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História Leom - Uma concha que guarda lembranças


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Ei pessoaaaaal, como vocês estão, meus amores? Estão se cuidando direitinho? Espero que sim.
Então, mais um capítulo com as atualizações semanais (graaaaaças a Deus) e eu espero de coração, que gostem, tá bom? Obrigada a todos os comentários anteriores, vocês são mil!
Bora ler

Capítulo 23 - Uma concha que guarda lembranças


Fanfic / Fanfiction Leom - Uma concha que guarda lembranças

Já fazem nove dias desde que tudo aconteceu e estou na mesma. Sem notícias do Taehyung, sem conseguir ter uma ideia sensata e viável para ir atrás dele, sem ter coragem de conversar com Seokjin e fugindo dos meus pais, por medo de fazer ou falar alguma besteira, que os tire do sério.

Há mais ou menos uns quatro dias, surgiram boatos pela cidade, de que alguém viu o Hebi se aproximando, mas ele nunca chegou no porto de Busan e nem ancorou em outro lugar aqui por perto. O capitão é esperto e ele sabe que se ele ancorar o navio aqui, meu pai vai querer a cabeça dele, e não é para menos. Neste dia, as ordens foram para que todos os oficiais possíveis tomassem conta das entradas da cidade, fosse ela por terra, ou pelo mar, mas nada aconteceu, e se era verdade que o navio que se aproximava era o Hebi, o capitão desistiu de vir.

Eu eu, como já disse, estou do mesmo jeito. Na maior parte do tempo, eu fico no meu quarto lendo algum livro qualquer, ou na biblioteca da minha casa; no jardim caminhando ou até mesmo na cozinha, batendo papo com Yoongi e Hoseok, enquanto — escondido — ajudo eles a descascar batatas.

Meu celular nem tem tanta graça, assim como sempre foi. Nunca fui do tipo muito ligado a redes sociais e por isso, nem faço questão de tê-las. Meu negócio mesmo era vídeo-game, mas ultimamente, nem isso tem prendido a minha atenção.

Sinto muita falta do Taehyung e a cada dia que passa, está mais difícil de esconder. Minha mãe questiona minha tristeza durante o jantar, questiona a pouca quantidade que ando comendo e como pareço fraco e desanimado. Acho que estou começando a cair na real, de que tudo realmente acabou. Tínhamos planos, mas estes só seriam concretizados se ele viesse para a Coréia comigo, o que não aconteceu. Provavelmente, sem mim, ele percebeu que a vida com o pai é chata, mas vai ser menos difícil do que passar por muita coisa para viver comigo, e eu não o culpo se realmente for isso, porque né, ele é um pirata, afinal.

Só que meu coração não consegue aceitar que tudo realmente pode ter tido um fim. Tudo o que a gente tinha era real demais para ser passado assim, e por mais que as evidências sejam de que acabou e pronto, meu coração fica me fazendo ter esperanças de que ele vai aparecer a qualquer momento.

Eu fico parecendo um louco. Todas as noites fico na poltrona da minha sacada, sentindo o frio que for, esperando para ver se ele vai aparecer, mas nada, então eu entro lá pra madrugada e custo a dormir, com medo de pegar no sono e ele aparecer sem eu ver.

Está doendo.

Muito.

Sem contar que meu corpo parece estar em chamas. Meu peito dói e queima, e meus hormônios estão me deixando maluco. Para mim, é anormal me masturbar e chorar no fim de tudo.

Antes, quando eu fazia isso, eu me sentia bem, aliviado e sempre fazia pelo prazer. Mas agora, parece que tudo o que eu faço me traz lembranças dele, e eu não estou conseguindo suportar. Sempre parece ser errado, como se eu sentisse falta dele apenas pelo sexo, mas não é assim e eu não quero ficar me culpando desse jeito. Meu corpo precisa disso, mas eu não consigo mais fazer nada, sem pensar que estou sendo egoísta por me masturbar pensando nele, enquanto eu deveria ter saudades da pessoa que ele é.

Mas o pior é que eu sinto saudades exatamente disso. Sinto falta de tudo o que ele é, e de tudo o que ele tem, principalmente do sorriso. A parte do sexo é algo completamente a parte, e minhas saudades verdadeiras, não é disso, apesar de eu querer muito.

