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História Le Chant des Sirènes - Capítulo LI


Escrita por: IzzySilveira

Notas do Autor


Oiiii gente, como vocês estão?
Perdoe a demora, mas finalmente mais um capitulo, e espero que gostem, é um capitulo mais calminho, porem com pequenas informações cruciais para o futuro.
Mudei a capa da historia, eu mesma que fiz, talvez eu mude de novo kkkk gostaram?
Logo respondo os comentários do capitulo anterior, muito obrigada pelo apoio.
Boa leitura e qualquer erro me perdoem!

Capítulo 52 - Capítulo LI


Fanfic / Fanfiction Le Chant des Sirènes - Capítulo LI

Capítulo LI

O frio nunca fora um fato incômodo para Natsu, era como se seu corpo houvesse uma camada protetiva que o impedia de sentir frio devido a seu calor natural. Diferentemente do comum assim como vários outros aspectos em si, o corpo dele era quente como uma brasa de uma lareira. Contudo, mesmo que possuísse esse calor, ele nunca de fato havia se sentido aquecido, como no aconchego que sua mãe o embalava quando era criança, em seus braços finos e frágeis impedindo o filho de levar mais uma costumeira surra do pai. Era em momentos como aquele que Natsu sentia seu corpo inteiro se aquecer de um modo convidativo e extremamente protetivo, como se nada pudesse o ferir desde que ele estivesse ali. Entretanto, o calor fora embora juntamente da vida de sua mãe, no momento em que o corpo frio da mulher que mais amava no mundo tocou o seu, ele sentiu como se seu corpo inteiro entrasse em um estado de torpor e que nunca mais se sentiria daquele modo.

Toda via, sentia um calor próximo de si que lhe passava todas a emoções necessárias para deixarem o corpo dele em alerta de um modo agradável, como se ressuscitasse cada parte falecida em si e o enchesse de vida novamente.

-Natsu!- virou o rosto em direção da voz e mesmo com a visão turva, ele a conseguiu identificar. – não chore meu filho. – ela o aconchegou em seu abraço quente, passando os dedos pelos fios rebeldes dos cabelos no qual ela nunca conseguia os alinhar, assim como o filho os cabelos pareciam não obedecerem aos comandos dos outros.

-Por que eu sou assim mamãe? Eu não queria fazer aquilo!- a voz infantil chorosa saiu de seus lábios e ele se sentia como um espectador da própria vida.

-Eu sei meu bem! Não precisa se sentir mal por isso. – limpou as lágrimas dos olhos verdes e sorriu desejando retirar toda a angústia do pequeno ser. – eu sei que você tem um propósito meu filho, e independente do que os outros digam você é meu filho, você é o Natsu!- falou com firmeza, porém, com toda a delicadeza necessária. – e é importante que você nunca se esqueça disso!

-Não irei mamãe!- a pequena criança falou convicta, mesmo que ainda não possuísse tamanho necessário, possuía uma força imensa. – mas... O papai... Ele vai querer me bater. – o corpo frágil tremeu em apenas recordar das recorrentes surras e aquilo foi o suficiente para que a mulher sentisse seu estômago se revirar, em ódio por tudo o que seu filho estava sendo sujeitado.

-Eu não irei deixar nada lhe acontecer meu filho!- ditou firme e com toda sinceridade necessária para convencer a criança. – me perdoe!-. Olhou sem entender para a mais velha, não compreendia o que os mais velhos falavam na maioria das vezes, ainda mais seu pai que o vivia o chamando de monstro, não sabia o significado, mas possuía plena certeza de que não era algo bom. – é minha culpa tudo o que tem passado... - lágrimas escorreram dos olhos verdes e consequentemente fazendo a criança se sentir incomodada e levasse os dedinhos para secar as lágrimas.

-Não é sua culpa mamãe, eu quem machuquei aquele menino... É minha culpa. – as lágrimas desceram mais pesadas conforme o garoto ia falando, aquilo a fazia se sentir mais culpada ainda. Puxou a criança para mais perto a abraçando com força.

- Eu sei que você se tornara um grande homem e conseguira a liberdade que tanto almeja... Eu lhe darei isso, nem que eu tenha que dar minha vida para isso. – ele não havia compreendido as falas da mãe, ainda era uma criança e consequentemente leiga a respeito das coisas que aconteciam ao seu redor. Principalmente as chamas que queimavam o pequeno estabelecimento atrás de si, no qual ele tinha plena certeza que não havia sido um acidente, não quando suas roupas estavam chamuscadas e rasgadas, e suas mãos sujas de brasas.

