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História Lasting Lovers - Hinny - At My Weakest



Notas do Autor


Kelly: Olá, pessoas! Esse capítulo... ai ai kkkk acho que vocês vão gostar, ele é bem divertido. Aproveitem a calmaria que vai preceder o caos uashaush

Luma: Oi babys! Sextou!
Espero que tenham tido uma ótima semana.
Obrigada pelo carinho capítulo passado 🤗
E hoje o cap tá super divertido, Niky lacrou nele.😛
Até semana que vem!

Niky: Oiê! Como vão, amores?

O primeiro capítulo dá sempre um certo "nervoso", mas eu realmente espero que vocês gostem 😂

Enfim, boa leitura, bebês 🥰

Capítulo 3 - At My Weakest


Três semanas depois

 

Eu sentia que tudo dentro de mim rasgava. Que tudo ardia, doía, quebrava. Tudo estava confuso, eu sentia uma dor cruciante e eu desejava morrer. Eu só queria que aquilo parasse, independentemente de como.

– Me deem algo – rosnei, sem conseguir abrir meus olhos. Só sentindo a dor no ventre. – Dói muito, me deem algo.

– Não posso, pirralha – a voz de Harry soou em meus ouvidos e eu obriguei-me a abrir os olhos. Eu estava deitada na minha cama, Harry parado a alguns passos de mim. Ele estava inteiramente vestido de branco e aquilo me deixou confusa. Que merda era aquela?

– O que está fazendo aqui? – disse, meneando a cabeça. – Por que está no meu quarto? Por que está vestido assim?

– É meu também – ele respondeu, analisando-me com aqueles olhos verdes bonitos e igualmente enigmáticos. Seu olhar pousou em minha barriga. – A criança. E estou vestido assim porque sou eu quem vou fazer.

– Fazer o que? Que criança? – disse, em puro desespero. A dor não passava e aquele sorriso cínico não parava de se abrir no rosto de Harry. – Vamos, me fale! Que merda está acontecendo?

Harry bufou impaciente.

– Que caralho de pirralha burra que você é – respondeu. – É o bebê. Que está na porra do seu útero. Ele está nascendo e você quer que eu faça o parto.

E foi aí que eu desci o olhar para a minha barriga, encontrando uma curva grande onde deveria ser plano. Fitei aquilo com os olhos arregalados, a ideia te ter algo ali não entrando na minha cabeça.

– Dê onde saiu isso? – perguntei, e Harry se aproximou de mim. – Por que está amarrando meus pulsos?

– Você não para quieta, pirralha – eu tentava me soltar, mas era uma tentativa em vão. Uma dor forte pressionou meu ventre e eu mordi os lábios para não gritar. Eu não conseguia nem me debater. Só doía como o inferno.

– Está doendo, faça parar – sussurrei, lágrimas embaçando minha visão. – Faça parar, faça parar...

Eu fechei os olhos e escutei a risada de Harry no fundo.

– Você é fraca – ele sussurrou, a dor me lacerando. – É só uma pirralha fraca. Uma criança. Eu odeio isso em você.

E foi nesse momento que acordei sentindo-me completamente enjoada e corri para o banheiro, onde tudo o que tinha em meu estômago, foi para o vaso.

Talvez tenha sido pelo barulho que fiz ao chegar no banheiro no fim do corredor, ou o instinto de melhor amiga, pois Luna logo estava ali no banheiro e tratou de segurar meus cabelos, passando a mão nas minhas costas até aquilo passar.

Eu estava suada e respirava descompassadamente, o sonho barra pesadelo ainda na minha mente. Em um eterno loop. Sentei-me no chão do banheiro, e Luna me acompanhou.

– Está bem, Gina? – Luna colocou a mão na minha testa para aferir a temperatura. Assenti com a cabeça e poucos segundos depois ela voltou com uma água, que eu bebi prontamente.

– Estou bem, foi só um enjoo, nada de mais – respirei fundo, sentindo-me extremamente fraca. Abaixei a descarga com a pouca força que me restou e encostei a cabeça na parede.

– Por Deus, que susto que você me deu! – Luna ralhou, levando a mão ao peito. – Pensei que era um ladrão.