Eu andei vendo vídeos sobre sexo. Pesquisei muito sobre isso, inclusive, e assisti alguns pornôs gays. Concluí que não estou errado por desejar tanto isso. Eu sou um homem, e preciso disso. Depois dos vídeos, passei a me sentir menos culpado, mas ainda assim, eu choro depois de gozar, e isso está me fazendo mal.

A última coisa que fiz — e que para ser sincero, foi a maior loucura da minha vida, maior até que fugir com piratas —, foi comprar alguns produtos sexuais numa sex shop. Pedi para que enviassem numa caixa sem etiquetas ou adesivos que indicassem o conteúdo da compra, para evitar que descobrissem minha atual situação sexual.

Pelos vídeos que eu vi, alguma especialista disse que quando pensamos muito nisso, é exatamente porque queremos, sentimos vontade ou estamos muito precisando de um momento desse, e foi exatamente por isso, que eu comprei um monte de coisas, para ver se me alivio direito e paro de me sentir um pervertido.

Quando a caixa chegou, Yoongi veio trazer para mim, e como sempre, ficou questionando o peso da caixa, querendo saber se eu tinha comprado um corpo — ele é desagradável, às vezes. Até brincou dizendo que eu paguei alguém para matar o capitão e enviá-lo numa caixa. Eu ri muito disso, mas mal sabia ele que eu estava suando até o fio do cabelo, por medo da caixa abrir do nada a meus brinquedos caírem no chão. E depois de muito zoar, eu consegui entrar no meu quarto, trancar a porta e as janelas e neste momento, estou sentado na cama, sem ter a mínima coragem de abrir a caixa.

Ela está aqui, linda. Sem adesivo, sem etiqueta, sem desenho algum. Apenas meu endereço de um lado e o nome de uma mulher do outro, como remetente, nada além disso. Me dá até vontade de abrir logo, mas droga, estou com medo.

— Jungkook cagão, Jungkook cagão… — Resmungo para mim mesmo uma ofensa tão idiota que acabo tendo coragem, e enfiando o estilete nas fitas adesivas. — Foda-se eu comprei pra usar essa merda.

Fui abrindo a caixa. Para minha sorte, a loja deve ser a sex shop mais mestre em disfarces que tem no mundo, porque eles colocaram tudo dentro de outra caixa, a de um ventilador. Se minhas compras tentassem ser violadas, achariam que eu estava comprando um ventilador, e eu até ri com isso. Um bônus pra lojinha, se eu gostar dos produtos, vou até comprar mais coisas.

Continuo abrindo, tirando toda a fita, até eu começar a ver os plásticos bolha. Fico meio nervoso, mas não está na hora para isso. Minha curiosidade é muito maior e eu preciso continuar abrindo.

Finalmente desembalo tudo e começo a tirar meus produtos. Agora eu posso dizer que tenho camisinhas, lubrificantes, vibradores, alguns potes de gel que eu não faço ideia de pra quê que servem e o mais vergonhoso, alguns pênis de borracha.

Eu espero chegar num dia, em que essas coisas serão bem comum para mim, de usar, mas agora, só de me imaginar fazendo isso, eu sinto um certo medo e muita vergonha de olhar para a cara dos meus pais, depois. Mas também, preciso admitir que estou morrendo de vontade, e a única coisa que me segura, é minha vergonha, mesmo sabendo que ninguém vai descobrir isso.

Então eu resolvo ler os rótulos e as indicações. Passo mais ou menos umas duas horas apenas analisando e lendo tudo. Descubro como usar os aparelhos, descubro a utilidade para alguns óleos, e meio que aprendo as melhores formas de usar um brinquedo de borracha.

Eu preciso usar alguma coisa. Mesmo que sinta vergonha, eu preciso experimentar e ver como que é, então eu resolvo ir pelo caminho mais simples, pegando uma camisinha, o lubrificante pequeno, o menor dildo — porque sim, eu escolhi uns cinco tamanhos diferentes —, deixando-os bem escondidos debaixo do meu travesseiro, e indo embalar o restante. 

Minha compra precisa ficar muito bem escondida entre minhas coisas, e para isso, volto a embalar tudo no plástico bolha e guardar dentro das caixas — inclusive na do ventilador. Guardo tudo perfeitamente bem e levo a caixa para dentro do meu closet. Procuro o lugar mais difícil de ser acessado e enfio ela lá, debaixo de algumas roupas de cama.

Vou até meu banheiro e coloco a banheira para encher. Busco as coisas que deixei escondidas, volto ao banheiro e me tranco por mais uma porta.