No momento em que abriu os olhos ele podia sentir seu coração bater acelerado e o sangue correr rapidamente em suas veias, sua respiração estava pesada e ele sentia o corpo úmido. O que havia sido aquilo? Um sonho? Por que ele possuía a sensação de aquilo havia sido real? Porém, não possuía memória daquilo. Talvez fosse apenas um sonho realista no qual havia o incomodado profundamente. Talvez ele nunca conseguisse de fato superar a morte de sua mãe, e aquilo era doloroso e ardia feita brasa em seu peito, e no fim, ele apenas aceitava como uma punição.

Sentiu o calor famigerado próximo a si e ao descer os olhos para baixo, a viu, dormindo aconchegada em si, em uma paz que ele julgava invejável mediante ao seu estado. Porém, era como se apenas olhando ela, fosse o suficiente para seu corpo se acalmar e entrar no estado de torpor que ela o ocasionava.

Os cabelos loiros como o sol estavam espalhados na cama e alguns fios rebeldes se aventuravam por sobre o rosto delicado. Os olhos fechados ocultando as íris achocolatadas sempre brilhantes, as bochechas rosadas e os lábios entre abertos, a cena em si aqueceu seu peito, na sensação que há muito tempo estava escondida em si, a revivendo com força. Levou os dedos até o rosto dela traçando delicadamente os traços de sua pele alva, como se pudesse marcar em sua mente cada mínimo detalhe e preservar para que nunca pudesse esquecer-se de cada coisa que a compunha. O polegar pousou nos lábios grossos e rosados e deslizou por eles sentindo a maciez, os mesmo lábios que haviam dito que o amava na noite interior. Ele poderia reprisar aquela cena repetidamente em sua mente e nunca se cansaria do som da voz dela e da sensação que havia causado em si, ou do rosto dela ao dizê-lo, ele definitivamente nunca as esqueceria, mesmo que sua mente fosse forçada a isso.

Poderia viver mil vidas sendo um exímio ser e ainda não se sentiria digno do amor puro dela, contudo, estava disposto a lutar por aquilo. Dessa vez, ele faria de tudo para preservar aquele calor que sentia. Ele faria de tudo para mantê-la perto de si, havia perdido tanta coisa na vida e não permitiria que lhe tomassem mais uma coisa.

A trouxe para mais perto de si a aconchegando em um aperto no qual ele pudesse depositar seu calor e sentimentos, para que então ela pudesse ver e sentir como ela o deixava. E quando ela se aconchegou mais a si passando o braço em volta de si, ele teve certeza, ela também se sentia assim.

**

Estar no navio do Fairy Tail e ter a consciência de que todos os dias serão incrivelmente agitados, e quase nunca repetitivos. Para uma pessoa criada com tamanhas restrições no qual não podia fazer nada por si mesma, e possuía dias monótonos era algo bastante atrativo. O sorriso estava estampado em seu rosto, deixando nítido como a sereia se sentia em estar ali junto daquelas pessoas que inicialmente eram seus inimigos, e naquele momento, se tornavam pessoas essenciais em sua vida.

Era estranho em como sua vida havia mudado nesse ano em que ficou com a Fairy Tail, tanta coisa havia acontecido e mudado e principalmente os seus sentimentos e sua visão de mundo. Por ter uma visão limitada do mundo, Lucy era ignorante em várias questões sobre o mundo, porém, convivendo com eles, ela conseguiu obter uma visão e compreensão diferente do que era comum a si. Não só seus dias haviam mudado como a si mesmo também, ela se sentia livre como nunca havia se sentido antes e mesmo que tudo pudesse não passar de uma ilusão temporária, a conseguia a desanimar.

-Natsu foi com os outros para comprarem armas para usarmos no portal. – Erza falou ao lado da sereia que estava no tanque. – e mesmo que meu conhecimento em armamento seja mais eficaz que todos, foi necessário que eu ficasse para manter a ordem. – a ruiva dizia com sua pose de superioridade. – sem falar que preciso ficar e cuidar da Lucy. – a loira se limitou a sorrir para a amiga.

