História Lendas Eternas! - 5.0 Entre Quatro Paredes

Estava extremamente concentrado em minha escrita sobre a nossa biblioteca e já estava ficando com calor só de lembrar, que mal havia notado a porta sendo aberta, só notei sua presença quando me abraçou me assustando e me fazendo fechar rapidamente o “diário”, olhei o maior que estava com um ponto de interrogação no rosto e logo sorri dizendo que não era nada, virei para a janela novamente me aconchegando em seu corpo olhando a vista.

“Sabe amor, estava aqui pensando, você lembra da biblioteca da faculdade?” – Olhei por cima do ombro para ele notando que em seus lábios havia um sorriso nada puro como se ele lembrasse o mesmo que eu, bati de leve no ombro dele fazendo com que ambos rissemos.

“Eu estava lembrando da mesma coisa Channie” – Falei baixinho ainda o olhando, em um movimento o maior me virou de frente para ele segurando minha bunda. – “Que tal relembrarmos Sr. Park?” – Ele disse com aquela voz rouca em meu ouvido me fazendo sorrir com o ‘sr. Park’, ia puxa-lo pela nuca para me beijar mas escutei a porta ser aberta e uma voz infantil sair gritando que os avós estavam fazendo coisas indecentes na sala.

Nós nos olhamos e começamos a rir já com qualquer clima destruído pelo pequeno pestinha, saímos da biblioteca de mãos dadas vendo a família inteira na sala parar de falar assim que nos viram e começarem a rir. Acho que se fosse naquela época já estaria parecendo um morango de tão vermelho mas eu simplesmente ri enquanto o ChanYeol ia atrás do menor que nos atrapalhou para “brigar” com ele enquanto o castigava com cocegas. Olhei toda a cena e segurei as lágrimas, essa...

Era a minha família, olhei o ChanYeol e minhas memórias continuaram para o que ocorreu depois da biblioteca e o que a mesma acarretaria para o futuro.

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30 anos atrás

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Fiquei possivelmente alguns minutos sentado no banheiro esperando minha respiração normalizar, minha mente estava em um alvoroço estava ao mesmo tempo notando o quão bom foi e o quão rápido eu cedi para ele e teria cedido TUDO se não tivessem aparecido, eu já sabia de minha sexualidade a muito tempo mas NUNCA imaginei que eu perderia desse jeito o controle, na verdade ninguém jamais conseguiu me fazer querer tanto sexo quanto ele, e só acho que seria uma loucura se rolasse, suspirei com o caminho dado por meus pensamentos e levantei do chão pegando minhas coisas ainda corado e fui andando lentamente e sem notar nada ao redor até meu apartamento, mal me lembrava que ele morava no mesmo prédio só tentava entender como eu fui de maneira fácil para os braços dele.

Abri a porta do apartamento e me joguei no sofá sem me preocupar com roupas ou o sapato jogado de qualquer maneira na entrada, pensei que minha mente daria uma folga para mim me deixando descansar um pouco mas não consegui sequer fechar os olhos, comecei a rolar no sofá até cair no chão e ficar lá mesmo. Foi no meio desses pensamentos que lembrei que iriamos ter um encontro hoje, comecei a rodar no chão surtando que nem uma colegial, estava me achando cada vez mais afeminado pelas minhas ações perto do ChanYeol e faziam poucos dias que o conhecia.

Horas se passaram sem que eu saísse do chão e quando notei que já estava escurecendo e nenhuma informação ou sinal de vida do ChanYeol, será que ele esqueceu? Será que estava brincando e só queria um pega? Essas coisas passavam por minha mente enquanto ficava esperando alguma coisa acontecer. Quando olhei no relógio notei que era quase dez horas da noite, levantei do chão desanimado e com fome e me dirigi a cozinha já me sentindo um idiota por ter acreditado em um desconhecido quando a campainha toca, tentei não ficar ansioso pensando que seria ele e tive uma surpresa quando abri a porta e o vi ali parado com uma camisa sozinha cinza e seu cabelo bagunçado, ele sorria para mim enquanto eu ficava boquiaberto com a aparência do mesmo.

