ela te apressou e você o fez.
Com as portas trancadas restando só vocês duas no grande laboratório, ela olhou pela janela de vidro que separava o corredor e viu os soldados que a seguiam parando em frente ao laboratório, ambos se olharam de forma enigmática por entre o vidro e então ela foi indo até o computador central da sala e em pé mesmo começou a mexer nele.
— Escuta! Pegue todos os papéis de cima das mesas e jogue naquela lixeira ali! – ela chaqualhou as mãos pra te apressar e você olhou em volta, tinha muitas coisas por ali, você nem sabia por onde começar.
— Esses papéis não são importantes? Quer que eu jogue tudo no lixo? – você estava muito confusa.
— Só pegue tudo que estiver em cima das mesas, pastas, anotações, TUDO! – ela insistiu e você começou a juntar os que estavam mais próximos.
— Você vai me dizer o que está acontecendo ou só vai ficar me dando ordens? – você perguntou cansada de jogar às cegas enquanto ia empilhando os papeis.
— Eu não tenho tempo de explicar! – ela parecia bastante nervosa e estranhando a movimentação ali dentro, um dos soldados bateu na porta.
— Doutora?! O que esta fazendo? Podemos entrar e conversar?
Ela parou um instante para ouvir o soldado e imaginou que as coisas não acabariam bem, então se apressou em fazer o que pretendia, antes que eles entrassem sem permissão.
Você apertou os papeis sobre a mão e hesitou por um instante.
— E-eu não devia estar aqui... – você disse pensando em que cilada tinha entrado dessa vez.
— Está certo, me escuta com atenção porque eu não vou dizer duas vezes! – ela disse digitando rápido e tentando pensar ao mesmo tempo. – Tudo que você sabe sobre o fim do mundo está errado! - você dispensou a primeira pilha de papel dentro do lixo e foi recolher mais – O mundo não acabou com o aparecimento dos Z’s... pelo menos ainda não.
Você recolhia os papeis a ouvindo falar, mas aquilo não parecia fazer o menor sentido pra você, será que ela tinha perdido o juízo?
— Assim que os primeiros casos de Z’s apareceram e foram se multiplicando no seu país, os países vizinhos e aliados se juntaram para fazer uma barricada, pra montar uma barreira que isolasse todos vocês do resto do mundo e mantivesse assim tudo sobre controle.
Aquelas palavras caíram como um raio em sua cabeça, você parou de respirar por um instante se lembrando do mapa que viu.
— uma “Área de contenção” – você balbuciou de forma retórica sabendo agora o que realmente estava escrito naquele mapa.
— Exatamente! – ela continuava a mexer no computador sempre dando umas olhadas para os soldados de fora, que estava começando a ficarem impacientes.
— Doutora Xu, é melhor abrir a porta, não queremos que faça nada do que possa se arrepender depois! – O soldado do lado de fora bateu sobre a porta de forma mais brusca, te fazendo dar um pulo.
Sua respiração se intensificou, sua cabeça estava começando a girar.
— Enfim, os Z’s tomaram conta de basicamente todo esse país, mas lá fora... Tudo continua igual.
Era impossível, o que ela estava dizendo era impossível, vocês todos lutaram muito pra sobreviver até aqui, não tinha possibilidades de existir um “mundo lá fora”.
— Não... – foi a única coisa que saiu de sua boca enquanto sua cabeça fervia.
— Eu deixei a China, minha casa, meus amigos... Tudo! Para vir pra cá e tentar achar uma solução pra isso, antes que o problema de vocês se tornasse um problema para todos, se esse vírus sair daqui e se espalhar pelo mundo, então tudo estará perdido de verdade...
— Não! – você insistiu deixando os papeis que estavam em suas mãos cair ao chão – Não tem como isso ser verdade, o que está dizendo é o que? Que todas as outras pessoas do mundo nos fecharam em uma caixa e nos assistiram morrer sozinhos??! – você estava entrando em choque era muito para assimilar.
— Você queria a verdade, não queria? – a doutora disse severa esperando que suas palavras duras a fizessem acordar – Mas não é hora de entrar em parafuso! Eu preciso que jogue toda essa pesquisa no lixo! – ela mandou inserindo um pen-drive na maquina - E-eu consegui, a Z’ant dois ponto nove é um soro que pode ser o antivírus que procurávamos, ela ainda precisa ser testada, mas em teoria ela é perfeita!
— Espera, então porque estamos jogando esses papeis fora???
— Já chega Doutora, vamos ter que entrar a força! – o Soldado avisou e foi tomar distancia pra arrombar a porta.
