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História Lena's diary - Punindo?


Escrita por: justhedreamer

Capítulo 17 - Punindo?


Eu não consegui encontrar Samantha em nenhum lugar, e pelo visto, não era a única. Alex e Ruby me ligaram, perguntando do paradeiro da minha sócia. Alexandra estava completamente fora de si e preocupada, dizendo frases sem conexão. Kara, que estava ao meu lado, tomou o telefonema e tentou acalmar a irmã, o que não surtiu muito efeito. Quando eu finalmente consegui tranquilizar Ruby e pedi para a avó tomar conta dela, senti-me melhor.

Eu e Supergirl já havíamos ido a todos os lugares possíveis. Ao café que Sam frequentava todas as manhãs, a empresa, ao banco, tudo. Literalmente.  Kara não queria demonstrar sua tensão, mas era péssima mentirosa. Podia colar com o resto do mundo, mas comigo? Comigo não. O simples fato de ela mexer no cabelo me dizia muito, e eu sei que isso é um pouco assustador. Quando voltamos para minha casa, após a repórter dar ordens expressa para Winn localizar Sam, jogou-se no sofá.

-Suas férias viriam a calhar. – riu. – Você sabe, eu perdi uma aposta.

-Você ainda vai viajar comigo, Danvers. – ri de volta, soltando o cabelo. – Eu também me canso. Sabia que já pensei em largar a presidência?

A face de espanto da loira disse tudo. E não, não é mentira. Tempos sombrios, deixe-me explicar.

-É, é verdade. – sentei-me ao lado dela, ligando a televisão. – Logo que assumi a empresa, as coisas iam de mal a pior. É difícil fazer a população esquecer uma catástrofe como a que houve com o seu primo... Todos que me viam na presidência, viam uma ameaça. Lena Luthor: CEO digna de desconfiança.  E eu estava exausta, de verdade. Nunca me importei com a opinião alheia e coisas do tipo, mas estava realmente convencida que seria o melhor para a nação se eu, sei lá, me aposentasse.

-Nunca pensei ouvir isso da mulher mais forte e poderosa que eu conheço. – Kara abaixou a cabeça, sem graça.

-Meu pai sempre disse que são nos piores momentos que percebemos a força e o caráter das pessoas. – eu não a fitava, apenas mudava de canal, olhando para frente fixamente. – Eu ia mesmo largar tudo, mas aí a Sam apareceu.

-Eu admiro muito a relação de vocês, apesar... – silêncio. Apesar de que, Kara?

-Apesar? – ri, virando-me para ela. – Ajoelhou tem que rezar.

Ou mamar. Fica aí a reflexão.

-Ajoelhou o que? – não é possível que ela não conheça nem os ditados! De outro planeta, é certo. – Nada, é bobagem. – ajeitou os óculos. Ahá, nervosa!

-Kara, meu amor, – afaguei as bochechas dela. – eu não lido bem com a minha curiosidade.

-A-acho que eu tinha, ou tenho, um pouco de ciúme. – mordeu o lábio, levantando-se para se afastar de mim, mas é claro que eu segurei o braço dela.

Kara deixou-se ser puxada por mim. Nossos rostos ficaram a milímetros de distância e eu pude sentir sua respiração pesada. O pulmão trabalhava velozmente. Seus olhos azuis brilhantes não conseguiam se mover, fixos nos meus. Ela piscava lentamente, como se aproveitasse o momento. Colocou a mão no braço, tentando manter a segurança. Mordeu o lábio de novo, tensa. E aí eu decidi que a beijaria, comecei a me aproximar.

 

Mas você sabe a porra da festa que é minha vida, né?

 

James Olsen apareceu com o rosto todo ensanguentado, chutando a porta da minha casa. Mariah quase teve um infarto na cozinha ao ouvir o barulho estridente. Não apresentei o sabe-tudo para vocês, não é? Imaginem-no entrando em uma cena de ação de um filme de aventura. Chuta a porta, alisa a careca e ajeita a gravata. Sim, aquele era o tipo de James. O tipo que se acha o galã da novela das nove, mas é só um babaca qualquer que ninguém suporta pelo ego enorme.

Kara deu um passo para trás, assustada. Voltou a olhar de relance para mim enquanto caminhava até o homem.

-Kara? Você precisa fazer alguma coisa. Eu achei o transmutador. E ele está tocando o terror na CatCo.

-Saco. – Kara rasgou a blusa, voando pela janela.

O infeliz ficou ali, imóvel, fitando-me como se me avaliasse. Minha doce funcionária chegou com um kit de primeiros socorros, preocupada demais com o estado de saúde do famoso Guardião. Fiquei me perguntando o porquê de Lily não ter notificado, ou Alex ligado, mas resolvi tratar dos problemas presentes. Ofereci para leva-lo ao hospital, mas o repórter simplesmente negou com a cabeça:

-A situação saiu de controle. Ele está chegando.

