História Lembranças - Ciúmes

Agora, todos me perguntam
Porque estou sorrindo de orelha a orelha
(Dizem que o amor dói)
Mas eu sei
(Vai dar muito trabalho)
Nada é perfeito
Mas vale a pena
Depois de lutar com minhas lágrimas
E, finalmente, você me põe em primeiro​
— Love On Top, Beyoncé

Sinto meu rosto sendo acariciado de tal maneira que somente uma pessoa tem e eu a amo bastante: Harry. Abro meus olhos e vejo o seu rosto com uma expressão calma. Ele é tão lindo! Despertar e ver essa carinha logo de manhã é, com certeza, uma das incontáveis maravilhas desse mundo. Esboço um pequeno sorriso, até porque ainda estou com um pouco de sono e coço meus olhos, sendo seguido por um bocejo que se prolongou por alguns segundos.

— Bom dia, Ocean. — Harry desenha um sorriso em seu rosto, mas este não expõe os seus dentes, entretanto as covinhas, que eu tanto amo, estão visíveis.

— Bom dia, Emerald. — meu dedo, preguiçosamente, estica-se e toca uma das covinhas de Harry.

— Dormiu bem?

— Como uma pedra.

— Isso não é novidade, mas pelo menos é uma pedra fofa. — rio baixo.

Afasto-me um pouco e me sento na cama, coçando as minhas pálpebras e bocejando, numa tentativa muito falha de me livrar do sono e da preguiça. Sou tão íntimo da preguiça que presumo que eu esteja em um relacionamento a três: Harry, a preguiça e eu, se é que é possível.

Estico os meus músculos que estão repletos de preguiça, mas é algo que não funciona, pelo menos não comigo. Crio coragem e finalmente consigo levantar, ouvindo o Harry exclamar um “amém”. Ando até o banheiro e lá faço toda a minha higiene, logo voltando para o quarto e sendo surpreendido pelo Harry, que me pega no colo e enche minhas bochechas de beijinhos, fazendo-me sorrir largamente.

— Pelo visto alguém acordou muito feliz hoje. — deduzo.

— Acordar feliz eu sempre acordei, pois perto de ti não há nada que me faça entristecer. — Emerald senta-se na cama e me ajeita em seu colo.

Meus olhos não param de fitá-lo, pois com um ser humano lindo como este, é impossível não tirar os olhos. Harry é perfeito de todas as maneiras e não me refiro na questão da sua fisionomia. Refiro-me a tudo. Seu caráter. Sua inteligência. Sua alma. Tudo.

— Que horas são? — pergunto.

Emerald se estica um pouco, segurando-me firmemente para eu não cair e consegue pegar seu celular. Voltando na posição que estava antes, Harry aperta o botão e logo a tela de bloqueio é revelada, assim como as horas. Inacreditável e muito linda a foto que ele colocara de fundo. Na foto, estou parado e olhando o céu, enquanto uso uma coroa de flores que Harry havia feito para mim há uns seis meses atrás. Sem contar que ele tirou a foto em um ângulo bastante favorável.

— 09h47min. — ele responde, depois de largar o celular em cima da cama.

— Às 10h00min terá maratona de Jogos Vorazes, ainda bem que me acordou a tempo.

Mais uma vez de pé, meu namorado se retira do quarto juntamente comigo e, com muito cuidado, ele desce as escadas, colocando-me no chão assim que chegou na cozinha.

— Finn foi para a escola? — pergunto, enquanto pego minha xícara e a pouso na cafeteira elétrica.

— Sim, mas disse que vai voltar mais cedo hoje por conta da famosa prova. — explica Harry, que está encostado na mesa.

— Você já tomou café?

— Sim, amor.

Viro-me para ele e presto atenção no café, que aos poucos enche a minha xícara adorável com a decoração da Mulher-Maravilha. Eu a ganhei de aniversário do Finnick, já que gosto de explanar minha admiração pela super-heroína.

Ao estar em uma quantidade favorável, eu desligo a cafeteira e decido deixar o café esfriar um pouco. Sinto duas mãos percorrerem as laterais do meu corpo e, quando me viro, observo Harry com um olhar sobre mim um tanto tentador. Meus braços envolvem o seu pescoço, e, em seguida, as mãos de Harry ficam na minha cintura. Acabando com a procrastinação, nossos lábios se chocam, iniciando um beijo tranquilo.

Seria algo sereno, mas Harry, com suas carícias sem pudor algum, esquenta tudo. Suas mãos percorrem pelo meu corpo, causando-me extremos arrepios. Ora ele invade com suas mãos por dentro da minha camiseta, acariciando vagarosamente, ora ele acaricia pelo interior.

