História Lego House - Eu vou ficar!

-Gustavo, como assim você não vai? – Estava incrédula, não estava acreditando no que dizia.
-Não vou, eu falei que eu não ia te abandonar e não vai ser por isso que irei. -  Ele estava picotando mais ainda o papel  e por fim o amassou formando uma bola de papel.
-Mas era a chance da sua vida, era o seu sonho!  - Tudo bem que eu não queria que ele fosse, mas também não precisa desistir assim. Cruzei meus braços e desviei meu olhar para um ponto fixo que no caso, a parede.
-O meu sonho é você, fotografia eu posso fazer até aqui, mas o meu maior sonho é ter você comigo e formar uma família contigo, você sabe disso. – Ele me olhava calmo, como ele conseguia ser tão calmo?
-Gustavo, desde o  nosso primeiro encontro você fala de fotografia, você vive fotografando foto até do chão,  você respira fotografia, eu já tive ciúmes do amor que você sente disso. – Eu já estava ficando um pouco alterada, mas não entendia o motivo, era pra ser a melhor noticia do dia e se tornou o motivo de uma briga.
-Kéfera. – Ele deu uma pausa. – Eu já decidi, não era isso que você queria? Você queria que eu ficasse, e olha só – Ele olha pra bolinha de papel  e ele fala em um tom debochado. – Vou ficar!
-Tudo bem Gustavo, faz o que você quiser, mas não me culpe depois tá bom?  - Respirei fundo e me levantei.
-Aonde você vai? –Ele perguntou e eu o olhei.
-Respirar, não posso? – Respondi no mesmo tom debochado, e dei de costas para ele e sai andando lentamente, ouvi  a cadeira se arrastar pelo chão bruscamente e segui andando, apressei meus passos e pude sentir alguém segurar no meu braço, me virei e vi que era o Gustavo, ele me olhava com aqueles olhos castanhos chocolate e eu sabia o que ele queria, mas não agora, mas não esse momento, respirei  fundo e tentei me acalmar.
-Pode me soltar?
-Me explica por que você está assim e eu te solto.
-Me solta que eu te conto. – Não sabia por onde começar e nem como, não  tinha um motivo, eu simplesmente fiquei com raiva. Logo ele me soltou e cruzou os braços, mordi meu lábio e prossegui:
-Não gostei da forma que você fez, só isso, não era mais fácil conversar normal, ou simplesmente ter me falado antes? Eu fiquei todo esse tempo angustiada, com medo e você vem e fala que já tinha decidido isso? – Ele abaixou a cabeça, certamente lembrando o que fez.
-Tudo bem, desculpa, eu só queria fazer... –O interrompi.
-Suspense e Surpresa, duas coisas que você adora fazer, só faltava fazer aquelas pegadinhas idiotas que você fazia no começo. – Kéfera se controla, que que isso? Tpm fora do tempo?
-Se acalma, eu não fiz por mal.. – Ele me olhou cabisbaixo, respirei fundo e levei minha mão até o rosto dele.
-Eu preciso pensar, me encontra daqui trinta minutos aqui mesmo tá? –Ele concordou com a cabeça e me virei, e fui pra área fora da faculdade, onde tinha quadra e uma área cheia de arvores e uma grama bem verdinha, fiquei dando passos lentos pela grama e olhando para a mesma. Eu queria entender por que eu fui tão rude com ele, mas também queria entender por que ele quis fazer isso, ele sabe que odeio suspenses, não tinha necessidade, mas eu.. não estou entendendo nada sobre o que estou sentindo hoje.
Me deparei com uma arvore logo a minha frente bem grande, e resolvi me sentar em baixo dela, me encostei na árvore e revi tudo o que acabou de acontecer, eu nunca fiquei tão brava do nada, será que eu estou ficando bipolar? Hm, eu acho que não.

