História Learning about love - Cabello

Acordar com a pessoa que se ama é o sentimento mais gostoso que existe, simplesmente palavras não são necessária para esse momento sublime. Meu coração se acelerava só em saber que ela estava ao meu lado. Lauren estava relaxada atrás de mim, sua respiração morna fazendo cócegas em meu pescoço e seu braço abraçando suavemente minha cintura. Sem fazer movimentos bruscos virei o corpo para admirá-la. Sua expressão serena, o rosto mais vivo - diria levemente corado - a boca carnuda avermelhada e seu cabelo desgrenhado caindo sob seu corpo majestosamente. Formigamentos se apossavam de mim só em vê-la dormi tranquilamente. Não contive meus desejos e direcionei minha boca à dela, tão convidativa. Rocei meus lábios, sentindo um lado novo e estranho despertar em mim, primeiro um friozinho na barriga e depois um arrepio na nuca. Lauren lentamente foi despertando, sentindo meu hálito junto à boca dela e um sorriso brotou.

- Bom dia meu amor! – sua voz rouca deixou meu corpo em alerta. Uma novidade para mim.

- Bom dia Lolo! – ajeitei-me na cama para admirá-la mais. Quando observei seus olhos meu coração insistiu em falhar. Sempre verdes hoje amanheceram serenos, de um azul cristalino e com um brilho radiante.

- Sonhei com você. – acariciou meu rosto delicadamente. Sorri, sentindo-me corar. Virei meu rosto e escondi a cara na cama.

- Lauren não me deixe assim logo pela manhã... – minha voz saiu um pouco baixa, abafada pelo travesseiro.

- O que eu fiz? – questionou-se divertida. Virei o rosto lentamente, meu cabelo espalhado pelo meu rosto.

- Quando você fala assim me deixa louca. – admiti, corando novamente. Lauren aproximou-se do meu ouvido e sussurrou:

 - Assim como? Explique-se melhor! – sua voz extremamente rouca, me cousou arrepios. Meu estomago revirou-se por dentro, um desejo crescente se apoderou de mim e eu inesperadamente ataquei ferozmente os lábios dela.

- Fazer uma nota mental para me lembrar que você fica insaciável depois de uma noite de amor! – falou para si mesma, depois que quebramos o contato do beijo. Foi o que precisei para corar novamente, sem jeito por tal atitude. Afundei novamente minha cara no travesseiro. Ao fundo ouvi a risada de Lauren, então tratei de tentar tapar meus ouvidos com as pontas do travesseiro ainda tentando entender o que eu tinha acabado de fazer. Senti Lauren se movimentar para perto de mim. Ela subiu um pouco em cima de mim e sussurrou em meu ouvido direito:

- Amor, por que a vergonha? O que fizemos ontem foi lindo... – mordiscou minha orelha. – em toda nossa vida nunca vou esquecer nossa primeira vez! – seus seios desnudos estavam roçando em minhas costas fazendo meu corpo entrar em combustão novamente.

- Nossa? – não contive minha curiosidade. Virei-me para encará-la e ela ajeitou-se sobre mim e a única coisa que impedia de nossos corpos, que estavam nus, se tocarem era o lençol que me cobria.

- Claro, nossa! – repetiu como se fosse uma coisa óbvia. – Ou você acha que vou deixar você fugir de mim? – aproximou-se um pouco mais. – Você é minha e somente minha Cabello! – roçou nossos lábios. – Basta se olhar e perceberá que é minha. – sorriu com os lábios próximos aos meus, depois me beijou delicadamente. Nossas bocas movendo-se coordenadamente, sua língua percorrendo minha boca, com calma e paciência, suas mãos acariciando meu cabelo, depois meu rosto. O mundo poderia explodir e eu não me importaria se continuasse em seus braços.

- Você é chata... Desarma-me de todas as maneiras. – dei língua.

- Sabe o que eu faço com que me da língua? – ameaçou.  

- Não sei... – bocejei fingindo-me entediada. Lauren pegou minhas mãos e prendeu sobre minha cabeça enquanto beijava-me ferozmente. Quando ela mordeu minha língua senti-me falecer por alguns segundos e se não estivesse deitada eu teria desabado no chão.

- Isso que eu faço com que me dá língua. – disse com os lábios ainda próximos aos meus. Puxei-a para um beijo, mas quando coloquei meus braços em torno de seu pescoço notei uma mancha roxa que me chamou a atenção.

- O que é isso? – ela me olhou sem entender.

- Marcas do amor! – respondeu depois que apontei para a mancha roxa. Empurrei-a de cima de mim e fui em direção ao banheiro.

- CAMILA! – escutei seu grito, mas ignorei.

