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História Le Chant des Sirènes - Capítulo LII


Escrita por: IzzySilveira

Notas do Autor


Oiiii minha gente, estou sumida eu sei... é difícil ser um leitor dessa historia eu sei.. rsrs
Me desculpa fiquei um pouco garrada, mas espero que gostem, tem pequenos fragmentos muito importantes nesse capitulo.
Qualquer erro me perdoem e boa leitura!

Capítulo 53 - Capítulo LII


Fanfic / Fanfiction Le Chant des Sirènes - Capítulo LII

Capítulo XLI

Dez anos atrás

A mulher olhou em direção a pequena garotinha e sorriu minimamente, gostaria que aquela fosse sua última memória da filha, sorrindo. A pequena de cabelos loiros não conseguia disfarçar a felicidade e empolgação depois de voltar do passei completamente emocionante com a mãe, com certeza aquela memoria ficaria para sempre em sua mente.

-Não conseguimos achar as fadas, mas eu encontrei coisas incríveis. – Lucy contou animada para Aura que estava encarregada de cuidar da menina. Os olhinhos infantis brilhavam em um entusiasmo que qualquer um poderia notar que seja lá o que ela havia encontrado, havia marcado a garota de uma maneira incrivelmente especial.

        -É mesmo? Isso é maravilhoso princesa!-a garota não disfarçou a careta de desagrado ao ouvir como foi chamada, não gostava de ser chamada daquele modo, pois sempre era acompanhado das maldades que todos insistiam em despejar nela. A platinada olhou para Mavis que estava ao lado da filha e ela nem precisava questionar, para saber como ela estava sofrendo.

-Lucy, agora dê um abraço na mamãe! – a garotinha se virou para a mãe com um enorme sorriso e então a abraçou apertado. – agora eu preciso ir a um lugar e você vai ficar aqui, com Aura. – ela estava tentando ser forte, porém, estava difícil segurar as lagrimas. O que não passou despercebido pela mais nova.

-Por que está chorando mamãe?- ela levou as mãozinhas até o rosto da mais velha as limpando.

-Por que a mamãe vai ter de sair agora. – ela deu um sorriso passando a mão nos cabelos loiros da filha.

-Mas não precisa chorar mamãe, depois você vai voltar, não é?- ela engoliu em seco antes de confirmar com a cabeça e então puxar a pequena para um abraço, aonde depositou seus sinceros sentimentos e pedia que algum dia sua filha a perdoasse.  E depois de lhe dar um beijo no rosto, mergulhou para ir até onde seria decidida sua sina.

Quando se aproximava do local de julgamento, podia sentir os olhares dos outros seres sobre si, a olhando com desprezo e ódio. Contudo, ela manteve o queixo levantado enquanto nadava até seu destino. Ao chegar ao que era conhecido como tribunal dos mares, ela ficou em frente onde estava as maiores patentes do conselho e então, os deuses dos mares.

-Mavis Vermelion, você está sendo julgada por trair sua deusa e espécime. – o homem que parecia um polvo ditou lendo o pergaminho. – tentou fazer um contrato com as moiras para que sua filha Lucy Heartfilia, virasse uma humana e então deixasse de ser uma sereia. – ele a olhou por sobre os óculos que usava. – você nega isso?

-Não!- ela foi firme fazendo com que todos que estavam na plateia a olharem horrorizados. – eu admito as acusações! – Anfitrite fechou os olhos após ouvir as palavras da loira, aquelas palavras lhe causaram mais dor do que pudesse imaginar. A traição de um filho era sempre dolorosa.

-Sua filha é a sereia celestial escolhida pelas estrelas para manter o equilíbrio, você tem consciência do grande desastre que isso poderia acarretar? – ela olhou firme para o homem que a questionou. – apesar de ser uma criança estúpida, que mal consegue controlar o imenso poder que possui, Lucy tem um enorme dever para com os mares!

-Minha filha não é um peão que vocês podem manter sobre o controle de vocês, ela tem sentimentos e vida própria! – eles estavam cada vez mais chocados com as palavras da mulher. – independente do que ela é ela ainda é minha filha.

