1. Spirit Fanfics >
  2. Learning to Live (Clexa) >
  3. Se eu não me lembro, eu não fiz

História Learning to Live (Clexa) - Se eu não me lembro, eu não fiz


Escrita por: ClarkeLexazinha

Notas do Autor


Olá, pessoal. Bem, antes de começarem a leitura, eu queria dizer algumas coisas sobre essa história que eu tenho desenvolvido aqui.

Essa fanfic é Clexa, mas envolvem história de vários personagens diferentes, por isso os capítulos são longos e a fanfic terá uma quantidade considerável de capítulos. Espero que tenham paciência comigo e com a história.

Então boa leitura <3

Capítulo 8 - Se eu não me lembro, eu não fiz


Fanfic / Fanfiction Learning to Live (Clexa) - Se eu não me lembro, eu não fiz

Clarke ouviu um som ecoar por todo o cômodo em que estava. Sua cabeça doeu com aquele som chato e insistente. Ela, com certa dificuldade, abriu seus olhos e, mesmo com a claridade irritando seus olhos, viu seu celular tocando em cima de uma mesinha que havia do outro lado do quarto, ela nem ao menos se lembrava de como o celular foi parar lá. A loira tentou se mover e, então, notou o outro corpo por cima do seu. Ela percebeu que era Lexa e tentou se lembrar dos acontecimentos da noite passada, mas as coisas não estavam muito claras em sua cabeça. Ela suspirou e tentou tirar a morena de cima de si, mas não conseguiu, então ela juntou toda sua força e empurrou Lexa que caiu no chão com tudo, a garota gemeu de dor, mas a outra pareceu não se importar com aquilo.

– Oi, pai. – Disse a loira assim que atendeu seu celular.

Lexa olhou para Clarke ao celular e sorriu, se lembrando de algumas coisas que aconteceram na noite passada. A Griffin, quando notou o sorrisinho no rosto de Lexa, pegou uma almofada que havia ali e jogou no rosto da garota que, novamente, gemeu de dor.

– Clarke, onde você está? Eu estou te ligando a horas. – Falou Jake com seu tom de voz demonstrando impaciência.

– Foi mal, eu só ouvi o celular tocar agora, mas enfim, o que quer? – Perguntou a loira que já estava para jogar outra almofada em Lexa que estava tentando não sorrir, mas falhando miseravelmente.

– Bom, quero avisar que estou resolvendo algumas coisas e irei chegar em casa durante a tarde com uma surpresa para você e sua irmã. – Clarke suspirou irritada com as palavras de seu pai e passou as mãos por seus cabelos curtos.

– Sabe que eu não gosto de surpresas. – Disse ela que voltou a pegar a almofada e jogar no rosto de Lexa que havia se distraído com alguma coisa. A morena gemeu de dor e fechou seus olhos.

– Você quer me matar, Minha Pequena? – Falou a Woods em uma mistura de dor e felicidade. A morena havia gostado de acordar perto de Clarke, ela não se incomodaria se isso se tornasse parte de sua rotina.

– Quem está com você, filha? – Perguntou Jake que havia apenas escutado outra voz dizer algo para sua filha mais velha e ele não sabia o que pensar daquela situação. – Depois conversaremos sobre isso, Clarke Griffin, mas por agora vá para casa com sua irmã e amigas, aproveitem a piscina e daqui algumas horas eu chegarei em casa com a surpresa.

Lexa começou a gemer e quase gargalhou quando viu o rosto de Clarke extremamente corado. A morena gemia como se estivesse recebendo algum tipo de prazer, ela só queria deixar a loira constrangida.

– Vai mais rápido, Clarke, mais rápido. – Disse a Woods entre gemidos. – Tenha paciência, amor. – Lexa tentou imitar a voz de Clarke e isso deixou a loira ainda mais envergonhada, pois ela sabia que seu pai estava ouvindo toda aquela atuação da outra garota. Lexa soltou uma risadinha e logo voltou a gemer.

– CLARKE GRIFFIN, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? – Jake gritou tão alto que até mesmo Lexa ouviu o grito ecoar pelo celular. Ela parou de gemer e sorriu para a loira que estava com as bochechas extremamente avermelhadas, como Lexa nunca viu antes.

Mesmo sabendo que seu pai esperava uma resposta vinda dela, Clarke desligou seu celular e o jogou na cama. A loira bufou de raiva e passou as duas mãos por seus cabelos. Clarke fuzilou Lexa com os olhos e a morena ainda sorria de orelha a orelha. A loira gritou de raiva e se jogou em cima de Lexa para poder matá-la o quanto antes.