Em seguida, eu tiro sua camiseta, analisando o peitoral e as tatuagens presentes ali. Passo a mão pela calça até pousar por cima do volume de Harry e começo a acariciá-lo, que arfa seguidamente por conta do atrito entre minha mão e seu membro. Ele desabotoa sua calça e a tira, junto com a boxer, com certa rapidez. Emerald arfa novamente ao se sentir livre de toda roupa, que estava incomodando devido ao aperto. Ergo-me e me livro do resto da sua roupa. Harry sente minha mão tocar na sua intimidade e movimentos lentos serem feitos no lugar. Ele se mexe devagar e logo entendo aquele sinal. Ele precisa de mais. Aproximo minha boca e a abro, passando a língua por toda a extensão de Styles, que solta um gemido um pouco baixo.

— Puta merda, Ocean. — solta após sentir toda a minha boca ao redor.

Os movimentos de vai e vem estão rápidos, e algumas vezes torturando-o demasiadamente com minha língua e com as mãos trilhando caminhos aleatórios pelo seu corpo. Por causa do ritmo repetitivo que atuo, Emerald não demora muito para ter seu ápice. Seu líquido foi para minha boca que engulo, e limpo os resquícios que ficaram nos cantos dos meus lábios. Sou puxado para mais perto de Harry e novamente nos beijamos.

•••

O bom de ter uma tia morando perto de você é que ela sempre está disposta a ajudar. Desde que meus pais haviam sido presos, ela disse que se eu precisasse de alguma coisa, era para avisá-la que estaria na porta da minha casa em cinco segundos. Sempre fui mais próximo dela do que de qualquer outro membro da família. Não chegava a ser novidade eu querer morar lá do que com meus pais. Na verdade, eu estaria lá caso meu pai tivesse somente gritado e não me agredido.

— Bem, tia Katherine, eu vou com o Harry para Paris.

— Nossa, que legal, Apollo. — diz ela sorrindo.

— Então, o Finn pode ficar na sua casa enquanto viajo com Harry? — pergunto.

— Claro que sim. Irão até lá quando e ficarão fora por quanto tempo?

— Iremos amanhã e, creio eu, que ficaremos por lá no período de uma semana. Vai ser pouco tempo, pois tenho que resolver algo com a faculdade.

— Entendo. Agora vocês vão onde? Está elegante demais para ficar apenas mofando no sofá. — rio. Eu realmente tenho a melhor tia do mundo.

— Vamos ao shopping, comprar o que for necessário para a viagem.

— Ah, sim.

— Queria que a senhora fosse também. Agora que minha mãe morreu, não tenho ninguém para me alertar que estou comprando muita coisa. — desabafo, sentindo-me meio triste. Eu sinto muita saudade da minha mãe, mesmo que ela tenha sido tão ignorante.

— Oh, eu vou sim. — tia Katherine sorri docilmente e se levanta — Vou para casa trocar de roupa e na hora de ir, vocês passam lá em casa.

— Certo. Nós vamos às 14h00min, então a senhora tem meia hora para se vestir, porque ainda vamos buscar o Finnick na escola.

Minha tia se despede de mim e volta para sua casa, cantarolando uma música qualquer, não se importando com os olhares tortos de quem a vê. O melhor de Kath é que ela é muito desligada às críticas, ela não se ofende e muito menos se rebaixa. Ela é feliz. Sua infância havia sido perturbadora, só que isso não a impediu nem um pouco de sorrir e espalhar a positividade por quem a tem por perto. Katherine é um exemplo. Um exemplo que vou seguir e me inspirar.

Simplesmente a amo, e irei protegê-la de tudo, não há ninguém igual a ela.

•••

— Nós esquecemos de verificar a previsão do tempo em Paris para não levarmos o tipo de roupa errada e passar calor ou frio lá. — falo, olhando para Emerald.

— Estamos no outono, então devemos levar algo variado, não acha?

— Tem razão.

— Preciso também preparar a câmera, dizem que Paris fica mais formidável no outono.

— É Paris, amor. Difícil encontrar defeitos naquele lugar.

— Assim como também é difícil encontrá-los em você. — sorrio fraco, e minhas bochechas começam a esquentar um pouquinho. Devem estar vermelhas já.

Escuto Harry rir baixo e se aproximar de mim, acariciando a parte de trás da minha cabeça.

— Você é um ser humano muito adorável, Apollo. — elogia Emerald, fazendo-me encolher mais em seu abraço e minhas bochechas, provavelmente, estarem mais vermelhas que qualquer pimenta. Sou muito vulnerável a esse tipo de coisa.

