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História Lendo o último olimpiano - Senatus Populus Que Romanus


Escrita por: PS_Jay

Notas do Autor


Prontinho, como prometido.

- Capítulo sem revisão, eu literalmente acabei de terminar ele.

Capítulo 12 - Senatus Populus Que Romanus


Fanfic / Fanfiction Lendo o último olimpiano - Senatus Populus Que Romanus

O passado – Outubro de 2009 

Acampamento Júpiter

 

Nico di Angelo queria gritar de frustração cada vez que ouvia a palavra graecus escapar da boca de um romano. 

Como pode um povo ser tão irritantemente teimoso?, ele se perguntava. Quantas vezes ele teria que explicar passado, presente e futuro até que eles entendessem? Reyna tinha sorte de Nico ter bastante paciência, ou ele já teria metido um soco na cara de alguém. Especialmente quando alguns o olhavam daquele jeito. Como se ele fosse um verme verde desagradável que havia ficado preso, esmagado, sob a sola de seus sapatos. Nico fervia de raiva com isso. Ele lhes mostraria os vermes quando todos estivessem enterrados a sete palmos do solo, implorando para que ele os deixasse entrar no Elísio, chorando quando ele lhes respondesse com um belo e sonoro “vai se foder”. 

Ah, seria absolutamente lindo

– Estou com pena de quem você está pensando em assassinar – a voz de Apolo (o homem, não a divindade) capturou a atenção de Nico. O di Angelo se virou para encarar os olhos castanhos de Lester Papadopoulos, o deus do sol. 

– Não estou pensando em assassinar ninguém – mentiu, sem emoção. Apolo ergueu uma sobrancelha, divertido. 

– Não? Você está com a cara de assassinato. 

– Eu não tenho uma cara de assassinato. 

– Você tem sim uma cara de assassinato – intrometeu-se Reyna Arellano, caminhando despreocupadamente no outro lado de Nico; semblante totalmente imperturbável. – E uma bem perceptível, na verdade. 

– Sim – Apolo concordou com entusiasmo. – Você franze as sobrancelhas bem assim, tensiona a mandíbula e olha para um ponto fixo como se estivesse pensando em mil e uma formas de tortura...

– Certo – Nico grunhiu. – Já entendi. 

Apolo soltou uma risadinha contida e deu-lhe um toque de ombros amigável. 

– Vamos. Não sei no que está pensando, mas poderia ser pior. 

Pior que ficar sentado enquanto o Senado e as cortes de Nova Roma liam sobre o acampamento grego, planejando diferentes formas de subjugá-los em uma guerra vindoura? Nico achava difícil. 

– Admiro seu otimismo – ele resmungou. 

O rosto de Apolo ficou repentinamente sério. 

– E o que nos resta além do otimismo? 

Nico desviou o olhar para as pedras soltas da Via Praetoria, chutando algumas para fora de seu caminho conforme o trio se dirigia para a Casa do Senado. Por trás da Colina dos Templos, o sol nascente surgia – antes orgulhoso, agora repentinamente encoberto por grandes nuvens, como se ele refletisse o humor sombrio do seu antigo senhor. 

Observando o dia clarear – normal como qualquer outro – Nico quase podia enganar a si mesmo ao pensar que estava no Acampamento Júpiter que ele conhecia, e não em alguma versão passada disso. Tanta coisa havia acontecido nas últimas quarenta e oito horas. Nico mal acreditava que ele, Apolo e Reyna haviam chegado ao Acampamento Júpiter ontem pela manhã, causando a maior confusão já vista pelo povo de Nova Roma. Muito menos que as Parcas haviam mandado Percy enviá-los em uma missão no passado para ler livros sobre o futuro. Quer dizer, é loucura demais!

Mas… era verdade, estava acontecendo. Eles estarem ali era real, e Nico tinha certeza de que sua última conversa com Percy também era. Ele ficava repetindo ela em sua cabeça várias vezes, tentando encontrar qualquer coisa que pudesse lhe dar algumas respostas. Só que não havia nada. Nada além de instruções extremamente específicas que proporcionaram a Nico perguntas e teorias que não o levavam a lugar algum. 