– O que foi, Minha Pequena? – Perguntou Lexa vendo Clarke ficar irritada. Ela segurou aos mãos da Griffin que estavam tentando alcançar seu pescoço e gargalhou com a situação.

– Você tem muita coragem, Alexandria, mas noção você não tem nenhuma. – Disse Clarke que ainda estava tentando enforcar a morena que gargalhou ainda mais com a frase da garota sob seu corpo.

Lexa, enfim, conseguiu prender os pulsos de Clarke em suas mãos e viu o semblante irritadíssimo estampado no belo rosto da universitária. A morena parou de rir, mas deixou um sorriso em seus lábios, ela estava realmente adorando cada segundo daquela peculiar situação.

– Você é tão linda, Minha Pequena. – Sussurrou ela que admirava o rosto de Clarke e, principalmente, os oceanos nos olhos da garota. – Então... Sobre ontem... – A morena falava com um pouco de insegurança em sua voz, ela não queria levar alguns tapas de Clarke, mas queria conversar sobre a situação.

– Nada aconteceu ontem, Alexandria, se eu não me lembro, eu não fiz. – Falou a loira que conseguiu se soltar do aperto da Woods. Clarke se levantou e olhou para a morena no chão, mesmo com raiva, ela resolveu que iria matá-la em um momento mais oportuno. Logo a loira saiu do quarto batendo a porta, sem se importar se aquela era ou não era sua casa.

– Você ainda vai ser minha, Clarke Griffin. – Disse Lexa que olhou para o teto e sorriu, ela iria conquistar a loira custe o que custar, principalmente depois da noite passada. Ela estava disposta a isso.



(...)



Octavia se espreguiçou na cama e sorriu ao se lembrar que havia dormido no mesmo lugar que Raven. Ambas as garotas haviam dormido enquanto assistiam vídeos na internet e a morena de olhos claros não poderia estar mais feliz com isso, pois ela e Raven nunca tiveram um momento de paz e completamente livre de brigas.

A Blake abriu seus olhos bem devagar e viu o rosto sereno de uma adormecida Raven ao seu lado. Ela sorriu ao ver a garota, ainda dormindo, sussurrar algo completamente inaudível para ela. Octavia levou uma mão aos cabelos castanhos da outra jovem e os acariciou como sempre quis fazer, mas sempre que fazia levava um tapa na mão dado por Raven. A garota de olhos claros quase gritou de susto quando levou um tapa em sua mão. Ela olhou para os olhos de Raven e viu que estavam abertos, ela sorriu constrangida e tirou a mão das madeixas de sua amada.

– O que pensou que estava fazendo, Blake? – Perguntou Raven com a voz baixa, porém firme, ela sabia que Octavia tinha um pouco de medo quando ela usava aquele tom de voz.

– Na-nada, Rae. – Octavia sorriu sem graça e olhou para a janela atrás de Raven, apenas para não olhar nos olhos da outra garota. – Que belo dia, um ótimo dia para aproveitar a piscina da Clarke, não acha? – A morena de olhos claros tentou mudar de assunto, enquanto Raven continava a olhá-la.

– Eu vou fingir que você não mexeu no meu cabelo, Octavia Blake. Mas da próxima, eu irei cortar suas mãos fora. – Ameaçou Raven. Ela se levantou da cama e entrou no banheiro que ali havia. Octavia suspirou e deu um tapa em seu rosto, como uma punição por ter sido pega, mas o tapa doeu tanto que fez com que seus olhos lacrimejassem.   – AAAAAAHHHHHHHH. – Octavia pulou da cama com o grito que ouviu e caiu com a cara no chão, ela se amaldiçoou mentalmente e tentou recuperar suas forças para conseguir se levantar daquele chão gelado. A Blake viu Raven sair do banheiro puxando Anya pela orelha, ela estava com uma aparência sonolenta e quase não estava conseguindo ficar de pé. – Ela estava dormindo na banheira que tem naquele banheiro! – Acusou Raven que ainda estava com seu coração acelerado por causa do susto que havia tomado quando se trancou no banheiro.

– Eu não posso nem dormir mais. ¿Por qué Dios santo? – Anya Gritou a última parte de uma forma completamente dramática, coisa que fez Raven revirar os olhos, demonstrando impaciência. – Está machucando a minha orelha. Suelta mi oreja. – Raven a soltou e deu um tapa na nuca de Anya, que fez uma careta magoada e se deitou na cama em que as outras garotas haviam dormido.

– Por que você estava no banheiro em, Anya? – Perguntou Octavia que ainda estava no chão, sua cabeça doía um pouco por conta do impacto e isso a fez se lembrar da história que sua mãe lhe contava de quando ela ainda era bebê e caiu do berço, Bellamy sempre a perguntava se é por isso que ela é dessa forma, mas Octavia nunca entendeu essa pergunta do irmão mais velho.