Tiro toda minha roupa, jogo uns sais de banho na banheira, porque né, quero que minha loucura seja pelo menos beeeem cheirosa e por fim, entro na água, trazendo meus brinquedos.

Fecho o registro. A banheira já tem água o suficiente para eu tomar um banho bem confortável. Estou segurando os brinquedos e criando coragem. Ainda posso desistir de tudo e sair daqui apenas com um banho bem tomado, mas eu não quero deixar passar essa oportunidade.

Lavo o dildo com bastante sabão e abro a camisinha. Essa não tem sabor de nada. Com uma certa dificuldade por conta do óleo, eu a coloco sobre o dildo. Viro um pouquinho do lubrificante nele e espalho bem. Está muito escorregadio, e pra quem perdeu a virgindade a seco, acho que isso aqui não vai ser nada — inclusive porque esse brinquedo não se compara ao verdadeiro do Taehyung.

Eu nem coloco lubrificante em mim, porque já estou na água e porque a camisinha já está lambrecada o suficiente. Então a hora é a agora. Dobro meus joelhos e apoio o pênis de borracha em minha entrada. Dou aquela suspirada profunda e forço o negócio, que entra mais fácil do que eu pensei.

É claro que doeu. E também acabei de me lembrar que nem me preparei antes — inclusive, não sei se terei coragem de enfiar meus dedos em mim. Deve ser uma sensação esquisita. Mas como eu disse, como o dildo é menor que Taehyung, ele entrou mais fácil. Não é que deslizou que foi uma beleza, mas eu particularmente achei que seria mais complicado.

O mantenho internamente por um tempinho e tiro de novo. A sensação incômoda está lá e meu ânus arde, mas eu quero ir até o fim e ver como vai ser isto.

Volto a colocá-lo e pressiono um pouquinho quando chega no limite. Acho que agora já dá para começar a brincar, então eu vou fazendo os movimentos de leve, colocando e tirando.

É bom. O barulhinho da água se mexendo me deixa mais calmo, e de repente, toda aquela culpa que eu estava sentindo, vai se esvaindo.

Eu precisava de um tempo para mim. Um tempo para me descobrir e me sentir. Um tempo para me fazer sentir bem, sem me preocupar com Seokjin, com meus pais, com o capitão e com a demora de Taehyung, que pode resultar em sua perda em minha vida.

Coloco minhas pernas acima das laterais da banheira e me afundo um pouquinho mais na água, facilitando o acesso da minha mão na minha bunda. Aumento um pouquinho os movimentos e me permito a fechar os olhos e curtir esse momento.

Está bom. Sinto meu ânus se contrair e o dildo continuar me tocando de forma íntima, me deixando bem. Da minha boca escapole um gemido e eu não me esforço para segurá-los, como eu estava fazendo antes. Deixo que meus suspiros saem com sons gostosinhos e continuo movendo minha mão.

Os vídeos ensinam como localizar a próstata e sentir mais prazer, assim como ensina uma masturbação com os dedos e mais várias outras coisas que são bem úteis para um iniciante, como por exemplo, gozar só com a masturbação anal. Mas eu só quero sentir isso daqui. Para minha primeira vez, está bom. Está excelente.

Eu continuo os movimentos e passo a me estimular no pênis também, e a sensação fica mais gostosa ainda. Aperto mais os olhos e permito que mais alguns gemidos tímidos fujam da minha garganta. 

Sei que meu momento íntimo está chegando ao fim, porque sinto aquela cócega característica e sinto até meu ar querer fugir dos pulmões. Então eu gozo e imediatamente eu paro de movimentar o dildo. Apenas o deixo dentro de mim, até que a contração do meu ânus o jogue para fora.

Estou ofegante e me sinto realizado. Acho que foi a melhor masturbação que fiz na vida. Sinto um pouquinho de culpa, mas não me arrependo, e também, dessa vez eu não vou chorar, por mais que queira um pouquinho. Eu sei que preciso crescer e aprender a lidar com meus problemas sem ficar chorando por eles, e eu vou começar a partir de hoje, parando de chorar porque me masturbei pensando em alguém que me faz falta.

{...}

Mais dois dias sem passam e eu continuo sem notícias do Taehyung. Eu meio que passei a focar em me conhecer e conhecer meu corpo, porque em dois dias, eu já perdi uns setenta por cento daquela vergonha, e já usei quase tudo o que tem na caixa.