Quando cheguei ao banheiro soltei o lençol que me cobria e só então pude notar marcas roxas por todo o meu corpo. Duas marcas do lado direito do meu pescoço, uma do lado esquerdo. Roxo na minha barriga, no meu braço e ao redor dos meus seios.

- LAUREN – gritei exasperada.

- O que foi? – perguntou calmamente e mesmo sem vê-la sabia que estava se contorcendo para não rir.

- Nem um quilo de maquiagem vai fazer isso sumir! – disse preocupada.

- Camz eu tenho certeza que nem está tão feio assim. – choramingou perto da porta do banheiro.

- Então me diga como sair na rua sem que ninguém perceba isso? – abri a porta e perguntei mostrando meu corpo. Lauren me olhou de cima a baixo com os olhos famintos.

- Você está proibida de chegar perto do meu corpo, até as marcas sumirem – parei-a quando tentava se aproximar de mim. Cobri-me de volta com o lençol e direcionei-me a cama e deitei derrotada. – Agora sei o que você quis dizer com “Basta se olhar e perceberá que é minha.”... – suspirei pesadamente.

– Você me deixou marcas também. – Olhei confusa. Lauren me mostrou suas costas toda arranhada, não contive uma gargalhada. Colocou uma calcinha e o sutiã e sentou-se ao meu lado. – Você está chateada de verdade? – acariciou meus cabelos.

- Claro que não... É só que... Olha Lolo, como vou cobrir todas essas marcas? – questionei sem jeito.

- Do pescoço você pode usar maquiagem, já o do corpo só usando blusas compridas com mangas longas por uns dias. – tive que sorrir com a solução que ela encontrou. Levantei e deitei minha cabeça em seu colo, ela por sua vez começou a fazer um carinho suave. Ficamos em silêncio por um tempo.

- Vamos tomar café? – disse e beijou minha testa.

Levantei e fui fazer minha higiene pessoal no banheiro da Lauren, enquanto ela se encaminhou para o do corredor. Enquanto a água escorria por meu corpo lembranças da noite passada voltaram com força total a minha memória. Lauren descobrindo meu corpo com a boca e seus dedos ágeis. Sacudi a cabeça para livra-me dos pensamentos e não sair correndo atacá-la no banheiro.

Quando sai Lauren encontrava-se sentada na cama mexendo no seu celular. A cama estava arrumada e em cima dela tinha umas peças de roupa.

- Espero que sirva. – Falou referindo-se a um short jeans e uma blusa regata junto com um moletom azul. Sorri em agradecimento. Para provocá-la vesti-me na sua frente, sendo acompanhada por seus olhos.

- Tem certeza que não posso me aproximar. - Fez bico. Assim que eu terminei de me vestir dirigi-me até ela e selei sua boca com um selinho.

- Estou morrendo de fome. – Lauren gargalhou quando eu disse.

- Quando não está! – retrucou. Bati em seu braço. – Ai Camila. Dói.

- Mas a dor passa, não se preocupe que roxa você não fica. – fingi-me de ofendida.

- Você não precisa me jogar na cara isso, sua chata... – segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos levando-me a cozinha.

(...)

Passamos o café da manhã brincando e tirando sarro uma da cara da outra. Às vezes Lauren me roubava um beijo. E eu me sentia plena. Depois do café Lauren pegou o vídeo game do Chris para jogarmos.

- Não é assim Camila, já disse isso. – reclamou pela décima vez.

- Pois me ensina!

- Porra! Para de dar carrinho nos meus jogadores Camz. – brigou novamente.

- É a única coisa que sei fazer já que você não quer me ensinar a jogar essa merda. – coloquei o controle no chão com raiva. Lauren pausou o jogo.

- Já disse nesse botão você corre. – mostrou-me o botão pelo controle dela. – E nesse você toca a bola. – eu olhava aquilo e parecia que ela falava grego. Enquanto eu tentava decifrar o que ela dizia Chris apareceu na sala.

- Olá meninas! – sorrimos para ele. – Taylor ainda não chegou?

- Ela me mandou uma mensagem mais cedo. Só volta à noite! – Lauren tirou o jogo do pause.

- Mama sabe disso? – sentou-se ao meu lado.

- Sabe, ela disse que falou com ela. Papa ligou pra você? – Chris tirou a mochila das costas e se espreguiçou.

- Ligou ontem dizendo que chega amanhã cedinho para meu jogo. E hoje pela manhã perguntando se eu sabia onde você estava. – falou com uma voz de gato manso. Eu comecei a prestar a atenção na conversa e esqueci-me do jogo.

- GOOOOOL! – gritou Lauren.

- Camila presta atenção no jogo. – o irmão da Lauren reclamou.

