História Le Beau Monde - Capítulo 7

Elas não se viram por alguns dias depois da última visita de Lexa à casa de Clarke, mas apesar de tudo, mantiveram contato por mensagens e ligações constantemente, exceto quando Lexa estava nas aulas, mas mesmo assim a morena roubava alguns segundos para mandar uma mensagem rápida para a loira.

Ela se encontrou com Jasper na noite de quinta, principalmente porque Octavia estava com Raven e Clarke não poderia ir visita-la, já que seus pais estavam em casa. Apesar de tudo, ela estava feliz em sair com Jasper, relaxar, assistir a alguns filmes sem se preocupar em ser pega no flagra ou tomar uma surra. As coisas pareciam muito mais fáceis.

- Sério que você realmente está disposta a passar várias longas horas da sua vida, criando possíveis futuros trágicos sobre o que aconteceria se você fosse pega com alguém que não deveria e que você só conhece a um mês e meio? - Jasper perguntou, pegando uma uva no ar que Lexa tinha jogado em sua boca e sorrindo presunçosamente enquanto mastigava. - mulheres tendem a fazer isso, mas sério, não seria mais fácil acabar com tudo isso agora e economizar possíveis problemas e corações partidos no futuro? – Lexa suspirou.

- Você já conheceu alguém e.. sabe, com apenas alguns minutos de conversa e conhecendo a pessoa, você já podia sentir o quanto que essa pessoa vai ser importante para você?  E tem essa conexão que não dá para negar ou esconder, a forma como essa pessoa te olha e faz você se sentir seguro e não se importar como as coisas são ou vão ser, talvez tudo pudesse acabar bem. Então, quando você fica ao redor da pessoa, tem essa atração, como se fosse errado vocês estarem no mesmo lugar ao mesmo tempo e não aproveitar a oportunidade de estar o mais perto possível um do outro. - Lexa praticamente jorrou tudo que estava na sua garganta, pegando mais uma uva antes de levantar seu olhar para Jasper, que parecia um pouco surpreso (Como se ele pudesse chorar a qualquer momento) - Você já sentiu isso?

Jasper balançou lentamente a cabeça. - Não, eu nunca tive isso. 

- Eu não sei o fazer. Talvez eu só esteja me ligando a alguém que realmente me trata como um ser humano pela primeira vez. - Lexa encolheu os ombros de forma tímida. - Você está certo, eu provavelmente estou sendo estúpida, arriscando tudo por alguém que eu mal conheço.

- Não, quer dizer.. eu nunca ouvi alguém falar sobre outra pessoa assim e se é assim que você realmente se sente, então talvez valha a pena. -  Jasper disse encolhendo os ombros e foi algo legal de se dizer, Lexa estava tão acostumada a todos dizerem a ela que isso era uma má ideia (O que realmente era, ela sabe disso), mas no final, era bom ter alguém do seu lado. - E se isso acabar mal, pelo menos você viveu isso, você teve esse tempo precioso de felicidade ao lado dessa pessoa, sabe? A vida iria ser uma merda se você só seguisse as regras e não tivesse um pouco de felicidade.

Lexa sorriu, uma súbita sensação de calor tinha invadido seu peito. Por quê? Bom, ela não tinha certeza, mas ela realmente não se incomodava com isso mais, ela deu play no filme e se sentou. Ela tinha algumas dúvidas sobre Jasper, para início de conversa, todos os homens que ela conhecia, exceto seu irmão, era um grande saco de lixo que andava. Mas Jasper provou que ainda havia pessoas boas de verdade. Ela estava feliz por eles terem se tornado amigos, ela precisava de alguém que não soubesse o que realmente estava acontecendo com ela, alguém que não olharia para ela com pena ou daria conselhos com base no que seu Pai faria com ela.