-Não acho que ela necessite de proteção!- Levy falou em um sorriso tímido com Lily em seu colo, o gato alado parecia não se agradar de que o pegassem no colo, porém, era diferente se tratando da azulada, bastante parecido com o dono em certos quesitos. – Gajeel não deixou que eu fosse para comprar livros, e ficou sob os cuidados dele os pegar para mim... Ainda estou receosa quanto a isso. – falou com um sorriso pequeno no rosto.

- Aquele lugar é cheio de coisas estranhas e bichos aterrorizantes. – Happy falou se aconchegando no colo da sereia que prontamente o recebeu.

-Você não deveria ter roubado o peixe daqueles corvos esqueléticos. – o outro gato citou fazendo o azulado se arrepiar em apenas se recordar do momento que havia sido tão terrível para si.

-Wendy ficou encarregada de trazer as ervas e livros medicinais que você havia dito. - Juvia falou à loira que assentiu. – mesmo que lá não seja um lugar recomendado para crianças, ela é bastante inteligente.

-Os meninos estão com ela, não vão deixar nada acontecer. – Erza falou firme e convicta em seus amigos. – Natsu pode ser um cabeça dura às vezes, mas quando ele tem de cumprir com suas obrigações de capitão, ele é o melhor para isso.

-Yo Lucy!- Cana atraiu a atenção da loira enquanto bebia de seu rum direto da garrafa, a morena não perdia tempo com futilidades. Preferia a praticidade. – eu notei que você tem dormido quase todos os dias na cabine do capitão. – a sereia sentiu suas bochechas queimarem e uma vontade imensa de entrar na água e não emergir mais. – o que vocês tem feito?

-O-oque?- questionou não conseguindo disfarçar a tremedeira na voz. – n...na.da apenas s..sobre a miss... são. – a morena a olhou com uma sobrancelha em pé e um sorriso ladino carregado de intenções maliciosas.

-Ela goxta de... - antes que o gato terminasse a frase com sua risadinha maligna a loira colocou a mão na boca dele o abraçando apertado.

-Ai aí, nada demais!- deu uma risadinha sem graça se virando para a azulada. – Levy-chan você acha que vai ter livros sobre os espíritos no mercado negro?

-Está tão na cara!- Cana falou com uma risadinha e Juvia lhe deu um empurrãozinho de leve no ombro.

-Deixe de insinuações Cana... Se as pessoas querem ficar sozinhas... Elas podem. – a ruiva ditou com as falas pausadas e o rosto vermelho feito seu cabelo.

-Com certeza Lu-chan, o mercado possui variados tipos de mercadorias que não acharíamos em vendas comuns, isso inclui determinados livros. – voltaram ao foco para as outras duas. – espero que Gajeel traga os livros corretos. – ditou com pesar pela segunda vez no dia, o moreno alto havia a convencido a ficar, contudo, estava se arrependendo do feito.

-Deveria ter mais autoconfiança em seu namorado!- a morena falou arrancando da azulada um olhar mortal. A pequena havia ficado bastante irritada ao ponto de apertar o pequeno gato no braço que de olhos esbugalhados pedia socorro.

-Le..vy!- as mãozinhas tentavam inutilmente sair do sufoco, e quando finalmente ela pareceu notar e soltar o gato ele suspirou aliviado.

-Desculpe!- pediu timidamente e se voltou para a morena. – não me importo com suas falsas suposições, por que são apenas isso, conjecturas!- se virou para a loira. – eu já encontrei vários tipos de livros lá, incluindo sobre os dragões ou outros seres mitológicos considerados instintos, certa vez achei um sobre as sereias. – levantou as sobrancelhas loiras em curiosidade. – ele até mesmo falava sobre um diário que Mavis possuía.

-Diário? – assentiu convicta e as outras olhavam curiosas, bastante interessadas no assunto. – eu nunca vi ou ouvir falar sobre isso antes.

-Dizem que Mavis gostava de escrever por ser fascinada em histórias, ela reportou tudo o que viveu com Zeref no diário, e quando o pai dela achou que ela havia morrido ele o guardou no jazigo que foi feito para ela. – as pálpebras piscaram surpresa com a revelação que havia recebido. – eu não sei se o diário ainda está lá, pois como não havia um corpo para se colocar, colocaram os objetos que ela mais gostava no lugar e o túmulo infelizmente foi furtado, não eram muitos objetos de valor, porém, nunca acharam o diário de fato.

A sereia apenas ficou quieta refletindo no que havia escutado, e sentia um turbilhão de sensações. Como se agora ela sentisse todas as emoções reprimidas por anos, de uma vez, e era difícil de segura-las.