-Ela é propriedade da Deusa, tem o dever como uma sereia celestial de manter o equilíbrio. – ela apertou os punhos em ódio. – você traiu a deusa e a todo o reino tentando nos apunhalar pelas costas, você nega sua espécie, você nega o que você mesma procurou! – ela engoliu em seco depois das palavras de outro homem do conselho com pele de escamas laranja. – você é a personificação da própria ingratidão, a deusa lhe deu uma segunda vida e você agradece deste modo.

-Não estou renegando o que eu ganhei, apenas queria que minha filha obtivesse a opção de escolha, de poder viver da maneira que deseja. –falou sincera, no fundo ela sabia que Lucy era diferente e que não era ali o seu lugar. Sua filha não deveria arcar com as consequências de seus atos.

-Isso é inaceitável!- o homem quase gritou. – não tente justificar o injustificável, não importa seus motivos, você não pode ir contra sua natureza, algo que já faz pela uma vez, pelos mesmos motivos egoístas. - ela apertou os punhos em ódio, era nítido que não compreenderiam seus motivos, eles não se importavam o suficiente para buscar ao menos compreender. – Lucy Heartfilia nunca poderá deixar o mar! Além de ser uma sereia celestial, ela tem de manter a dívida da mãe. - ela arregalou os olhos com as falas do homem.

-Ela não tem culpa de meus erros! – ela falou desesperada. – vai simplesmente jogar em cima de uma criança o peso de uma adulta?

-Sim, não nós importamos com esses fatos indiferentes. – ela mordeu a língua ao ponto de sentir o gosto metálico na boca. – ela é uma péssima sereia, nem ao menos consegue controlar o poder que lhe foi ofertado dos céus, e agora pela mãe ser uma exilada, será uma vergonha completa a raça das sereias. – ela se virou olhando todos a olhando com desprezo e tinha certeza que todos compartilhavam do mesmo pensamento. Ela se virou e olhou com ódio para a Deusa que não ousava a encarar. – Lucy Heartfilia de fato não é a sereia ideal para carregar o poder dos céus, toda via, ela foi escolhida pelos céus e agora deve arcar com suas obrigações.

-Você vai mesmo tomar minha filha de mim?- ela nunca fora dela, assim que as sereias nasciam Anfitrite era sua mãe e não quem havia as dado à luz, contudo, com Mavis e Lucy era diferente. – você não se importa com ela, só com essa porcaria de equilíbrio! Por que se ela sair do mar, não serão vocês que estarão no comando dele. – todos a olhavam abismados com tamanho desacato da jovem.

-Pode dizer o que quiser, contudo, você é ciente de que não a vejo dessa maneira. - a deusa disse de modo calmo, tanto que até irritava Mavis. Mas os olhos azuis da deusa demonstravam a dor que sentia. – eu cuidarei dela!- e aquilo se transformaria em uma promessa.

-Mamãe! – a loira se virou vendo Lucy nadar até ela, porém, fora impedida pelos guardas. Ela sentiu as lágrimas desceram de seus olhos ao olhar a filha.

-Levem-na daqui, assim que perder os poderes irá ser exilada nas profundezas do mar. – o homem bateu o martelo e os guardas seguraram Mavis.

-Mamãe, não, não vá, por favor!- a criança berrava, mas todos pareciam surdos, enquanto ela inutilmente tentava se aproximar da mãe. Ela implorou, porém ninguém parecia a ouvir, ninguém se importou em arrancar a filha dos braços da mãe.

Atualmente

Parecia inútil decidir tomar suas próprias decisões quando o destino já estava escrito, ou talvez nossas ações baseassem nosso futuro. Questionava-se os motivos que vieram a acarretar o fim arrebatador de sua mãe. Mavis havia feito escolhas ruins que iam contra sua natureza humana, contudo, não eram motivos plausíveis para tamanho sofrimento, possuía a plena consciência de que sua mãe não era feliz no mundo dos mares, por muitos anos ela viveu em uma profunda tristeza que apenas o nascimento da filha lhe trouxe um pouco de vida. E era por isso que havia decidido que queria que sua filha pudesse viver uma vida e não apenas sobreviver, não queria que Lucy tivesse a vida privada de si mesma, contudo, essa decisão apenas lhe causou sua deserção e provável morte.

