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História Legacies - Incondicional


Escrita por: Mon_Tresor

Notas do Autor


A imagem do início do capítulo é o Mors (sim ele é o Avan Jogia pq eu achei q encaixa com maestria nos traços do príncipe Martell)

Capítulo 21 - Incondicional


Fanfic / Fanfiction Legacies - Incondicional

A mão pequena se destacava com suavidade sobre a sua, o polegar fino acariciando as costas de sua mão, os olhos fechados sentindo os raios de Sol sob a pele oliva, os cabelos escuros presos com uma fina tiara de ouro, o vestido marfim de mangas curtas, um sorriso curvado no rosto tão bonito, sentia falta de sua irmã, muita falta. Os pensamentos, a infância distante e saudosa, quando a mãe ainda vivia, quando os abraços do pai ainda estavam ali, quando eram apenas crianças, tanto haviam perdido de sua família, a crueldade daqueles jogos o tornara traiçoeiro, perspicaz e ardiloso, só assim sobreviveria, mas de uma coisa tinha certeza, até onde pôde ele a protegeu, guardou Myriah sob suas lanças, sob seu Sol, e ela seria a única a ter o Mors bom, protetor, gentil, carinhoso e honesto, a melhor versão de si era exclusiva para a única família que ainda tinha.

- Sinto falta dos Jardins de Água, sinto falta das dunas de areia, sinto falta da cor, de toda a vida que alegra Dorne, sinto sua falta.- Myriah abriu os olhos e o encarou, os olhos tão doces de sua irmã, aquele brilho tão parecido com os de sua falecida mãe, um âmbar tão belo.

- Pensei que estivesse feliz aqui...- as mãos se apertaram uma sob a outra, ela sorriu e ele retribuiu.- Se ele ,algum dia, lhe fizer mal, eu estou aqui, sempre vou estar.

- Ele jamais me fez mal, Porto Real é minha casa agora, sou a rainha, mãe do futuro príncipe, meu lugar é aqui agora, só preciso me acostumar.- Mors observou o jardim real e negou, pondo sua mão sobre a da irmã.

- Sabe que nem tudo o que diz é verdade, Dorne sempre será sua casa, seu lar, nunca a deixarei, se um único dia da minha vida eu desistir de você estarei desistindo de mim.- Mors olhava com determinação para a irmã e Myriah quis abraçá-lo,a companhia do irmão sempre a alegrava, a fazia se sentir protegida, ele sempre fez isso durante toda sua vida, após a morte da mãe deles, Mors cuidava dela, tentando suprir a ausência da mãe e do pai que sempre estava ocupado. Sabia que o irmão não era flor que se cheirasse, sabia que as pessoas não o viam com bons olhos e sabia que ele dava motivos para isso, mas para ela, Mors sempre seria o melhor.- Dorne sempre estará de braços abertos para você, para o meu sobrinho, não importa se ele carrega o sangue de um dragão, ele é um Martell.

- Eu sempre vou me lembrar disso, meu irmão, sempre.- Myriah apertou seus dedos entre os seus, havia firmeza, mas também havia carinho e muito amor, um amor fraternal e sincero.- O proteja, por favor, não deixe que nada aconteça com ele em Astapor e Yunkai.- havia preocupação no rosto dela, muita preocupação e Mors afastou as mãos da dela, se encostando na cadeira em sua postura sempre tão desleixada.

- Seu marido não precisa de minha proteção, detesto admitir, mas Eddard é um dos melhores espadachins de Westeros.- o príncipe de Dorne dizia entretido com as flores daquele jardim, a diversidade em suas terras eram as melhores, ousaria dizer que os seus jardins eram mais bem cuidados do que os do rei.

- Não importa, isso não o torna um deus...- Myriah dizia, a voz distante, os olhos brilhando em angústia, um pesar terrível e doloroso, também não olhava para o irmão, mas a melancolia em sua voz atraiu a atenção do Martell

- O ama.- era tão claro quanto a mais cristalina das lagoas, não era uma pergunta , não havia dúvida, surpresa, era uma afirmação, um fato.

- Claro que o amo, apenas, faça, mesmo que ele não precise, traga esse alento para o meu coração.- Mors respirou fundo e a irmã tocou seu ombro o apertando, o mesmo sorriso de quando eram crianças, o mesmo sorriso que tirava tudo dele, fosse o que fosse, ele sempre cedia.

- Por você, apenas, por você.


...


