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História Lena Boorman e o Desaparecimento dos Sangue-Puros - A Confissão de Laura Nott


Escrita por: Cob_Jacob

Notas do Autor


Saudações bruxos e bruxas!

Mais um capítulo pra vocês, sei que demorei mas minha vida tá uma correria (Ensino Médio é difícil).
Espero REALMENTE que gostem, escrevi com muito carinho!!!



Spoiler: Hoje teremos uma nova personagem <3 <3

Aproveitem <3 <3 <3 <3 <3

Capítulo 32 - A Confissão de Laura Nott


Fanfic / Fanfiction Lena Boorman e o Desaparecimento dos Sangue-Puros - A Confissão de Laura Nott

Hogwarts amanhecera estranhamente chuvosa naquela quarta-feira de Janeiro, e, embora parecesse que o volume de três rios estivesse sendo despejado do céu, curiosamente o dia estava extremamente ensolarado.

- Que tempo louco! - Rose exclamou, observando o céu por uma das janelas da biblioteca.

Rose não esperava uma resposta, mas o fato de nenhuma, das três pessoas que estavam na mesa, não demonstrarem qualquer reação deixou-a profundamente aborrecida.

- Vocês estão me ouvindo? - ela perguntou colérica.

Para infelicidade de Rose, seu apelo fora ignorado novamente.

Mas não por todos.

  - Shiiiii! - Sibilou Madame Pince, mexendo energicamente o dedo indicador sobre os lábios ( que, a essa altura da vida da pobre senhora, mais pareciam dois repolhos murchos). 


Rose murmurou um pedido de desculpas à bibliotecária e tornou a sentar-se em seu assento, cruzando os braços e fazendo bico. A sua frente, Lena levantou a cabeça, que antes estava afundada em um grande livro velho, e mirou a garota com compaixão.

- Desculpe, Rô, nós estamos muito concentrados - Lena disse, ajeitando os cabelos em um coque improvisado.

Rose revirou tanto os olhos que Lena teve  certeza de que ela havia enxergado o próprio cérebro.

- Pelos céus, Lena, as únicas pessoas desta sala que estão realmente concentradas são você e aquela mosca que está tentando sair pela janela desde que chegamos! Fala sério, ela deve ser cega! Vocês duas, na verdade.

Apesar de estar sussurando, Rose mantera o mesmo tom irritado de mais cedo. Lena curvou as sobrancelhas e virou -se para o lado enquanto dizia:

- Meninos, digam a Rose que nós precisamos nos concen...

O queixo de Lena caiu e por um momento ela sentiu que seria capaz de matar uma pessoa. 

Ou, nesse caso, duas.

Dormindo o mais preguiçosamente quanto se é possível dormir, estavam Albus e Scorpius. Ambos descansando as cabeças cada qual em um grande livro - que por sinal, Lena teve que ponderar, pareciam extremamente confortáveis - . Albus, como de costume, estava com os cabelos bagunçados e ,de cinco em cinco segundos, emitia um ronco quase inaudível - algo muito raro considerando o histórico da família Weasley - . Scorpius, por sua vez, estendera um livro descomunalmente grande a sua frente, de modo que, Lena apenas descobriu que também estava dormindo, quando afastou o livro e se deparou com o loiro praticamente desmaiado, com um fio de baba escorrendo pelo canto da boca.

Um vulcão entrando em erupção após anos de inatividade. Não havia descrição melhor do que esta para o rosto de Lena no momento. Ela franziu os lábios, como sempre fazia quando estava nervosa, e, impiedosamente, puxou com a maior força que tinha os cabelos que estavam a sua frente, um loiro,outro escuro. Um em cada mão.

As reações que se seguiram à essa cena foram deveras engraçadas. Scorpius e Albus despertaram rapidamente do sono com a dor que se espalhava por ambos coros cabeludos, e, assim que escacancaram  as bocas para gritar, Rose agilmente tampou-as com as mãos.
 

Assim que compreenderam o que se passava os garotos olharam suplicantemente para Lena, que continuou a puxar os cabelos por alguns segundos antes de solta-los, com um empurrão de brinde.

 - Eu não acredito que vocês dormiram denovo! – Lena protestou – Não é possível que os garotos não prestem pra nada.

 Lena esfregava compulsivamente a mão no próprio rosto na tentativa de convencer-se de que aquilo não passava de um delírio.

 - Foi mal, Lena, mas esses livros são chatos pra caramba – Scorpius disse, massageando a cabeça – e..uahhh! – ele bocejou – nós fomos dormir meio tarde ontem.

 - Pode crer...uahhhhhh! – Albus concordou, também bocejando – E bota chato nisso.

 Rose observava a cena com o rosto apoiado sobre o queixo, ela conhecia bem o primo e tinha total certeza de que mesmo se Albus tivesse hibernado – e ele passava bem perto disso em algumas ocasiões – por três meses, ele ainda assim dormiria lendo um livro como aquele.

 Lena suspirou.

 - Me perdoem, garotos, não sei o que deu em mim. Eu só estou agoniada com toda essa história de sequestros e os exames bimestrais estão chegando, não sei se vou conseguir fa...

 - Calma, Lena – Albus cortou-a ( e sim, ele disse Lena) – Nós prometemos que ajudaríamos a desvendar esse mistério de desaparecimentos e vamos cumprir nossa palavra. E quanto aos exames...bem, meu tio foi aprovado em todos os anos praticamente só colando da tia Mione,  então não é tão impossível.

 

 Lena e Rose resolveram confiar seu segredo investigativo nos garotos agora que eles faziam oficialmente parte do time, e nem é preciso dizer que os dois adoraram a ideia de desmascarar um maníaco sequestrador de pessoas. Elas contaram tudo, desde a conversa que ouviram meses atrás do Trio de Ouro com a diretora, até a última reunião na sala dos professores.

 Como um bom sonserino – e ainda melhor Weasley – Albus já tinha seus palpites. O garoto tinha forte suspeitas de que o sequestrador era Filch.

- Por isso ele não morre! – Albus disse na ocasião – Ele deve ser alguma espécie vingador e agora vai se vingar de sangue-puros porque nunca foi um! Faz todo sentido.

Para contentamento geral – e de Filch – a teoria de Albus não foi tão bem recebida pelos outros.

Já Scorpius acreditava que Le Fantôme não era uma pessoa e sim uma criatura que se alimentava de sangue-puros.

Felizmente, depois ele percebeu que isso não fazia sentido algum.

Agora, quase um mês depois do desafio, os quatro se reuniam várias vezes na semana na biblioteca da escola para procurarem informações que pudessem ser úteis nas investigações.

Mas, como já deve ter sido percebido, não estava dando muito certo.

 

- Papai não terminou Hogwarts se você quer saber – Rose disse, contrariando o primo.

- Mas foi porque ele é preguiçoso – Albus justificou.

- Eiiii – ela se ofendeu – Tio Harry também não terminou a escola! – disse, apontando o dedo no peito do primo.

- Claro, ele sempre vai na onda do tio Rony!

- ...É, isso eu não posso negar.

- Viu?

- O que?

- Como eu sempre tenho razão?

- Albus, você me estressa.

Rose pegou um livro qualquer e passou a lê-lo atentamente, sem vontade de discutir mais com o primo.

- Quer dizer que o Harry Potter nem formado é? – perguntou Scorpius a Albus.