-Ele quem? – bradei, não dando importância.

-O Superman. É hora de colocar ordem nessa cidade.

(...)

Desculpe, mas eu ainda sou fria o suficiente para deixar Mariah cuidando dos ferimentos do senhor incrível em minha casa e simplesmente sair atrás de Kara. Quando cheguei a CatCo: desastre. A janela da sala de Cat estava completamente destruída. Havia cacos de vidro por todos os lados e a face de todos era preocupante. A secretária da rainha da mídia possuía um ferimento no braço e Kara conversava com alguém ao telefone.

-Hã...Supergirl? – toquei seu ombro e ela se virou, assustada.

-Meu Deus, o que faz aqui? Vai pra casa, olha o perigo e...

-Eiii! – interrompi. – Tudo bem.  Onde está sua equipe?

-Eu gostaria muito de saber. – riu, nervosa. – Estou tentando contatá-los há tempos, mas nada. Eu não posso deixar todo mundo aqui enquanto a equipe especial não chegar. Será que você poderia acompanhar Lucy até o hospital?

Lá vou eu para o serviço de babá, afinal.

-Claro. – forcei um sorriso, e Kara balançou a cabeça, provavelmente percebendo meu desconforto.

-Quer saber? Acho que uma mestra em artes marciais pode ficar aqui enquanto eu a deixo no hospital, né? – piscou.

Sinceramente, eu não sei o que era pior.

-Você que sabe. – sorri. Uma plateia observava nosso diálogo. Claro que aquilo daria o que falar, como sempre. Um Super e um Luthor?

Ela agarrou a menina nos braços e saiu voando sem olhar para trás.

Tentei ligar para Alex enquanto esperava. Todos me olhavam como se vissem um fantasma.  Entenda, depois de fatos traumáticos ficamos desconfiados de qualquer pessoa que apareça. Isso só não acontecia com Kara porque, bem, era a Supergirl, né? Claro que usei meu tempo livre para colher informações como a boa curiosa que sou.

Um dos repórteres da CatCo entrou no ambiente de trabalho com um comportamento estranho. Era sempre bem humorado e gentil, mas simplesmente pareceu fora de si. Por um lado, possuía exatamente as características do empregado, por outro, suas ações eram incoerentes. Quando o famoso James Olsen chegou, o transmutador revelou sua real faceta. Houve uma briga. Caos e sangue.

 Uma senhora até fez um rabisco para me ajudar a reconhecê-lo, mas sem a perícia, seria um trabalho árduo.  Todo o diálogo com os funcionários corria bem, até que Cat Grant resolveu interromper. Claro, por que deixar para conversar coisas pessoais no privado se você pode jogar uma bomba em meio a dezenas de testemunhas?

-Você sabe demais. – murmurou, após parecer finalizar algo que escrevia em um notebook. – Ah, sim. Você sabe quem ela é.

-Eu? Por Deus, Grant. – virei os olhos, tentando convencê-la. Estava tensa, atípico vindo de mim, eu sei. – Se eu a conhecesse, acha mesmo que ela me pediria para levar a moça em um hospital?

Voi lá, às vezes eu me perguntava o que fazia para minha mente processar desculpas tão depressa. Vou explicar o porquê. Quando eu estudava com Adam, houve um incidente. Um rapaz de dezesseis anos, jogador do time de lacrosse, levou uma bala perdida. Era o traficante de drogas do colégio e todos sabiam disso. Era uma tarde ensolarada e linda. Adam e eu estávamos indo até a estufa para buscar material de pesquisa. O rapaz subitamente caiu sob nossos pés. Quando o observei, lembrei-me instantemente do meu irmão.

É, é verdade. Já vi Lex tomar um tiro nas costas. Ele ficou internado por dias, porque tinha só onze anos. Eu era uma criança e fiquei realmente amedrontada ao pensar na possibilidade de perdê-lo. O tiro foi culpa da minha mãe e suas desavenças, mas no fim tudo se ajeitou. De qualquer forma, desmaiei. O rapaz levou o tiro exatamente no mesmo local que meu irmão e eu me vi naquela situação toda de novo.  Chame de gatilho, se quiser.

Como eu era sempre assunto no colégio, começaram a inventar conspirações em todos os lugares possíveis. A senhora Grant, no entanto, já era a rainha da mídia. Soube do ocorrido e viajou de National City a Metrópoles simplesmente para conversar e saber mais sobre a amiga de seu filho. Declarei que era uma pessoa que possuía aversão a sangue. Nota publicada. Sem mais rumores.  Naquele instante que ela me perguntava sobre Kara, lembrei-me disso.

-É, você tem razão. – arrumou os papéis na mesa, contrariada. – De qualquer forma, Adam chega amanhã. Achei que gostaria de saber.

-Eu sinto falta daquele idiota. – ri, e todos me olharam. Porra, você não pode citar o nome de um cara que conhece: todos acharão que vocês estão trepando por aí. Tirei um cartão da bolsa. – Mande o senhor mistério me ligar.

