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História Legendary - Falling To Pieces


Escrita por: findapurpose

Notas do Autor


Oi, bebês.
Esse capítulo é um dos meus favoritos, muita coisa vai acontecer depois dele. Espero que vocês gostem! ❤

Capítulo 3 - Falling To Pieces


“Chame meu nome e salve-me da escuridão. Obrigue meu sangue a fluir. Antes que eu me desfaça. Salve-me do nada que eu me tornei.”

—  Bring Me To Life, Evanescence. 

 

Brooklyn Cartier • 11ºC

Outra noite de outono tinha chego. Sentada em um dos degraus do deque, ansiei que os olhos dele brilhassem na escuridão, que ele viesse ao meu encontro como sempre fizera, mas ele não apareceu.

 Eu o esperei em vão todos os dias daquela semana, nesse mesmo degrau. Não sabia se ele estava bem ou onde ele estava. Eu tentava não pensar nisso, mas a sensação de que nunca mais o veria novamente vinha me perturbando há alguns dias. 

Eu estava preocupada com ele. 

Eu teria passado a noite à espera dele, provavelmente congelada por conta do frio, mas eu tinha aula no dia seguinte. Soltei um suspiro audível e me levantei, olhando mais uma vez para os pinheiros antes de entrar. Ele não estava lá.


***


Joguei os livros de álgebra dentro do armário, impaciente. Eu estava atrasada para a aula de literatura. O corredor estava deserto, a não ser pela Lauren, que estava tão atrasada quanto eu. 


– A Dona Megera vai nos matar. – Lau falou do armário do lado, fazendo com que eu risse. Era assim que chamávamos nossa professora de literatura: Dona Megera. Ela nos odiava, quase sempre éramos expulsas da sua aula.

– Acho impossível ela nos deixar, pelo menos, entrar na sala. – Fechei o armário com força. A tranca daquela porcaria estava quebrada, eu precisava quase soca-lo para que ficasse fechado.


Seguimos em direção à sala enquanto Lauren me contava empolgada que seu irmão mais velho estava voltando para a cidade. Eu não o conhecia, mas ela falava tanto dele que eu me sentia amiga íntima do garoto. 

A porta estava fechada quando chegamos ao nosso destino. Dei alguns toques na porta, imaginando a bronca que levaríamos quando a Dona Megera nos visse ali, mas a porta se abriu, revelando um homem de ombros largos vestindo uma farda de policial. 

Desviei os olhos para minha melhor amiga, que estava de olhos arregalados atrás de mim. O policial deu um passo para o lado, permitindo nossa passagem, e fomos quase correndo para os nossos lugares. Um policial em nossa sala não era um bom sinal, mas quando a professora me fuzilou com o olhar, eu agradeci por ele estar ali. Salva pelo gongo.


– Bem, como eu estava dizendo anteriormente. – Dessa vez foi ele quem me fuzilou com o olhar. Me encolhi na cadeira, desejando poder desaparecer dali. – Vocês devem ficar longe da floresta hoje. – Minhas sobrancelhas se uniram quando eu franzi o cenho, sem entender.

– O que? Por... Por que precisamos fazer isso? – Cuspi as palavras, mal pensando para formar a frase. Precisei respirar fundo para me livrar do pressentimento ruim que tinha ocupado meus pensamentos de repente. 

– O novo prefeito ordenou que... – O homem fez uma pausa desconfortável antes de continuar: – Que os lobos sejam caçados. Hoje. 


Senti meu corpo amolecer na cadeira. Meu coração batia descompassado em meu peito, o ar parecia faltar em meus pulmões. Eu queria protestar, gritar que aquilo era loucura, que não podiam fazer isso, mas estava imóvel, ainda processando aquelas informações. 

Meu lobo estava em perigo. 

O policial continuou seu discurso, mas eu não ouvi uma palavra. Só conseguia pensar no lobo, em salvá-lo, protegê-lo, impedir que o machucassem. Desviei o olhar para a Lau, que estava sentada ao meu lado, sua expressão mostrando que ela havia ficado tão chocada quanto eu. Ela agarrou minha mão e me puxou para fora da sala antes que eu dissesse qualquer coisa. 