“Hm... Oi, desculpa a demora, é... Acho que não vamos poder sair...” – Fiquei chateado com a fala dele, então por que ele veio até aqui? Já estava abrindo a boca para falar para ele ir embora quando ele continuou a falar. - ...Então eu preparei algo em meu apartamento. “ – Ele terminou a frase sorrindo para mim daquela maneira fácil dele e só com isso esqueci toda a raiva que estava, sorri para ele e falei que ia me trocar o deixando entrar no apartamento, fui rápido para o quarto me sentindo uma adolescente novamente, não sabia o que vestir mas queria algo bonito e informal, acabei optando por uma calça rasgada jeans e uma camisa branca, voltei quase voando para sala só para vê-lo olhando os desenhos que fiz dele na sala, pulei na frente dele para ele não ver o resto e fiquei corado de vergonha, tinha esquecido de guardar esses desenhos e ele tinha visto, gaguejei um ‘já estou pronto’ e ele sorriu como se não tivesse acontecido nada, segurou minha mão falando que eu estava lindo, fechei a porta ainda corado por ele ter visto os desenhos e fomos andando até o apartamento dele, em momento algum soltou minha mão, nem quando entramos no apartamento.

Comecei a olhar ao redor notando que havia muitos quadros com fotos de tudo que é maneira e estilo, fui me aproximando das fotos as olhando fixamente para elas, me viro para o ChanYeol e pergunto surpreso. – “Você que tirou?” – Ele respondeu que sim enquanto pegava sua câmera e a ligava, olhava os quadros sorrindo bobamente, nunca esperava que ele tivesse esse tipo de talento, escutei o clic da câmera e olhei para ele notando que apontava a câmera para mim, virei e costas falando um sonoro ‘não’, escutando sua risada enquanto se aproximava e beijava minha bochecha sem parar de tirar foto, tentei fugir mas sua frase me fez olha-lo.

“Temos que ter fotos para pôr no nosso livro” – Livro? O olhei confuso e perguntei ‘que livro’ ele me entregou um pacote me falando para abrir e abri notando um livro novo parecendo um diário e o abri vendo que haviam coisas escritas, comecei a ler e notei que era a história que ele havia contado hoje, o olhei sorrindo de maneira boba. – “Nossa história?” – ele assentiu e eu o abracei sorrindo de maneira que nunca sorri, ele me abraçou de volta e falou que a janta estava pronta. Fomos comer em meio a um clima romântico a luz de velas e nos conhecendo melhor, nem lembro do gosto da comida já que estava mais interessado em conhece-lo, descobri que fazia publicidade e fotografia era seu passatempo, nossos olhares se encontravam a todo os momentos, começamos uma pequena discussão sobre eu achar as fotografias lindas e ele as achar normal, ficamos assim até que ele disse para eu escolher uma para mim já que eu tinha gostado tanto, olhei ao redor boquiaberto mas feliz que ele me daria uma, escolhi uma cena do céu a noite visto do subúrbio da cidade, ele se levantou a pegou e me entregou.

Enquanto eu observava o quadro ele saiu da sala e voltou pouco depois com uma torta holandesa e dois talheres, me perguntou baixinho se eu queria sobremesa enquanto se sentava do meu lado, eu sorri falando que sim e fui surpreendido quando ele pegou um pouco e levou aos meus lábios, abri a boca já sentindo meu rosto vermelho de vergonha e comi o pedaço que ele havia me dado, eu acho que estava bom mas meu nervosismo não deixava eu apreciar o gosto, quando me perguntou se estava bom disse que sim e levei um pedaço a sua boca também mas em vez de abri-la ele fez que não com a cabeça e segurou meu queixo. – “Posso?” – Me perguntou sorrindo e eu assenti sem saber o que ele faria, mas logo antes de abrir a boca para falar ele me beijou já pedindo passagem com sua língua o que concedi de imediato sentindo seu sabor misturado com o doce, porem minha alegria foi terminada rápido pois ele terminou o beijo com breves selinhos e sussurrou um ‘delicioso’ e se afastou um pouco sorrindo para mim, olhei sua boca e suspirei sendo pego desprevenido para sua próxima fala.

“Você quer dormir aqui?”