Tais pensamentos insistiam em perdurar por sua mente após a descoberta do diário, queria saber como era a vida de sua mãe, queria saber por qual motivo ela havia entregado a si para a deusa. E talvez assim se sentisse mais próxima daquela que lhe foi retirada a força de sua presença. Lucy sentia falta dela todos os dias solitários no mar frio, e nunca de fato se acostumou com a solidão, apenas aprendeu a fingir bem de modo que ninguém mais ousava a tentar diminuir por isso. Às vezes era necessário usar de sua fraqueza como seu escudo para viver em meio à dor.

Sua mente dava voltas em vários motivos que puderam ter ocasionado à deserção de sua mãe, porém, nunca chegava a um motivo plausível para tal, não quando Mavis era uma sereia importante no reino dos mares. Lucy nunca poderia imaginar que era ela o motivo.

Apesar de seus olhos estarem estagnados nas letras do livro, sua mente divaga em seu passado que ainda ardia em si, mesmo no futuro. Fazia algum tempo que não prestava mais atenção às letras criptografadas no papel, contendo várias aventuras para se viajar estando no mesmo lugar. Suspirou levantando os olhos e observando o rosado que estava um pouco à frente de si, sentado em sua poltrona e escrevendo alguma coisa em um papel o qual era impossível dela discernir o conteúdo. Podia sentir que ele a olhava antes de prosseguir com o que estava fazendo, e aquilo a intrigou e a fez se levantar da cama e encaminhar até ele.

-O que está fazendo?- ao ouvir a voz melodiosa ele notou a aproximação, e rapidamente fechou a pasta, a atitude a fez o olhar de sobrancelhas unidas. – o que é isso?

-Nada!- disse simplório e deu lhe de ombros, a desconfiança da sereia era nítida e quando ela tentou tomar lhe a pasta das mãos, ele retirou no mesmo momento. – ei, caia fora!- ele levantou o braço erguendo o objeto acima dela, que apesar da altura não desistiu e se esticou para pegar usando os ombros dele de apoio.

-Por que não posso ver?- ele se levantou para ficar mais alto e consequentemente dificultando a ação dela, depois passou a pasta a colocando atrás de suas costas. Ela se jogou para pegar e acabou por abraça-lo enquanto tentava retirar a pasta das mãos dele.

-E por que tão curiosa?- ele ergueu uma sobrancelha e sorriu ladino, o sorriso sempre convencido e sarcástico. – se queria me agarrar era só fazer, não precisar arrumar desculpas. - piscou o olho direito para ela que se limitou a revirar os olhos e empurra-lo devagar. O rosado se guiou até uma gaveta na mesa para abri-la, e antes que colocasse a pasta dentro, ela tentou lhe roubar novamente e ele retirou a pasta antes. – Você poderia por obsequeio retirar suas mãos intrometidas?- suspirou pesado em indignação. – muito obrigado!- soltou sarcástico acompanhado de um sorriso de quem estava se divertindo com a situação.

-Você poderia por obsequio, ir à merda?!- após guardar a pasta ele a olhou em um falso choque, acompanhando de uma pose falsamente dramática.

-Já está falando palavrão anjo? Assim você me ofende. – sorriu ladino a olhando que cruzou os braços frente aos seios, movimento que não passou despercebido dos olhos verdes que sempre pareciam atentos a qualquer movimento da loira.

-É a convivência com certa pessoa. – levantou as sobrancelhas loiras o olhando em desafio. – definitivamente está sendo uma péssima influência. – ele a puxou pela cintura a trazendo contra seu corpo que a recebeu com calor de sempre.

-Tenho certeza que sim. – aproximou o rosto cheirando o pescoço dela. – se quiser posso influenciar mais.

-Você poderia retirar as mãos intrometidas?- o empurrou com um sorriso vitorioso por usar as próprias palavras contra ele, mesmo que de fato não quisesse que ele se afastasse, contudo, isso não era algo que ele precisasse saber. No fim o rosado fez uma careta em desagrado. – Levy me disse que leu em um livro, que minha mãe possuía um diário no qual ela discorreu seus momentos com Zeref. – ele a olhou sério, agora atento ao assunto. – dizem que foi colocado no jazigo que foi feito para ela, apesar de nunca ter sido achado... Mas, eu tenho uma sensação de que está lá.