- Ele salvou o mundo! Eu acho que isso conta – Albus disse, defendendo o pai.

- Sei...e ele coloca isso no currículo?

Albus pegou um tinteiro para tacar na cabeça de Malfoy, que rapidamente se defendeu com o grande livro que tinha a sua frente.

- Shiiiii! – Sibilou Madame Pince, fazendo Albus parar a meio caminho de subir na mesa a fim de alcançar Scorpius, que correra.

Albus resmungou alguma coisa antes de sentar-se novamente. Scorpius também voltou ao seu lugar com um sorriso maroto no rosto.

- Por que os garotos são tão imaturos? – perguntou Lena a Rose.

- Essa talvez seja a pergunta mais antiga da humanidade – Rose disse, e as duas riram depois.

- Do que estávamos mesmo falando? – Scorpius disse

- Nem lembro mais, acho que tinha alguma coisa a ver com...provas?

-Estávamos falando dos desaparecimentos – disse Lena, que estava convencida de que aquela conversa já tinha dado voltas demais – e dos exames que começam essa semana.

- Acharam algo? – Perguntou Rose

- Fica difícil quando nem sabemos o que procurar – Albus disse, estalando os dedos da mão.

Todos concordaram com a cabeça.

- Mas eu tive uma ideia enquanto dormi...eh...absorvia as informações que já tinha lido! – Scorpius animou-se.

- E qual seria? – Perguntou Lena.

Todos se aprumaram na cadeira, exceto Rose que sempre sentava aprumada, e prestaram atenção em Scorpius. Ele pareceu gostar da atenção porque ajeitou os cabelos – que depois de um puxão, uma corrida, e uma tentativa de atentado já estavam completamente desgrenhados – e ajustou a gravata frouxa no colarinho.

- E se nós investigássemos as gêmeas Nott? – ele disse, sussurrando, embora ninguém estivesse por perto – A própria Mcgonagall disse que elas foram as últimas a virem Heloísa Bulstrode, aposto minha coleção de sapos de chocolate que elas sabem de algo.

- uhhh! Aquela figurinha rara do Gilderoy Lockhart está inclusa?

Scorpius simplesmente ignorou o comentário de Albus, não deixando que este estragasse sua performance de Sherlock Holmes.

-...Talvez elas próprias tenham dado um sumiço na Bulstrode, são do tipo esquisitonas. – Ele finalizou.

- Eu adorei a primeira parte, Scor, mas não tenho certeza se duas segundanistas conseguiriam sequestrar pessoas ao redor do mundo.

- Não tinha pensado nisso – Malfoy disse, ligeiramente decepcionado – Bom, mas a outra parte ainda faz sentido né?

- Muito sentido – disse Rose – Se existe alguém que sabe sobre o desaparecimento de Heloísa Bulstrode, esse alguém são as gêmeas Nott.

- Então tá fechado?

- Fechadíssimo! Vocês acham que conseguem se aproximar das duas? – perguntou Lena.

Albus e Scorpius se entreolharam com um sorriso maroto.

- Mamão com açúcar! – responderam.

- Vocês precisam ser discretos, não podem falar nada sobre nossas investigações – ponderou Rose.

- Nós sabemos – disse Albus, com um ar de importância.

- Ata...

Rose olhou no seu relógio de pulso e arregalou os olhos, eram quase seis da tarde. A ruiva olhou para a janela e contemplou um céu vasto e limpo. A chuva havia passado.

- Lena, acho que está na hora de irmos, são quase seis horas. – Ela disse, recolhendo seus pertences da mesa.

Albus e Scorpius franziram o cenho.

- Quase seis? Por Deus, como o tempo passou rápido! Estamos atrasadas, Rose!

Lena também recolheu seus livros e penas da mesa rapidamente. Os garotos estavam completamente perdidos com a pressa das garotas.

- Atrasadas para o que, exatamente, senhoritas? – Scorpius perguntou.

- Não é da sua conta, abelhudo. – Rose respondeu, pondo sua bolsa no ombro esquerdo e saindo da mesa.

Scorpius colocou a mão no peito, ofendido.

- Eh...até mais garotos! Vocês podem começar o plano amanhã, O.k? – Lena disse, também saindo apressada – Boa sorte!

Cinco segundos depois a biblioteca estava completamente vazia a não ser por Albus e Scorpius que ainda olhavam para a porta desconfiados.

Tec Tec Tec, ouvia-se a máquina de escrever de Madame Pince, Tec Tec Tec.

- Onde será que essas garotas foram com tanta pressa? – perguntou Albus.

 

***

 

- Você viu aquilo? Que falta de compostura!

- Uma total deselegância!

- Absolutamente! Esses jovens estão a cada dia mais mal-educados!

Eram burburinhos como estes que se propagavam cada vez mais rápido pelos quadros dos corredores de Hogwarts. Nenhuma das pinturas sabia ao certo de quem se falava e, se lhe perguntassem o motivo de tanta indignação, diriam que há pouco haviam visto dois adolescentes correndo como desesperados pelos corredores.

A notícia era, como toda boa fofoca, em parte verdade. De fato, uma dupla de estudantes passara correndo pelos corredores há pouco tempo, no entanto, não eram dois e sim duas.

Duas garotas.

- Por que estamos mesmo correndo, Lena? – Rose perguntou, sem fôlego.

- Eu já disse! Prometi ao Nicholas que assistiria ao treino dele que começava às cinco!

- Bom, são seis horas. Já deve ter acabado.

- Eu espero que não.

Enquanto corria, Lena pensava em alguma desculpa para justificar seu atraso. Infelizmente, ela não encontrava nenhuma que pudesse ser realmente convincente. O que faria? Contaria a verdade? Diria que ficou na biblioteca com os amigos e esqueceu-se completamente de seu compromisso? Nicholas ficaria chateado? Ou entenderia?

Essas perguntas martelavam em sua cabeça.

As duas finalmente chegaram ao Campo de Quadribol, estavam a alguns metros do gramado, mas já podiam discernir os uniformes amarelo-canário que voavam de um lado para o outro. As arquibancadas estavam completamente vazias e elas sentaram-se nos bancos mais altos, para poderem assistir ao fim do treino com perfeição.

Se perguntassem a Rose o que ela estava fazendo ali ela própria não saberia responder. Mesmo já conhecendo Lena há meses ela sempre se impressionava com a capacidade que a amiga tinha de convencê-la a ir aos lugares mais aleatórios possíveis.

O toldo que cobria os assentos estava repleto de água – resultado da chuva de mais cedo - e esta pingava compulsivamente pelas suas extremidades. Lena regozijou-se com o cheiro de grama molhada que predominava no campo e não desgostou da brisa suave que lhe afagava o rosto.

Ela demorou cerca de um minuto para se habituar aos borrões amarelos que passavam em sua frente e, quando o fez, logo distinguiu Nicholas pairando acima de todos os outros jogadores. Ele era o apanhador e, para tanto, deveria estar sempre atento. Contudo, agora ele acenava incessantemente para Lena, que retribuía com um sorriso e outro aceno.

- SE LIGA NO JOGO, PERRINE! – bradou o capitão, e Nicholas quase caiu da vassoura com o choque.

- Ulalá! Parece que tem alguém apaixonado! – Rose cantarolou.

- Eu não estou apaixonada!

- Você eu não sei, mas ele...