Gustavo POV

Eu sou um idiota mesmo, por que eu.. espera, o que eu fiz? Ela queria que eu não fosse, eu achei que ela ia adorar essa noticia, mas não soube interpretar da maneira que queria, e agora estamos aqui, brigados e eu com medo dela querer um tempo.
Voltei a me sentar na cadeira e esperei o tempo necessário pra ir atrás dela, eu não conseguiria aguentar trinta minutos, não consigo aguentar nem cinco minutos, imagina trinta.
Fiquei batendo meus dedos na mesa e olhando fixamente pro corredor onde Kéfera tinha ido e algo me chamava pra ir atrás dela, eu queria ir mas e o medo dela ficar mais brava? Ah mano, quer saber? Eu vou!
Pensando bem... Para de ser indeciso Gustavo!
Me levantei e percorri o caminho em que ela fez, eu tinha a certeza que ela estaria em um dos nossos lugares preferidos da faculdade. Fui para a área externa da faculdade e fui dando passos lentos e percorrendo meu olhar por toda a área e eis que vejo minha menina sentada de baixo da árvore distraída, fui me aproximando aos poucos e me abaixei bem ao lado dela,  aproximei meus lábios do ouvido dela e sussurrei:
- Bu! – Que a fez se assustar e  virar rapidamente e me dar um tapa, e a mesma gritou:
-GUSTAVO! - Fiz uma cara de dor e passei a mão onde ela deu o tapa.
-Você tá melhor? – Perguntei não mais me importando com o tapa, acariciei o rosto dela e a mesma abaixou a cabeça.
-Eu acho que estou, me desculpa por ter sido tão ... –A interrompi.
-Desculpo, você sabe que eu sempre desculpo, você estava certa em se irritar, eu deveria ter conversado contigo antes.  –Sorri e beijei a testa dela que a fez corar, a olhei e prossegui. – Tá com vergonha por que?
-Eu não sei, hoje eu estou uma  mistura de sentimentos, deve ser a tpm. – Ela me olhou fixamente com aqueles olhos castanhos mel, aproximei meu rosto ao dela e nos selamos e logo iniciamos um beijo calmo e delicado, nossas línguas conversavam entre si, nos separamos por falta de oxigênio, a olhei e perguntei:
-Vamos pra casa?
-Vamos, eu tô muito cansada. – A olhei confuso.
-Mas amor, você acordou quase agora, da onde tá saindo tanto sono? – Perguntei enquanto me levantava e dava a minha mão para que se levantasse também.
-Eu não sei. – Ela fez bico e pegou na minha mão, dei um impulso a fazendo levantar e ficando colada ao meu corpo.
-Portanto que todo esse sono seja gastado dormindo ao meu lado, tudo bem! – Sorri a fazendo sorrir também, nos demos as mãos e saímos dali.
(...)

Nós fomos pra casa e Kéfera resolveu dormir um pouco e eu fiquei no notebook conversando com uns amigos em um grupo no Facebook, e esses amigos eram Felipe, Júlio e Igor. Eram uns amigos de Osasco, estudamos poucos anos juntos mas que foram o suficiente para criarmos uma amizade enorme.
Felipe: Eai Gusta, quando vai ser sua festa? – Felipe perguntou e eu não tinha a menor noção de que dia era, olhei no canto do notebook e vi que faltava quase um mês, e eu não tinha certeza do que faria.
Gustavo: Eu não faço a menor ideia, talvez a Kéfera me compre um bolo. – Respondi com a maior sinceridade, era o que ela fez ano passado , eu não sou um cara muito festivo.
Júlio: Coé, vamos fazer uma churrascada! – Não é pra menos o Júlio dizer isso, ele sempre foi o cachaceiro que adora um churrasco na laje.
Gustavo: Eu vou ver aqui, vocês viriam né? -   Perguntei já sabendo a resposta
Felipe: É claro!
Júlio: Opa, já tô ai.
Igor: Alguem disse festa? – Chegou o atrasado.
Júlio: Tu só aparece quando falamos em festa né cuzão?
Igor: É obvio!. – Depois daquela conversa, me despedi de todos e fui tomar um banho pensando neste assunto, em uma festa de aniversário, eu faço 23+1 esse ano e faz bastante tempo em que não comemoro, acho que esta na hora de fazer uma!