Mas é claro que fora esses momentos, ainda tem aqueles que me fazem ficar pensando nele e em como eu gostaria de estar naquele navio, curtindo um momento na cabine junto com ele.

Em meu quarto, tenho uma caixinha cheia de conchas. Hoseok e Yoongi trouxeram para mim, da praia, num dia desses que foram passar o tempo — porque eu pedi, é claro. Nenhuma é igual a que ele me deu e isso me dói, porque era a única coisa material que eu poderia ter, que lembraria ele, mas eu não tive nem tempo de pegar.

As conchinhas são minhas únicas companhias, enquanto fico na sacada, esperando ele aparecer. É nesse momento que eu deixo as emoções rolarem por meus olhos, enquanto coloco uma a uma no ouvido, tentando escutar o barulho do mar que tanto dizem que é possível de ouvir, dentro de uma concha. É claro que isso tudo é algo que inventaram. O barulho que a gente ouve é de algo vazio e que dá eco — não sei uma explicação melhor para isso —, e esse barulho lembra um pouco o som do mar, principalmente pela noite, quando ele está calmo e todo e qualquer barulho fica mais evidente.

Mas agora, parece que nem ficar na sacada, está me deixando esperançoso. Na verdade, isso está me deixando mais machucado do que nunca e eu sei que preciso sair daqui e respirar um pouco. Já fazem mais de dez dias, com certeza ele não virá.

Saio da minha sacada e fecho a porta. Sinto meu rosto se repuxar por causa das lágrimas que haviam secado e levo minha caixinha de concha para guardar, mas antes, escolho uma delas e a guardo no bolso.

Saio do meu quarto e vou até a porta do meu irmão, ainda sem acreditar que estou fazendo isso. Mas acontece que cheguei num momento de desespero e eu preciso desabafar com alguém.

Dou dois toques na porta e espero, ele gentilmente vem abrir — diferente de mim que dou um berro perguntando quem é —, e se assusta quando me vê e fica me encarando.

— Posso falar com você? — Peço, e acabo fungando, porque meu nariz está escorrendo.

— Claro, entre. — Ele me dá espaço e eu caminho com um certo receio para dentro do quarto. Ouço-o trancar a porta e vir andando mais rápido na minha direção, me levando para a cama. — Senta aí.

Seokjin está preocupado e eu consigo notar isso pela primeira vez. Seus olhos estão parcialmente arregalados e eu noto que em cima da cama, ele tem uma caixinha de bombons, igual a que ele me deu.

— Fala, o que foi?

— Eu… — Suspiro, coçando a testa e tirando uns cabelos que começaram a incomodar meus olhos. — Vim te trazer uma coisa também. — Tiro a concha do bolso e coloco sobre a cama, empurrando devagar na direção dele. — Não é a concha mais bonita da França. Na verdade, sequer é francesa, mas é algo que… 

— Faz você se lembrar da sua paixão. — Ele completa, pegando a concha e a analisando. — É bonita, Kook. Obrigado.

— Por nada. — Assinto e fungo mais uma vez.

— Então, o que quer conversar comigo?

— Jin — respiro fundo — você me promete que esse assunto nunca vai sair daqui e que essa bondade toda que está vindo de você, não é armação sua com nossos pais?

— Jungkook…

— É sério. Eu preciso que você me prometa que eu estou lidando com um irmão de verdade agora. — Engulo em seco. — Eu preciso de um irmão e não de mais um puxa saco do papai.

— Eu te prometo. — Seokjin respira fundo. — Pode confiar em mim. Ninguém me pediu nada e eu não estou fazendo nada por eles. Eu só quero ser alguém que você tenha para conversar. Eu sei que tem algo aí que está doendo muito e sei que precisa conversar com alguém mais sensato que Yoongi e Hoseok.

— Está doendo muito mesmo. — Confesso. — Eu… — Suspiro, esfregando o rosto. — Nem sei por onde começar, Seokjin.

— Está com medo?

— Estou. — O encaro e vejo seus lábios carnudos fazerem um bico.

— Já falei que não vou contar para ninguém.

— Não é isso, é que… essa pessoa… — Estou muito nervoso. Estou prestes a contar para meu irmão que eu gosto de um homem e eu não sei como ele vai reagir. Pode ser que aceite, como pode ser que me expulse do quarto e vá correndo contar para meus pais, assustado com a informação. — É…

— É o Taehyung, não é? — Ele pergunta direto, com certeza, sabendo que eu não iria contar isso assim, tão fácil.