– Toicinho e eu estávamos cansadões por causa da festa, então entramos aqui, vimos que não tinha lugar pra nós dois na cama e então eu fui tirar um "quieto" na banheira mesmo. – Falou Anya como se não fosse nada demais. Ela olhava para o teto pensando em uma música qualquer que ela gostava. – You don't gotta go to work, work, work, work, work, work, work. – Raven, novamente, girou os olhos ao saber que a garota estava cantando em um momento como aquele.

– E onde está o porco? – Perguntou Octavia. Raven e Octavia olharam para a cama quando viram o lençol do mesmo se mexer, elas duas se entreolharam e olharam para Anya que mantinha os olhos fechados, como se estivesse totalmente relaxada naquele momento. As duas morenas gritaram quando viram o porco sair dentre os lençóis e grunhir para elas. Anya abriu seus olhos e sorriu, acariciando seu animal, já Octavia e Raven ainda estava um pouco assustadas.

– O que esse animal está fazendo na cama? – Perguntou Raven quase gritando de tão incomodada que ficou com aquela situação, ela não estava gostando da possibilidade de ter dormido com aquele suíno rosado.

– Eu só deitei aqui, nossa. – Anya fez cara de ofendida e Raven girou os olhos, já cansada de fazer aquilo quando a espanhola dizia algo ridículo.

– O que o PORCO está fazendo na cama? – Perguntou Raven com mais raiva do que estava antes.

– Ele ainda é muito jovem, então quis deixar ele dormindo em um lugar confortável. – Respondeu Anya que aconchegou seu porco em sua barriga e sorriu.

– Ele é um ANIMAL. – Gritou Raven olhando com nojo para a cena que se pasava na cama daquele quarto desconhecido.

– Todos nós somos animais, Rae... – Octavia parou de falar quando viu sua amada a fulminar com os olhares. Ela ficou em silêncio, apenas sentindo o chão no qual ainda estava deitada.

– Eu vou para a casa da Clarke e aproveitar a piscina dela para desetressar. – Raven suspirou e passou os dedos em sua testa, um hábito que tinha quando ficava irritada.

– Posso ir junto? – Perguntou Anya animada, mas logo sua animação foi embora quando viu como Raven a olhava. A morena saiu do quarto, deixando Anya e Octavia para trás.



(...)



Anna se remexeu na cama em que passara a noite e logo sentiu o calor de um outro corpo junto ao seu, ela sorriu, mesmo sem saber quem era aquela pessoa que ali estava. A espanhola abriu seus olhos e seu sorriso deixou seu rosto em questão de segundos, não porque havia ficado triste em saber quem era, mas sim porque havia ficado com medo de que tivesse, de alguma forma, tocado o corpo de sua amiga, pois se tivesse feito algo assim, ela não sabia se iria conseguir se perdoar.

– Eu não acredito que fiz isso, sua estúpida. É isso que você é, Anna Molina, você é uma estúpida. – Murmurou para si mesma, enquanto passava suas mãos em seu rosto, em uma tentativa de pensar em algo coerente a se fazer. – Yo no puedo creer. – A espanhola repetiu isso para si mesma várias vezes. Ela olhou novamente para a garota ao seu lado e se sentiu mal por ter o risco de ter tocado em sua amiga, ainda mais sabendo que ela é, ou era, virgem. Nem mesmo a dor de cabeça, por conta da bebedeira da noite passada, estava deixando Anna mais desconfortável do que quando ela olhava para morena esparramada pela cama.

A espanhola levantou um pouco a coberta do seu corpo e logo viu que estava seminua, com isso ela começou a se lembrar um pouco da noite passada. Se lembrava de ter bebido muito, de ter ficado com Luna, de Lexa cantando, de Alicia ter dançado com um rapaz que parecia interessado nela, se lembrava de ter vomitado em Luna, passado mal e acabou parando naquele quarto por que Alicia a havia levado. Anna suspirou aliviada por se lembrar que em momento algum fez algo indecente com Alicia, sua mente bêbada pôde até ter cogitado a possibilidade, mas não o fez. Ela se estapeou mentalmente por, mesmo que bêbada, ter pensado em fazer algo indecente com uma de suas melhores amigas.