**

O mercado negro em si era um lugar bastante movimentado, principalmente por pessoas foras da lei. Aqueles que não se encaixam no padrão da sociedade se encontravam naquele lugar feito especialmente para eles. Escondidos do conselho em meio a uma passagem secreta na floresta, eles não poderiam ser pegos pelos homens da lei que os obrigariam a sair e viver a vida como os outros entendessem, ou perdesse ela, na forca.

O pequeno grupo que havia ido ao local para se reabastecer do que era necessário para a viagem, incluindo novas armas, já se preparavam para o retorno no navio.  A prioridade era ficar apenas o tempo de comprarem o que fosse necessário e não postergasse mais que isso, pois poderia haver sempre algum inimigo a espreita. E no momento que Natsu esbarrou em uma pessoa, não estava de fato preparado para quem havia encontrado.

-Capitão Natsu!- a frase foi dita em completo sarcasmo, como Lucy costumava dizer para irrita-lo e completamente diferente das sensações que ela causava nele, a do homem a sua frente lhe dava repulsa. – o que está fazendo aqui?

-Ah estava comprando roupas para passar na casa da sua mãe. – devolveu no tom debochado acompanhado da face entediante de sempre. – o que você acha que eu estava fazendo aqui?- o outro o olhou irritado sem muita paciência para o homem infantil a sua frente, ele possuía tantos adjetivos para defini-lo e nenhum era agradável.

-Talvez estivesse a procura da honra que falta em seus marujos. - o homem olhou para a pequena garota de cabelos azuis. – sempre tão... Exóticos. – o capitão da Fairy Tail apertou os punhos demonstrando que seu nível de paciência que já era baixo, não duraria muito. – assim como tudo o que fazem. – apertou os olhos para Ivan, o capitão da Raven Tail a sua frente. – estávamos um pouco atrás do Fairy Tail quando com meu binóculo, eu avistei algo que me chamou atenção... Por que possui um tanque de água em seu navio?- o rosado sentiu a garganta seca quando engoliu.

- Gosto de apreciar a visão dos marujos de mim sem camisa em um tanque, é algo deslumbrante. – ditou com um sorriso debochado no rosto, por mais que seu corpo inteiro ardesse em chamas.

-Ah, mas o que eu vi em minha visão limitada, foi de uma garota loira muito bonita. – Ivan repuxou os lábios em um sorriso carregado de maldade que ele desejava disferir aos homens em sua frente. Seu filho em especial obtinha um olhar impassível e frio diante do progenitor.

-Agradeço o elogio, mas você não faz meu tipo, geralmente prefiro os loiros. – Ivan apertou o punho já irritado por toda aquela falação desnecessária, não conseguia compreender como seu pai havia passado o legado do Fairy Tail para aquele garoto estúpido e infantil.

-O conselho está de olhos nos piratas Natsu, se eu fosse você, tomaria mais cuidado. – levantou o queixo em uma ameaça silenciosa. – as pessoas estão atacando uns aos outros aos monstros, para se verem livres, tenho certeza de que ficariam bastante satisfeitos em pegar vocês.

- Isso é uma coisa que está além do conselho e principalmente de homens desprezíveis brincando de pirata. – a intenção de irritar Ivan havia sido atingida, o outro se atirou a frente de Natsu segurando a gola de sua camisa com firmeza e olhar ácido. O pequeno movimento foi o suficiente para que os marujos da Fairy Tail segurassem na bainha de suas espadas, porém, Natsu com apenas um movimento de mãos os mandou ficarem quietos.

-O único brincando de pirata, é você Natsu Dragneel, nos dois sabemos que você vai apenas afundar mais ainda o nome do Fairy Tail, e eu estarei lá para ver você cair. – soltou com certa brutalidade a camisa do rosado e seguiu os olhos para o loiro alto. -Esperava mais de você Laxus, você pode até tentar negar, mas possui o meu sangue e no fim é igual a mim. – se virou se retirando, mas não sem antes dizer. - até breve, tenho plena certeza de que nós veremos de novo, e com certeza irei ver de perto a garota loira. – Natsu se segurou para não voar no pescoço do homem a sua frente e permitiu que ele fosse embora com o maxilar intacto, enquanto caminhava com os amigos para voltar ao navio.

-Ele não pode ter visto a Lucy, não é?- Gray questionou quando já saíram do mercado e não havia ninguém por perto para ouvirem suas falas.