— Jin...

— Eu não vou contar para ninguém, Jungkook. — Insiste. — Pode me contar. Poderia ser aquele Jimin que você diz que tem um bom coração, mas sua preocupação eminente é com o filho do capitão. Você está apaixonado por ele?

Eu sinto uma lágrima descer e acabo abaixando o olhar. 

— Eu já entendi. — Ele fala baixinho e se mexe na cama. — Toma. — Vejo um bombom em sua mão. — Chocolate faz a gente se sentir bem. Coma um e depois você me fala o que está sentindo.

Eu pego o bombom e dou uma mordida tímida. Está difícil de engolir por causa do nó que está em minha garganta. Eu quero muito chorar, mas se o fizer, não conseguirei dizer nada a ele, e eu preciso de um ombro amigo para me ajudar nesse momento, e para isso, esse ombro amigo precisa saber da história toda.

Mordo mais um pedacinho do chocolate, agradecendo mentalmente por ele estar ali todo paciente, me esperando dizer alguma coisa. Me ajeito na cama e suspiro profundamente, eu preciso falar, pra não acabar explodindo.

— A gente… tinha combinado de ficar juntos. Ele desceria na Coréia comigo e ficaria aqui. Mas o Hyungsik me encontrou primeiro. — Falo baixinho, antes de morder o bombom de novo. — Eu estou esperando por ele, mas acho que ele não vem mais. — Engulo em seco, segurando o choro. — Eu estou com medo de contar para o papai e para a mamãe e eles me julgarem por isso. Estava com medo de contar para você também e estou com medo de nunca mais vê-lo. Eu sinto saudades, muita saudades e isso está me deixando desnorteado, porque eu simplesmente não sei o que fazer. Tudo pode ter acontecido depois que eu saí daquele navio, Jin. O pai dele pode ter machucado ele, pode ter prendido ele, pode até ter… m-matado ele… não sei se ele está bem ou se simplesmente desistiu de mim. Não sei se o capitão deixou ele perdido em algum lugar com Jimin e Namjoon, não sei se ele foi para o Japão… eu não faço ideia de nada e eu queria muito vê-lo. Eu deveria ter mandado o Hyungsik pegar eles e afundar o restante do navio, mas ele nunca faria isso.

— Não mesmo. Hyungsik é um saco e ele nunca salvaria três piratas que fazem parte da tripulação que te sequestrou.

— Pois é. E eu deixei o Leom para eles, pensando que poderiam usá-lo para fugir, mas agora, eu já não sei mais o que pensar. Ele parecia sincero quando dizia que queria ficar comigo, mas ele não vem e eu não sei se ele desistiu ou…

— Jungkook — Seokjin respira fundo, provavelmente pensando muito no que falar. — Escuta, quando viram aquele navio aqui perto, foi confirmado que era o Hebi. Fizeram buscas e mais de uma pessoa viu que era ele.

Ouço atentamente.

— E ele estava sozinho. Hyungsik disse que quando te encontrou, eles puxavam o Leom e que o Leom é um navio enorme, coisa que com certeza não passaria despercebido pelas pessoas daqui. O que eu quero te dizer é, não quero alimentar suas esperanças, mas, ou deixaram o Leom em algum lugar, ou roubaram deles.

— Se alguém roubou, deve ter sido da própria tripulação.

— Bem provável, porque assim, eu só acho que uma tripulação daquele tamanho não iria perder o Leom assim tão fácil. Ainda mais que o Hyungsik disse que eles foram bem firmes quando uma boa parte da marinha, estava diante deles.

— Sim, eles foram bem… resistentes.

— Pois é. — Ele juntou as mãos sobre o colo. — Mas é o que eu disse, não estou querendo alimentar suas esperanças, porque eu me sentiria mal por fazer isso, e no fim das contas, nada mudar. Mas… se ele é tão esperto quanto você já contou, existe uma grande possibilidade dele ter roubado o próprio pai e estar por aí, esperando a poeira abaixar, ou… não sei.

— Você acha que ele pode ter feito isso?

— Sinceramente sim. Por que não? — Seokjin dá de ombros. — E se te conforta, o papai mandou buscas atrás do Leom. Ele quer o tesouro.

— Ele não me falou nada.

— Claro, você nunca está nos assuntos dos negócios da família. Ele não disse para mim em específico, disse numa reunião.

— E tem muito tempo?