Anna viu quando Alicia se remexeu um pouco inquieta na cama e logo a garota abrir seus belos olhos verdes, voltando a fechá-los por conta da claridade que invadia aquele quarto, Anna não sabia que horas eram, mas sabia que o sol estava bem forte naquele dia. A espanhola sorriu para a jovem quando a mesma começou a olhá-la, Alicia retribuiu com um sorriso fraquinho e ficou em silêncio, sem saber o que dizer para a garota ao seu lado. Elas duas já haviam dormido juntas muitas vezes, mas elas sabiam que daquela vez havia algo de diferente, não só na situação, mas talvez na amizade delas também.

– Está melhor? – Perguntou Alicia baixinho, se lembrando de que na noite passada sua amiga havia passado mal. Anna se perguntou se a garota havia mesmo feito uma pergunta, pois sua fala saiu tão baixa que a outra garota achou que poderia ter se enganado, mas mesmo assim resolveu responder.

– Sim, graças a você.– Falou com um sorriso tímido em seus lábios. Alicia ficou extremamente corada e também sorriu para a mulher que tanto gostava. Anna viu sua amiga com as bochechas avermelhadas e se deitou ao lado dela, Alicia começou a encarar o teto, em uma tentativa de não se importar com a proximidade de seus corpos e Anna olhava para o bonito rosto da Woods. – Ali, nós estamos bem? Estou sentindo que algo está entre nós e... E eu não quero isso.

Alicia se perguntou mentalmente como Anna podia fazer aquela pergunta, sendo que as coisas entre elas não estavam realmente bem. Ela suspirou frustrada e fechou seus olhos para pensar em alguma resposta qualquer.

– Claro que estamos bem, por que não estaríamos? – Perguntou baixinho, ela voltou a abrir seus olhos assim que sentiu uma das mãos de Anna pegar uma das suas e entrelaçar seus dedos. Alicia encarou suas mãos unidas e pensou se um dia aquilo poderia ser visto de uma forma diferente pela outra morena.

– Olha para mim, Ali... – Sussurrou Anna que já estava cansada da falta dos olhares de Alicia para ela. A garota amava quando aqueles perfeitos olhos verdes a olhavam de uma forma tão pura, fazia com que ela se sentisse menos errado no mundo. Alicia a olhou e a outra sorriu fraco com a atenção recebida. – Promete uma coisa para mim? – A Woods assentiu e continuou encarando os olhos castanhos da espanhola. – Me prometa que nada vai mudar entre nós. Promete que vamos ser sempre amigas e estaremos sempre bem. – Alicia ficou em total silêncio e isso fez Anna querer ler a mente dela, pois queria compreender o que estava acontecendo. Alicia voltou a assentir e Anna beijou sua mão que ainda estava entrelaçada a sua. – Então vamos ficar aqui deitadas e vamos assistir vídeos no meu celular, ok?

Alicia sorriu e assentiu, ela queria passar aquele tempo com sua amiga sem que os sentimentos que sentia falassem mais alto. Anna sorriu também e pegou seu celular para fazer o que foi dito, ela pôs em algum vídeo qualquer e viu a atenção de Alicia ser prendida pelo conteúdo que ali havia. A espanhola ficou olhando para a morena ao seu lado e nem ao menos sabia o que estava sendo mostrado no vídeo em seu próprio celular.



(...)



Josephine abriu seus olhos e murmurou algo incompreensível até para ela mesma. A garota sentiu uma enorme dor de cabeça, ela olhou ao redor para saber onde estava e percebeu que estava na sala de estar da mansão, onde várias pessoas também dormiam. Ela procurou por Gabriel, mas não o encontrou com sua busca feita com os olhos. A Griffin mais nova suspirou e logo olhou para as escadas da casa, de onde ouviu sons de passos, ela viu sua irmã com uma expressão irritada e pensou seriamente se falaria com ela ou não.

– O que você está fazendo aí, Josephine? – Perguntou Clarke que notou a presença de sua irmã mais nova em meio àqueles jovens universitários bêbados. Josephine suspirou quando ouviu a pergunta direcionada para si e voltou a olhar para a outra loira.

– Sei lá, eu acabei de acordar. – Disse Josephine que se levantou do chão e passou as mãos por suas roupas para tirar qualquer vestígio de sujeira que pudesse estar ali.

– Ok, tanto faz. – Josephine revirou os olhos com a fala de sua irmã e olhou para mesma que acabara de se aproximar dela. – Vamos para casa, papai vai chegar em casa durante à tarde e nos quer lá para nos fazer uma surpresa. – Disse a loira mais velha.

– O que é essa tal surpresa? – Perguntou a Griffin mais nova que ainda não estava raciocinando direito.

– Se eu soubesse não seria uma surpresa, sua tonta. – Retrucou Clarke, já se irritando com sua irmã mais nova. Quando Clarke ia dizer mais alguma coisa, ela viu Lexa descer as escadas da casa e bufou em irritação. – Não comece a me irritar, Alexandria, estou te avisando.