-Se ele tivesse a visto, com certeza saberíamos. – a voz grossa de Laxus verberou entre eles, o loiro não estava diferente do capitão, também se sentia nervoso com a situação, porém, conseguia disfarçar melhor. – provavelmente a conversa séria de outro modo.

- Esse cara é um desgraçado! – Gajeel falou e olhou de canto para o loiro. – sem querer ofender, mas ofendendo.

-Não ofendeu!- falou simplório enquanto caminhavam a passos firmes de volta ao navio. Natsu parecia estar querendo correr, seus passos rápidos e pesados deixavam pegadas firmes no chão.

-Natsu-san!- ele não pareceu ouvir a voz de Wendy que correu até ele segurando em sua mão. – Natsu-san você está bem?- olhou para a pequena garota de longos cabelos azuis e olhos castanhos e suspirou, passou a mão no rosto e nos cabelos demonstrando sua frustração, toda via, tentou se mantiver calmo para a menor.

-Sim, me desculpe! – lhe forneceu um sorriso fraco. – vamos embora! – voltaram a caminhar, agora com mais calma. De nada resolveriam se ficassem nervosos, e se de fato Ivan tivesse avistado Lucy, teriam de enfrentar o possível confronto que sucederia. Não importa o que viesse acontecer, ele a protegeria.

O caminho foi silencioso e perturbado, mesmo quando estavam dentro do bote para chegar ao navio, nada havia sido dito. E ao chegarem, foram recebidos por todo o barulho costumeiro que era a tripulação, empolgados para conferir as novas armas. Já o capitão apenas caminhou até Makarov e Gildarts para fornecer as novidades inconvenientes.

Ao longe, dentro de seu tanque a sereia podia observar o capitão em seu semblante sério, a ruga entre a testa e as sobrancelhas unidas, juntamente do lábio comprimido em sua carranca habitual. E naquele momento ela soube que algo o estava incomodando, era nítido pela linguagem corporal dele, contudo, completamente cega aos acontecimentos à sereia imaginou se tratar de sua declaração na noite passada. Quando acordou de manhã ele já não estava na cama, pois havia saído para ir ao mercado, então não havia visto sua reação até o momento. Aquilo foi o suficiente para um incomodo surgir em seu peito e um sentimento de tristeza lhe invadir. Não queria se sentir assim, nem ao menos sabia os reais motivos, contudo, não conseguia impedir.

Do outro lado do convés, próximo ao pequeno homem sentando no barril e o ruivo com licor na mão, o capitão tentava conter o seu pequeno estresse.

-Não devemos ser precipitados Natsu!- Makarov falou firme, tentando se manter impassível diante a ameaça implícita do próprio filho. – Não pode cair nas brincadeiras persuasivas de Ivan, é assim que ele constrói a teia dele para você cair.

-Eu não me importo velhote, se esse desgraçado tentar alguma gracinha, eu já lhe aviso que não serei benevolente. – olhou com firmeza para o senhor que possuía a plena convicção de que ele não estava mentindo. – nós dois sabemos o que vai acontecer se ele obtiver interesse nela, e eu não vou permitir que ele encoste em um só fio de cabelo dela.

-Primeiramente vamos mover o tanque do convés e o colocar em sua cabine Natsu, não podemos deixá-lo a vista e Lucy não pode ficar sem água. – Gildarts falou calmo enquanto buscava raciocinar a respeito das informações que Natsu havia lhe passado. – pensei em nos livrarmos do tanque e Lucy usar o mar, porém, é arriscado para ela.

-Vamos fazer como você disse!- o capitão falou firme e depois suspirou com a mão na cintura. – Lucy vai precisar usar a marca da Fairy Tail para não levantar mais suspeitas.

-Ela pode usar uma marca falsa que vai sair com o tempo, caso ela não queira usar a marca de verdade. – Makarov falou levando seu cachimbo até os lábios. – é melhor começar a remoção do tanque o mais rápido possível, Ivan pode acabar querendo nos vigiar para conseguir mais informações.

-Não vai levantar suspeita retirarmos o tanque justamente após a fala dele? – o ruivo articulou sua dúvida.

-Isso não vai valer muito, ele não possui nada além da sua própria fala. – o antigo capitão falou com firmeza. – a questão é que isso atraiu a atenção dele e pode o levar a ficar no nosso pé para descobrir o que é, porém, não iremos permitir. – assentiram compreendendo o mais velho que se virou para o rosado. – avise a Lucy, irei mandar os outros moverem o tanque. – assentiu se guiando até a loira que conversava com Erza.

