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História Lembranças de uma outra vida - VMin - O dia que te conheci - parte 2


Escrita por: Riderlove

Notas do Autor


Olá meus amores!
Sentiram minha falta? Voltei ! Rs
Antes de mais nada peço pra darem play na música "Be your love - Bishop Briggs " (https://youtu.be/y1gSwq3t3C0) na última cena, lá embaixo quando chegar a noite.
Obrigada.
Nos vemos nas notas finais.

Capítulo 13 - O dia que te conheci - parte 2





P.O.V Jimmy 

A manhã era comum, assim como todas as outras, mas por ser comum, não quer dizer que seja menos bonita. Afinal; eu amo o amanhecer. É a minha parte preferida do dia.

O pôr do sol geralmente me traz a melancolia do findar de mais um dia, mas o amanhecer sempre me trás os mais belos dos sentimentos, naquela manhã, não era diferente.

Levantei- me por volta das quatro horas com a costumeira dor no pescoço por conta de sempre dormir na esteira de palha estendida no chão,  esfreguei- me enquanto dava passos lentos junto a um bocejo ruidoso, caminhando em direção ao poço do lado de fora da minha casa que era simples em paredes de estuque, mas onde eu vivia feliz e completamente em paz, mesmo que a vidas fosse difícil de se ganhar o pão diário vendendo as frutas e legumes da plantação que eu mesmo cultivava na pequena fazenda, herança de família, afastada da cidade. Eu sempre me sentiu grato por ter tudo o que tenho, ser saudável e viver feliz.

Ao chegar ao o poço,  começo a puxar a água para meu banho matinal, antes de organizar as frutas na carroça puxada por Tanie,  meu único animal de carga; um burrinho, até a cidade, onde venderia em minha barraca no mercado de frutas.

Após terminar todo o ritual costumeiro da manhã,  que consistia em tirar água do poço, acender a lenha para esquenta-la, fazer minha higiene, me alimentar e abastecer a carroça, finalmente eu começava a minha longa jornada de todos os dias.

Ali na estrada, na companhia apenas da brisa gelada porém agradável e em algumas vezes até do orvalho da madrugada; o solicitava sua subida lenta e timidamente ao céu, e mesmo que eu tivesse um destino a chegar, todas as vezes me permitia parar por uns instantes, sentar- me a beira da estrada e admirar aquele lindo espetáculo silencioso que se repetia todos os dias. 

Sabendo que a maioria das pessoas no mundo, estariam dormindo àquela altura, eu gostava de imaginar que o espetáculo de cada nova alvorada, se repetia em todo seu esplendor a cada novo dia apenas para mim. Então deixava tudo para depois, para observar admirado o nascer do sol que pintava o negro do céu gradativamente com seus raios púrpura e carmim,  me provocando o costumeiro e incansável suspiro seguido do mais aberto sorriso que fazem meus olhos se fecharem por um breve momento pela satisfação da dádiva de mais um amanhecer que despontava, por mais um dia que ganhava para viver; mais uma chance de ser grato por tudo.

Hoje ; não diferentes todos os dias, sentado ali, admiro o espetáculo que se repete apenas para mim, minhas frutas e Tanie, meu fiel companheiro. Mas; diferente dos outros dias, quando os primeiros raios de sol começam a despontar por trás das montanhas ao longe, meu peito foi tomado por uma sensação diferente. Alguma coisa muito tempo boa.  Algo me dizia que o dia seria especial a partir daquele gajo momento ali.

Sorri. 

Sorri confiante que apesar das dificuldades que enfrentava, o universo se alinhou para me fazer bem.

Aos poucos ou sol já ia subindo no céu clareando- o por completo, brilhando intenso, mostrando o manto azul que me cobria, fazendo com que os pássaros também saudassem o novo dia com seus cantos nas copas de algumas árvores enfileiradas a beira da estrada a perder de vista, onde se agitavam em comemoração por mais um dia nascido.

Retomo a caminhada então,pois ainda faltava uma boa distancia te chegar a cidade. Para poupar meu velho e já cansado burrinho, nunca subia na carroça para não sobrecarrega-lo, deixando que levasse apenas o peso da carga.