Depois de fazer meu estômago se acalmar, consegui voltar para a cama e me aninhar nas cobertas mais uma vez, já me sentindo melhor.

Merda de cerveja que havia bebido excessivamente na noite passada, me fez alucinar no sonho e vomitar como se não houvesse amanhã! E o pior de toda a alucinação era Harry ter aparecido nela! Não o fato de eu estar grávida e parindo, o fato de ele estar no meu sonho!

Se aquilo aconteceu, era porquê eu estava pensando nele e meu cérebro insistia que ele aparecesse nas minhas memórias. Como um aviso constante: não esqueça do barman gostosão, mesmo depois do gelo que ele te deu!

E eu não estava lembrando dele! Eu me recusava a pensar nele! Foi apenas uma noite e eu me arrependia profundamente da sua existência. Ok, talvez nem tanto, mas ainda assim... aqueles pensamentos sobre o quanto a noite tinha sido fantástica ou o quanto ele era bonito e atraente, eram expressamente proibidos, pois fora apenas mais um dia na minha vida, nada de extraordinário, não mesmo!

Embora, uma outra parte minha falasse (e gritasse) o contrário...

E, como a mulher teimosa que eu era, me obriguei a mandar aqueles pensamentos à merda como sempre fazia e voltar a dormir.

Pelo que pareceu poucas horas depois, o barulho estridente do despertador do meu celular acordou-me. E, para a minha infelicidade, o pesadelo não havia sido esquecido.

– Deus do Céu, que cara é essa? – Luna já perguntou, entrando na cozinha. Eu passava o café e me limitei a fazer um gesto obsceno com os dedos médios para ela. – Passou mal mais uma vez?

– Não – resmunguei, irritada comigo mesma. – Foi aquela cerveja idiota que a gente tomou ontem, só isso.

– Tem algo além disso te incomodando, não tem? – minha amiga ergueu a sobrancelha sugestivamente e eu engoli em seco. Cadela que me conhecia bem demais.

– Não – respondi. Imagens do sonho barra pesadelo (ainda não tinha conseguido decidir qual dos dois aquilo se encaixaria), tomaram conta da minha mente. Maldição de dia.

– Hum, ok, então – Luna resmungou, pegando uma xícara de café e algumas torradas. – Viu o post do Shawn Mendes? Ele vai lançar um novo álbum, acredita?

Neguei com a cabeça, pegando meu celular da mesa e abrindo o Instagram pela primeira vez naquele dia. Era apenas para matar minha curiosidade sobre o álbum do Shawn, nada mais do que isso.

E merda, como se nada pudesse deixar o meu dia pior, a primeira foto do feed era de uma influencer que eu acompanhava que estava anunciando uma gravidez.

A foto dela e do namorado com os ultrassons na mão fez meu estômago dar uma volta completa, um loop de trezentos e sessenta graus e ainda dar pulinhos. Ainda bem que eu ainda não havia comido algo, porque com certeza eu vomitaria tudo que tivesse no meu estômago bem no meio da cozinha.

Segundo depois daquela letargia, achei o post do Shawn e desliguei a tela do celular.

– Tomara que ele faça uma turnê, faz tempo que não vamos em algum show – comentei, para Luna não achar meu silêncio estranho. E, pelo visto, havia dado certo.

– Exato! – peguei uma xícara de café e fiquei escutando Luna tagarelar sobre seu cantor favorito.

Meia hora depois, já dentro do meu carro e dirigindo até o meu trabalho, liguei o rádio e fiquei prestando atenção nas principais notícias.

“...Na madrugada de hoje, uma batida de um carro contra um caminhão parou nossa avenida por algumas horas. Karen, grávida de vinte e duas semanas, e Jason, marido de Karen, seguem em observação pela equipe médica, que prestou socorro rapidamente. Os pais e o bebê estão estáveis. O motorista do caminhão que chocou contra o veículo na contramão, fugiu sem prestar socorro...”

E, é claro, mais uma vez aquela palavra de três sílabas me assombrando. Eu não sabia o que tinha feito para o universo, contudo, sentia que ele estava me castigando.

Ao chegar na empresa, o universo finalmente poderia me dar um segundo de paz e me deixar respirar.

Como eu estava errada.