E além disso, havia a questão do Apolo. As súbitas mudanças de humor que o ex-deus vinha tendo começavam a preocupar Nico. Will já tentara o tranquilizar quanto a isso, dizendo que, em vista de tudo que Apolo havia passado – a perda da sua divindade, a traição de uma amiga e os problemas que ele enfrentou com os Imperadores –, era normal para uma pessoa ter seu emocional abalado. Mas os sinais de autodepreciação estavam lá; escondidos, porém presentes. 

Acima de Nico, Reyna e se igualando ao próprio Percy, Apolo era aquele que havia levado a missão atribuída pelas Parcas muito a sério. Um peso adicional parecia ter caído sobre seus ombros, como se ele soubesse algo que nenhum semideus sabia. Como se ele estivesse se preparando para um desastre. Mas além de tudo isso, parecia haver algo que ele precisava desesperadamente fazer – provar seu valor a si mesmo. 

O sol, se perdesse sua confiança, ainda seria capaz de brilhar? 

– Que horas falaram que era para nos reunirmos no Senado? – perguntou Reyna, cuja voz quebrou o silêncio pesado que tinha se formado, dissolvendo a tensão crescente. Nico ergueu o olhar do chão para encará-la, repentinamente puxado de seus pensamentos. Ele se sentiu meio tonto, com a visão embaçada por alguns segundos, desorientado como se o tivessem acordado com um balde de água fria. 

– O quê? – questionou estupidamente. 

– Oito horas – respondeu Apolo, um pequeno sorriso irônico começando a voltar a sua face; seu humor melhorando. – Ora Reyna, achei que você, diferente de nosso querido Nico aqui, não se esqueceria de uma informação importante dessas. 

– O quê? – Nico rosnou, indignado. 

– Não, seus idiotas – grunhiu a mulher, revirando os olhos. – Prestem um pouco de atenção! 

E ela apontou para as portas talhadas da Casa do Senado, que estavam entreabertas e emanando luz. Havia obviamente uma grande movimentação ali, e muitas vozes abafadas podiam ser ouvidas discutindo. 

– Que horas são agora? – Nico perguntou. 

– Sete e meia – respondeu Apolo imediatamente, seus olhos castanhos se enchendo de realização. – Que bando de filhos da puta!

– Cuidado com o que fala – disse Reyna. – São o meu bando de filhos da puta. 

– Eles começaram sem a gente! – continuou o ex-deus, trotando furiosamente pelo resto da Via Praetoria até a Casa do Senado, com Nico e Reyna em seus calcanhares. Apolo parecia um turbilhão de calor em fissão nuclear, pisando tudo nos tijolos da rua e afundando eles de novo na terra. O deus disparou à frente como um raio, atravessando a linha pomeriana e ignorando totalmente a cabeça irritante de Término. 

Então, no pé da escada, à beira de invadir tempestivamente o Senado, Apolo parou. 

– Vamos ouvir – disse ele, quando Nico e Reyna o alcançaram. E os três se aproximaram furtivamente para escutar. 

– Por favor, tenham modos. Falem um de cada vez! – exigiu a voz firme de Reyna, vindo de dentro da casa. A sua versão mais nova parecia impassível, mas Nico conhecia Reyna bem o suficiente para saber o quanto ela estava impaciente. 

– Ainda não acredito que permitiram que graecus ignorantes pisassem em Nova Roma! – sobressaiu um timbre esganiçado. Nico revirou os olhos. Octavian, é claro. 

– Ignorante é você – bufou Apolo, trincando os dentes. – Ainda não acredito que esse pirralho é meu parente. 

– Nem eu – disse Reyna, ao mesmo tempo em que sua outra versão dizia:

– Já conversamos sobre isso, Octavian. Agora vamos discutir sobre coisas que realmente importam. 

– Coisas que realmente importam? E ter o acampamento invadido por gregos não é um tópico de discussão importante? 

– Estamos presos nesse assunto já faz meia hora – disse Jason, e ouvir a voz dele fez a garganta de Nico secar. Ele olhou para Reyna, ao seu lado, observando sua expressão concentrada ficar triste e seu olhar cair. – E não fomos invadidos. 

– Eles entraram sem nosso consentimento – insistiu Octavian. – Isso é invasão. 

– Se você se esqueceu, Reyna é a pretora – argumentou quem parecia ser Dakota. – Nico foi enviado pelo próprio Plutão, que é um deus. E o terceiro, o tal de Lester, é um romano que vai chegar no acampamento ainda. Todos eles tiveram permissão. 