Com pensamentos positivos e contentes, sigo pela estrada. Cerca de duas horas depois, chego na entrada da cidade e por ainda ser cedo, encontra- se deserta e silenciosa.

Logo avisto a maior e mais exuberante construção do local; o solar que pertenceu a rainha Elisabete,  tão amada pelos seus súditos que permite que a plebe a chame de rainha Lisa. O luxuoso imóvel estivera desocupado durante muitos anos, mas a alguns meses corre boatos pela cidade de que um membro da família real estaria com estadia ali.

Eu que passo por este caminho todos os dias; notei mesmo a diferença na movimentação no solar, que antes era possível ver apenas um ou dois criados cuidando da manutenção básica do jardim, ou do casarão em si, porem agora;o número de criados esqui eu via transitando por ali era consideravelmente maior, e todos sempre visivelmente ocupados em suas tarefas,  tal como se realmente alguém importante estivesse ali.

Hoje, enquanto passo ali em frente, foco minha atenção no lugar na esperança de ver algo que confirme os boatos, mas tudo que vejo são os criados novamente.

Suspiro um tanto desapontado. Acho que nunca verei alguém de tão alta nobreza com meus próprios olhos, pois mesmo  que ali naquele solar viva um, se não o vi até agora, depois de passar tantas vezes em frente; não o verei mais… Sem contar que nunca irei ao castelo na capital, por não fazer parte do seleto grupo de nobres que tem esse privilégio, então minhas chances de conhecer ou sequer avistar um membro da família real eram zero.

Sigo meu curso até o mercado deixando aqueles pensamentos pra lá. Chegando ao meu destino,  começo a preparar minha barraca para mais um dia de vendas.

Aos poucos os compradores vão chegando conforme a hora vai avançando pela manhã. 

As vendas iam bem mal naquele dia. Muitas pessoas passavam, olhavam e apenas seguiam adiante.

Isto me preocupava.

Finalmente um casal parou e pude ouvir a voz da mulher dizendo ao seu companheiro:

___ Vamos levar os tomates desta barraca querido. Olha como estão bonitos e viçosos. 

Me apresso a sorrir gentilmente àqueles que seriam meus primeiros clientes do dia.

___ Bom dia senhora! Fique a vontade para escolher os tomates que quiser.

___ Obrigada senhor.

Ela agradece com sorriso gentil e logo começa a escolher os tomates que queria, enquanto seu marido apenas observava.

Aguardando em pé atrás da barraca, tenho a visão da entrada do beco e me surpreendo ao ver uma exuberante carruagem parar ali. Com o chamativo estandarte que exibia em seu veludo azul escuro o bordado em ouro da cara de um leão rugindo, símbolo que qualquer um naquele país reconheceria logo de cara, parou os quatro cavalos que a puxavam deixando descer dali dois homens.

O símbolo, o luxo e o poder representados naquele estandarte,  se referia a apenas uma casa do nosso reino; a do rei.

Sem duvida nenhuma, aquela carruagem pertencia a família real. Mas quem eram os dois homens que dali saíram?

Aturdido com o que via, me dividi entre observar em expectativa a tão bela carruagem que tão logo fora despachada, deu meia volta já se afastando, e dar atenção à cliente que perguntava algo sobre meus produtos; não podia exclamar minha surpresa, afinal se o fizesse meus clientes seriam tomados pela curiosidade de ir ver quem eram os nobres chegando ao mercado e abandonariam a compra e eu perderia a única venda do dia até então.  Não podia deixar que isso acontecesse.

Opto por direcionar minha atenção e simpatia à cliente sabendo que se fosse alguém importante, eu saberia depois através dos boatos que correm soltos pelo mercado, apesar da minha enorme vontade de ver um monarca ou alguém importante da corte nem que fosse de longe; meu ganha pão tinha que ser prioridade.

Quando estou finalizando a venda então, vejo-o. O homem mais belo que meus olhos já viram, caminhava em seu inhame direção.

