Se a questionassem sobre o tempo em que ela estava ali, olhando aquele mural, ela simplesmente não saberia responder. Parecia que muito tempo havia se passado, mas ao mesmo tempo parecia que aquelas letras estavam a prendendo e a hipnotizando para que ela permanecesse ali. Desde a hora que ela havia chegado na casa, havia se dedicado a explorar cada canto da casa que há anos ela não visitava, e justo no quarto em que não deveria entrar, encontrou algo que lhe chamou a atenção.
O texto não era muito longo, mas era o suficiente para que um choque de realidade a atingisse em cheio. A banda que Castiel, e até mais alguns alunos faziam parte, havia ganhado um concurso local de música. Seria lindo ela estar ali pessoalmente ao invés de apenas olhar aquele mísero certificado e aquelas fotos que apesar de coloridas pareciam tão cinzas. Queria abraçar aquele jovem resmungão e de cabelos, agora rubros, que tanto já havia lhe dado dor de cabeça.
Sentia saudades.
Saudades daquele que havia prometido esquecê-la, e assim o fez.
Enquanto passava seus dedos pelas fotos reprimindo suas lágrimas, se permitiu pensar um pouco no passado. Passado este onde o Castiel que ela aprendeu a ver não estava tão distante de si, não estava tão frio quanto seus sentimentos pelas pessoas.
Por mais que nunca admitisse, Nicolette e Castiel se davam bem. Não chegavam a se considerar amigos por puro orgulho. Ele a dizia detestar até o primeiro a último fio de cabelo. Nicolette não era diferente, mas ao contrário dele, ela se permitia acreditar mais em que um dia iriam ser grandes amigos.
E foram, até Nicolette começar a ser como os pais dele, a viver mais no mundo exterior que no mundo dele.
Ele sofreu, ela também, quando fora dada a setença de que aquela seria a nova vida de Nicolette, viver pelo mundo, porém, tanto ele nunca aceitou a ideia. Em sua mente ela era aquela era a que lhe traiu mais que Debrah. Ah, sim. Nicolette ouviu falar da garota que havia traído seu precioso melhor amigo de infância e não se orgulhava das palavras que pensou quando descobriu, por palavras de terceiros, o que aquela jovem havia feito a ele. Será que ele ainda estava machucado? A dúvida a matava cada vez mais a cada minuto, mas e quando ele voltasse da escola e a visse ali, será que ele agiria como uma pessoa fria desde a última vez?
Eram muitas perguntas para o que ela poderia aguentar, e para se distrair do tédio voltou a olhar as fotos grudadas no mural do quarto de Castiel. Bem, ali sim ela estava correndo risco de vida, mas não era como se ele fosse chegar e pegá-la no flagra. Ou se pegasse tanto faz, ela só queria ver aqueles olhos cinzentos e ouvir aquele timbre de voz apenas mais uma vez, para quem sabe, assim finalmente acalmar seu peito em chamas.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.