– Se acalme, Minha Pequena, sei que você gosta tanto da minha presença que não consegue ficar muito tempo longe de mim. – Disse Lexa com um enorme sorriso no rosto, coisa que fez Josephine sorrir para sua possível futura cunhada. – Bom dia, Josephine. – Saldou ela.

– Bom dia, Lexa. – A loira mais nova olhou para sua irmã e viu que ela estava tentando, sem sucesso algum, ignorar a morena que estava parada ao seu lado. – Está vendo, Clarke? Você deveria ser simpática assim como sua namorada. – Clarke revirou os olhos e cruzou seus braços para demonstrar toda sua irritação, que não era pouca.

– Cala a boca, Josephine. E a Alexandria não é minha namorada. – Falou a loira mais velha que viu Lexa a olhar e virou o rosto como uma criança brava.

– Ainda, não sou sua namorada ainda, mas ainda iremos nos casar, Minha Pequena. – A morena sorriu de orelha a orelha com sua própria frase e levou um soco no braço dado por Clarke. Josephine revirou os olhos, mas sorriu com aquela implicância que poderia se tornar algo mais.

– Bom dia, povos e povas. – Saldou Anya descendo as escadas junto com Raven e Octavia. A espanhola estava com seu porco em cima de sua cabeça e o animal parecia estar confortável nos cabelos claros da mulher. – O sol já nasceu lá na fazendinha. – Todas as garotas olharam para Anya tentando entender o que ela quis dizer com aquela frase, mas a garota apenas sorriu e todas elas reviraram os olhos.

– Onde está minha irmã? Tenho que voltar para a fazenda. – Perguntou Lexa olhando para as pessoas que estavam dormindo no chão para tentar encontrar sua gêmea entre eles.

– Vamos procurar pelas dondocas, tenho que encontrar minha irmãzinha também. – Disse Anya que voltou a subir as escadas com seu porco na cabeça, ela passou seus braços pelo corpinho dele para que o mesmo não acabasse caindo por conta de seus movimentos.

– Eu vou com ela. – Octavia suspirou e seguiu a garota, Raven a olhou e olhou para outro lado, fingindo não se incomodar com isso. Josephine olhou para as outras garotas, deu de ombros e também seguiu a espanhola criadora de porcos.



(...)



Alicia sentiu novamente os olhares de Anna sob si e resolveu olhá-la para saber o motivo de a morena a olhar tanto como estava fazendo desde os últimos minutos em que começaram a assistir vídeos juntas. Alicia, enfim, direcionou sua visão para a outra garota e viu que Anna estava a olhando de uma forma diferente da qual costumava olhar sempre, era um olhar que demonstrava interesse, luxúria e uma espécie diferente de amor que a espanhola costumava direcionar para a outra garota. Um frio serpenteou sua barriga e uma sensação diferente lhe dominou ao ver como sua melhor amiga a estava olhando. Alicia não sabia o que dizer e ficou ainda mais nervosa quando viu os olhos castanhos de Anna descerem para seus lábios carnudos.

– Ann... – A espanhola negou com a cabeça, como se fizesse um pedido silencioso para que Alicia não falasse nada, pois ela não queria que aquele momento fosse estragado com simples palavras.

Anna levou uma mão ao rosto de Alicia e levou seu dedo polegar para os lábios da mesma, os contornando delicadamente. A espanhola não sabia e muito menos entendia o motivo de estar fazendo aquilo, mas era tão bom que ela simplesmente não conseguia parar. Alicia fechou seus olhos e suspirou com aquele carinho que lhe estava sendo oferecido, nada nunca pareceu tão bom quanto aquilo. Alicia sentiu um calor próximo ao seu rosto, sentiu seu espaço pessoal ser invadido, sentiu uma respiração próxima a sua, mas não iria reclamar daquilo, ela estava adorando cada momento daquilo e a ansiedade estava dominando cada célula de seu corpo. Anna se aproximou ainda mais do rosto de sua melhor amiga e sentiu a pele da mesma se arrepiar, isso a fez sorrir mentalmente, mas fisicamente, ela não conseguia expressar nada além de puro desejo que estava sentindo por Alicia. A Molina roçou seus lábios nos da outra garota e sentiu um calor que jamais sentiu com qualquer pessoa em um momento mais intimo como aquele, ela estava se sentindo entorpecida, embriagada. Já Alicia tinha total certeza de que a qualquer segundo iria desmaiar, ela nunca pensou que sentiria aquele roçar de lábios, nunca cogitou a possibilidade de sua melhor amiga realmente fazer algo como aquilo.