Com os raios de sol iluminando seus olhos que se estreitavam num movimento instintivo para se proteger, mechas onduladas que lhe caíam na testa balnçando ao movimento de suas passadas lentas, boca naturalmente rosadas e expressão indecifrável,  ele se aproximou da minha barraca me fitando profundamente. Sua aura tão poderosa era intimidadora e mudou a atmosfera ao nosso redor instantaneamente sem que sequer proferisse uma palavra.

Sou acometido por um estranho nervosismo ao ser fitado daquela maneira.

Parece que meu desejo de conhecer um monarca não era tão impossível assim de se realizar, já que a julgar por sua postura e roupas de tecidos e cortes tão finos; ele claramente é o tal membro da família real que veio ocupar o solar da rainha Lisa.

Minhas mãos estão trêmulas,  não sei como agir; afinação posso cometer gafe alguma diante de alguém tão importante.

"Mas o que é isto? Por que ele está parado a minha frente mas não diz uma palavra sequer?"

Resolvo então, eu mesmo começar os cumprimentos tentando não deixar a voz falhar , nem transparecer o nervosismo.

___ Bom dia, milorde! Em que posso servi-lo?

Mas não recebo resposta. Ele continua me encarando, sua presença por si só já me intimida, seu silencio só piora as coisas, mas estranhamente há algo em seu olhar que me causa um frio na barriga.

. . .

Mais tarde


Depois de tudo aquilo que ocorreu no mercado mais cedo com o monarca, toda aquela tensão sexual na troca de olhares e do modo como ele deixou claro seu interesse por mim de um modo que comprometeu minhas estruturas; estou aqui, em frente ao solar onde nunca nem sonhei que entraria alguma vez, pronto a entregar a compra que ele fez questão de que eu entregasse pessoalmente.

O nervosismo toma conta de mim, fazendo suar minhas mãos e secar a boca.

___ Não seja tolo, Jimmy! Com certeza não será ele a vir te receber.

Digo a mim mesmo numa tentativa de me acalmar, mas não funciona.

A medida em que adentro ao jardim depois de receber permissão dos vigias que montavam guarda na entrada, meus olhos se enchem com tamanha beleza lo local que agora posso admirar de perto, fazendo com que meu coração pulse acelerado. Era isso, ou a expectativa de encontrar aquele belo homem pela segunda vez no mesmo dia.

Entro pela porta de serviço para descarregar as frutas e legumes, guiado por uma jovem criada.

Na despensa, tento me concentrar apenas no trabalho, fazendo um enorme esforço pra ignorar meu pulso acelerado em expectativa.

" expectativa de que?"

Me pergunto mentalmente franzindo o cenho num estranhamento a todas as sensações de ansiedade que me cometeram desde o momento em que o monarca fora embora do mercado dizendo que me esperaria em seu solar o quanto antes com o carregamento todo da minha barraca.

___ Me avisaram de que você havia chegado então vim te receber, mas vejo que já está familiarizado com o ambiente.

Meu corpo pula num sobressalto quando uma voz masculina quebra o silencio na dispensa onde ate então eu estava sozinho organizando os suprimentos que trouxe; então imediatamente me viro para o recém- chegado.

Era o homem que acompanhara o monarca naquela manhã. 

___ Me desculpe por assusta- lo! Não foi minha intenção.

___ Oh, tudo bem! Não se preocupe com isso! Eu me recupero rápido.

Digo com humor e nos dois rimos.

___ A propósito sou Alex, sou o valete de vossa majestade. 

Estende a mão para mim, aperto .

___ Eu sou…

___ Jimmy!  Ainda me lembro!

___ Ah sim.

Tento me concentrar na conversa com ele, mas em meus pensamentos me questionava do por que não podia ser o monarca a me receber.

" Ora, mas o que estou pensando? Eu realmente acreditei que ele viria me receber pessoalmente?  Logo eu? Um simples feirante?"

Me repreendo mentalmente pela expectativa absurda.

___ Vossa majestade me pediu que o levasse até ele.

Alex anuncia de repente e meus olhos se arregalam em genuína surpresa.