Jasper lhe deu um Beijo no canto da boca, foi mais para o seu Pai que estava olhando os dois, Lexa sabia disso, ela sentia o olhar. Ele sussurrou que mandaria uma mensagem mais tarde para ela. Lexa concordou e observou ele partir, antes de se virar e voltar para seu quarto. Antes disso, ela jogou um olhar para seu Pai e acabou vendo algo que ela não via a muitos anos. Ele sorriu, um sorriso simples e não um que ele daria quando ela estava em apuros. Isso deveria encher ela de calor, com o sentimento que seu Pai poderia se orgulha dela pela primeira vez em sua vida.

Mas não.

Só houve um tipo de calor, e era ódio. Um ódio que só ficou maior. Ele estava sorrindo e agindo de forma orgulhosa, por algo que ela fez que não era nem mesmo real. Algo que ela tinha que fingir, porque se ela dissesse a verdade sobre quem ela era, provavelmente iria acabar sendo espancada até retirar o que ela havia dito ou seria enviada para algum tipo de acampamento bizarro anti-gay.

Ela sabia que era errado odiar alguém cujo ela tinha herdado metade de sua constituição genética, ela deveria ama-los, independentemente do que acontecesse, mas não importa o quanto ela procurava dentro de si mesma, ela não conseguia encontrar o amor por seu Pai ou sua mãe.

 Ela se sentia como se fosse a pior espécie de pessoa na face da terra.

Apoiando seus antebraços contra a sacada da varanda, ela pegou seu celular e foi direto para as mensagens.

Lexa: Eu sou uma pessoa má por não encontrar nenhum pouco de amor por meu Pai?

Lexa inclinou sua testa contra seus braços e apertou firmemente seu telefone em sua mão, tão forte que ela estava com medo que pudesse quebrar, o telefone ou sua mão.

Clarke respondeu apenas alguns segundos depois, sua resposta foi simples, e surpreendemente reconfortante.

Clarke: Não.

Clarke: Você não tem que amar alguém que te trata como ele trata. Não importa quem seja essa pessoa.

Então a bolha apareceu outra vez. Isso era algo que Lexa já tinha se acostumado, várias mensagens seguidas da parte da Loira, ela já sabia que tinha que esperar.

Clarke: Por quê? O que aconteceu?

Lexa: Meu Pai parecia orgulhoso de mim depois que Jasper foi embora. Ele sorriu pra mim, pela primeira vez, foi um sorriso genuíno e tudo que eu podia pensar era no quanto eu o odiava. 

Clarke: Seu sentimento é totalmente justificado, você não deve se sentir mal por odiar alguém que te trata como ele faz.

Lexa: É.. O que você está fazendo?

Clarke: Jantando fora. Jeff disse que queria me levar para jantar fora antes da minha viajem com Raven no fim de semana. Eu não entendi bem o motivo, ele nem sequer olhou para mim desde que chegamos.

 Lexa sentiu uma pontada de inveja e ciúmes.

Lexa: A velhice dele já está afetando suas vistas? Se eu estivesse ai, eu não iria conseguir tirar meus olhos de você.

Clarke: Essa é uma das milhares de razões pelas quais eu gostaria que fosse você do outro lado dessa mesa agora.

Lexa sorriu, pairando seus polegares sobre o teclado para responder, mas parou assim que viu as pequenas bolhas aparecerem novamente.

Clarke: Então, como eu disse na mensagem anterior, eu preferia estar com você agora, então eu seria capaz de te beijar e te tocar. Por que eu iria gostar de estar em um restaurante excessivamente caro, com uma comida mais ou menos quando eu poderia prender você contra o meu colchão e fazer você gemer e choramingar meu nome.

Lexa engoliu a seco enquanto lia a mensagem, ela piscou algumas vezes para sair do transe que essa mensagem tinha feito ela ficar.

Lexa: Oh, serio? Porque pelo que eu me lembro, você foi a única a choramingar e gemer meu nome. E acredite em mim, eu faria qualquer coisa para ouvir isso de novo. É viciante a maneira como você respirava meu nome e o dizia com sua voz rouca, eu nunca tinha escutado uma coisa tão sexy e doce ao mesmo tempo. 