– Scor, o que está acontecendo? – sussurrei, ao ver a maior comoção, cheia de abraços e risadas numa das mesas de nossas colegas.

– Bom dia para você também, Ginevra – o moleque rolou os olhos e eu mostrei o dedo médio, delicadamente, é claro, para ele.

– E aí...? Alguém morreu? – perguntei, temendo pelo pior. Scorpius deu uma risada.

– Quem morreu foi a virgindade de Pansy, ela está grávida – disse Scor, e eu fiquei completamente aturdida.

Grávida – balbuciei, piscando inúmeras vezes. – Já deu os parabéns?

Scor me olhou sem entender.

Deveria...? – ele ergueu uma sobrancelha, o cabelo louro caindo pela testa.

– Sim, porque é isso que se faz quando anunciam uma gravidez – rolei os olhos mais uma vez e o puxei delicadamente até a mesa de Pansy. Sem ao menos escutar seus resmungos.

A garota estava com um sorriso enorme, a mão repousando sobre a barriga lisa, como se sentisse que fosse o centro do mundo. Dei um sorriso nervoso em sua direção.

– Parabéns pelo bebê, Pansy – disse, a abraçando rapidamente. Quando a soltei, olhei para Scorpius e o incentivei a falar algo.

– Parabéns pela virgindade perdida – Scor disse, o que considerei algo sem pensar, e eu não consegui controlar a gargalhada que veio a seguir. Todos no setor começaram a rir e o pobrezinho ficou vermelho como meus cabelos. Pansy apenas meneou a mão e o abraçou.

Enquanto eu seguia tranquilamente em direção a minha sala, Scorpius me seguia, ainda ruborizado. Seus olhos me olhavam como se eu fosse a culpada pela boca grande dele.

 – Foi o maior mico – comentei, ainda não acreditando no que havia acontecido. Scorpius bufou e aquilo deixou a situação mais cômica.

– Que vergonha! – ele escondeu o rosto nas mãos e eu ri mais ainda. – Cala a boca, Ginevra! Pare de rir, porra!

Respirei fundo, as lágrimas se acumulando no canto dos olhos.

– Não consigo – repliquei, tentando ao máximo parar de rir. – Aí, desculpa, mas é que...

Me calei ao ver o olhar assassino que ele me lançava.

– Aí, de tanto que eu ri – respirei fundo, tentando não lembrar do vexame de Scorpius e começar a gargalhar mais uma vez – minha bexiga chegou a ficar apertada. Preciso ir no banheiro, estou fazendo xixi nas calças. Você não tem que trabalhar não, nerd?

Scor me lançou um olhar enviesado e eu só ignorei, correndo para o banheiro, ao sentir minha bexiga no ponto de estourar.

Depois de ter minha libertação, voltei para a minha mesa e encarei Scor.

– Eu queria ter a vida boa de vocês estagiários – murmurei, sentando-me na mesa e encarando com desanimo a quantidade de papelada de processos para o dia.

Scor, que estava jogando alguma coisa no celular, limitou-se a grunhir.

– Já está mais calmo? – perguntei, sabendo que estava cutucando a onça com a vara curta. Mas eu gostava do perigo, nunca neguei isso.

– Eu vou mandar você tomar bem naquele lugar, Ginevra – Scor resmungou, sem olhar para mim. seu rosto ainda estava um pouco vermelho. – E não vai ser do jeito legal.

Dei uma risadinha.

– Estou morrendo de medo – impliquei, folheando o processo. – Você está na minha sala, sabe. Eu posso te ofender se quiser.

– Já assistiu Lilo e Stitch? – A pergunta repentina me fez desviar os olhos da papelada para ele. Assenti, intrigada. – Muito bem – ele pegou um papel e rabiscou um boneco de palito, para depois pegar a caneta marca-texto e pintá-lo inteiramente. – Esse é seu nível de maldade, criatura cruel.

E então ele saiu, parecendo ofendidíssimo. Algo que ignorei, porque o garoto era basicamente bipolar, mas eu o amava mesmo assim.

Horas depois – e várias idas ao banheiro, o que não deixei de notar – eu já estava exausta e morrendo de fome. Meu corpo clamava por comida.