- Nós somos amigos, Rose. A-mi-gos. Para de ser boba.

- Ele que está bobinho por você.

- Besteira! – Lena disse, abanando o ar e ajeitando-se no assento.

- Aham, fica fazendo à sonsa. Ele nem me cumprimentou...

- Deve ser porque, tecnicamente, vocês não se conhecem.

- Não, deve ser porque ele só tem olhos pra você!

As bochechas de Lena coraram e ela calou-se, não queria continuar com o assunto. Dentro de si, ela se perguntava se talvez isso – que Nicholas gostava dela - fosse verdade.

Nem pensar”, concluiu, mesmo embora tivesse pensado muito no assunto nos últimos dias.

- Olha lá, parece que o Nicholas achou o pomo! – Lena disse, apontando para a vassoura de Nicholas, com o intuito de mudar de assunto. O que pareceu ter funcionado.

- Puxa, é mesmo! E ele é rápido! – Rose disse, admirada. – Mais do que pensei que fosse.

De fato, Nicholas avistara o pomo e agora voava atrás dele em uma velocidade impressionante. Os óculos estavam ligeiramente embaçados, graças à chuva passada, mas não era nada tão grave. Ele inclinou-se mais na vassoura para aumentar sua velocidade e tudo a sua volta tornou-se um grande vulto azul.

Lena observava admirada.

- Ele é muito bom – Comentou.

- Deve estar fazendo isso pra se amostrar. – Rose disse, com um tom de ironia – não preciso nem dizer pra quem.

Lena sorriu, Rose conseguia ser bastante insistente quando queria.

Mas pelo menos dessa vez o palpite de Rose não estava de todo errado. Uma parte de Nicholas Perrine realmente queria que Lena se impressionasse com suas habilidades.

Além de Lena e Rose, a maioria dos jogadores passou a prestar atenção na perseguição de Perrine, exceto os batedores que desviavam os balaços que tentavam golpeá-los.

- Ele está bem perto agora! – disse Lena, animada.

Rose arregalou os olhos.

- Bem perto da gente só se for! Abaixa Lena! – ela disse, e puxou Lena consigo para o chão.

CRÁS!

Ao mesmo tempo em que as duas agachavam, Nicholas colidia violentamente com a arquibancada em que estavam, derrubando o toldo amarelo-canário com o emblema da Lufa-Lufa.

- Nicholas! Você está bem? – Lena perguntou ao garoto estirado à sua frente, coberto pela lona.

Nicholas abriu lentamente os olhos e tentou levantar-se, até perceber que havia se enroscado na lona, e cair novamente. As garotas tiraram aquela lona de cima dele e Nicholas finalmente se levantou, com o Pomo em sua mão direita.

- GRANDE PERRINE! – gritaram os outros jogadores ao verem que ele havia pegado o pomo.

Todo o time se aproximou da arquibancada e o capitão esfregou a cabeça de Nicholas em um gesto brincalhão.

- Faça isso na Copa das Casas e vencemos! – ele disse.

- Pode deixar – Nicholas respondeu, batendo continência.

Lena e Rose ficaram ligeiramente apreensivas com a presença dos jogadores tão de perto. As duas eram da Grifinória e não queriam que os outros pensassem que estavam “espionando” as táticas da Lufa-Lufa, mas para sua sorte, ninguém, inclusive Nicholas, notava elas no momento – ou se notavam não se importavam nem um pouco.

O capitão do time, um sextanista moreno com sardas, disse alguns conselhos aos jogadores e, no final, todos juntaram as mãos e gritaram: Vai! Vai! Lufa-lufa!

- Tudo bem, time, por hoje é só! Nos vemos na sexta-feira, mesmo horário.

Assim, todos, exceto Nicholas, montaram em suas vassouras e partiram para o vestiário. Quando a última vassoura deixou às arquibancadas, Nicholas dirigiu-se a Lena e Rose. Na verdade, ainda que as duas estivessem bem à sua frente, ele mal notara Rose.

- Lena, eu estou muito feliz que tenha vindo – ele disse, com um sorriso tímido.

Lena não pode deixar de notar que o uniforme de quadribol caía muito bem em Nicholas. Ele segurava a vassoura contra o ombro e suava muito, o que lhe dava um aspecto de cansado. Seus óculos insistiam em deslizar pelo seu curto nariz devido ao suor e de cinco em cinco segundos ele empurrava a haste contra o rosto para que os eles não despencassem.

Os dois compartilharam um sorriso e Lena ajeitou uma mecha que caia em seu rosto, baixando o olhar. Quando seus olhos se encontraram novamente com os de Nicholas ela reparou que algo estava enroscado no cabelo do garoto. Lena, por impulso, pegou a “coisa” e – embora nunca fosse admitir – percebeu que o cabelo de Nicholas era extremamente macio.

- O que é isso? – ele perguntou.

- Uma...pena – Lena respondeu – Uma pena azul.

- Deve ter enroscado quando bati com tudo no toldo – ele disse com um sorriso.

- Provavelmente... Eh, eu nunca vi nada parecido antes!

- Realmente, foi uma manobra bem arrisc...ah, a pena. Claro. Eu também não, ela tem uns tons de prata né?

Lena não respondeu, ela girava a pena na frente de seus olhos como se estivesse hipnotizada.

- Talvez seja de um pombo radioativo! – sugeriu Rose.

Ambos, Lena e Nicholas, arregalaram os olhos e se surpreenderam ao notarem Rose ali.

- Perdão, Rose. Eu nem cheguei a apresentar vocês dois. Rose este é Nicholas Perrine, meu amigo. Nicholas, esta é Rose Weasley, minha melhor amiga.

- É um prazer conhecê-la, Rose Weasley – Nicholas disse cumprimentando-a – Eu sou um grande fã de seus pais, de sua família toda na verdade.

Rose revirou os olhos, todas as pessoas que conhecia insistiam em falar sobre sua família.

- Ah, todos são – ela resmungou, recebendo um pisão de Lena – Aaii...quer dizer, eu imagino, eles fizeram tantas coisas!

- E como!

Neste momento, todo o time, que antes treinava, agora passava pelo campo a caminho da escola. Já estavam normalmente vestidos e quando viram Nicholas nas arquibancadas gritaram:

- UI UI UI! LOGO DUAS HEIN, PERRINE? DIVIDIR QUE É BOM NADA!

Nicholas ficou vermelho vivo, assim como Lena e Rose, esta última, vermelha de raiva.

- VÃO ARRANJAR O QUE FAZER SEU BANDO DE MARIPOSAS VOADORAS! – Rose respondeu, se debruçando no beiral.

- Me desculpem por eles – Nicholas disse – Às vezes eles são um pouco...desagradáveis.

- Um pouco? Eu estou me segurando pra não ir lá agora e meter uns tabefes nesses abusados.

- Na verdade, quem está te segurando sou eu – Lena disse, e Rose percebeu que a amiga segurava a barra de suas vestes – Eu conheço a amiga que tenho.

Os três riram, mas foram novamente interrompidos pelos jogadores.

- E AI, NICHOLAS? VEM OU NÃO VEM? VAMOS COMEMORAR NO SALÃO COMUNAL!

- Comemorar o que? – Rose perguntou.

- Eles são adolescentes, comemoram por qualquer coisa – Nicholas disse, e Rose concordou. – EU JÁ VOU! – ele disse aos garotos.