-O jazigo dela é em Magnólia certo?- questionou recebendo a confirmação da loira e ele se aproximou da mesa aonde possuía um mapa exposto sobre a mesma. – estamos aqui, bem próximos de Magnólia. – ela o olhou surpresa. – podemos ir lá.

-Não... Não é necessário. – não queria que fizessem uma pausa desnecessária por causa dela. Olhou para o mapa podendo ver o local limitado no impresso.

-Se não fosse não teria me dito. – soltou como se fosse obvio e deu de ombros cruzando os braços e olhou para o mapa. – um pouco de descanso aos marujos e principalmente a você, não irá fazer mal. O sorriso que emoldurava seu rosto o deixando com um semblante calmo e gracioso, como um deus. Tocou o pescoço dela e levou sua testa até a dela encostando uma na outra, e olhando nos olhos castanhos sorriram um para o outro.

**

O olhar era direcionado ao mar, porém, seus pensamentos estavam além. Divergiam em um passado não muito distante e um tão longo que ele mal conseguia se lembrar dos mínimos detalhes. Seu passado era uma constante mancha em sua vida do qual aparentemente ele ainda não havia se livrado por completo, não quando o seu passado fazia questão de andar livremente por aí e com a nítida intenção de atingi-lo. Talvez ele de fato nunca estivesse livre.

-Um copo de rum pelos seus pensamentos!- virou-se em direção ao rosto tão dócil e angelical. O sorriso característico estava em sua face, enquanto os olhos azuis o olhavam com carinho e segurava em direção a ele um copo. – o que está te afligindo Laxus?- não havia por que ele negar, ele nunca conseguia esconder nada quando se tratava dela. – foi o encontro com Ivan, certo? – tomou lhe o copo das mãos e bebeu o rum que desceu queimando sua garganta.

-Aquele desgraçado parece fazer questão de me lembrar de que por mais que eu queira e negue, eu ainda sou filho dele. – havia uma amargura na voz do loiro, a expressão era impassível, porém, havia um brilho de ódio no olhar.

-Bom, o sangue que liga vocês não é algo que possa simplesmente sumir, contudo, não significa que só por ser filho de Ivan, você vai ser igual a ele. – se aproximou dele pousando a mão em seu ombro, na intenção de lhe passar todo o conforto necessário. – você é você e ele é outra pessoa, e é o seu carácter, sua essência que o difere dele. – sorriu lhe passando a calma que apenas ela poderia oferecer a ele. – você é um homem incrível, um que ele não conseguiria ser nem se vivesse cem vidas. –a olhou de uma maneira que era incapaz de desviar e olhar para algo além daquele límpido azul. – não permita que seu passado molde o seu futuro, você não é mesma pessoa de antes, e não será a mesma de hoje daqui alguns anos. – a mão delicada pousou no rosto dele o acariciando na região aonde havia a cicatriz feita pelo progenitor. – reconhecer o seu passado e o que o compõe, é reconhecer a si mesmo e seguir em frente. – a mão dele se colocou sobre a dela que era menor e mais delicada em um imenso contraste. – e você não está sozinho, nunca se esqueça disso, então não precisa se preocupar com nada.

-Obrigada Mira!- encostou a testa na dela transmitindo várias sensações através dos olhos. Havia poucos momentos em que ele usava aquela palavra, porém, havia algo que ele sempre valorizava que era quando alguém lhe oferecia a mão, aquilo era algo que ele nunca se esquecia. A bondade de erguer a mão e estar ao lado do outro mesmo quando você está em meio a sua dor, era algo admirável a ele. Isso era Mirajane Strauss.  

As mãos delicadas e finas pousaram cada um em um lado do rosto dele o acariciando, e sorriu lhe oferecendo um beijo casto nos lábios, enquanto ficavam ali em seu momento indestrutível.

**

Os marujos não se preocuparam com o fato de realizar a pausa em terra novamente, ir a um bar e encontrar alguns amigos de embarcações diferentes, não era tão ruim. O mar era o lar deles, mas não significava que deviam sempre estar nele, mas sim, que era para onde sempre deviam voltar.