– Mas…

– Chega, Octavian – ordenou a pretora. – Mudemos de assunto agora, sim? Temos somente vinte minutos antes de eles chegarem. 

– Então você está envolvida nisso – disse Apolo, lançando a Reyna um olhar aguçado. Ela abriu um sorriso irônico para ele. 

– Isso se chama estratégia. Suspeitei que algo assim poderia acontecer quando nos deram um horário tão tardio. Por isso insisti que viéssemos mais cedo. 

– Eu sempre soube que você era inteligente – Apolo resmungou. 

– Achei que a expressão que você tinha usado mais cedo fosse “filhos da puta”. 

– Eu gosto de você, Reyna. Mas concordemos: foi uma puta sacanagem. 

– Silêncio, vocês dois! – Nico rosnou, tentando prestar atenção no que era dito no Senado. Aparentemente, todos haviam começado a falar ao mesmo tempo, tentando, ironicamente, decidir sobre o que iam falar primeiro. E os romanos se orgulhavam de sua “ordem”. Que ordem, hein. 

Baita papo furado. 

– Acho que devíamos começar pela guerra – estava dizendo Gwen. – Aparentemente, os gregos também se envolveram nela. Nós meio que trabalhamos juntos, sem saber disso. 

– Eles dizem que se envolveram – grunhiu Octavian. 

– Cronos voltou – apontou uma pessoa cuja voz Nico não reconheceu. – E se nós não lutamos com ele, então os gregos devem ter lutado. 

– Você quer mesmo que acreditemos que os gregos deram fim ao Rei dos Titãs? – disse outra pessoa desconhecida. 

– É isso que o livro diz – falou Gwen.

– O livro não disse isso. 

– Mas vai dizer. 

– Podemos deixar essa rivalidade greco-romana de lado por um instante e se concentrar no problema maior? – pediu Jason e, se Nico  tivesse que adivinhar, ele apostaria que o outro semideus estava massageando as têmporas agora. 

– E que problema seria esse, pretor? – Octavian zombou. 

– Ah, talvez o motivo pelo qual as Moiras decidiram que seria importante enviar pessoas do futuro para o passado? 

– Esse é o ponto que eu queria chegar – disse Reyna, a pretora. – Se isso aconteceu, tem um motivo muito específico. Alguma coisa grande vai acontecer. Algo tão terrível que as próprias Moiras sentiram a necessidade de se envolver. 

– E o que poderia ser? 

– Eu não sei. Ainda. Mas precisamos descobrir. 

– Você acha que o pessoal do futuro está escondendo algo? – questionou Jason. O suspiro que a Reyna do passado deu foi audível. 

– Eu acho praticamente impossível eles terem vindo até aqui sem saber de nada.

Nico quase soltou uma gargalhada amarga. Era ali, nesse pequeno detalhe, que os romanos se equivocaram. Nenhum dos três fazia qualquer ideia do que estavam fazendo; eles só confiaram. Confiaram em Percy, fecharam os olhos e disseram “vamos nessa”. E agora estavam os três um do lado do outro, espremidos contra as paredes do Senado para ouvir pessoas descrentes duvidarem de seu caráter. Era tudo que Nico queria. 

– Devemos entrar? – ele perguntou. 

– Não – disse Apolo. – Aí perderemos a vantagem. Eles não sabem que sabemos sobre isso. 

Reyna deu ao ex-deus um sorrisinho de lado. 

– Isso é uma puta sacanagem, você sabe. 

Apolo deu de ombros, devolvendo o sorriso. 

– É estratégia. 

A mulher balançou a cabeça levemente, como se para afastar a diversão. 

– Vamos esperar aqui até nosso horário, entrar e fingir que não sabemos de nada. Amanhã, viremos um pouquinho mais cedo para escutar mais. 

Nico também se permitiu abrir um sorriso. 

– Gosto de como você pensa de maneira perversa – disse ele. Reyna estalou a língua no céu da boca. 

– Por isso somos amigos. 

E os três, dividindo olhares de cumplicidade, continuaram sua espionagem bem mais leves do que quando acordaram. Eles poderiam não saber de nada sobre a missão, sobre seus motivos ou dos objetivos que estavam por vir, mas sabiam de uma coisa: enfrentariam juntos, como uma equipe. 

E que os romanus que os aguardassem. 


Notas Finais


O próximo deveria sair dia 3 de setembro, mas dessa vez eu não prometo que vou cumprir o prazo.


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