Daenys observou a grande peça de aço valiriano, moldada com perfeição para se encaixar na cabeça e nos chifres de Drogon. Olhou para Lorde Gendry que a segurava com certa dificuldade e apoiou a mão sob o ombro do Baratheon, sorrindo quando ele olhou para ela de volta.


- É aço valiriano, disse que queria algo leve, então pensei em usar o mesmo material da sua coroa, se consegue sustenta-la em sua cabeça sem se sentir incomodado, então Drogon pode aguentar.

- As proporções são bem diferentes.- Eddard disse, um breve sorriso em sua face, enquanto ele limpava as mãos sujas de foligem em um lenço. Estavam há três dias trabalhando na forja, sem descanso, apenas refeições. Daenys não se lembrava de um tempo tão longo usando calças, não podia mentir, gostava de usá-las.

- Você é um homem, ele é um dragão, não queira comparar suas capacidades, Drogon aguenta.- Daenys disse tomando o lenço das mãos do irmão e limpando as suas próprias, não olhava para ele, mas Eddard a olhava, o rosto possuía traços fortes que remetiam a sua herança nortenha, mas os olhos, nariz, lábios eram de sua mãe, era a feminilidade das mulheres Targaryen. Os longos e ondulados cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo no topo de sua cabeça, alguns fios caiam pela lateral do seu rosto e se grudavam ao suor. Não era voluptuosa como Myriah, mas possuía um corpo atraente, uma certa elegância e altivez que não a tornava menos selvagem, Daenys possuía uma beleza que convidava a completa devoção, possuía um brilho nos olhos encantador, não usava de tamanha sensualidade como sua esposa fazia, mas não deixava de ser apaixonante. Sua maneira irreverente de agir despertava a curiosidade dos homens, sempre entendeu o porquê dela ser tão cortejada.

- Majestade, um corvo acaba de chegar de Meereen, acredito que seja uma mensagem de daario.- Meistre Sam estendeu um pergaminho em sua direção, e antes de abrir, Eddard se virou para a irmã.

- Vá com Gendry para testar as peças em Drogon.- Daenys acenou positivamente e se virou ajudando Gendry a pegar as peças, precisariam de uma carroça para carregar a armadura do dragão, não estava toda pronta, demoraria mais uns dois dias de trabalho incessante, como vinha sendo.

- Convoque o Pequeno Conselho.- Eddard disse para Meistre Sam que o obedeceu prontamente, observando o pergaminho em sua mão, não sentia que boas coisas vinham dali.


...


- Daario prendeu 7 mestres que compraram escravos de Astapor e Yunkai, 4 se recusaram a se curvar para a coroa, o mercenário os matou, mas as famílias não receberam a notícia muito bem.

- Ofereça títulos e dinheiro, nenhum homem são recusaria.- Mors não participava do conselho, mas se sentia na necessidade de estar ali, principalmente, nos últimos dias.

- Um orgulhoso sim.- Sor Brienne disse e Daemon negou.

- Os mestres são sim homens orgulhosos, mas gostam de ouro e poder assim como soldados de prostitutas e cerveja.- O Celtigar disse, e Davos concordou ,eram homens viajados, literalmente, já viajaram por muitas e muitas terras, fazendo negócios com muitos e muitos homens.

- Não irei oferecer títulos a traidores.

- Como seu pai dizia?- Mors disse, uma perna dobrada sob a outra, a mão no queixo, realmente estava pensando, mas sua postura parecia sempre zombar de alguém.- Ah sim, "não julgue um filho pelas atitudes de seu pai", algo assim.

- Como posso não julgar quando o filho age como o pai?- Eddard perguntava para si mesmo, ponderando sobre o que fazer, tinha medo de tomar uma decisão e causar mais uma rebelião em Meereen.

- Não devia se preocupar tanto, os mestres já não tem tanto poder em Meereen, como insistem em ter em Astapor e Yunkai, são como crianças birrentas.- Bran disse, sentado na outra ponta da mesa.- Os pais eram traidores, os filhos são oportunistas, as riquezas que os pais negaram por orgulho não será recusada por eles, não estão dispostos a morrer se podem ganhar ouro e títulos em troca de sua fidelidade para o rei, o que ofereceu aos patriarcas ofereça novamente, mas à família, irão aceitar, talvez relutem por uma nobreza que já não possuem, mas no fim terão muito mais a ganhar quando se curvarem para vossa majestade.- o Targaryen olhou para Bran, a monotomia do timbre do corvo de três olhos o assustava, nada lhe parecia relevante, talvez porque sempre estivesse um passo a frente de todos.