- Mas eu não sei jogar. E a chata da Jauregui não ensina. – Chris aproximou-se mais de mim e começou a me ensinar. Pelo canto do olho observava que Lauren seguia atentamente os movimentos que seu irmão fazia perto de mim. Chris, diferente de Lauren, sussurrava dicas e os botões que deveria apertar e quando eu fazia boas jogadas me encorajava.

- GOOOOOOL – o Jauregui gritou, quando fiz uma jogada certa. Comecei a pular de alegria e vi que Lauren bufava de raiva. - Prepare-se que Lauren agora vem com tudo... O jogo está empate e não admitimos derrota nem no vídeo game. – gargalhou. Sentei e vi que Lauren estava com a cara fechada, não sabia se era por eu ter feito um gol num jogo idiota ou pela proximidade do Chris, até tentei me afastar mais ele insistia em se aproximar e tentar me ajudar.

- Lauren seu telefone está tocando. – observou Chris. Ele jogou o celular e quando ela olhou no visor suspirou.

- Volto já. Chris jogue no meu lugar com a Camz, vou atender. – retirou-se para a cozinha.

- Você sabe quem ligou para a Lolo? – questionei de forma sutil para que ele não suspeitasse o meu interesse.

- Não lembro... – seus olhos estavam vidrados na televisão. – acho que foi o Seth! – quando as palavras saíram da boca dela, meu estomago revirou.

- Não vou mais jogar... – avisou assim que apareceu na sala. – Joga com ela maninho, tenho que arrumar umas coisas que a Vero esqueceu aqui em casa daqui uns dez minutos ela vem pegar. – Chris assentiu. Pensei em levantar, mas quando ia fazer isso o irmão da Lauren não deixou, então me restou fingi que estava jogando quando minha mente voava para a ligação e o que Lauren estava aprontando.

- Hey gatão! – Veronica apareceu na sala com um enorme sorriso no rosto e simplesmente ignorou minha presença. Aproximou-se de Chris e lhe deu um selinho.

- Iglesias para de seduzir o meu irmão. – Lauren apareceu com uma mochila nas mãos. – Venha, vamos lá para fora. – uma sensação ruim crescia dentro do meu peito. Vinte minutos depois Lauren voltou com o semblante tenso.

- Quanto está o placar? – questionou quando deitou no sofá com a cabeça perto da minha, já que Chris e eu estávamos no chão.

- Estou ganhando de cinco a um, Camila está no mundo da lua e quando aperta um botão é só para dar carrinho. Já teve dois jogadores expulsos. – explicou divertido.

- Depois você joga mais com ela... – avisou Lauren. – Tenho que levá-la a sua casa!

Olhei para a cara dela com uma expressão confusa e enquanto subia para pegar minhas roupas cochichei:

- O que está acontecendo?

- Nada. – respondeu calmamente.

- Que nada o que... Te conheço Jauregui. Desembucha! – resmunguei.

- Se você realmente me conhece, deveria saber que não esta acontecendo nada! – e foi assim que encerrou o assunto. Uma sensação estranha se apossava de mim. Ficamos em silêncio até entrar no carro.

- Quem te ligou? – questionei assim que ela deu a partida.

- A Vero!

- Não mente Lauren. O seu irmão disse que foi o Seth! – gritei.

- Você devia acreditar em mim pelo menos uma única vez. – rosnou. – O número era do Seth, mas quem estava no telefone era a Vero. – bufou. – O celular dela descarregou e ela precisava falar comigo, para pegar umas coisas... Foi ele que a trouxe a minha casa. Satisfeita ou você quer ligar pra ela e confirmar. – jogou-me seu celular. E eu fundei no banco do carro constrangida. – Depois de ontem pensei que você confiava em mim, mas parece que nunca vou conseguir mudar sua concepção sobre minha pessoa.

- Desculpa... – pedi sem jeito. – Só que... Eu detesto segredos... E a Vero não gosta de mim... E você quis me levar pra casa e... – não consegui organizar meus pensamentos.

- Por mim você não saia da minha casa nunca mais... – explicou, acabei por corar. – mais até onde seus pais sabem você está na casa das Guzmans e até onde elas sabem você está no hospital comigo porque a Taylor sofreu um suposto acidente. – pegou em minha coxa tentando me reconfortar. – De noite venho te pegar para irmos ao cinema com a Sofia! – estacionou o carro. Olhei a vizinhança e estava vazia, então a beijei delicadamente.

- Camila. – me chamou quando havia saído do carro. – Não esquece que eu te amo!

- Também te amo Lauren! – admiti. Lauren deu a partida e saiu, mas algo me dizia que havia mais coisas que Lauren não estava me contando, por mais que eu quisesse acreditar nela uma pulga atrás da minha orelha não deixava.