Para a sereia estava difícil segurar a empolgação com o que estava para ocorrer. Batia a mão na cocha esquerda de modo frenético em busca de liberar a adrenalina que corria por suas veias, enquanto juntamente de Natsu aguardavam o sinal de Gray para entrarem no cemitério aonde pessoas com grandes nomes eram enterradas. Não poderiam se dar o trabalho de serem pegos furtando o túmulo, então foram à noite para que a missão fosse realizada sem interrupções.  Acabou por começar a bater o pé no chão em um barulho baixo, porém, irritante.

-Para com essa droga!- Natsu ditou com seu jeito longe de ser delicado e se virou para ela que o olhou com raiva. Não importava como os dois se sentissem um com outro, sempre brigariam como crianças.

-Estou nervosa!- respondeu em um sussurro que poderia ser considerado nervoso e o olhou como se fosse óbvio. O outro se limitou apenas a rir da desgraça da sereia e antes que ela viesse a reclamar. O sinal de Gray surgiu no céu resplandecendo em um azul claro com as fagulhas do lacrima sinalizador brilhavam sobre o manto negro, o moreno ficou incumbido de atrair os guardas para o outro lado para que aquela região ficasse obstruída para que os dois adentrasse o local. O rosado se abaixou para fornecer apoio à loira, e então, a auxiliar a subir no muro.

-Você é bem mais pesada do parece. – não perdendo a oportunidade de irrita-la ditou o capitão com um sorriso no rosto, e antes de pular para o outro lado, lhe deu um tapa na cabeça.

-Como você pretende... -  assim que chegou a outra área, iniciou seu questionamento que foi interrompido pelo rosado que pulou o muro e caiu em pé ao seu lado, que o olhou surpresa eu apenas piscou um olho com o sorriso orgulhoso enfeitando o rosto. – exibido! – começaram a caminhar vagarosamente em direção ao jazigo de Mavis. O que não era muito difícil de identificar qual era, pelo fato espalhafatoso do nome Vermelion estar escrito chamativo no mesmo, assim como também era o tumulo mais danificado dentre os outros, aquela constatação causou um sentimento arrasador de tristeza na sereia. Sua mãe também não era amada entre os humanos.

Assim que parou em frente à construção de concreto pintada em um tom branco, enfeitado pelo nome Vermelion em dourado, a sereia sentiu o ar pesar de modo que se sentia sufocada olhando para aquele local. A construção estava com algumas regiões lascadas e destruídas, a qual era perceptível que não havia sido resultado do tempo, tanto quanto as manchas sujas de sangue jogadas intencionalmente não eram tinturas.  

 Os olhos castanhos percorreram até a placa ao lado da porta com as escritas, “Aqui se jaz, Mavis Vermelion, não em corpo, mas em alma.”. Algumas palavras costumavam ser talhadas nos túmulos sobre como a pessoa era em vida, ou sobre o que ela havia acrescentado ao mundo, porém, não havia nada além de flores mortas postas ali. Mavis não havia sido uma pessoa que havia acrescentado algo além da própria destruição e a de uma tripulação inteira, ela não era uma mulher a qual as pessoas deveriam se recordar. Entretanto, como uma gozação do destino ela se tornou o nome mais dito e contado por durante os anos conseguintes, Mavis poderia não ter sido o que os humanos desejavam, contudo, era o que eles nunca conseguiram esquecer.

Os dedos delicados da sereia passaram por sobre o nome de sua mãe quando ainda era uma humana. Lascas de sujeiras se desprenderam do objeto e grudaram em sua pele, observou os dedos com as partículas escuras e sentia uma sensação malíssima a cerca de toda aquela situação. Sua mãe não merecia o ódio das pessoas mesmo que viesse a ser a causadora de suas dores, as intenções de Mavis nunca foram malignas, porém, as pessoas sempre buscam alguém para se culpar independente de qual fossem suas intenções. Não apenas os humanos eram cruéis, pois todos serem que possuíam inteligência são igualmente cruéis e egoístas. Ter um bom proposito não diminui o feito da destruição que você causa, era por isso que ela possuía compreensão a respeito do ódio de todos, o que não significa que estava imune a dor.

Sentiu uma sensação angustiante ao olhar para aquele local que transbordava uma tristeza e solidão que parecia bastante igual à vida de sua mãe. Aquilo a incomodou mais do que imaginou, ver o nome de sua mãe em um túmulo sem saber se de fato estava viva, era por assim dizer frustrante e agoniante.