___ E-eu?

Gaguejo apontando para mim mesmo.

___ Sim! Quem mais seria?

Ele pergunta simplista como se não entendesse o motivo do meu espanto.

Raspo a garganta nervosamente, limpo as mãos na camisa.

" OK! Chegou a hora! Não diga nenhuma besteira e aja com naturalidade. "

Digo a mim mesmo para me acalmar.

___ Tudo bem. Eu v-vou.

___ Deixe tudo isso aí.  Alguma criada organizará logo, logo.

Ele vira as costas e eu me apresso a segui- lo.

___ Acho que não estou vestido adequadamente para entrar na presença de um monarca.

Digo nervosamente, meus olhos apavorados buscam a aprovação daquele que agora me observa  de cima a baixo rapidamente antes de responder.

___ Isso não será problema!

___ Como não? 

___ Porque o príncipe Vantê já o viu assim, não será surpresa para ele. Ou você já se esqueceu de hoje mais cedo?

Seu olhar interroga na verdade se eu já havia me esquecido de que o monarca faltou pouco a me beijar mais cedo, de tão explícito que foi ao demonstrar interesse. Um brilho divertido passa por ali ao lembrar do quão sem graça ficara ao presenciar a interação um tanto incomum entre o príncipe e eu.

Sem graça baixo os olhos por um momento até que depois de caminhar pelo longo corredor, paramos em frente a uma enorme e pesada porta de madeira.

___ Sua majestade o príncipe Vantê o espera em sua sala de leitura.

Ele anuncia formal se posicionando ao lado para me dar passagem através dos dois guardas que mais se pareciam com estátuas de tão imóveis que estavam ali.

Ao entrar, não consigo evitar um som de surpresa que sai da minha boca pela dimensão e grande beleza daquele lugar.

___ Ual! __ Exclamo ainda olhando redor.___ É maior que minha casa inteira.

E realmente era.

O chão coberto por um tapete luxuoso, as enormes janelas adornadas com pesadas cortinas de cor azul escuro e detalhes dourados, as enormes estantes que alcançavam o teto repletos de livros e a grande mesa bem entalhada no centro da sala; tudo aquilo era surpreendente surreal à mim.

Distraído com tudo que via, como uma criança ao ganhar um novo brinquedo, não vi que já não estava sozinho na enorme sala.

___ Fico feliz que gosta! Este é um dos meus lugares favoritos nesta casa também! 

Fui surpreendido com mais um susto ao ouvir a voz grossa daquele que vinha detrás de uma das estantes com um livro na mão.

___ Meu Jesus, que susto!

Ele pagipatino livro, mas para e me dirige as orbes negras e profundas que parecem me magnetizar. Ri com minha reação e abandona o livro em cima da grande mesa para em seguida se aproximar de mim.

Seus passos ecoam na grande sala e fazendo meu coração errar as batidas a cada centímetro que se aproxima.

___ Tão distraído! TscTsc Tsc…

Estala a língua penteando a cabeça. Seu tom é grave, suas orbes me analisam agora de bem perto.

Aquele homem tinha uma áurea tão poderosa que era capaz de me intimidar e ao mesmo tempo me atrair, como uma presa é atraída à sua armadilha mortal.

Sustento o olhar no dele so por não conseguir desviá- lo. Mesmo que tentasse, eu já estava preso na força do magnetismo totalmente irresistível que havia aproxima os olhos do homem lindo que me olhava como se me olhasse dentro da alma.

___ N-não distraído... Apenas admirado com a beleza do ambiente milorde. O solar realmente é maravilhoso! 

Digo engolindo em seco pela proximidade que era menos de um passo de distância. 

___ Jimmy,  já pedi pra não me chamar assim!

Adverte aproximando seu rosto do meu em tom firme, porem sua voz grave era gentil.

" E que voz grave… Meu Deus, a voz desse homem vibra nos pontos mais sensíveis que existem em mim!"

Meus olhos ameaçam a fechar por não conseguir sustentar por nem mais um segundo aquele tão sexualmente tenso contato, então eu os abaixo.