- Eu adorei assistir ao treino Nicholas, principalmente quando você pegou o Pomo. Foi emocionante! – Lena disse – Espero poder assistir mais vezes.

- Caham.

- ...Eu e Rose esperamos poder assistir mais vezes.

- Claro, quantas quiserem! Estão sempre convidadas e...

- PERRINE!

- JÁ VOU! – Ele se voltou novamente às garotas – Desculpem garotas, mas preciso ir.

- Claro, Nós entendemos – disse Lena – Até a próxima!

Nicholas e Lena deram um abraço tímido.

- Foi bom te conhecer – Rose disse também se despedindo.

Nicholas subiu em sua vassoura e rumou para o campo, junto de seus amigos, não antes de dar uma última olhada em Lena.

 

 

 

- É...ele tá gamadinho em você.

 

 

***

 

- Cara, você tá ridículo.

- Não estou ridículo, estou disfarçado, é diferente.

- E ai, Malfoy? Beleza, Potter? – um garoto qualquer disse enquanto passava pelos dois.

- Beleza. – Respondeu Scorpius.

Albus ficou boquiaberto pensando em como aquele garoto teria descoberto seu disfarce.

- Mas como?

- Eu te falei...

Albus tirou – bastante irritado – os óculos escuros e gorro preto que usava, e depois se jogou na poltrona mais afastada do Salão Comunal da Sonserina.

Scorpius sentou-se de frente para Albus, que passara o dia inteiro pensando em maneiras de espionar as gêmeas Nott.

- Sabe, Scorpius – ele disse, com a cabeça apoiada nas mãos e o cenho franzido – Eu acho que esse negócio de espionagem não vai dar muito certo.

- Então por que não seguimos o plano original e conversamos com elas?

- Porque elas me odeiam!

- Como sabe? Você nunca falou com elas!

- Porque meu pai é Harry Potter, Scorpius! E a família delas era uma das maiores aliadas de Você-Sabe-Quem.

- Se eu, que sou um Malfoy, te suporto, elas não vão ter dificuldades.

- Duvido.

Scorpius não disse mais nada, uma ideia acendera em sua mente.

- Já sei o que faremos – ele disse, com um sorriso ardiloso. Digno de um membro da dinastia Malfoy.

 

***

 

As gêmeas Nott eram duas garotas que só tinham em comum a cara. Ambas tinham os mesmos olhos pretos, as mesmas orelhas pontudas, o mesmo nariz torto e as mesmas sobrancelhas naturalmente arqueadas. Laura era tagarela, delicada, gentil, e sorria mais constantemente do que se espera de um membro da família Nott. Já Leonora era quieta, intimidadora, sangue-frio e despreocupada, tinha mechas roxas no cabelo e nunca, nunca sorria.

Não eram do tipo sociável, não conversavam com ninguém além de Heloísa – agora desaparecida -  e delas mesmas, e ninguém possuía alguma lembrança de ter visto algum dia uma delas sozinha.

A quinta-feira chegara e, assim com na quarta, estava extremamente chuvosa pela manhã. Scorpius acordou animado, ele e Albus poriam seu plano em prática dentro de algumas horas e ele esperava que desse certo.  É verdade que ele estava muito curioso sobre as gêmeas saberem algo do paradeiro de Heloísa, no entanto, o real motivo de sua animação era o fato de que, caso alcançasse o sucesso, Rose teria que admitir que ele era um ótimo espião.

- Você realmente acha que James e Fred irão conseguir os horários do segundo ano?- Scorpius perguntou a Albus, no café da manhã.

Albus demorou um pouco a responder, estava demasiadamente entretido com suas panquecas doces para prestar atenção em mais alguma coisa.

- Hum? Foi mal, Scorpius. Dá pra repetir?

Scorpius revirou os olhos.

- Eu perguntei se você realmente acha que seu irmão e seu primo vão conseguir os horários! – ele disse, tomando o prato das mãos de Albus – E não é assim que se come panquecas, está parecendo um javali!

De fato, as mãos e bochechas de Albus estavam quase que completamente manchadas de chocolate e geléia  de maça.

- Desencana, Scorpius. Tá até parecendo minha mãe. – ele disse, pegando um guardanapo.

- Pois então deveria ouvir ela mais vezes.

Nesse momento, um bando de corujas invadiu o Grande Salão, despejando embrulhos de todas as formas e tamanhos possíveis nas mesas.

PUF! – Um embrulho caiu bem a frente de Malfoy. Ele abriu esperançoso e logo depois murchou o sorriso.

- Humpf, é só a edição matinal do Profeta Diário.

- O que você esperava?

- Nada de importante.

Albus aproveitou da distração de Malfoy, que passou a ler o jornal, e pegou de volta seu prato de panquecas. Mal tocara no prato quando uma outra mão o puxou para sua direita.

- Adoro panquecas! – disse James, sentando-se ao lado de Albus, que contorceu o rosto numa expressão de indignação.

- Mas estas panquecas são minhas! – disse o mais novo.

- Na-na-não, estas panquecas eram suas. – contrariou Sirius – e nem tente pegar de volta porque se fizer isso nosso acordo acaba.

- Não seja tão cruel com ele, James – Fred disse, sentando-se ao lado de Malfoy, de frente para Albus e James.

- Hey, Fred. Você deveria ficar do meu lado.

- James...

Contra sua vontade, James deu duas panquecas – das dez que ainda tinham no prato – ao seu irmão.

- Só isso? – reclamou Albus.

- É. E se reclamar vai ficar sem.

Albus teve vontade de socar a cara do irmão, porém, sabia que isso não seria possível já que tanto ele quanto Scorpius dependiam de Sirius para que o plano funcionasse.

- Agora que as duas maricas pararam de discutir será que podemos tratar de negócios? – Scorpius disse, abaixando o jornal, e encarando os irmãos Potter.

Tanto Fred quanto James não pereciam muito à vontade com a presença de Scorpius, e isso se dava unicamente ao fato de ele ser um Malfoy.

- Eu vou te mostrar quem é marica! – disseram os irmãos exatamente ao mesmo tempo, enquanto se levantavam.

- O Malfoy tem razão – disse Fred – Vamos acabar logo com isso.

James e Albus voltaram a se sentar e atacaram as panquecas.

- E ai? Conseguiram? – Perguntou Scorpius.

Fred e James trocaram um sorriso, o segundo, assim como o irmão, já estava todo melecado de chocolate.

- E você duvidou?

- Sinceramente, sim.

- Pois então fique sabendo, Malfoy. Que nós não brincamos em serviço.

James colocou em cima da mesa um embrulho de pergaminhos que fizeram os olhos de Albus e Scorpius se arregalarem. Assim que Scorpius fez menção de pegar o maço, James tornou a escondê-lo em suas vestes.

- Calma aí, Malfoyzinho. Isso aqui tem um preço! – James disse, com um sorriso sacana.

- Quê? Você vai cobrar de mim? Mas eu sou seu irmão! – Albus disse, indignado, e James sacudiu o ar dizendo para ele se calar.

Scorpius continuou com uma expressão grave, ele sabia que aquilo não seria de graça.

- Dinheiro não é problema, sou um Malfoy. Quanto querem?

Fred e James voltaram a sorrir.

- Vinte e dois galeões! – disseram

Albus escancarou a boca e até deixou suas panquecas caírem em suas vestes.