– Scor, meu amor, quer ir comigo até a cafeteria? – fui até seu cubículo, fazendo um biquinho e uma cara de inocente. – Estou cansada e com fome...

– Estou trabalhando – ele retrucou. – Chame a Luna, ela é o único anjo nessa terra que te aguenta.

– Baby, ela está atolada de serviço – suspirei, sentando na mesa dele e recebendo um olhar indignado. – Acha que eu não chamei ela antes? Mas tudo bem, não quer ir comigo, ok. Eu sou suficiente para mim mesma e não pre...

– Você está insuportável hoje, está de TPM? – Scorpius perguntou, bufando. O ignorei.

– Eu estou com fome – dei de ombros. – Mas tudo bem, você não quer fazer nada para sua amiga mesmo... eu fico à mercê do destino...

– Eu sou a sua cadela, por um acaso? – Scor replicou, os olhos semicerrados, me avaliando. Eu suspirei teatralmente.  – Vamos logo, sua ridícula.

– Você é o melhor amigo do mundo! – enganchei meu braço no dele, andando lentamente até o local, enquanto ele resmungava que além de criatura cruel, eu era interesseira. Ao chegarmos, um cheiro de queijo gorgonzola me invadiu os sentidos, torci meu nariz.

– Que foi? – Scor perguntou e eu meneei a mão, em um sinal para que ele apenas ignorasse.

– Nada, só um cheiro ruim.

– Não estou sentindo nada – ele comentou, me olhando atentamente. Como se eu fosse um animal em zoológico.

– Que bom para você – dei de ombros e corri pegar um café.

Depois de comermos umas barrinhas de cereal e tomarmos o café, subimos para terminar nosso serviço. Quando já era perto do meio dia, chamei Scor para almoçar comigo e com Luna num restaurante ali perto. Nossa rotina de sempre.

– Deus do Céu, eu só queria que elas parassem de me infernizar! – disse, ao colocar os pés para fora da empresa.

– Elas quem? – Scorpius perguntou interessado.

– As grávidas! – dei um suspiro pesado. – Olhe só isso! São propagandas de fraldas, são barrigas enormes, são testes de gravidez em promoção, só sabem falar nisso hoje! Por acaso é o dia mundial da maternidade e eu não sei?

– Você é completamente pirada – Scorpius sussurrou, inconformado.

– As grávidas que são.

Quando chegamos ao restaurante, comemos conversando amenidades. Luna me encarava com um olhar avaliador e eu, depois de um bom tempo, comecei a me questionar o porquê disso.

– Tem algo no meu rosto? – perguntei, para ela, já incomodada.

– Tem, uma espinha – respondeu. – Bem aqui.

Ela apontou para um ponto da minha bochecha e eu constatei que realmente havia uma espinha ali, o que me fez querer morrer. Eu as abominava!

– Deus, estou virando adolescente mais uma vez – resmunguei, irritada com o fato de mais uma vez minha pele estar oleosa, roubando uma batatinha frita do prato de Scorpius, que me olhou como se eu tivesse o ofendido. Dei de ombros e sorri.

– Gina está sendo perseguida hoje – ele comentou, passando a mão pelos cabelos loiros. Soltei o ar, impaciente. Garoto insuportável que eu amava.

– Por quem? – Luna perguntou horrorizada.

– Por grávidas e bebês – Scorpius respondeu por mim. Rolei os olhos e comi mais uma batatinha. – E não sei se notou, mas ela está um saco. Haja paciência para lidar com a TPM dela.

– Muito engraçado, seu babaca insensível sem útero – praticamente rosnei para ele.

– Gina... está acontecendo algo? – Luna olhou-me de cima até em baixo. Analisando. Pensando. – Tem sentindo algo diferente? Algo... fora do comum?

Analisei sua expressão, a maneira reticente com que ela havia falado comigo, os olhos tentando me dizer algo que eu deveria ler. E quando me dei conta do que poderia estar acontecendo, senti meu rosto perder a cor.

– Preciso resolver uma coisa urgente – tirei duas notas da carteira e dei a Luna, que me lançou um olhar aflito. – Podem voltar sem mim.

– Quer que eu te acompanhe? – Luna se ofereceu e eu neguei com a cabeça. – Ok. Me ligue se precisar de algo.