Clarke: Devemos lembrar de momentos diferentes então. Eu mal posso esperar para o fim de semana, assim posso provar que minha lembrança é a verídica. Uma vez, outra, depois outra... ;)

- Lexa?

Lexa se assustou e quase deixou seu celular cair da varanda, ela girou e olhou para seu Pai. - Sim? - Ela gemeu, deslizando seu celular para seu bolso traseiro.

- Sua mãe e eu estamos saindo para jantar. Você quer vir conosco?

Lexa quase sentiu seus olhos revirando por contra própria, enquanto ela voltava a si. Ela nunca, nunca tinha sido convidada para jantar com eles, mas agora que ela não era mais gay, agora que ela estava namorando um cara, as coisas pareciam ter mudado. - Não. Obrigada, eu tenho dever de casa para terminar. 

- Ok, você quer que a gente traga algo pra você de lá?

Lexa sacudiu a cabeça. - Claro, obrigada.

Seu Pai lhe deu um aceno brusco e saiu novamente, permitindo que Lexa soltasse a respiração que ela estava segurando na presença dele. Ela se encostou na varanda, passando a mão por seu rosto, para tirar alguns fios de cabelo que estavam ali. 

Ela quase pulou de susto quando seu celular vibrou no seu bolso, ela pegou e notou que era uma nova mensagem de Clarke. Suas mensagens anteriores foram de onze minutos atrás.

Clarke: Isso foi muito pra você?

Lexa: Não

Lexa: Não, desculpe. Meu Pai tinha entrado e começou a falar comigo.

Clarke: O que ele queria?

Lexa: Me convidar para jantar fora.. Ele está agindo estranhamente agradável.

Clarke: Seus Pais vão jantar fora?

Lexa: Sim.

Clarke: Então eu posso passar ai?

Lexa franziu a testa para a mensagem.

Lexa: Agora?

Clarke: Sim.

Lexa: E ele?

Clarke: Eu vou encontrar uma desculpa para sair, se você me disser que está tudo bem para eu poder ir ai e te ver.

Lexa sorriu e se moveu para poder se sentar em uma cadeira que ficava na sacada.

Lexa: Sim, você pode vir.

Clarke: Ok, vou estar ai em breve. ;)

                                                                                                ______

O em breve resultou em ser realmente em breve, o que deixou Lexa completamente surpresa, ela esperava que levaria mais tempo para a loira se livrar do seu marido e vir.

- Isso foi rápido - Lexa comentou, enquanto ela abria a porta do quarto para Clarke.

Lexa gemeu de surpresa quando ela se virou para Clarke e já estava sendo puxada por suas mãos em suas bochechas, para um beijo que fez seus joelhos ficarem mole e deixou sua cabeça girando. 

Ela caminhou com as pernas trêmulas quando Clarke começou a guiá-la para trás, pequenos gemidos estavam escapando de seus lábios enquanto Clarke usava sua perna para fechar a porta atrás dela. Lexa agarrou a cintura da loira e juntou seus corpos. 

- O que foi isso? - Lexa ofegou quando Clarke se afastou, o nariz da loira estava pressionado contra a bochecha de Lexa enquanto tentava recuperar o fôlego.

- Eu só.. Estive pensando em fazer isso desde a última vez que eu te vi. - Clarke admitiu, seus olhos se fecharam quando a respiração de Lexa saiu como um suspiro em seu rosto.

- Você não pode ficar por muito tempo, eles só saíram para jantar, eles estarão de volta em breve. - Lexa fez uma careta.

- E nós não queremos ser pegas no flagra.

- Não queremos não. - Lexa balançou a cabeça de um lado para o outro, olhando para a Loira. Um sorriso se espalhou no seu rosto quando ela percebeu que Clarke olhava para ela como se quisesse ficar de joelhos agora, coloca uma perna dela por cima do seu ombro e se estabelecer bem no meio delas. Ficando lá até Lexa estar tremendo e gemendo por seu nome.