Afastamo-nos um do outro — mesmo não querendo — e retornamos a ver as outras peças de roupas que estão enfileiradas neste enorme estabelecimento. São várias roupas maravilhosas e tudo que eu desejava era ter uma conta bancária tipo das Kardashians só para comprar essas vestimentas. Não importa qual Kardashian seja, só a quantidade de dinheiro delas que é o sonho. Ou seja, concluindo isso tudo, só dá para se perguntar o que o capitalismo não faz com a cabeça das pessoas.

— Ocean, venha aqui. — olho para a direção que Harry está e então começo a caminhar até ele, ficando cada vez mais curioso com o que ele mostrará para mim — Essa camiseta combina perfeitamente contigo, é muito a sua cara.

Ele estende o braço e coloco a sacola com o logo da loja no chão, só para pegar a peça de roupa que Harry mencionou segundos atrás. Com as duas mãos, abro a camiseta e não contenho o sorriso ao ver a estampa da peça, é muito lindo. Não há muitos detalhes na camiseta, só tem o nome da banda escrito com a fonte escolhida pelos membros. The Beatles.Pego a sacola de volta e a abro, colocando a camiseta da banda dentro. Espero não estar levando tanta roupa assim não.

— Sabia que pegaria.

— Caso eu não levasse, desconfiaria de alguma doença. — rimos.

— Onde fica os moletons?

— Para aquele lado. — não percebendo a parede, eu aponto para a direção, entretanto minha mão atinge a parede, só que não com muita força, porém o suficiente para me fazer soltar um gemido de dor.

— Machucou onde? — Styles me analisa cheio de preocupação.

Mostro a minha mão e ele a acaricia, depositando vários beijos e dizendo que vai melhorar logo.

— Não foi aqui, foi no meu bumbum. — me viro para ele e começamos a rir, no entanto um pouco baixo para não atrair a atenção das outras pessoas.

— Engraçadinho.

Enquanto caminhávamos, vejo uma mulher alta, mais ou menos o tamanho do Harry, vestindo uma jaqueta que achei bem linda. Não me controlo e solto:

— Que jaqueta linda.

— É mesmo, muito linda. — concorda Harry.

— Você a chamou de linda? Sério?

— Não, eu falei…

— Ei. — paro a mulher, enquanto ela está aqui por perto olhando algumas calças. Ela olha para mim, com seus olhos pretos, bastante escuros — Com licença, ele tem um namorado.

— Não, eu não…

— Como é? — olho para Harry — Como é, Harry Edward Styles?

— Sim, eu tenho um namorado.

Sorrio forçado para a figura feminina na nossa frente e puxo Harry pelo braço, afastando-nos daquela mulher.

— Céus, Ocean! Precisa controlar esses ciúmes.

•••

Vou dobrando as roupas e guardando-as dentro da mala. Ainda não consigo acreditar que estou indo para Paris, junto com Harry, junto com meu namorado maravilhoso. Tenho certeza que será outro momento que me fará extremamente feliz pelo resto da minha vida e também espero poder contar isso aos futuros filhos que quero ter, junto com Harry. Ter uma família com ele tem sido um sonho desde que percebi que ele é o homem certo para mim.

— Ah, Emerald? — chamo-o em um tom elevado, pois ele está em outro cômodo, especificamente na sala de estar, separando todos os documentos necessários para ficar tudo mais adiantado para amanhã.

Ouço ele gritar um “já estou indo” como resposta. Provavelmente deve estar terminando já.

Assim que puxo outra camiseta, vejo algo cair no chão. Jogo a peça de roupa na cama e depois me agacho, pegando o pequeno papel que caiu virado no chão. Depois de algumas dificuldades, pois estava difícil de pegar devido as unhas pequenas que tenho e pelo piso ser muito liso, finalmente a tenho em mãos. Não é um papel, é uma fotografia. Nela aparece somente eu, na viagem que fiz para Holanda junto com Emerald. Outro momento que fora único na minha vida. Atrás da foto, tem um poema que tenho muita certeza que foi Harry quem escrevera.

Meu Deus, que pessoa mais linda

Deste mundo egoísta e cheio de frieza

Eu estou me apaixonado

E é por você, pode ter certeza

Não contenho meu sorriso. Esse poema, apesar de ser curto, foi escrito com muito amor e sentimento. Eu sinto isso. Meus olhos começam a lacrimejar, e meu sorriso parece estar congelado, pois não consigo tirá-lo do meu rosto. Tapo minha boca com uma mão e fecho meus olhos, sentindo as lágrimas descerem descontraidamente.

Céus! Eu, com certeza, quero passar o resto da minha vida ao lado de Harry Edward Styles.