Depois daquilo, sai quase correndo do restaurante, o coração esmurrando as costelas. Não, não, não, aquilo não poderia acontecer comigo. Eu tomava anticoncepcional justamente para isso não acontecer, não era possível!

Cheguei na primeira farmácia que vi, procurei o primeiro teste de gravidez que achei e o comprei. Voltei para a empresa a passos rápidos, esperando que ninguém visse o estado deplorável de nervosismo que eu estava, e me tranquei no banheiro, fazendo o teste com as mãos trêmulas.

Fez? – Luna já me perguntou, atendendo o telefone.

– Sim – minha voz não passava de um sussurro baixo, o teste longe do meu campo de visão.

– Gina, você tomou o anticoncepcional certinho? – minha amiga me perguntou, reticente.

– Eu não conto pelos dias da cartela! – murmurei, em desespero, sentada no chão do banheiro. – E eu não lembro, eu estava tão estressada aquela semana, não era para isso acontecer!

Luna respirou fundo do outro lado da linha.

– E por acaso não pensou em usar camisinha? – ela ralhou.

– Estourou, tá legal? – a ficha do que poderia estar acontecendo começou a cair. – Deus do Céu... no que eu me meti...?

Ficamos em silêncio por um bom tempo. Não havia palavras para aquilo.

– Já deu o tempo? – minha amiga perguntou, a ansiedade e nervosismo na voz.

– Já – respondi, fechando os olhos fortemente.

E aí?

– Não consigo pegar e ver – sussurrei, as mãos tremendo de pensar que o futuro da minha vida estava desenhado por um maldito teste de gravidez.

Veja logo e acabe com esse sofrimento – Luna mandou e, em um milésimo de segundo, minha mão segurava o teste e encarava o resultado.

Positivo – eu nem sabia como havia encontrado minha voz. Porra, aquilo estava positivo. – Luna, essa merda está positiva.

Deus do Céu – ela sussurrou, parecia tão assustada quanto eu. – Você está grávida do barman gostoso.

– E do tio de Scorpius – murmurei, as lágrimas de desespero pinicando meus olhos. Encostei-me na pia, o mundo parecia girar...

Vai contar para ele? – Luna perguntou e eu arregalei os olhos, assustada. Quem em sã consciência faria isso?

– Contar a Harry que estou grávida dele? Eu tenho amor a minha vida, é óbvio que não – falei, e no segundo seguinte, uma batida seca na porta me fez dar um pulo de susto.

– Abre essa porta, Ginevra – a voz de Scorpius soou e o desespero que eu sentia aumentou mais ainda. Fiquei estática. – Vamos, não tenho o dia todo. E não adianta fingir que não está aí, Mony contou que você estava mais branca que um papel e que se trancou no banheiro.

– Vaca fofoqueira dos infernos – amaldiçoei aquela garota nojenta. O desgosto entre nós era mútuo.

Sabendo que ele insistiria, abri a porta, o teste bem escondido no bolso da minha calça jeans. Scor estava mais pálido que o normal e quando entrou, trancou a porta e me encarou firmemente. Nem parecia se importar em estar no banheiro feminino, ele só estava nervoso e preocupado.

– Você vai falar – anunciou, cruzando os braços na frente do peito. Dei dois passos para trás.

– Não vou, não – respondi, erguendo o queixo em desafio, o encarando sem medo. – A criança está na minha barriga, eu é quem vai decidir!

Scor passou a mão no rosto, pensou um pouco, e me encarou.

– O bebê é do tio Harry – ele explicou, as mãos dentro do bolso da calça. – Ele também tem uma parcela de culpa, de qualquer coisa que isso seja, e tenho certeza que vai dar todo o apoio que você e o bebê precisam.

Luna, que ainda estava na ligação, deu uma risada incrédula.

– Com certeza absoluta! – Luna debochou. – Dias depois de tudo o que aconteceu, ele mal conseguia olhar para a Gina, tenho certeza que ele vai amar a novidade... por que, Gina, não pega uns balões e chega para ele e logo diz:  parabéns, papai! Seu pau me engravidou e você nem olha na minha cara! Olha que família linda que a gente vai formar!

Scorpius se empertigou.