- Pois bem, envie um corvo para Daario, diga o que ele deve fazer. Daemon me traga as contas do quanto será retirado dos cofres, tenho certeza que Rochedo Casterly está disposto a auxiliar.- sua mão que nada havia dito acenou positivamente, confirmando seu auxílio.- Em último caso recorra ao Banco de Ferro.- Daemon Celtigar acatou a ordem prontamente. - Nossos exércitos?- Eddard olhou para Sor Brienne.

- Todos os homens estão prontos, meu rei.- Eddard confirmou, receberia auxílio de uma parte das frotas Greyjoy, um pequeno contigente de soldados Lannister e Martell, junto a parte dos imaculados e da Guarda Real, algumas casas menores também forneceram auxílio, e Eddard havia aceitado, aportaria com todos os navios em Meereen e de lá marcharia até Astapor e Yunkai, precisariam de tempo para arrumar suas tropas. O rei Targaryen desde o início pretendia uma negociação, e ainda tentaria uma reunião com os líderes da rebelião, mas após Bran os falar que os mestres já organizavam seus exércitos, compreendeu que eles estavam prontos, acima de tudo, para uma batalha, então Eddard precisou organizar seu próprio exército.

- Dentro de 5 dias, partiremos para Astapor e Yunkai, apenas aguardo a armadura de Drogon ficar pronta.- já havia repassado a organização de seu exército com sua senhora comandante da Guarda Real, com o príncipe dornês, e os comandantes dos exércitos Lannister, Greyjoy e dos Imaculados.

- Disse que não desejava uma guerra.- Tyrion disse após o conselho ter sido dispersado e Eddard o olhou, o anão parecia entretido com alguns pergaminhos, mas ele sabia que estava muito atento a tudo e todos.

- Não desejo, mas não sou tolo de me apresentar com flores nas mãos.

- Um bom rei preza pela paz.

- Mas deve estar preparado quando a batalha vier.- Eddard disse, sabia onde o anão queria chegar. Toda sua vida foi educado para ser um excelente rei, Tyrion temia que ele enlouquecesse como tantos antes dele e insistia que os deuses lançaram sua moeda sob a grandeza, mas nem o próprio Eddard sabia, não se achava louco como tantos antes dele, era pura razão, mas também sabia ser tempestuoso e reativo como a irmã e era isso que preocupava o Lannister, já não era um garoto, um príncipe, era um rei e o que poderia fazer com tamanho poder.

- Tem razão, mas às vezes em meio a batalha decisões injustas são tomadas...

- Onde há justiça em se tirar a vida de um homem? Seja soldado ou não. Guerras não são justas, um julgamento cruel que não zela pelas crianças, mulheres e homens.- Eddard dizia exasperado, não queria discutir aquilo com Tyrion não agora.- Farei o que deve ser feito, prezo pela justiça e pela honra, você mesmo diz que me pareço com meu pai e o que todos dizem dele é que foi um bom homem que também executou seus inimigos, seus irmãos da patrulha, quando o traíram e o apunhalaram diversas vezes.- Eddard se inclinou sob a mesa.- Não vejo prazer nenhum em tirar a vida de um homem, não sou como Aerys, não sou nem como minha mãe que eu sei ter cometido erros...existem homens sanguinolentos, muitos reis Targaryen o foram, mas eu não. Quero ser um bom rei, um bom governante para o meu povo, mas isso não significa que devo agir como ingênuo, não me esconderei por detrás dos meus muros, a diplomacia pode ser solução, mas não sempre. É tão sábio, deve saber que nem todos os homens são vencidos por boas palavras e monólogos bem estruturados, alguns homens apenas desejam ver o caos e eu tenho que lidar com todos eles, agirei com a inteligência que fui ensinado durante toda minha vida, mas não me iludo achando que irei ser amado e venerado por todos, nem os deuses são e ,eu nem chego perto de ser um, sou um homem. Faço das palavras de Jaehaerys as minhas, mas sob minha própria interpretação eu diria que o amor e o ódio são dois lados de uma mesma moeda, principalmente, com o peso de um cargo como o meu.