O rosado pareceu aguardar o tempo de absorção da sereia, e quando ela respirou fundo e voltou a pose inabalável, ele soube que deveria agir. Abriu a pequena porta do jazigo e entraram no local e Natsu pegou o lampião que estava do lado de fora e levou para dentro iluminando o único túmulo que estava ali fechado, porém, bem nítido que já fora aberto muitas vezes pelo desgaste do mármore em arreda-lo constantemente. Entregou o lampião a sereia que o pegou com os olhos presos na sepultura, e logo tratou de empurrar a pedra pesada com certa facilidade, sem a dificuldade que normalmente deveria ser obtida.

Estava vazio, não havia nada dentro. Os ladrões de túmulos haviam levado todos os objetos que haviam sido postos em homenagem a Mavis, todos os objetos que lhe foram importantes em vida. Lucy não disfarçou a careta de desapontamento que surgiu em seu rosto ao constatar que foi tudo em vão.

-Pessoas com dinheiro, possuem consciência de que os túmulos são os mais visados, é por isso que... - olhou para o rosado que passava a mão por dentro do local em busca de alguma coisa que ela não conseguia compreender. – colocam os pertences mais valiosos em um fundo falso. – pressionou com a mão uma parte na lateral e então, conseguiu retirar uma parte do fundo e lá dentro estava um caderno de capa vinho desgastada dentre outras coisas. Arregalou os olhos em choque olhando para o garoto que pegou o livro e soprou o pó. – diário de Mavis Vermelion, acho que é isso, certo?- entregou para ela que pegou com um grande sorriso no rosto e ele sorriu com a nítida alegria da loira. – por sorte esses ladrõezinhos de túmulo não são tão inteligentes quanto a mim. – piscou para ela que não pode deixar de sorrir. Colocou o fundo no lugar juntamente da tampa para então se retiraram do local que exalava desolação.

Enquanto seguiam o percurso de volta, a loira parecia compenetrada no objeto antigo em suas mãos. Sentia uma sensação estranha, e temia abrir o caderno e ler seu conteúdo, possuía um medo mesmo que irracional em saber o que poderia já ter acontecido a sua mãe e que talvez pudesse a recair a si.

- Eu sinto como se... – o rosado parou para olhá-la, a qual buscava as palavras exatas para expressar o que sentia. – eu não sei... É estupido sentir medo? – a observou quieto ponderando em que palavras dizer sobre o olhar ansioso da loira.

-É estupido não sentir medo! – citou o que deveria se encaixar em qualquer situação a qual pudessem passar. – você conheceu apenas uma parte da vida de sua mãe que foi recheada de sofrimento, é natural que não esteja pronta para conhecer a outra. – a loira permaneceu quieta o olha em um nítido nervosismo. – é nítido que você não superou sua mãe Lucy. – a constatação a fez arregalar os olhos surpresa. – sei bem como se sente, e por compreender eu posso lhe dizer que você é a única que pode fazer. – apontou para o objeto preso nos braços finos. – só você tem o poder de determinar o quanto vai se afetar ao ler o que está escrito ai.

Pelo o tempo em que esteve na Fairy tail, sempre se irritou com o jeito despretensioso e sincero de Natsu, contudo, ali naquele momento em especial, ela o agradecia por ser uma pessoa que apesar de sincero pesava suas palavras e buscava iluminar o ouvinte. Se Natsu não fosse naquele jeito, ela se manteria no escuro por desejo próprio com medo de enfrentar seus próprios demônios. Às vezes palavras duras eram necessárias.

-Está correto!- abaixou os olhos para a capa desgastada em mãos. – somente a gente pode decidir o que vai nos afetar. – voltou os olhos castanhos aos verdes tão intensos dele. – acho que está na hora de começarmos a superar o passado. – olhava diretamente para ele, pois, a citação servia para os dois.

O passado só obtém poder de mexer no seu futuro, se você permitir, os dois possuíam a consciência desse fato, por isso lutavam incansavelmente para curar a dor.