– Com todo o respeito, Luna, mas você não o conhece – Scor replicou e pude ver que ele estava irritado. – Mal falou com ele! Não tem o direito de sair julgando por aí!

– Não preciso conversar para saber quando um cara é um cretino escroto! – minha amiga devolveu, feroz.

– Você não vai insultar o meu padrinho na minha frente! – Scorpius rosnou e eu dei mais um passo para trás.

– Calem a boca – sussurrei, e o efeito foi instantâneo. Ambos se calaram. – Eu... eu falarei com Harry... e se ele e enxotar, eu quebro a cara de Scor.

– Tenho certeza de que não acontecerá – Scor disse e eu hesitei. – Veja bem, Gina, tio Harry é um bom homem, só é preciso realmente conhecê-lo para entende-lo.

Respirei fundo, passando a mão pelos cabelos, me encostando na beirada da pia. O mundo a minha volta, girando.

– Deus, o que eu fiz para merecer isso? – sussurrei, as primeiras lágrimas caindo. Scor logo viu meu estado e abriu os braços, me acolhendo em um abraço apertado.

– Considerando seu estado e o que você disse antes, não é o momento para te parabenizar, não é? – Scor tentou aliviar o clima, e conseguiu tirar uma risadinha baixa.

– Não, Scor. Não é – sussurrei, o apertando no abraço. – O idiota do seu tio me pegou na fraqueza... e eu vou ter um bebê? Um bebê! Eu mal dei lidar comigo e agora... e... que merda, que merda.

– Shiii, querida, vai ficar tudo bem – ele afagava meus cabelos, tentando me consolar. Meu corpo tremia com a onda de lágrimas que me atingiu.

Eu faria tudo ficar bem. Embora não tivesse a mínima ideia de como.

 

*

*

*

 

Tudo estava um breu, a única coisa que iluminava aquela rua era a luz do luar. Eu sentia a multidão passar por mim, mas nada importava. Eu não os via, não conseguia captar seus rostos, eu só o procurava, insistentemente.

– Harry! – gritei, correndo pelo asfalto, as solas dos pés machucadas de tanto correr entre as pessoas. – Harry! Por favor! Por favor!

Eu me sentia idiota, me sentia perdida. Eu mal conseguia respirar. Meus pulmões ardiam, sentiam a falta do oxigênio.

– Pirralha – uma voz desdenhou, atrás de mim, e eu me virei. Harry estava lá, os braços cruzados na frente do peito. O rosto impassível. – Estava me procurando?

Soltei um suspiro audível e corri o abraçar – ato que ele nem se deu o trabalho de retribuir.

– E agora, o que você vai fazer? – perguntei. – Você me tem nas mãos. O que fará?

Harry me soltou imediatamente, cambaleando para trás. Recuando. Assustado. Perdido.

– Você sente o mesmo? – questionei mais uma vez, esperançosa. Harry deu mais dois passos para trás. – Por que está fugindo? Eu estou louca por você, Harry! Apaixonada! Minha razão para viver é você!

O rosto de Harry se contorceu em uma careta e, quando eu toquei seu rosto, ele se afastou bruscamente, como se meu toque o queimasse. Como se doesse ser tocado.

– Você é fraca – ele cuspiu as palavras, segurando meus pulsos. – É uma pirralha idiota e fraca. Eu odeio você. E odeio esse sentimento idiota. Saia do meu caminho, pirralha estúpida.

Meus olhos se abriram bruscamente, e ao constatar que eu estava no meu quarto, soltei um suspiro audível. Mais um pesadelo idiota com o cara idiota. Tão idiota que me engravidou e não saía dos meus pensamentos, por qualquer motivo que seja.

– Não ouse se apaixonar – sentenciei, para mim mesma, me acomodando melhor na cama. – Você não é idiota e nem fraca. Não atreva-se, Ginevra.

Cai no sono segundos depois.


Notas Finais


O tanto que eu amo o pitico Scor e as nossas garotas 🥺

Quem diria, não é? Gina gravidinha hahaha

Agora, temo dizer que a paz e tranquilidade de LL, acabaram. Bem-vindos ao caos, espero que façam boa estadia. Apertem os cintos 😂

Até sexta, amados! 💗


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