___ M- me desculpe senhor.

Balbuciou desconcertado. Te- lo tão perto não me permitia raciocinar direito, e o doce cheiro que exalava dele não ajudava nem um pouco.

___ Xiiiiiiu . . . ___ Levanta meu rosto com o indicador no meu queixo, chiando os lábios. ___ Achei que já  tinha deixado claro que gostaria de ser chamado por meu nome. Você já esqueceu do meu nome, Jimmy? 

O calor do seu único dedo em minha pele parece começar um incêndio em todo meu corpo e eu apenas consigo balançar a cabeça numa resposta negativa, voltando a olhar pra ele.

___Isso é bom… Chame pelo meu nome, Jimmy! 

Pede em tom ainda mais baixo, quase sussurrado intercalando o olhar entre meus olhos e meus lábios que tão perto dos dele já se entreabrem sedentos por algo que nem sei bem o que é… Como eu disse antes,não conseguia pensar direito.

___ Mas sou um simples fazendeiro, vendedor de frutas e o sen… Digo, você bum monarca; um príncipe!  Como me atreveria a chamá- lo apenas pelo nome?

___ Pra você eu quero ser apenas Vantê,  assim como para mim você será apenas o Jimmy.  Se você concordar, é claro! Os títulos de nada importam pra mim. Nunca importaram, na verdade! Afinal eles so servem para afastar as pessoas,  e você é uma pessoa que eu quero me aproximar. Podemos ser amigos. Não podemos? Ou quem sabe… Algo a mais.

___ O senhor quer ser meu amigo? 

Eu não conseguia entender bem o porquê. Não entendia como tudo aquilo estava acontecendo, nem na velocidade com que acontecia. O motivo de ter sido chamado ali, o porquê dele querer ser meu amigo assim tão de repente e entendia menos ainda o porquê dele estar tão perto de mim assim. . . E secretamente me perguntava também o porquê eu não queria que ele se afastasse.

___ Você, Jimmy.  Me chame de você. 

Pontua e se afasta tirando seu dedo que pousava no meu queixo, virando - se de costas pra mim, se dirigindo ao aparador de bebidas no canto da sala.

Meu primeiro impulso é puxá-lo de volta, mas apenas fecho os olhos respirando fundo tentando recobrar minha sanidade mental.

Parecendo não estar nem um pouco afetado com os minutos em que ficamos tão próximos ele pergunta em tom leve e despreocupado, diria ate que estava se divertindo com a tensão gerada.

___ Posso te oferecer um licor? É um dos preferidos la no palácio. 

Sem esperar resposta já serve dois cálices, os trazendo na mão.   

Eu realmente ainda estava confuso, mas aceito o cálice para acompanha- lo.

Experimento o liquido de cor vermelho escuro de sabor forte delicioso.

___ Eu… Não entendo o que estou fazendo aqui sen … Vantê 

Digo sincero.

Ele sorri doce ao perceber que me corrigi o chamando pelo nome, como pediu.

Ah o seu sorriso!...

Era o mais belo dos sorrisos que eu já tive o prazer de ver, seu sorriso pela primeira vez mostrado a mim totalmente aberto, tinha uma forma quadrado e era extremamente branco e cativante, tão atraente a ponto de me causar medo de me perder ali e nunca mais me encontrar.

Ele bebe do seu cálice lentamente sem deixar de me fitar e diz em seguida.

___ Receber o pagamento.

___ O-o que?

Sou tirado dos devaneios que seu sorriso me colocara, forçando - me a tentar lembrar sobre o que falávamos antes disso.

___ Você disse que não entendia o que estava fazendo aqui… Te chamei para que pudesse receber seu pagamento!

Responde simplista.

___ Oh!

___ Espero que tenha tempo de almoçar comigo antes de ir embora. Eu odeio comer sozinho!

Diz girando seu cálice já vazio entre os dedos cumpridos lentamente. Seus lábios humidecidos pelo liquido de sabor marcante; com certeza um raro e caro licor de amora, se contraem depois da última frase e noto em seu olhar um rápido traço do que parecia tristeza.