**

Foi surpreendido pela corrente de ar frio que soprou contra seu rosto coberto apenas pelo capuz da vestimenta. O inverno começava a dar as caras em Fiore e esse não eram bons momentos para se estar em alto mar, já que lá as estações eram sentidas com mais potência, por esse motivo que Jellal agradecia por estar em terra e poder beber um pouco de sua bebida enquanto trabalhava, amava o mar, mas seu objetivo vinha a frente e em terra poderia o concluir com mais rapidez. Quando se aproximou do beco que ficava relativamente próximo a taberna, teve uma sensação de ser seguida que logo comprovou ser verídica.

-Jellal Fernadez! – parou para se virar e analisar quem o havia chamado e obteve uma leve surpresa que logo tratou de disfarçar. – ou devo lhe chamar de General Fernadez? – Doranbolt fez questão de não disfarçar o sarcasmo na voz, assim como o azulado não disfarçou a careta de ódio. – seus amigos sabem que você é um farsante?

- Minha única farsa é fazer parte da porcaria do conselho. - o moreno o encarou surpreso, não esperava que o azulado dissesse com facilidade e  muito menos que não possuía causas nobre para com o conselho.

-E por que prossegue com essa farsa? Até aonde sei é um herói condecorado e mais novo general dos tempos. – Jellal deu de ombros como se aquilo não fosse nada, e de fato aquilo não possuía nenhum significado para si.

-Por que preciso do conselho para conseguir o meu objetivo. –respondeu simplório sem se importa com o outro poder o delatar.

-Solucionar o caso 777.45? – o azulado não demonstrou surpreso por Doranbolt obter conhecimento daquilo, afinal se ele havia pesquisado sobre ele, saberia que estava nessa missão em especifico. – por que estaria infiltrado em uma tripulação de pirata para a resolução desse caso? – questionou com uma ruga na testa.

- Eu sou apenas eu mesmo!- ditou firme fazendo o outro o encarar em curiosidade. – e por que preciso proteger uma pessoa, e não me importo com as coisas a qual eu tenha de fazer para conseguir isso. – o moreno o olhou de olhos semicerrados e depois sorriu ladino, interessado.

-Sua noiva tem conhecimento sobre essa pessoa que quer proteger? – o modo que ele havia citado noiva deixava claro que ele não acreditava no fato, o que foi o suficiente para Jellal ficar receoso, o homem a frente parecia saber mais do que ate mesmo o conselho possuía conhecimento sobre si. – o que me leva a outra questão interessante... Conheci sua noiva, porém, não obtive muita informação sobre ela assim como não tive suas Jellal, é como se vocês escolhido o que os outros devessem saber a respeito de vocês. – Jellal permaneceu impassível, não se abalando com a ameaça disfarçada. – e para encontrar algumas coisas, é necessário escavar mais a fundo.

- O que quer?- foi direto e em uma frieza na voz capaz de congelar qualquer outro que não fosse aquele homem em especial.

- Vamos descobrir o que vem matando as pessoas... E algo me diz que você sabe. – o azulado apertou os olhos observando de modo criterioso o homem encostado de modo preguiçoso na parede. – pois são casos parecidos com o caso a qual você está trabalhando... Também achei algo interessante sobre esse caso que está guardado a chefe chaves... Um sobrenome, pouco, mas que me esclareceu muito. – Jellal sentiu um frio percorrer pelo corpo, mas se manteve impassível. – Scarlet. Curiosamente o mesmo sobrenome de uma pirata da sua tripulação, Erza Scarlet. – Doranbolt ergueu uma sobrancelha em desafio. – é essa a pessoa que quer proteger general? Então devo lhe questionar, está a protegendo da verdade ou de você mesmo? Pois no fim, nos dois sabemos que se tratam da mesma coisa.   

Fim!

A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro.”

-John Kennedy-


Notas Finais


FIIIMMM! E ai? o que acharam? foi um capitulo parado, e com muitas coisas envolvendo passado, o que ficou bem explicito kkkkk mas são coisas importantes para o desenvolvimento dessa primeira parte, todos os personagens possuem um passado conturbado. Tem muito caroço nesse angu!
O que será que Doranbolt está falando em?! ... :3
De qualquer forma, espero que o capitulo não tenha ficado cansativo e do agrado de vocês, logo mais volta a ação e pancadaria.
Foi isso, e eu queria agradecer a todos que comentam e favorita e principalmente não desiste mesmo com a demora, isso é muito importante para mim, então obrigada!
Até o próximo!
Beijocas e Arigatou!


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