Ela deixou o computador e correu até uma das mesas a empurrando para bloquear a porta.
— Rápido, eles não podem entrar! – ela gritou pra você que de forma automática correu para a outra porta empurrando as mesas e gabinetes próximos para ela.
— O almirante viu isso como uma grande oportunidade de ganhar dinheiro, ele pretende vender a Z’ant assim como o próprio vírus, ele não quer salvar o mundo... só reinar sobre ele! – ela disse ofegante vendo os soldados lá fora tentando entrar – Isso não vai os seguraram por muito tempo... Mas acho que será o suficiente. Vai ter que ser!
Você não tinha tempo pra pensar muito, se a doutora disse a verdade então você precisava ajudar, você correu pegar os papeis que ainda faltava e jogando todos no lixo você analisou, a doutora não jogaria a pesquisa dela fora se não estivesse dizendo a verdade, aqueles soldados não estariam tentando entrar a força... isso era terrível de se imaginar.
~~~~
Donghun foi andando pelo porão e nada ali parecia revelar o que os soldados fizeram ou o que pretendiam.
— Não tem ninguém aqui, achei que íamos conseguir ajuda para sair. – Wow comentou.
— Então era assim que eles mantinham os Z’s para estudo? Dentro dessas jaulas? – Dong perguntou para Wow.
— Sim, eles sempre tinha uns três ou quatro Z’s guardados aqui e... – ele parou de falar ouvindo um barulho estranho. – O que foi isso? – ele questionou baixinho dando um passo mais pra perto de Donghun.
Os dois ficaram em silêncio quando ouviram coisas caindo e se quebrando, confirmando que não estavam necessariamente sozinhos ali, o barulho veio de um canto escuro da sala seguidos de passos arrastados, ao chegar a luz eles confirmaram o que temiam, um Devorador! Os dois prenderam a respiração como se até o ar pudesse fazer barulho e foram se afastando lentamente, eles pensaram em correr pra porta se esquecendo de que estava trancada quando do nada um infectado surgiu gritando e os atacando.
O infectado pulou em Wow que caiu sobre algumas prateleiras, Donghun procurou rápido qualquer coisa que estivesse a mão para ajudar ele e pegou uma tesoura que estava sobre uma das mesas ali a cravando sobre as costas do infectado, a essa altura o Devorador já tinha se dado conta da presença deles e foi passando pelos objetos das sala para chegar nele. Wow conseguiu afastar o infectado com dificuldades enquanto Dong o puxava e nisso outro deles surgiu de trás de um dos armários... Logo eles estariam cercados e sem tempo para decidir Wow agarrou Donghun o puxando consigo pra dentro de uma das jaulas que se encontrava encostada na parede, ele nem bem teve tempo de fechar a porta e o infectado pulou sobre as grades agarrando a mão de Donghun, Wow jogou os braços em cima dos de Donghun e se jogando pra trás o trouxe pra mais longe dos infectados, ambos agora estavam sobre as grades tentando pegar Dong e Wow enfurecidos.
Ao bater suas costas nas grades de trás da jaula Wow apertou Donghun contra si o protegendo dos Z’s, o espaço era pequeno para os dois então não podiam se despojar, Donghun suou frio vendo os infectados enfiando suas mãos e braços pelas grades relando seus dedos frios sobre seu corpo a procura de qualquer parte em que pudesse se agarrar para o puxar até eles. O Devorador se juntou aos dois infectados batendo sobre a grade, Wow não conseguia pensar em nada agora, ele só tentava se encolher para que Donghun ficasse a salvo.
~~~
No ponto de encontro Jun e Chan estavam parados em pé, afastados um do outro, Jun olhou para todos os lado e apertando os lábios questionou.
— Porque estão demorando tanto?
E então a expressão de Chan mudou.
— Tem razão, talvez eles não tenham encontrado a [F/N] ainda... – só de pensar nisso ele sentiu um calafrio – Nós devíamos voltar a procurar em vez de ficar aqui parados.
Jun também sentiu aquele mesmo aperto no peito e afirmou com a cabeça.
— Mas onde mais ela poderia estar?
Chan pensou um pouco e algo lhe veio a mente.
— Acho que sei onde a encontrar... – ele disse levemente satisfeito consigo mesmo por ter pensado nisso – Vem comigo!
Ele foi na frente em direção a saída da base, sabia que podia a encontrar perto do penhasco onde a brisa era mais fria... ele só não imaginava o cenário que encontraria quando chegasse do lafo de fora.
[...]
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