Quando Anna ia evoluir aquele roçar de lábios para algo mais, a porta do quarto foi aberta abruptamente, batendo na parede com uma força descomunal. Mesmo sem ver, a espanhola tinha certeza absoluta que fôra sua irmã mais velha quem acabara de entrar no quarto e a estava vendo naquela situação delicada.

Hermana, você não vai acreditar no que está acontecendo. – Anya quase gritou enquanto olhava para a tela de seu celular, ela nem ao menos notou o que estava acontecendo naquela cama.

– O que está havendo, Anya? – Perguntou a espanhola mais nova que se levantou apressada da cama, fazendo com que ela caísse no chão, a garota gemeu de dor e suspirou cansada, mas ela logo se levantou, ofegante e com seu rosto avermelhado por conta da vergonha que estava sentindo por ter sido pega naquela situação inapropriada.

– Veneza está toda alagada, hermana, olha só essas fotos. – Anya apontou a tela de seu celular para Anna, mas a mesma não viu nada por estar longe demais de sua irmã.

– O que estava acontecendo aqui? – Perguntaram Octavia e Josephine ao mesmo tempo. Elas entraram no quarto e ficaram logo atrás de Anya que ainda esperava sua irmã comentar algo sobre sua notícia.

Anna não sabia o que sentir naquele momento; vergonha por todas a estarem olhando, raiva por ter sido interrompida ou, até mesmo, alívio por alguém ter aparecido antes que cometesse algum erro irreversível. A espanhola não ousou olhar para a outra garota deitada na cama em momento algum, ela não queria saber o que estava se passando nos olhos de sua amiga; raiva, tristeza, decepção. Anna não sabia, mas sabia que se olhasse iria sentir seu coração se partir.

– Estava falando para mi hermana que Veneza está completamente alagada. – Anya respondeu a pergunta das outras duas garotas e direcionou seu celular para as mesmas poderem ver as fotos que ali estavam.

– Igual a cidade de Atlântida? – Perguntou Octavia. Anya a olhou incrédula, como se aquilo fosse algum tipo de loucura, e negou com a cabeça.

– Isso aí nem sequer existe, anãzinha, o que você está falando é o oceano atlântico. – Respondeu Anya. Josephine revirou os olhos e quis se estapear quando viu Octavia assentindo, como se concordasse com a fala da outra mulher.

– Ok... Anna... Por que você está vestindo tão poucas roupas? – Perguntou Josephine com um sorriso malicioso brincando em seus lábios quando viu que a espanhola mais nova estava usando apenas uma camiseta e uma calcinha. Ela olhou para Alicia que estava com as bochechas totalmente avermelhadas e com os olhos entreabertos.

– Eu não estou com pouca roupa, são vocês quem estão usando roupas demais. – Respondeu Anna como se aquilo fosse óbvio.

– Nossa, hermana, você tem razão. – Disse Anya que começou a tirar sua blusa. Anna pegou suas roupas do chão o mais rápido possível e saiu daquele quarto antes que algo ainda mais constrangedor acontecesse.

– Vocês iam fazer sexo? – Perguntou Josephine, deixando Alicia ainda mais constrangida. A morena jogou sua cabeça contra o travesseiro e gemeu de dor com uma mistura de desgosto.



(...)



Lexa estacionou seu carro na fazenda e saiu do automóvel junto com sua irmã gêmea. As duas entraram em casa quietas e logo encontraram todos, que ali moravam, na sala de estar com expressões faciais preocupadas.

– O que está acontecendo aqui? Por que não estão trabalhando? – Disparou Lexa em um tom de voz pouco preocupado, mas quando ela viu Kane se aproximar dela com certa cautela, ela soube que algo nada bom estava por vir.

– Lexa... Estamos com problemas aqui. – Disse Kane e a morena esperou que o homem continuasse com sua fala. – Estamos sem dinheiro, você sabe bem disso. – Lexa não respondeu nada e ele suspirou cansado. – O sal para as vacas acabou e estamos sem dinheiro para repor.

– E as vacas realmente precisam do sal, chefe. – Disse Jasper.

Lexa passou as mãos em seus cabelos e sentiu as mãos de Kane repousarem em seus ombros, ela suspirou começando a sentir um cansaço enorme tomar conta de seu corpo. Alicia se encostou na porta já fechada e olhou para sua irmã que era a pessoa mais abalada com toda aquela situação.