-Lucy, vamos precisar mudar o tanque para minha cabine. – uniu as sobrancelhas sem compreender a fala do outro. – toma, vou te ajudar a sair. – ele ia retirar sua camisa para entregar a ela, porém, ela o impediu de finalizar.

-Não precisa!- não havia dito com ignorância, contudo, ele notou algo estranho na fala, e a olhou com as sobrancelhas unidas.

-O que aconteceu Natsu?- se virou para a ruiva que o olhava em incompreensão.

-Makarov vai lhe explicar!- a garota assentiu se guiando para o mestre que reunia a tripulação. Voltou à atenção para a sereia que havia se enrolado em uma espécie de toalha felpuda, e finalizava o encantamento sentada na borda do tanque. Depois virou a perna pulando no chão, acabou por desequilibrar e Natsu teve de segurá-la na cintura para que não viesse ao chão, era comum quando finalizava o encantamento suas pernas ficarem um pouco dormentes. – eu poderia tê-la ajudado! – falou em seu tom firme de sempre, era a maneira frustrada dele de demonstrar sua preocupação.

-Está tudo bem!- ela se afastou dele e se encaminhou até a cabine para vestir suas roupas que se encontravam lá. O rosado a seguiu em passos firmes, ela conseguia sentir o olhar dele sobre seu corpo e nem ao menos notava quando ele direcionava olhares mortais aos marujos que ousavam direcionar os olhos a ela. – por que precisa mudar o tanque?- falou simplória assim que entraram na cabine e ele fechou a porta atrás de si. Encaminhou-se até as roupas e pegou uma camisa e uma saia juntamente de um espartilho de couro. Vestiu a blusa por cima do pano que cobria sua nudez, ainda estava de costas para ele, mas sabia que ele a fulminava com o olhar.

-Encontramos com o idiota do filho do Makarov no mercado negro, ele é um dos nossos inimigos, ele sempre quis o Fairy Tail e nunca concordou com o modo que Makaravok comandava o navio, e ficou mais puto ainda quando ele me transformou em capitão. Ele foi expulso do Fairy Tail e criou sua própria tripulação. – ela prosseguiu vestindo suas roupas enquanto prestava atenção na fala dele. – a questão é que aparentemente ele a viu no tanque. – a fala foi o suficiente para atrair a atenção dela que parou com o movimento o olhando de olhos arregalados. – não foi possível lhe identificar, porém, isso atraiu a atenção dele. – assentiu voltando a vestir sua roupa por baixo da toalha e a retirou quando colocou a saia, ajeitou a blusa para dentro da saia e pegou o espartilho para vestir, quando sentiu a mão dele em sua cintura, o contato foi o suficiente para arrepiar todo seu corpo. – está tudo bem?- ele a trouxe para mais perto, fazendo seu corpo chocar contra o peito forte dele. Levou as mãos ao pescoço dela retirando os fios loiros a fazendo prender a respiração, depois aproximou o rosto cheirando a pele alva e depositando um beijo que a arrepiou dos pés aos cabelos. – eu não vou o deixar tocar em um só fio de cabelo seu. – a mão na cintura a apertou de modo possessivo. – nada vai lhe acontecer, enquanto estiver comigo. – ela suspirou piscando os olhos tentando se concentrar em meio ao turbilhão de sensações que apenas aqueles simples toque a cometia.

-É por isso que estava perturbado quando voltou?- questionou com a voz um pouco trêmula.

-Hum?- foi à única coisa que ele proferiu enquanto permanecia com os beijos no pescoço dela, se agraciando com o cheiro tão característico e especial dela, era trivial como apenas seu cheiro poderia muito bem ser sua calma e perdição.

-Foi por causa do que Ivan disse?- em um movimento rápido ele a virou a trazendo com tudo para si, a olhando com um brilho em chamas no olhar.

-Sim!- o polegar acariciava o rosto dela enquanto a mão estava no pescoço aonde minutos atrás ele depositava beijos e seu desejo. – pensou que fosse outra coisa?- o movimento do polegar desceu até os lábios dela acariciando a pele aveludada com o olhar perdido em luxúria.

-Pensei que fosse pelo que eu havia dito ontem. – levantou os olhos verdes dos lábios dela até os olhos castanhos, e levantou uma sobrancelha em questionamento.