- Vinte e dois galeões? Ninguém tem tanto dinheiro assim!

 

***

 

- Como é que você tinha tanto dinheiro   assim? 

 Albus perguntou momentos depois a Scorpius, enquanto caminhavam para as estufas.

- Eu já disse, Albus. Usei uma parte de minha mesada!

- Quanto você ganha de mesada?

- Depende, quando meus pais estão de bom humor uns... 150 galeões, mas...

- 150 GALEÕES? Você é mais rico do que eu pensava!!

- Atha, você fala como se não fosse também. Não espera que eu acredite que Harry Potter ganha um salário mínimo, né?

- É diferente, cara.

- Diferente como?

- Meus pais são ricos, e não eu. Inclusive, minha mesada é uma bosta. – Albus disse, com as mãos no bolso.

- Isso não vem ao caso, conseguimos o que queríamos! Agora, fique quieto antes que algum monitor nos veja e levemos uma detenção!

Albus ficou quieto, porém eu sua cabeça continuava martelando.

“150 galeões! Cento e Cinquenta!”, ele pensava.

A chuva forte já havia estiado dando lugar a uma fina garoa, quase imperceptível. Albus e Scorpius praguejaram o meu tempo quando tiveram que lidar com o gramado enlameado de Hogwarts que castigava seus sapatos.

Os dois caminharam pela fileira de Estufas, eram grandes espaços com paredes do mais puro vidro e infestadas de plantas de todos os tipos, cores e espécies. Scorpius desenrolou o maço de papéis e esticou uma folha amarelada.

 - E ai? – Perguntou Albus – o que isso diz?

Scorpius leu a folha, tomando o cuidado de não deixa-la totalmente exposta à garoa, e disse:

- Aqui diz que, às quintas-feiras os segundanistas da Sonserina têm aula de Herbologia na estufa...4!

- É ali! Veja! – Albus disse, apontando para uma das estufas.

Os dois caminharam até a Estufa de número quatro. Assim como as outras, ela era grande e feita de vidro, no entanto, em seu interior havia apenas plantas na cor amarela. Plantas aquáticas, terrestres, flutuantes, com formato de coração, todas em diferentes tons de uma mesma cor. Os garotos quase tiveram um tic-nervoso ao adentrarem no lugar, o excesso de cor chegava a ser enjoativo. Sentado em uma grande mesa de madeira – as carteiras eram os únicos objetos de cor diferente – estava o Prof. Neville Longbottom.

O Professor Longbottom era um homem alto, forte e bonito. Tinha o rosto ligeiramente flácido e olhos bondosos. Estava com a mesma idade dos pais de Albus e Scorpius, porém, aparentava ser bem mais novo  e, embora sorrisse na maior parte do tempo, de vez em quando não podia esconder alguns sinais de tristeza. – o motivo era desconhecido por todos.

- Albus? Malfoy? – ele perguntou, ao avistar os garotos – O que fazem aqui? Nossa próxima aula será amanhã.

Os dois se detiveram por alguns segundos na porta, agora não havia como voltar atrás.

- Bom dia, Tio Neville – saudou Albus, que já o tinha como amigo íntimo da família – É que nós temos aqui uma declaração da diretora Mcgonagall para o senhor!

O Professor franziu o cenho, desconfiado.

- E do que se trata? – ele perguntou, estendendo a mão e pegando um outro papel das mãos de Scorpius.

Assim que Neville pegou a “declaração” os dois garotos passaram a suar em profusão, não porque estava calor e sim porque estavam nervosos. Será que o Professor acreditaria no bilhete falsificado de James e Fred? Iria ele confirmar com a diretora fazendo com que os garotos fossem descobertos? Levariam uma detenção?

- Aqui diz que...vocês vão fazer essa aula junto com o segundo ano porque querem se aprofundar mais nos estudos das plantas solares, certo?

- Sim – disseram os dois, trêmulos.

- Mas eu ainda nem dei essa matéria a vocês! Por que precisam se aprofundar no assunto?

Albus e Scorpius se entreolharam, não contavam com essa pergunta.

- Eh... – começou Scorpius – É que na verdade nós ficamos muito ansiosos para aprender sobre as plantas solares e não poderíamos esperar até o ano que vem para ter essa matéria!

- Exatamente – concordou Albus, embalando-se na mentira do amigo – Aí soubemos que o senhor daria essa matéria hoje e pedimos à diretora para que pudéssemos assistir à aula.

O professor olhou bem nos olhos dos dois garotos, que sorriam de nervoso.

- Engraçado, vocês não pareciam tão interessados em Herbologia na terça-feira, o que aconteceu?

- Como o senhor pode dizer isso? Nós amamos sua aula! – Albus disse, dando uma ênfase demasiadamente grande em “amamos”  e com uma das mãos no peito.

- Total. – disse Scorpius.

Essa parte, no entanto, não era de tudo mentira. O Professor Neville era, de longe, o mais querido pela maioria dos alunos, incluindo Albus e Scorpius. Os dois o colocavam no mesmo nível de Hagrid e, embora não gostassem nem um pouco de adubar plantas, as aulas de Herbologia estavam entre suas preferidas.

Neville deu um sorriso.

- Então não tem nenhum outro motivo para vocês quererem assistir à aula? – ele perguntou.

- Nenhunzinho – disse Albus.

- Conhecimento por conhecimento – Scorpius concordou.

- Se é assim...sentem-se por favor, a aula começará daqui a cinco minutos.

Albus e Scorpius fizeram um toque de mão, comemorando.

- Eu falei pra você que ia dar certo! – Albus cochichou, enquanto seguiam para o fundo da sala.

- Na verdade, quem disse que ia dar certo fui eu. Você ficou o tempo inteiro falando da minha mesada.

O Professor Longbottom observou Albus e Scorpius sentarem e ficou surpreso ao notar que os dois haviam escolhido lugares separados.

- Ah, garotos – ele disse num sussurro a si mesmo – O que é que vocês estão aprontando?

 

 

***

 

James Sirius Potter, mais conhecido como o filho mais velho do menino que sobreviveu, era muito provavelmente o maior galã de toda Hogwarts. No auge dos seus trezes anos, ele frequentemente fazia uso de seu belo rosto – e, diga-se de passagem, seu sobrenome – para encantar todas as garotas que cruzavam seu caminho.

Não era muito alto, tampouco baixo demais. Olhos grandes e castanhos, assim como seu cabelo, que era farto e desalinhado. Orgulhava-se de uma pinta que possuía acima do lábio superior e nunca gostou muito de suas próprias orelhas, que talvez pudessem ser um pouco pequenas demais – o que não era relevante, já que passavam despercebidas por todo aquele volume de cabelo.

Os dentes da frente eram um tanto avantajados - nada que comprometesse a aparência – e, mesmo precisando, nunca quis usar aparelho. A impressão que se tinha era de que sempre usava a mesma camiseta azul que, segundo ele, havia sido de seu pai e por isso era sua predileta.

Era extremamente talentoso no quadribol – onde jogava como apanhador – mas infelizmente esse dom não repercutira em astronomia, que na opinião dele era completamente desnecessária.

Frédéric Johnson Weasley II, ou simplesmente Fred, era primo e também melhor amigo de James. Tinham como passatempo preferido pregar peças em estudantes desavisados e, principalmente, em Filch, que todas as noites, desde 1 de setembro de 2015, planejava uma morte diferente para os dois.