Eddard olhou para Tyrion, vendo um brilho de satisfação nos olhos do anão, a mão sorriu depois de um tempo e se levantou da cadeira, sabia que o Targaryen se diferenciava de tantos que vieram antes dele, pois não se via acima de todos, nunca se viu. Quando era criança, Tyrion perdia as contas de quantas vezes encontravam ele e Daenys brincando com órfãos e outras crianças da cidade, os gêmeos fugiam por entres as passagens secretas da Fortaleza para ir brincar nas ruas de Porto Real, nunca fizeram diferença entre nobres e povo, mas quando cresceram essa diferenciação os bateram a porta, mesmo assim, Eddard e Daenys sempre pensaram neles, eram seu povo, pessoas que precisavam deles e as que mais sofriam com suas decisões.


- Palavras sábias.- Tyrion disse e Eddard o olhou, um momento em silêncio, um sorriso mínimo em segundos que pareceram minutos.

- Sim.- O Targaryen disse e voltou a organizar os pergaminhos e mapas sob a mesa, sussurrou para si mesmo palavras que foram ouvidas pelo Lannister, sem saber se deveria realmente ter ouvido o rei, ou era apenas um pensamento em voz alta.

 - não espere que eu ganhe com elas.


...


Daenys estava sentada no chão, em meio ao jardim, observava o pequeno e robusto Steffon correr pelo jardim, ria e tropeçava nos próprios pés, pulando ao seu redor, se jogando sob seus ombros e suas costas, os cabelos negros e lisos totalmente bagunçados, os olhos azuis tão grandes e bonitos o tornavam ainda mais adorável. Cinara estava sentada logo atrás de si, a postura impecável, mesmo que a enorme barriga a deixasse exausta, Aaron estava no pátio de treinamento, havia visto o menino brincar com outros nobres. A armadura ficara perfeita em Drogon, ao menos as partes prontas, o dragão não gostou do peso adicional, pelo menos, não no início, mas depois de um vôo e uma conversa "séria", Daenys conseguiu fazê-lo se acostumar melhor com a ideia. A princesa havia acabado de tomar um banho, os fios ainda estavam molhados e presos em um trança, ainda usava calças e uma blusa grossa de lá, coberta por um corpete negro que subia até seu busto.

Se entretia com a criança brincando ao seu redor, as risadas infantis, os resmungos em pronúncias altas e as vezes confusas, Steffon falava muito e falava e falava, Cinara sorria para o filho quando ele chamava sua atenção, mas não parecia realmente se importar, era atenciosa como podia, mas seus pés estavam inchados, as pernas pareciam carregar uma tonelada de metais e já não conseguia dormir, o bebê em seu ventre não deixava, a barriga já estava tão grande que ela não conseguia encontrar uma posição que lhe agradasse. Quando o pequeno via que não possuía toda a atenção que queria se voltava para a princesa Targaryen, falava sobre as flores, enchendo seus cabelos delas e de folhas, dizia que ela era bonita e sorria tímido quando ela dizia que ele também era um rapazinho muito bonito, corria para longe dela e Daenys apenas sorria encantada. A Targaryen se preocupou quando em uma das corridinhas Steffon tropeçou e caiu de bruços sobre o chão, o queixo havia batido no chão e ele agora chorava alto, quando Daenys ia se levantar do chão para acudi-lo, a Swann segurou seu ombro.


- Deixe, ele caiu e pode muito bem se levantar sozinho.- Daenys olhou para a mulher e sentiu seu coração se apertar quando o pequeno olhou para Cinara e chorou mais alto.

- Mamãe.- Ele chamou por ela, a voz infantil engasgada em um soluço alto, o rostinho gordinho marcado pelas lágrimas, os olhos grandes brilhando pelo choro, o queixo um pouco sujo de terra e Daenys olhou mais uma vez para Cinara que encarava o filho amorosamente.

- Estou aqui querido, levante, vamos, venha até aqui.- Steffon chorou por mais um tempo, foram segundos, mas para o coração angustiado da princesa pareceram minutos muito longos, até que o Baratheon ainda choramingando se levantou se apoiando sob as mãozinhas pequenas e de dedos gordinhos, a roupa azul escura amarrotada e suja pela queda. Ele limpou o rosto e enxugou suas lágrimas com as costas das mãos e caminhou para a mãe, a cabeça baixa, os olhos tímidos encarando a mãe, os passos incertos e ainda assustados, Cinara o recebeu com um sorriso e acariciou os fios negros deixando um beijo no topo da cabeça do filho, ela agarrou as mãozinhas dele e limpou com a manga do próprio vestido, junto ao queixo da criança.- Não se machucou, não é?!- Steffon negou levando os dedos até a boca e Cinara o impediu.- Então volte a brincar, se voltar a cair, se levante.