Ela sabia, sabia que isso era muito arriscado. Não era como quando os Pais dela iriam estar em outro estado ou em outro continente, dessa vez eles poderiam voltar para casa a qualquer momento.

- Se você não quer que sejamos pegas, você tem que parar de me olhar assim.

O sorriso de Lexa virou um sorriso que ela sabia que iria deixar Clarke louca, sua sobrancelha se levantaram sugestivamente e interrogativamente. - Como eu estou olhando?

Clarke percorreu o lábio inferior de Lexa com seu polegar, seguindo com os olhos como ela passou a língua sobre eles quando seu polegar foi para sua bochecha. - Você sabe como - Clarke disse em um tom de advertência. - E se você realmente quer que eu vá embora antes que seus Pais voltem, então você tem que parar.

- Temos meia hora - Lexa deslizou as mãos pelas costas da Loira, rodeou em seus quadris e parou em sua bunda. - O que você acha de uma sessão de amasso? Mão boba é permitido por de baixo da blusa, mas por cima do Sutiã, é claro. Eu sou uma jovem de respeito.

Clarke riu da forma que a morena disse tudo, ela puxou gentilmente Lexa pela camisa, para mais e mais perto. - Você se acha muito, hein?

- Eu não me acho, eu realmente sou uma jovem de respeito. - Lexa sorriu, dando um forte aperto na bunda da loira e guiado ela até a cama, quando a parte de trás dos joelhos de Clarke atingiram a borda da sua cama e a loira caiu para trás, saltando um pouco sobre o colchão. - Mas, uau - Lexa arqueou a sobrancelha enquanto se ajoelhava na cama, sentando sobre os quadris de Clarke e passando as mãos pelo estômago da loira sobre o tecido vermelho e liso do vestido curvo que Clarke usava. - Você está fantástica, a propósito.

Clarke sorriu de forma suave, se empurrando sobre o cotovelo e estendendo uma das suas mãos para enrolar seus dedos em volta da nuca de Lexa. - Você é a primeira a me dizer isso está noite.

- Isso é ridículo - Lexa sussurrou, levando suas mãos até a bochecha da Loira enquanto a beijava lentamente. - Você - ela pressionou um beijo na ponta do nariz da Loira. - É - desta vez ela beijo a testa de Clarke - Linda - Ela selou seus lábios com os da loira.

Os olhos de Clarke estavam fechados quando Lexa se afastou, os lábios da morena se curvaram em um pequeno sorriso satisfeito.

- E não importa se ele não te diz essas coisas, isso não significa nada - Lexa comentou e Clarke abriu os olhos para poder olhar nos olhos verdes da morena. - Eu vou te dizer todos os dias, o tempo que for preciso até você entender o quão linda você é.

Clarke piscou para Lexa algumas vezes, antes de mudar a posição que ambas estavam, Lexa sentiu suas costas serem pressionada contra o colchão macio. - A gente quase não tem tempo e você quer gastar ele falando?

Lexa queria discutir, dizer a ela que ela não estava apenas falando por falar, ela queria que Clarke entendesse como Lexa via ela, via o quanto ela era linda, mas então Clarke já estava beijando ela de forma faminta, fazendo coisas com a sua língua que causava fogos de artifícios na cabeça da morena. Antes que Lexa tivesse algum pensamento sobre o horário e como elas não tinham tempo pra isso a mão da Loira já tinha deslizado por dentro de sua blusa e seus dedos já estavam pressionados contra sua costela.

Isso durou por cinco minutos, até que a Loira decidiu brincar com o fecho do sutiã de Lexa e se afastar alguns segundos depois, sorrindo para o rosto triste e irritado da morena. Foi apenas uma questão de segundos quando ela fez um movimento para agarrar os seios de Lexa por cima do sutiã que a porta se abriu.