– Lexa e Alicia, nós... – Abby pôs uma mecha de cabelo atrás de sua orelha e se aproximou das gêmeas, assim como os outros moradores da fazenda. – Nós decidimos dar algumas econômicas nossas para vocês, essa é nossa forma de ajudar com a fazenda. – A mulher mais velha tirou um pequeno envelope de um dos seus bolsos e estendeu para Lexa que apenas a olhou, já Alicia estava em total silêncio naquele momento.

– É nossa forma de ajudar, Lexa, por favor. – Pediu Kane que tirou suas mãos dos ombros da jovem e deu um pouco de espaço para ela. Ele tirou um maço de dinheiro do bolso de sua calça e estendeu para a morena que estava muito cabisbaixa.

Alicia viu que sua irmã não iria fazer nada, então ela se aproximou, ficou ao lado de Lexa e pegou o dinheiro das mãos de Kane e Abby. Ela sorriu em agradecimento e bateu levemente seu ombro no deu sua gêmea, em uma tentativa de trazê-la de volta para a realidade, coisa que parecia ter dado certo.

– Antes da minha mãe morrer, ela me deu esse colar. – Disse Ontari que se aproximou de Lexa e estendeu o colar para ela poder pegar. – É uma coisa de família e como você diz que aqui somos família, eu quero passar isso para você. – Lexa olhou nos olhos negros de Ontari e assentiu, ela pegou o objeto das mãos dela e a garota sorriu.

– Isso aqui é o Won sul-coreano, é o dinheiro do meu país. Sei que aqui não vale tanto, mas é tudo o que eu tenho. – Monty pôs mil e quinhentos won sul-coreano nas mãos de Lexa, ela assentiu e o rapaz asiático se afastou dela para logo, Jasper poder se aproximar.

– Meu pai tinha um dente de ouro e antes de morrer, ele me deu aquele dente maneiro. Deve valer alguma coisa, então pode ficar com ele. – Jasper pôs o dente nas mãos de Lexa que olhou para ele, mas não esboçou nenhuma reação, ela ainda estava tentando entender o motivo de ele ter guardado aquilo.

– Alexandria. – Chamou Alicia que percebeu que sua irmã iria continuar em total silêncio. A outra morena suspirou fundo e pegou o dinheiro das mãos de Alicia que apenas a olhava, tentando saber o que se passava por sua cabeça.

– Pessoal... – Lexa balançou a cabeça e olhou para todos ali. – Não posso aceitar isso, não posso. – A morena se aproximou de Ontari e voltou a olhar no fundo dos olhos da mesma. – Isso aqui era da sua mãe, é especial e eu não vou tirar isso de você, entendeu? – Lexa pôs o colar nas mãos da garota que apenas suspirou e se aproximou de Monty. – Cara, esse dinheiro não vale de nada aqui, não preciso dele e isso é uma recordação do seu país. – A Woods devolveu o dinheiro e o garoto apenas baixou sua cabeça. – Jasper, para que eu quero um dente? Isso não faz o menor sentido. Fique com isso e... Sei lá, faça uma dentadura quando estiver mais velho. – O Rapaz pegou o dente de volta e assentiu. – Abby, esse dinheiro não vai me ajudar e, além do mais, isso aqui é seu, você conquistou com o seu suor, então é você quem vai gastá-lo também. – A mulher mais velha pegou o dinheiro e não falou mais nada. – Kane, você não pode me dar esse dinheiro. Ele é seu e da Ontari, vocês podem precisar dele um dia, então pegue e guarde bem guardado.

– Lexa, por favor... – Kane parou de falar quando viu o olhar cortante que a morena lhe lançou.

– Não, Kane, eu não quero isso. – Falou ela em um tom de voz mais elevado. – Esses animais, essa casa, essa fazenda, essa terra aqui é minha. Sou eu quem devo cuidar dela, não vocês, eu devo. Vocês... Vocês são o meu povo e sou eu quem deve protegê-los, não o contrário. Então guardem esse dinheiro para vocês e eu vou dar um jeito de cuidar da fazenda. Só... Só façam o que vocês devem fazer aqui, ok?

Lexa caminhou em direção ao seu quarto e deixou todos ali em silêncio. A morena entrou em seu quarto e trancou a porta do mesmo. Ela se deitou em sua cama e começou a encarar o teto, mas logo, pegou seu celular quando ele vibrou em seu bolso, indicando que uma mensagem havia acabado de chegar. Ela abriu o aplicativo e logo encontrou uma mensagem convidando ela e as outras para ir à casa de Clarke, ela sorriu e mandou mensagem para outra pessoa.



(...)



Anya e Anna estavam paradas na rua em que se localizava a mansão Griffin, elas logo sairam do carro quando viram o automóvel de Lexa e Alicia se aproximar delas.