Esta famigerada quinta-feira de Janeiro estava sendo particularmente boa para James e Fred. Em poucas horas do dia eles já haviam faturado 22 galeões e pretendiam dobrar essa quantia até o jantar.

Agora, os dois estavam aproveitando o tempo livre que tinham antes de História da Magia jogando uma partida de snap explosivo no pátio. Fred não estava gostando muito, por mais que tentasse James sempre seria melhor naquele jogo, além disso, queria muito terminar de ler uma serie de livros trouxas que vinha tirando-lhe o sono ultimamente.

- Ganhei denovo! – comemorou James, recolhendo todas as cartas, inclusive as de Fred, para si –  Na real, ninguém me bate nesse jogo, eu sou o cara. – Fred revirou os olhos, já estava acostumado com o egocentrismo do primo. – E ai, Fred? Vai mais uma?

Fred estava prestes a dizer “ Não” quando uma voz feminina extremamente fina os interrompeu.

- James, até que enfim te encontrei. Achei que estivesse se escondendo de mim...

Era Samantha Petit, não que James realmente se lembrasse do nome dela. Uma grifinória do mesmo ano dos garotos. Era alta, pele morena, tinha o cabelo volumoso com grandes cachos e bem mais magra do que se espera de uma garota de treze anos.

- Nunca que eu me esconderia de uma princesa como você – James disse, beijando a mão de Samantha, que deu um sorriso tímido – Então, me diga o que precisa?

Toda essa atuação tosca de cavalheiro comportado que James fazia estava cansando Fred.

- Todo mundo sabe o que ela quer! – ele disse irritado.

As bochechas de Samantha coraram e James deu um sorriso sacana.

- Se é assim, o que me diz de darmos uma volta pela escola, eh...

- Samantha – ela disse num tom apaixonado.

- ...Samantha! Era exatamente o que eu ia dizer!

James pegou na mão da garota e juntos eles entraram no castelo sem nem ao menos olhar para trás. Fred não se importou, na verdade, até gostou. Assim que os dois desapareceram de vista ele abriu sua mochila e tirou de lá seu livro.

“...E aí aconteceu uma coisa muito engraçada. As crianças não tinham ouvido falar de Aslam, mas no momento em que o castor pronunciou o nome, esse nome, todos se sentiram diferentes. Talvez isso já tenha acontecido a você em sonho, quando alguém lhe diz qualquer coisa que você não entende mas que, no sonho, parece ter um profundo significado – o qual pode transformar o sonho em pesadelo ou em algo maravilhoso, tão maravilhoso que você gostaria de sonhar sempre o mesmo sonho.”

Fred sorriu.

- Os trouxas conseguem ser realmente impressionantes quando querem.

 

 

***

 

A cada minuto a estufa de número quatro se enchia mais e mais de segundanistas da Sonserina. Já fazia algumas semanas que os professores haviam parado de acompanhar os alunos para todos os cantos e isso já servira de motivo para a maioria dos alunos chegarem atrasados às aulas.

Albus e Scorpius observavam apreensivos a entrada dos estudantes, não conheciam ninguém e para piorar precisavam ficar separados se quisessem que o plano funcionasse. Até ali tudo havia saído conforme o planejado e agora só os restava esperar que James e Fred cumprissem com sua parte do trato – parte essa que ia muito além de um simples quadro de horários e uma declaração falsificada.

Quando todos os alunos chegaram o Professor Neville fechou as portas da estufa. Scorpius e Albus se entreolharam e sorriram um para o outro, James e Fred haviam conseguido! As gêmeas Nott estavam atrasadas para a aula.

- Bom dia classe, espero que todos estejam bem alimentados porque essa aula vai ser bastante longa! – ele disse, esfregando as mãos, conquistando uma série de murmúrios da parte dos estudantes. – Como já devem imaginar, o tema de hoje é: Plantas Sola...

Duas pessoas entraram repentinamente na estufa tirando a atenção de todos, inclusive do professor.

- Laura e Leonora, estão atrasadas. – disse Neville, de braços cruzados.

As gêmeas Nott pareciam bastante cansadas e inquietas, ignoraram completamente as risadinhas da classe e responderam.

- Nos desculpe professor. Acabamos confundindo nossos horários e fomos para a sala de Transfiguração.

O mais estranho, foi que as duas disseram exatamente a mesma coisa ao mesmo tempo. Isso só serviu para alimentar as suspeitas de Scorpius de que elas não eram garotas normais.

O Professor Neville fitou-as por alguns segundos, mas no final acabou ponderando.

- Que isso não se repita. Agora sentem-se, a aula já começou.

Sem dizer mais nada, as duas passaram a procurar dois lugares em uma mesma carteira mas, conforme o plano dos garotos, não havia mais nenhum.

- Estão com dificuldades para acharem seus lugares, senhoritas? – inquiriu o Professor – Pois bem. Laura, sente ao lado de Malfoy. Leonora, há um lugar vago na mesa do Sr. Potter.

A visível contragosto as gêmeas dirigiram-se aos lugares vagos, mais uma parte do plano fora concluída. Agora, caberia a Malfoy a tarefa de tirar informações de Laura, que era conhecida por ser mais boba, durante a aula.

 

 

 

***

 

 

James caminhava por um corredor vazio no quarto andar, o cabelo, mais desalinhado que o comum, quase ofuscava a mancha de batom – vermelho expelliarmus – em sua boca. Exibia um sorriso convencido no rosto, adorava saber que todas as garotas se jogavam aos seus pés.

A aula de História da Magia começaria dentro de alguns minutos e ele estava nem um pouco ansioso, detestava aquela matéria quase tanto quanto detestava Astronomia, a única coisa que a tornava suportável era que, pelo menos, ele dormiria, assim como todos os outros que sentem sono apenas por ouvir o “ Bom dia” desanimado do Professor Binns.

Chegou a cogitar cabular a aula, mas logo afastou a ideia, os professores podiam até ter parado de acompanhar os alunos de aula em aula, mas, em compensação, a vigilância pela escola fora redobrada. Infelizmente, sua única opção era enfrentar a tediosa aula de História da Magia.

Mas ainda lhe restavam alguns minutos e ele os aproveitaria ao máximo, passou a observar mais atentamente o corredor a procura de algo que pudesse fazer, mas nada lhe vinha a mente, Fred fazia muita falta nessas horas. Os olhos passaram pelas paredes repletas de quadros que estavam atipicamente quietos. O que teria acontecido?

- Hey, Dona do chapéu de avestruz! Por que todos estão tão quietos? – ele resolveu perguntar.

A mulher do quadro ao qual James se referia pareceu bastante incomodada com o modo como ele havia descrito seu chapéu. Era uma senhora extremamente baixa que usava um vestido púrpura coberto de pelos rosa-choque, tinha um chapéu – que realmente parecia um grande avestruz – e joias por todo o corpo. O fundo da pintura era uma velha sala de jantar, com uma mesa podre na qual havia apenas um bolo e algumas cenouras.

- Vil garoto! Maldita seja esta tua boca que com tão ásperas palavras me feriste! Como ousas dirigir-me a fala? como ousas interromper tão bela melodia, que dos céus parece ter sido tirada?

