História Lembranças de um adolescente - O que o universo tinha preparado?

Flashback off(só para constar)

O barulho fora do seu quarto tornava-se cada vez mais alto a ponto dele não conseguir mais dormir. Era um saco ter que ir pra aulas que, em sua maioria, eram tão inúteis para ele, pensava. Mas não tinha escapatória. Havia decidido junto com seus pais qual futuro queria tomar. Era isso ou ser temporariamente esquecido em sua casa. Afinal, seus pais não tinha muito tempo para ele devido à questões de trabalho.

Após ter um curto pensamento sobre sua vida antiga, se levantou relutante para ir às aulas. Tomou um banho demorado, sem pensar em chegar atrasado ou não. Enquanto escovava seus dentes, se olhou no espelho. Que idiota. Seus olhos claros eram afundados sobre suas olheiras. Tinha herdado os cabelos castanho-claros de sua mãe. Seus músculos, apesar de tempos fora da prática de exercícios físicos, ainda tentavam se manter. E isso tudo o tornava só mais um idiota qualquer, pensava. Grande merda. Após mais um momento de análise entediante que já se tornava hábito, saiu do banheiro para se vestir.

Vestiu uma calça cinza e um simples suéter por cima de uma blusa clara. Ia se calçar quando ouviu uma batida fraca em sua porta.

Por um momento, se sentiu surpreso. Quem queria falar com ele àquela hora da manhã? Teriam confundindo a porta do dormitório? Isso nunca havia ocorrido, mas para tudo se tem uma primeira vez.

Com certa relutância, caminhou em direção a porta, seus pés tocando o piso ainda frio por causa da estação. Ao girar a maçaneta, se deparou. Com um menino. Sim, um simples menino. Desculpa, caro leitor, para nós um simples menino. Mas a partir daquele momento, não para Brad. Havia algo de estranho nele.

Cabelo castanho que nem os seus, mas os olhos tão castanhos quanto seus cabelos. Era um pouco mais alto que Brad, corpulento, como se também praticasse exercícios há algum tempo. Mas não era nada disso que impressionava Brad. Era seu ar de certa felicidade. Como se descobrisse pela primeira vez algo novo e gostasse disso. E, de certa forma, estava descobrindo algo novo. Estava descobrindo Brad, logo através daquela primeira comunicação. E Brad não era o único que observava alguém, nesse instante de curta entopercência.

O garoto estendeu a mão como um cumprimento, um certo relutante.

—Olá, sou Sharman. E se eu não tiver errado o número no mapa do campus, acho que eu sou seu novo colega de quarto."

Fudeu, pensou Brad. O que aquele garoto faria na sua vida?