– Finalmente, Woods, que demora. – Reclamou Anna, assim que as duas morenas saíram. A espanhola olhou apenas para Lexa e tentou ao máximo ignorar a outra garota que parecia querer falar algo.

– Está com diarréia, Ali? – Perguntou Anya e a morena a encarou confusa, e logo revirou os olhos quando entendeu ao que a mulher estava se referindo. – Madre de Dios. – Murmurou ela.

– Ok, eu vou falar agora e todas vocês vão ficar em silêncio. – Ordenou Alicia e as outras garotas ficaram quietas, pois sabiam que a jovem iria falar algo sério e importante. – A nossa fazenda está indo de mal à pior e a Lexazinha aqui não quis receber a ajuda das pessoas que moram lá porque ela é orgulhosa demais. – Lexa revirou os olhos e continuou em silêncio. – Mas eu também tenho o direito de tomar decisões por aquele lugar e, Anna, você pode, por favor, olhar para mim enquanto eu estou falando? – Pediu ela quando notou que a espanhola olhava para o chão, Anna logo olhou para ela e sentiu suas bochechas esquentarem. – Eu sei que os pais de vocês mandam dinheiro para vocês sobreviverem aqui, então eu queria saber se podem nos emprestar um pouco de dinheiro para nós não acabarmos morrendo de fome.

Anya olhou para sua irmã mais nova, esperando que ela desse o dinheiro, já que era Anna quem tomava conta de todo o dinheiro delas. A espanhola mais nova foi até seu carro e logo voltou com sua carteira.

– Vocês deveriam ter falado com a gente antes, sabem que nós daríamos até o que não temos para vocês. – Anna estendeu o maço de dinheiro e notou que Lexa iria falar alguma coisa, então ela ousou interrompê-la. – Alexandria, veja isso como... Como um empréstimo. Quando você tiver dinheiro, você me devolve tudo, ok?

– Ok. – Disse Lexa baixo e logo suspirou. Alicia mordeu seu lábio para não demonstrar que estava sorrindo.



(...)



Depois de tudo o que aconteceu na festa, as irmãs Griffin, Raven e Octavia voltaram para a mansão para poderem aproveitar o dia de sábado na piscina do lugar. As quatro garotas já estavam prontas para ir à área da piscina quando viram uma das empregadas correr até a porta para abrí-la. Clarke teve vontade de se matar quando viu Lexa e as outras garotas entrarem em sua casa.

– Ok, quem convidou essa jeca? – Perguntou Clarke que estava apontando para a morena de olhos verdes perto da porta.

– Não é jeca, é Lexa. Tan estúpida, Dios mío. – Repreendeu Anya que revirou os olhos, pensando que Clarke fosse burra. A loira apenas revirou os olhos e cruzou os braços, demonstrando que não estava mais feliz.

– Quem convidou esses indivíduos para minha casa? – Voltou a perguntar Clarke que encarou sua irmã e melhores amigas. – Octavia... – Falou quando viu a morena de olhos claros se esconder atrás de Josephine. – Por que você as chamou para vir na minha casa? E sem a minha permissão?

– Clarke... Meu amor... Nós já somos quase parentes de tanto que estamos juntas. Seu pai é quase meu papai também, a Josephine é aquela irmãzinha desmiolada, a Rae é a irmã estranha, você, sua linda e maravilhosa, é a irmã bacana que todo mundo ama e quer por perto, então... Então, como você é legal, eu achei que permitiria eu convidar minhas amigas para nossa casinha... – Octavia sorriu constrangida e começou a descer, lentamente, os degraus da escada, pois sabia que iria acabar morrendo ali. – Eu amo tanto você, Clarke linda de bonita Griffin.

– Eu vou te dar três segundos para correr e se esconder, antes que eu mate você. – Disse Clarke que também desceu os últimos degraus da escada.

– Clarkezi... – Tentou Octavia, mas foi impedida pela loira.

– 1... 2... – A Blake correu e, quando Clarke ia correr atrás dela, ela sentiu braços a envolver por trás, a impedindo de correr até a outra garota. – Ei, me solta.

– Não, Minha Pequena, assim está legal. – Disse Lexa que sorriu com a aproximação de seus corpos, mas logo sentiu a Griffin começar a tentar se soltar de seu aperto.

– Alexandria, me solta, senão quem vai apanhar vai ser você. – Ameaçou Clarke, mas a morena não a soltou.

– AAAAAHH QUE ÓDIO, ALEXANDRIA WOODS. – Lexa gargalhou, plantou um beijo nos cabelos claros de Clarke e, enfim, a soltou. A loira foi em direção a piscina e ignorou as outras garotas que estavam na casa.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...