A senhora continuou falando, mas James não prestou mais atenção, outra coisa muito mais importante estava acontecendo: Filch se aproximava.

- Quem está aí? –  a voz arrastada do zelador ecoou – Hi Hi Hi! Mais um pra detenção! Vamos Madame Norra!

Os passos de Filch se tornaram mais nítidos e James entrou em desespero, a essa altura ele já estava atrasado para a aula. Sem pensar muito, ele correu até o fim do corredor e, silenciosamente, entrou na última sala.

Nheeeec, pode-se ouvir o rangido da porta ao ser fechada lentamente.

James esperou alguns minutos sem dizer nada, depois, quando teve certeza de que Filch já devia ter ido embora, olhou em volta. Era uma grande sala que estava completamente escura a não ser por uma luz que parecia vir de outra sala, integrada a primeira.

Quando seus batimentos cardíacos normalizaram ele notou algo que até então havia ignorado: Uma voz.

Alguém cantava,

Uma garota,

E cantava muito, muito bem.

Não era uma voz comum, tampouco esquisita. Era doce, afinada. James teve certeza de que nunca ouvira nada tão lindo em toda sua vida. A voz parecia vir da luz e, por instinto, James pôs-se a segui-la.

Tomando o devido cuidado para não esbarrar em nada, deu o primeiro passo.

 

“Somewhere over the rainbow...

 

Mais um passo.

 

Way up high...

 

Outro passo.

 

There's a land that I heard of...

 

Estava quase lá.

 

Once in a lullaby”

 

A luz ofuscante ardeu em seus olhos e, depois de abrir e fecha-los repetidamente, ele vislumbrou uma menina tocando em um belíssimo piano de cauda. Ela era a autora da voz.

Se James não estivesse tão hipnotizado pela garota que estava a sua frente talvez  tivesse notado a beleza da sala em que se encontrava. Não era muito grande, ligeiramente menor que a primeira. Estava repleta de instrumentos musicais de todos os tipos, violinos, flautas, trompetes, harpas, clarinetas e muitos outros. As paredes estavam cobertas por cortinas bege que harmonizavam com a luz amarela, provinda de candelabros de ouro que flutuavam em pleno ar. Havia um grande armário e uma porção de outras mobílias encobertas por lençóis.

Para James, no entanto, nada brilhava mais que a menina, que, aliás, nem tinha notado sua presença.

 

“Someday I'll wish upon a star...

 

Era uma garota comum, sem nada de muito especial em sua aparência. O cabelo, castanho e encaracolado, não era muito longo, indo até a metade das costas. Tinha grandes olhos amendoados que deixavam transparecer todos os seus sentimentos. Rosto oval, com fofas bochechas que, juntamente com os lábios rosados, passavam uma expressão angelical. Os dentes da frente, assim como os de James, eram avantajados. Usava uma boina azul-celeste e, claro, cantava belissimamente.

 

“And wake up where the clouds are far behind me...

 

Sirius piscou mais algumas vezes e respirou uma boa quantidade de ar para tomar coragem, então, calmamente sentou-se ao lado da garota.

 

Where troubles melt like lemondroAHH!!!

 

Talvez nem tão calmamente assim visto que, levando um grande susto, ela o golpeou com um soco, derrubando-o no chão.

- Aiiiiii  – gemeu James

A menina levantou-se apressada e passou a recolher seus pertences.

- ...Me desculpe, não sabia que ainda usavam essa sala. Já estou de saída – ela continuou.

- Ei, calma! Eu não quero usar a sala!  - James disse, levantando-se com muito esforço.

- Não?

- Não! E...Você sempre ataca as pessoas quando se aproximam de você?

- Você sempre assusta pessoas que nem conhece?

- Não respondeu minha pergunta.

- Nem você a minha.

Aquela conversa não estava tomando o rumo que James esperava.

- Eu...tava passando quando ouvi um barulho e resolvi ver o que era...

- Esse corredor é sem saída, por que você estava “passando” por aqui?

James abriu a boca para dar uma resposta mas, na falta de uma, tornou a fecha-la, depois, abriu de novo e fechou de novo, e de novo, e de novo.

- Você estava me espionando? – ela perguntou, extremamente irritada.

- O que? Eu? Espionando? ...eh...Talvez... – ele coçou a nuca

- Você não tinha o direito! – ela apontou o dedo no peito do rapaz.

- Mas...mas...você estava cantando tão bem que eu achei que...

- Achou que eu ia gostar que invadisse minha privacidade?

- Não, eu...

- Escuta, garoto. Se você contar a alguém o que ouviu aqui eu juro que...

- Não vou contar, eu prometo.

Furiosa, a menina se dirigiu a porta mas foi segurada por James, que agora pensava desesperadamente em um meio de resolver essa confusão.

- Hey, foi mal, O.K? – ele se aproximou – Será que nós não podemos resolver esse assunto de um jeito mais...pacífico – ele disse, encurralando-a na parede, e colocando um dos braços apoiado a ela. – Se é que você me entende.

- Tire agora suas mãos IMUNDAS de mim! – a menina disse, agora esbofeteando Sirius, que fazia um escudo com as mãos.

- Ai! Ai! Ai! AI! Calma! Calma! Caaaalma!

- Qual... é... o seu... problema? – ela dizia e, a cada palavra dava um soco no garoto.

- Qual é o seu problema? Eu só queria um beijo!

- Eu não beijaria essa sua boca nojenta nem se dependesse disso pra viver!

- Também não ofende...

- Ofendida tem que estar a trouxa que caiu no seu papinho e deixou essa mancha ridícula na sua boca! – ela gritou

As pupilas de James se dilataram e ele levou as mãos à boca, envergonhado.

- Bem...eh...eu...

PLAFT!

Não terminou de falar, levou um tapa na cara.

- Espurco! – ela xingou – Sinto pena de quem é obrigado a conviver com você.

Dito isto atravessou a passagem para a sala escura, desaparecendo da visão de James, que caíra no chão com o impacto da bofetada.

- EI! Vai mesmo me deixar aqui?

Não houve resposta, apenas o ruído da porta que dava para o corredor se abrindo e, depois, se fechando com violência.

- Me diga pelo menos o seu nome!

Não havia o que fazer, ele estava completamente sozinho na sala.

- Aiiii – ele se lamuriou, deitando no chão – A direita dessa garota é forte.

Tocou os lábios, uma fina linha de sangue escorria.

- ...Uma gracinha, só perde no temperamento que conseguiu ser mais forte que o tapa – ele falava sozinho.

Levantou-se e sacudiu o pó das vestes.

- ...Mas eu ainda vou ter meu beijo!

 

 

***

 

Já havia se passado quase meia hora desde o início da aula de Herbologia e Scorpius e Laura mal haviam trocado um olhar. A algumas carteiras à direita, Albus se contorcia de raiva, Leonora não dizia nada, apenas exibia um expressão de puro ódio no rosto.

- Sua letra é muito bonita – Scorpius tentou puxar assunto ao ver as anotações de Laura.

- Obrigada. – ela disse sem muito entusiasmo.

“Bom, isso já é um avanço” pensou ele.

Scorpius nunca fora muito bom em conversar com garotas talvez porque em toda sua infância as únicas mulheres com quem falava eram sua mãe, Astória Malfoy, e sua avó, Narcisa. Em Hogwarts, Lena e Rose eram as únicas meninas com quem conversava e essa última foi depois de muito esforço.