-Fiz melhor. – Cat sorriu sarcasticamente. – Você, Kara e ele irão tomar café amanhã.

-Nós vamos? – acho que minha feição disse tudo. Eu sabia que Kara e Adam eram simplesmente... compatíveis.

-É, vocês vão – Cat virou os olhos. – Eu estou punindo a Kara.

-Punindo? – repeti. Droga, Lena.

-Luthor, você está com problema de audição? – a loira bufou. – Por Deus, você a viu no meio dessa bagunça? Pois é, eu também não.

-Você não pode puni-la! – certo, meu tom de voz parecia uma discussão. Cat balançou a cabeça para que eu fechasse a porta de sua sala. Os olhares curiosos desviaram com o olhar mortal da chefe. – Vamos debater o assunto.

-Lena, por que você se importa tanto? – ela parecia não dar relevância para o assunto. – Kara é doce demais para você.

Um tapa, eu sei. Respirei fundo para não dar um soco majestoso em sua face. A rainha de toda a mídia sabia o que se passava. Cat Grant sabia que eu estava completa e perdidamente apaixonada por Kara.

-Alguém precisa tomar conta de uma pessoa doce demais quando ela está cercada por chefes superficiais. – tentei fazer a linha fina e abstrair, mas porra, Cat sabia como tocar no meu ponto fraco. Eu sei o quão mal eu faço para as pessoas. A loira dizer isso só fez toda a dor se materializar.

Bati a porta com toda minha força ao sair da sala. Kara chegou um pouco aflita. Posicionou-se em minha frente com a postura de super-herói e disse, erguendo meu rosto:

-Ei, tudo bem? – sua respiração estava acelerada. – Qual é o problema?

-Nada. – respondi, ríspida, virando o rosto. É claro que todos os funcionários infelizes pararam para analisar a cena.

-Ora, ora. – Cat começou a caminhar ao encontro de Kara. – Muita intimidade para alguém que você não conhece, Lena.

Kara instantemente deu um passo para trás. Virou a cabeça para a janela e gritou:

-Pro chão!

Clark Kent, ou o Superman, se você preferir, apareceu com os olhos brilhantes como lava. Murmurava palavras em kryptoniano e era seguido por diversos animais voadores estranhos. Supergirl parecia chocada demais para agir. Aproximou-se do primo, colocou a mão em seu ombro e disse:

-Está tudo bem agora. Sou só eu.

O homem hesitou por um instante, mas virou a cabeça bruscamente para mim. Usando sua velocidade, segurou-me pelo pescoço, retirando meus pés do chão. Duh, péssima ideia ser uma Luthor hoje, Lena. Kara agiu de prontidão. Deu um soco monstruoso nas costas do primo, que soltou-me rapidamente. O Superman foi projetado para fora do edifício, e antes de Kara segui-lo olhou-me com cumplicidade e preocupação. Porra, eu sou a pessoa mais apaixonada do mundo!

Liguei para Alex nesse meio tempo (e ela finalmente atendeu), mas preciso dizer que já era tarde demais. Quando mencionei o nome de Jimmy Olsen, a ruiva praticamente surtou. O verdadeiro Olsen estava com ela, trabalhando em uma operação especial, de forma que o palhaço que invocou o Superman e toda essa putaria era um impostor. É claro que era hora de agir. Dirigi-me até o elevador. Quando a porta da máquina se abriu: surpresa. Sim, sim, o próprio transmutador.

O vilão acertou-me um soco doloroso no queixo, fazendo-me cair no chão. Fingi estar indefesa, o que o fez prosseguir seu caminho na CatCo. O que aquele maldito queria ali? Quando ele já estava há uma distância considerável, acionei minha IA. Lily enviou três bombas de fumaça pelo meu robô a jato, fazendo o ambiente ficar irreconhecível. Vesti o traje rapidamente, peguei minhas varas e corri até ele.

O homem estava, estranhamente, na sua forma original. Era verde e possuía cicatrizes roxas pelo rosto. Seus olhos, vermelhos, pareciam querer consumir a alma das pessoas. Ele mexia em uma gaveta atrás da mesa de Cat. Sua feição foi extremamente presunçosa ao me ver.  Retirou uma arma do bolso, apontou-a pra mim e disse:

-Eu não quero fazer isso.

-O que diabos você está fazendo? – urrei sem me importar, caminhando lentamente até ele.

-Eu preciso que ela me ajude. Ela vai me levar embora. Ela vai. – seus gestos eram trêmulos e ele parecia não conseguir formular as palavras.

-Ela? – não me pergunte porque diabos eu não dei um tiro nele e fiquei de papo furado, por favor.

-Eu preciso descobrir o nome da Supergirl e eu sei que ela trabalha aqui. – continuou a procurar nas gavetas. – Nem mais um passo...Luthor.

 



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