— Tem alguns dias, mas ele só mandou buscas pelo mar. Se não achar, provavelmente vai mandar alguns helicópteros e… não sei, ele não falou mais nada sobre isso. Se achar pelo mar vai ser melhor, porque aí já pegam o navio, né? Mas não sei.

— Eu não sei se torço para encontrarem, ou para não encontrarem e o Tae ter roubado aquele capitão nojento.

— Se ele roubou o capitão, ele já está longe a muito tempo. Com certeza foi dar um jeito de esconder esse navio em algum lugar.

— Devem ter pintado a madeira para ninguém reconhecer e… — Dou de ombros. — É porque iria chamar muito a atenção né?

— Com certeza. Ele pode ser o amor da sua vida, mas ainda é um pirata. É esperto.

— É… ele é.

— O quê, exatamente? Amor da sua vida ou esperto? — Seokjin ergue as sobrancelhas e isso me faz rir.

— Os dois. — Assumo, sentindo minhas bochechas ficarem até duras, de tanta vergonha.

Ele solta uma risada e me cutuca com o pé.

— Agora me conta uma coisa. O que fez você, Jeon Jungkook, se apaixonar por um pirata? — Pega mais um bombom. — Sempre imaginei você escolhendo das mais belas moças para se casar.

— Também sempre imaginei isso. Mas, não sei, ele é especial. É carinhoso, atencioso e pulou no mar para salvar minha vida.

— Quê mais?

— Ele cuidou dos meus machucados, mentiu para o pai para me proteger, me contou sobre coisas da vida dele que ele nunca tinha contado para ninguém… demonstrou preocupação comigo… ele é um pirata, mas tem um bom coração. Ele é um bom homem. E é lindo também.

— É, você realmente está apaixonado. — Seokjin me encara como se estivesse orgulhoso de mim. Como se me apaixonar, fosse um grande avanço para meu amadurecimento, independente se meu coração agora pede por um pirata. Pela cara dele, parece que o importante agora é estar amando alguém e pronto.

— É, eu acho que estou. Mas… e quanto a sua paixão. Não vai me contar nadinha?

— Hm — ele abre um sorriso tão grande, que eu acho que vou ficar até cego, de tão branco que são os dentes dele. — O que você quer saber?

— Pode começar me dizendo um nome? Vai ser melhor do que ficar me referindo à sua paixão como “sua pessoa”.

— Certo… — Ele se ajeita na cama, ficando um pouco inclinado na minha direção, com os cotovelos apoiados nos joelhos. Vejo-o puxar a mesma pulseirinha do braço esquerdo e me mostrar, colocando o braço em minha perna. — Veja.

Observo a pulseira. Ela é fofinha e tem alguns pingentes, mas dois deles são, um S e um R.

— Suponho que S seja de Seokjin. 

Ele assente.

— E o R?

— R de René. — Ele me encara, dando uma mordida rápida no lábio inferior. — René Benoit.

— René? — Arregalo os olhos. Ele assente devagar e eu me inclino também em sua direção, como se fosse contar um segredo para ele. — Sua paixão também é um homem? — Pergunto tão baixinho, que se ele não me encarasse, com certeza não iria ouvir o que eu disse. — Ou os franceses têm desses nomes que dão para ser usados por homens e mulheres?

— É um rapaz belo, delicado, honesto, trabalhador, prestativo, atencioso, encantador… completamente diferente do seu.

— Ei!

— Brincadeira. — Ele ri — Mas sim, René é um homem. Um tipo diferente, ouso dizer. Ele cuida daquela doceria como se fosse a vida dele e… — Suspira. — Ele é encantador, de verdade.

— E você… já teve outras paixões masculinas? Antes do René?

— Já tive algumas paixonites, mas aquelas assim à primeira vista e nada que me fizesse querer ficar com a pessoa. Mas com o René é diferente.

— E… alguém sabe? A mamãe e o papai, no caso?

— Então — ele suspira. Eu aguardo muito por essa resposta, para ver o que ele vai dizer a respeito, para que eu possa ter uma noção do que vem pela frente. — Eles não sabem. Mas… — Levanta um dedo. — Eu acho que eles vão aceitar se a gente contar.

— Eu não sei. O papai fica preocupado com essa coisa da imagem e, por mais que ele não force a gente a ficar com quem ele quer, acho que dizer que gostamos de outro homem, vai ser algo meio impactante para ele. 

— Talvez seja impactante, mas acredito que eles irão aceitar.

— Por que pensa assim? