Jimin está dentro da úmida caverna absorto na riqueza de detalhes dos objetos à sua frente, ele agora analisa e ajuda a catalogar jóias encontradas dentro de uma bolsa de couro ; jóias estas que não tinham tanto valor assim como outras peças encontradas ali, sua riqueza no entanto era histórica.
A teoria que ele e alguns membros da equipe tinham levantado era que talvez aqueles objetos pertencessem a alguém da corte do reino; alguém rico o bastante para ter joias e bronze e aço, mas nem tanto , pois não havia nada de ouro ou prata na bolsa em questão. Mas até então era apenas uma teoria , precisaria ser estudada e patenteada por toda a equipe, mas nem todos os membros da equipe estavam presentes e não dava pra firmar a teoria naquele momento.
Chegou aos ouvidos de Jimin que um membro da equipe havia passado mal, deixando-a desfalcada, então a ajuda dele naquele fim de tarde veio bem a calhar , principalmente pelas suas habilidades com a fotografia, função esta, do membro adoentado em questão.
Na bolsa encontrada haviam dez peças, entre elas, pulseiras, relógio de bolso,correntinhas e um medalhão.
No momento que os olhos de Jimin pousaram no tal medalhão de bronze em meio a todos os outros objetos, suas pupilas dilataram e suas mãos foram atraídas a tocar o objeto quase que imediatamente.
Uma estranha euforia apoderou-se do rapaz que se atentava a cada detalhe daquela peça. Por um longo momento era como se nada nem ninguém existisse ao seu redor; seus ouvidos sequer captavam os ruídos da equipe que trabalhava ali, sua atenção estava voltada apenas para o medalhão que reluzia atraente aos seus olhos.
Ao segurar a peça, Jimin podia sentir suas mãos tremerem suando frio; ele passou o indicador pelos elos da corrente do medalhão de bronze que tinha sua frente lisa; detalhe que intrigou Jimin até que ele o virou e viu que no verso havia alguma coisa gravado em letras pequenas mas muito bem entalhada.
" From: V
To: J "
_____ From :V . . . ___ Jimin balbucia lendo e seu coração acelera.
Com cenho franzido ele repete o que estava gravado no verso do medalhão várias e várias vezes. Algo naquele objeto lhe soava familiar, muito familiar na verdade; quase como se pertencesse a ele . Então num movimento instintivo, Jimin guarda o medalhão no bolso sem nem entender o por quê o fez.
_____ Pessoal está anoitecendo! Nosso trabalho por hoje está terminado. ___ Era a voz de Samwise, o técnico de segurança da escavação. O simpático ruivo de meia idade, baixinho , gordo e barbudo; tirou Jimin de seus pensamentos. ____ Vamos equipe! Já está muito escuro, não é seguro ficar por aqui!
Jimin sai da caverna junto com todos os outros , sabia que ninguém mais levava nenhum daqueles objetos consigo. No fundo , ele sabia que não era certo fazê- lo, porém não conseguia se sentir culpado, aquilo não era um roubo, ele pretendia devolvê -lo no dia seguinte mas não sentia culpa por levá- lo consigo; estranhamente tinha a forte sensação de pertencer àquele medalhão e só precisava passar um pouco mais de tempo com ele; inexplicavelmente precisava de mais tempo com aquele objeto.
. . .
Taehyung está deitado em sua cama encarando o teto do seu quarto silencioso na penumbra do cair da noite. Seus pensamentos se concentravam no motivo de ter se sentido tão mal durante o trabalho e depois de cogitar muitas hipóteses e descarta-las em seguida, ele se lembra de que pouco antes de entrar na caverna, se sentia bem e em plena forma; logo, aceitou que havia sido acometido por um simples mal estar súbito.
____ Realmente deve ter sido pelo abafamento.
Conclui em voz alta.
Logo um flashback do momento em que se sentiu mal passa em sua cabeça. Ele lembra de ter se sentido sufocado de repente, como se algo lhe apertasse a garganta tão forte a ponto de cortar o ar; Taehyung nunca havia se sentido assim antes, nunca experimentara sensação tão angustiante na vida; a sensação foi de morte a ponto de levá- lo ao desmaio.
Até mesmo agora, ali em seu quarto; só a lembrança daquela sensação o apertava o peito em angústia. Uma lágrima solitária escorre no canto do seu olho sem que ele conseguisse compreender o que estava acontecendo e o por quê da lembrança de ter passado mal ainda mexia tanto com ele a ponto de abalar seu emocional.
Ele suspira fundo tentando afastar aquele sentimento ruim, seus pensamentos pesados são interrompidos por um barulho vindo do quarto ao lado causando- lhe estranhamento, pois durante todo o dia só houve silêncio ali e Taehyung podia jurar que o quarto em questão estava desocupado.
Ouviu a porta do quarto vizinho sendo aberta por chave, sendo fechada novamente em seguida, depois passos e ao que parecia, uma cadeira sendo arrastada.
Ele se levanta de sua cama, gruda o ouvido na parede espalmando suas mãos ali, tentando ate mesmo controlar o ritmo da sua respiração para conseguir ouvir mais alguma coisa, mas agora o silêncio reinava.
____ Mas o que eu estou fazendo???
Ele estranha sua própria atitude. Não se reconhecia naquele momento e não entendia o motivo de ter feito isto.
Algo apenas o impulsionou a fazer.
Ele volta a se deitar na cama colocando uma das mãos na testa.
____ Será que estou com febre e tendo delírios?
Aos seus olhos, seria a única explicação pra estar bisbilhotando os movimentos do seu vizinho ou vizinha que ele nem fazia ideia de quem era; aquela hora da noite, afinal ele nunca agira assim na vida.
. . .
Alguns minutos antes
Jimin entra em seu quarto trancando a porta atrás de si, puxa a cadeira para perto da pequena mesa rústica no centro do seu aposento, senta- se e logo tira o objeto do bolso com urgência de por seus olhos nele mais uma vez. O medalhão, aquele medalhão que tanto lhe chamou a atenção.
___ " V". . . " From: V To: J"
Repete em voz alta o que diz o entalhe no verso do grosso medalhão.
Seus olhos simplesmente não podiam deixar de olhar para aquele objeto, suas mãos tinham necessidade de manuseá-lo como se houvesse algo magnético nele.
Depois de tanto olhar, Jimin nota um pequeno, quase imperceptível detalhe que passara despercebido até então. O medalhão tinha um minúsculo botão na lateral, tão pequeno que Jimin teve que pegar um alfinete para pressioná-lo e conseguir abrir revelando assim um pequeno retrato tão antigo quanto seu receptáculo, a imagem do rosto de um belo jovem estava pintada ali por alguém mestre em desenhar rostos, pois os traços retratados eram perfeitamente fiéis ao que provavelmente foi um dia.
No momento que viu o retrato no interior do medalhão, Jimin sente seu peito ser bombeado pelas batidas descompassadas do seu coração. Suas mãos suavam frio, sua respiração um tanto presa na garganta e sua mente uma confusão... Aqueles olhos, aqueles lábios, os cabelos negros perfeitamente ondulados… Tudo no rosto do retrato lhe parecia imensamente familiar. Por um segundo ele sente em seus dedos a sensação de tocar aqueles fios negros tão sedosos, um flash da imagem de um sorriso quadrado passa em sua memória numa fração de segundo.
____ Que porra é essa???
Ele dá um salto da cadeira jogando o medalhão em cima da mesa.
Assustado e um tanto ofegante afasta para trás a franja que lhe caía na testa.
____ Mas que porra foi essa???
Pergunta novamente em voz alta ainda segurando os cabelos loiros no topo da cabeça encarando o retrato misterioso que ele jogou em cima da mesa. Estava confuso e com medo da visão que tivera.
Estaria Jimin ficando louco?
Continua...
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