-Por que eu ficaria incomodado com isso?- ela deu de ombros sem saber exatamente o que dizer seu cérebro não havia raciocinado na hora.

-Não queria o espantar, ou que se sentisse pressionado. – falou sincera a respeito de como estava se sentindo, tudo estava acontecendo tão rápido, e temia isso.

-As palavras que você me disse me serviram apenas para me remover da minha escuridão. – o olhou surpresa. – eu senti milhares de coisas, mas definitivamente nenhuma delas foi maligna. – engoliu em seco com o olhar tão expressivo dele assim como suas palavras. – me desculpe se passei a impressão errada. – encostou a testa na dela. – ainda estou me acostumando a isso tudo, e tentando não fazer merda. – pousou as duas mãos no rosto dela, segurando sua bochecha feito uma concha. – estou me esforçando, por que você é a coisa que mais importa para mim. – ela passou os braços ao redor da cintura dele o abraçando com força, aonde a mão direita dele se encaminhou nos cabelos loiros e a esquerda permaneceu na cintura fina a trazendo para mais perto, a segurando com firmeza, como se temesse que ela pudesse vir a desaparecer, diante de seus olhos.

**

Ele não se recordava da última vez que havia ido para casa e descansado um pouco. Na verdade fazia algum tempo que ele não sossegava, a maior parte do seu tempo era preenchida com seu trabalho e as tentativas de resolução dos casos. Aquele em questão o estava retirando toda e qualquer reação humana de si, já que era o que parecia estar em falta no autor dos casos. Havia um padrão, porém, não havia uma razão para os casos e o que deixava em dúvida de quem era o autor deles.

-Deveria descansar um pouco!- Lahar sentou a frente de si em sua mesa, atraindo a atenção do outro.

-Não estou cansado. – ditou firme voltando à atenção aos relatórios. – alguém precisa fazer alguma coisa. – O amigo suspirou pesaroso.

-Não vai adiantar o conselho juntamente do rei irão determinar como uma doença contagiosa. – os olhos de Doranbolt se ergueram arregalados para o homem a sua frente. – e consequentemente o caso será encerrado.

-Isso não pode ser feito!- um estrondo foi se ouvido depois do soco que deu na mesa. – isso não é uma doença, e todos sabemos disso.

-É a maneira mais fácil que acharam de lidar com a situação, já que não possui um único culpado aparente. – Lahar tentou dizer de maneira calma, porém, estava se sentindo do mesmo modo que o amigo, porém, de maneira mais contida.

-Não importa, os desgraçados precisam ser presos!- falou irritado com toda aquela situação e pelas ordens que se via obrigado a aceitar.

-Dorabolt, isso está muito além de nós!- o amigo o olhou firme. – não a nada que possamos fazer, o pessoal especialista em anomalias ira cuidar do caso a escondidas, ou seja, está fora!- bufou frustrado jogando o relatório na mesa.

-É quem são esses idiotas?- Lahar lhe forneceu um sorriso ladino antes de retirar de dentro do casaco uma pasta preta.

-Imaginei que iria querer saber!- entregou lhe a pasta no qual Doranbolt pegou com uma sobrancelha em pé em desconfiança. – estes são os responsáveis, pode ser que você consiga usurpar de algum deles informações.

O homem abriu a pasta passando as páginas com os nomes dos novos membros do conselho que estariam responsáveis pelo caso. Não conhecia a maioria deles e todos eles pareciam possuir patentes maiores que a sua, porém, ao chegar a uma determinada página, uma pessoa em questão atraiu sua atenção. E não havia sido por causa dos cabelos excêntricos ou da tatuagem no olho, mas sim, quem era a pessoa que estava em meio aos nomes ali.

        Jellal Fernandez, 20 anos.

Patente: General do centésimo batalhão

Capitão da Divisão homicídios com razões anomalísticas.

Disfarçado de pirata na missão secreta, para resolução do caso 777.45

        De fato, aquele foi o que mais atraiu sua atenção.

Fim.

As mentiras mais cruéis são frequentemente ditas em silêncio.”

-Robert Louis Stevenson-


Notas Finais


FIIIIMMMM!
E ai? o que tem a me dizer? espero que tenham gostado e até o próximo.
O capitulo ainda não ficou do jeito que eu queria, mas ok rsrsrs
Não tem uma previsão para o próximo, mas já esta sendo produzido.
Beijocas e Arigatou!
I.C.S


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