Quando faço menção de perguntar- lhe algo a respeito, imediatamente ele muda a expressão para aquele modo sedutor de antes e reveza o olhar de seu cálice aos meu rosto. Eu não sei explicar, mas aquilo era extremamente sexy e eu poderia apenas observá- lo pelo resto da minha vida sem me cansar.

Por falta de resposta, ele então abandona seu cálice na mesa e vem pra perto de mim.

Sua mão toca meu rosto numa carícia que vai pela bochecha ate o pescoço e minhas pernas parecem perder as forças. 

Vantê me olha como um predador, totalmente intimidadoras, mas inteiramente atraente. Rodeia minha cintura com sua outra mão colando nossos corpos e eu prendo o ar com o nervosismo. 

Sou muito bem resolvido em minhas preferências. Sim, eu gosto de homens; mas ter o monarca que conheci a poucas horas atrás, disposto a me ter de qualquer jeito, vai além de qualquer sonho por mais maluco que fosse. E apesar de gostar muito, fico totalmente sem atitude e completamente intimidado.

Mas ainda assim, gostando. . .

___ Parece que meu licor não agradou.

Ele finalmente desvia o olhar do meu para o cálice em minha mão.

___ Oh, não e isto! Eu apenas não estou habituado a…

___ A ser cantado por um homem?

Riu sarcástico,  um tanto afetado, se afastando de mim novamente para se recostar na grande mesa de estudos atrás de si e todas as células do meu corpo parecem gritar pedindo a aproximação de volta.

___ N- não,  eu…___ " Droga, Jimmy! Diga alguma coisa inteligente. Não seja idiota assim, afinal um príncipe acaba de te convidar para almoçar." ___ E- eu preciso ir.

A covardia simplesmente toma controle da situação e eu apenas saio daquela sala com o rosto queimando, apressando os passos no caminho por onde vim.

Eu não sabia como agir naquela situação, então fugi.


A noite


Eu já tinha tomado banho, estava deitado em minha esteira desconfortável de sempre, mas não conseguia pegar no sono.

Pensamentos sobre tudo que tinha se passado naquele dia fervilhavam em minha cabeça.

A voz de Vantê ecoa em minhas lembranças quando pede para sermos amigos, seu olhar triste quando disse que odiava comer sozinho, e por último me lembro dele me puxando pela cintura e do contato dos nossos corpos. Muitas informações numa única conversa. Pude perceber que ele é um homem extremamente poderoso, incontestavelmente sedutor, mas visivelmente solitário. 

Algo apertou meu peito depois desse último pensamento e uma enorme vontade de voltar a ve- lo cresce em frente mim.

Em meu estômago mil borboletas debatiam suas asas, mas eu estava disposto a me convencer de que nada tinha a ver com o fato de ter sido seduzido por ele em apenas um único dia.

____ É apenas empolgação! Apenas excitação por ele ser alguém importante que inexplicavelmente notou minha mísera existência. 

Ainda tentava me convencer em voz alta quando ouvi barulho de cavalos se aproximando; algo que não era comum por aquelas redondezas,  afinal a minha fazenda era bem afastada de tudo.

Me levanto rápido, com cenho franzido de preocupação,  pego uma vela que ainda estava acesa e vou logo até a porta. 

Ao abri-la o pulsar em meu coração aumenta o ritimo em cem vezes mais ao ver quem descia da pomposa carruagem parada ali em frente.

Envolto em uma pesada capa vermelha encapuzado para se proteger da noite fria, ajudado ao descer pelo mesmo valete de sempre.

Era ele; Vantê estava ali à minha frente.


Notas Finais


Obrigada por todo amor que tenho recebido em forma de comentários e favoritos.
Interajam na hashtag # FioVermelhoSangue no Twitter. Me sigam aqui e la para spoilers.
Falando em spoilers, gostaram do dessa semana?
Conforme as interações na tag forem aumentando eu vou dando mais spoilers.
Favoritem e comentem pra fazer eu saber se estou agradando .
Bjs e ate o próximo.
Amo vcs❤


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