Eu compartilhara com ela minha admiração pelos lobos desde o início. Ela me achou meio maluca à princípio, mas agora dizia achar “bonitinho” minha fascinação por eles. Mas, agora, nós compartilhávamos outra coisa: determinação. 

– Nós precisamos fazer alguma coisa, Brooklyn! – As palavras dispararam de sua boca, ela estava quase gritando no corredor. 

– E nós vamos fazer! – Eu sabia o que precisávamos fazer e não me importava quão arriscado aquilo era. Agora foi minha vez de puxa-lá enquanto corríamos para fora da escola, decididas a acabar com o massacre na floresta. 


Só reparei no quanto a floresta era grande quando cruzamos a estrada principal da cidade. A estrada era cercada pela floresta, e ali os pinheiros pareciam muito maiores do que os que eu via no quintal de casa. No banco do carona, Lau batia os dedos repetidamente em suas coxas, aparentando estar tão nervosa quanto eu. Havíamos revisado o plano três vezes durante o caminho, mas agora o silêncio reinava no carro. 

Parei o carro assim que notei as dezenas de caminhonetes estacionadas no acostamento e encarei minha amiga por um longo instante. Ela balançou a cabeça num gesto positivo, me encorajando a fazer o combinado, e eu arranquei o cinto de segurança, saindo do carro logo depois.


– VAI DAR TUDO CERTO! – Me virei para olhá-la assim que ouvi seu grito. Metade do seu corpo estava para fora da janela e ela me deu um sorriso largo antes que eu voltasse a correr em direção a floresta. 


O plano parecia infalível em minha cabeça. Eu entraria na floresta cheia de caçadores com rifles e tentaria não ser atingida por nenhum deles. Lauren diria aos policiais que faziam a segurança do local que sua amiga estava na floresta e que eles precisavam parar a caçada. Fechei os olhos, respirei fundo e rezei para que aquilo desse certo. Precisava dar certo

Minha pulsação ficou ainda mais acelerada quando adentrei a floresta. Olhei ao meu redor e perdi a conta de quantos homens haviam ali, todos carregando armas e apontando-as para algum lugar. Não vi lobo algum, mas sabia que eles estavam ali. 

Tudo naquela mata me lembrava ele. Me desesperei ao imaginar o quão amedrontado ele devia estar agora, podia ter sido ferido, ou até mesmo estar... morto. Estremeci lembrando da sensação que me vinha me inquietando há algum tempo. É só uma sensação, Brooklyn, só uma sensação, repeti para mim mesma na tentativa de me convencer disso. 

Meus ouvidos zumbiam com os ruídos dos tiros sendo disparados, cada um deles parecendo acertar meu coração. Por favor, esteja bem. Por favor, me vi suplicando em silêncio enquanto voltava a correr.

 

Justin Bieber • 11ºC 

Caçávamos um cervo quando seus gritos invadiram a floresta. Caçadores. Agora, a tranquila floresta que me abrigara durante quase toda a minha vida era o lugar mais aterrorizante onde eu já estivera. 

Nós corríamos em bando, às vezes esbarrando uns nos outros. Corríamos para longe deles. Corríamos para longe da morte. Eu estava apavorado, meu corpo tremia conforme fugíamos incessantemente deles. 

Os sons dos tiros ecoavam pela mata cada vez que uma arma era disparada. Alguns lobos haviam se separado enquanto avançávamos pela mata, e eu sabia que aqueles tiros eram suas sentenças de morte.

Um novo estalo me fez perder o equilíbrio, me ensurdecedeu. O cheiro de sangue invadiu minhas narinas quando meu corpo desabou no chão, recomeçando a tremer, mas, dessa vez, não por conta do medo. 

Eu estava me despedaçando, por dentro e por fora. 

De repente, eu não era mais um deles. Não era mais um lobo, mas ainda não era eu mesmo. Meu corpo lutando para continuar humano. Eu sabia que precisava sair dali, e assim fiz. Eu estava destruído demais para raciocinar, simplesmente deixei que meu corpo me guiasse pela floresta. 

Algum tempo depois, eu não estava mais perdido. Estava onde sempre desejei estar. Desabei no deque, perdendo a consciência. Não era mais lobo, nem Justin. Era apenas um trapo, derrotado pela dor e o cansaço. 

 

 

 

 

 

 



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