- Eu sou Scorpius Malfoy – ele se apresentou - ...Eh...é um prazer conhecer você.

- Laura Nott. – Foi a única coisa que disse.

De perto, Laura não parecia tão esquisita como quando Scorpius a via, em raras ocasiões. Realmente seus olhos eram  escuríssimos e suas orelhas bastante pontudas, no entanto, um singelo rubor podia ser visto em sua face e ela cheirava a abacate.

Afastou os pontos positivos que havia reconhecido até agora quando lembrou-se de que poderia estar fazendo dupla com uma sequestradora em serie, potencialmente problemática.

- Você gosta de Herbologia? – ele tentou de novo.

- O que você quer?

Scorpius engoliu em seco.

- Co-como?

- O que você quer? Informações sobre Heloísa? Eu não sei de nada – a voz dela falhou – Já disse que não sei... – os olhos lacrimejaram.

Scorpius ficou sem reação, não esperava que ela chorasse.

- Não eu...eu, eu nem pensei nisso.

Mentira.

- Mesmo?

- Sim! Nem passou pela minha cabeça.

Outra mentira.

- E-então me desculpe. É que todo mundo não para de perguntar sobre Heloísa e... – tampou os olhos com as mãos - ...Todos...snif...acham, todos acham que fomos nós! Eu e Nora, coitadinha, já não aguenta mais tanta pressão.

- Vocês eram bastante amigas dela, né? – ele perguntou, jogando verde.

- Muito! Éramos como irmãs, mas agora...agora...

Ela ia começar a chorar denovo.

- Tudo bem, tudo bem, tenho certeza de que ela está bem, calma. – ele tentou consolar.

- Não...não, ela não está bem. Eu sei!

- Sabe?

- Sim...snif...promete que não conta a ninguém?

É Agora!!

- Prometo!

Mais uma mentira.

- Acontece que...na noite que a Helô desapareceu nós...eu e Nora vimos umas coisas muito estranhas e...não, não devia estar contando isso. – ela disse arrependida, virando-se novamente para seu caderno.

Tão perto!

- Tudo bem, não precisa contar nada se não quiser...

- Não que eu não queira mas...fiz um juramento com Nora de que não falaríamos sobre isto com ninguém!

- Não quero que se sinta culpada de quebrar uma promessa.

- Você é muito gentil, Scorpius.

- Obrigado, você também é muito legal!

Não é mentira, não completamente.

- Sou?

- Claro...

- Ah, obrigada. É que eu não estou muito acostumada a ter...amigos.

- Bom, eu também não tenho muitos, mas os que tenho são verdadeiros, acho que é isso que importa.

A garota Nott ficou alguns segundos olhando para Scorpius, que nem parecia ter percebido o quando aquelas palavras haviam tocado nela.

- Tem razão. É exatamente isso que importa...

Scorpius fingiu escrever algo em seu caderno para dar tempo a ela digerir a conversa.

- ...Nora não quer que eu conte porque também está muito assustada com tudo que tem acontecido.

- Ela não parece assustada.

- Sabe disfarçar muito bem, sempre foi boa nisso...diferente de mim. Quando Heloísa desapareceu fomos interrogadas pelo Ministério e...bem, não dissemos nada.

- Por que?

- Ficamos com medo de que achassem que tínhamos alguma relação com o caso, então fizemos o juramento.

- Mas...o que vocês viram?

Para disfarçar sua ansiedade, Scorpius batia repetidamente a ponta do pé contra o chão.

Laura pareceu se recordar de uma memória horrível.

- Não gosto de me lembrar daquela noite... Tínhamos acabado de voltar do jantar, estávamos animadas conversando sobre as últimas tendências na loja da M. Malkin. Heloísa tinha ficado no quarto porque não estava passando muito bem desde a última aula. Ela parecia cansada, triste, como se soubesse que algo de ruim estava prestes a acontecer...

Scorpius prestava máxima atenção em cada palavra que ela dizia, não deixaria escapar qualquer detalhe.

“...Nós dormimos tranquilas, certas de que ela acordaria melhor, mas na manhã seguinte...na manhã seguinte...ela não estava mais lá!”

Laura voltou a chorar.

- Mas...mas vocês não viram nada? Ninguém entrou no quarto? Arrombou a porta?

- Não, não, não! – ela dizia, balançando a cabeça – Não vimos nada...

Scorpius teve vontade de morrer.

- ...Na verdade, pensando bem, houve sim uma coisa...

- O que?

- ...A cama dela estava lotada de...pó.

- Pó?

- Sim... e umas duas penas de coruja...mas o Trio de Ouro já resolveu isso.

- Já?

- É...eles foram até o nosso quarto e jogaram um outro pó no ar. Não sei bem o que era pra acontecer mas não funcionou, o sequestrador já tinha tomado precauções quanto a isso... Obrigada por me ouvir, Malfoy, eu precisava falar com alguém. – ela disse, esboçando um sorriso. O primeiro de muitas semanas.

Scorpius piscou, saindo do transe de seus pensamentos, aquela história era muito estranha.

- Não tem de que – ele respondeu -  é sempre bom fazer novos amigos...

- Sr. Malfoy, Srta. Nott. Estou atrapalhando a conversa? – inquiriu o Prof. Longbottom

Os dois levaram um susto, tinham até mesmo se esquecido de que ainda estavam em aula. Laura abaixou a cabeça para disfarçar o rosto vermelho de choro.

- Nos desculpe, professor – disse Scorpius – Não se repetirá mais.

 

 

***

 

- Pó? Tinha pó na cama dela? Tem certeza?

- Sim, Lena. Já disse um milhão de vezes! Não querem que eu conte tudo novamente né? – perguntou Scorpius.

- Não! – Responderam todos na mesa.

- Mas que grande bosta! – reclamou Albus – Pó! O que isso quer dizer?

Faltava apenas alguns minutos para o jantar e os quarteto se reuniu novamente na biblioteca para discutir a missão dos garotos.

- Mas...ela disse que tinha outra coisa, o que foi mesmo, Scorpius? – perguntou Rose.

Scorpius fez um grande esforço para se lembrar de toda a conversa, novamente.

- Era...penas de coruja. Nada demais.

- Penas de coruja? – replicou Albus – E por que não disse antes?

- Eu disse – reclamou Scorpius – Você que estava ocupado demais comendo biscoitos!

- Eureka! – exclamou o garoto animado – Já sei!

- Sabe o que, cabeção? – perguntou Lena.

Albus levantou-se e apoiou as mãos na mesa, teatralmente. Um rubor de traquinagem explodia em seus olhos.

- Não é óbvio?

- Não! – responderam.

- Já sei quem é Le Fantôme!

Todos na mesa se entreolharam confusos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- ...E sei exatamente como desmascara-lo!

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Eita! e ai, o que acharam?
Será que o Albus descobriu mesmo que é Lo Fantôme?
Gostaram da nova "amiguinha" do James? pros curiosos ela estava cantando "Somewhere Over The Rainbow" que é simplesmente uma das minhas músicas prediletas!!!
Ansiosos para "Malévola 2"? Porque eu estou rsrs.

Eu queria saber o que vocês estão achando do desenvolvimento da história, de repente pararam de comentar :(
Enfim, digam se estão gostando, se não, o que eu poderia melhorar...é sempre bom ouvir conselhos!!!


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