Daenys observou Steffon voltou a correr e não demorou para vê-lo sorrir novamente, e gritar alto, soltando frases que, as vezes, só faziam sentido para ele.


- Deve achar que sou terrível.- Cinara olhou para ela e sorriu com um humor um tanto ácido.

- Não, não acho.- Ela havia entendido a importância da atitude de Swann.

- Sabe Daenys, pode parecer tolice e um tanto monótono o que vou dizer, mas meus filho não serão meus para sempre, e eu não estarei sempre aqui para eles.- Cinara procurou pela mão de Daenys e as segurou entres as suas com cumplicidade.- Eu sou mãe de meninos, e sei que esse que vem também é um, sinto isso, meninos não são para sempre meninos, eles se tornam homens e depois guerreiros e depois, talvez, você os perca, meninas são, em sua maioria, a única companhia que uma mãe terá, e nem elas podem ser mantidas para sempre em sua casas, se derem sorte terão um marido para amá-las e zelar por elas, mas a maioria de nossas meninas não tem os fins que são cantados em belas canções. O mundo é cruel com garotinhos e garotinhas, um filho, seja homem ou mulher, jamais será seu por completo, você tem que se acostumar com a ideia de que não pode e nunca será capaz de protegê-los de tudo, mas deve rezar para que eles saibam fazer por conta própria quando você não estiver mais com eles, e vá por mim querida, eles não vão estar por muito tempo debaixo de sua guarda, nunca ficam...- havia preocupação e angústia nos olhos de Cinara, uma das mãos pousadas sob o ventre e os olhos maternais acompanhando com cuidado e devota atenção a Steffon.- Os amo incondicionalmente, daria minha vida sem pestanejar apenas por eles, são tudo o que você vai deixar quando voltar ao pó, e eu espero Daenys, espero com todo o meu coração e rogo todos os dias aos deuses para nunca precisar enterrar um filho meu.


Sentiu quando as mãos da Swann apertaram as suas com firmeza, parecia orar naquele momento, uma prece para proteger os filhos dela. Era incondicional, nunca haveria no mundo um amor tão puro e bom quanto o de uma mãe, que criatura abençoada e cheia de amor era uma mãe. Destemidas e dispostas a tudo por seus filhos, era bonito e comovente de se ver a garra com a qual Cinara tinha para fazer o que fosse pelo sangue de seu sangue. Imaginou por um momento se Daenerys seria como ela e sorriu com aquele pensamento, sua mãe havia dado sua vida por eles, sabia que morreria se prosseguisse com a gestação e, conforme Lorde Tyrion lhe conta, mesmo que ela já não possuísse forças as encontrou apenas para trazê-los ao mundo, ela os amava e a maior prova desse amor foi abrir mão de sua vida para que Daenys e Eddard tivessem as próprias.


- Acho que o cavaleiro galante procura por sua donzela.- Cinara disse e lhe chamou a atenção, Lucerys caminhava pelo jardim na companhia de Morwena, apenas Corlys andava consigo e os olhos azuis do garotinho como uma lagoa azul se voltaram para o pequeno Baratheon agachado ao lado de algumas raízes, segurando um inseto pequeno em suas mãos.

- Homens como esses me fazem repensar a minha fidelidade.- Cinara disse com seu típico humor afiado, se ajeitando sob a cadeira, afim de corrigir a postura.- Vá por mim querida, não se prenda a uma honra que insistem que todas as mulheres levem para o casamento, prove quantos desejar...- a Swann dizia absorvida na figura alta de tronco longínquo que andava na direção deles, os olhos singulares, aqueles cabelos platinados em um branco que se assemelha ao brilho da lua, pelos deuses, os malditos descendentes de Valiria eram tão atraentes, Gendry teria que lidar com seus hormônios borbulhantes na noite que estava por vir.-...vá por mim, se entregue para esse homem, se afunde nessa loucura e depois me conte tudo.- Cinara sussurrou curvada em sua direção e Daenys riu sentindo as bochechas ruborizarem, enquanto Lucerys caminhava até ela na companhia da irmã.


Um sorriso despontou em sua face contagiada pelo próprio sorriso de Lucerys. Cinara não precisava saber, ninguém precisava, mas viveria aquilo intensamente, se entregaria para o Velaryon por inteiro, se sentisse que fosse o certo, pois sabia que da parte dele seria real, seria uma entrega por completo, ele se colocaria a sua mercê, assim como ela se colocava por ele. Queria ser feliz, buscava por aquilo e desejava que Lucerys fosse o ponto de luz em meio ao seu caos.



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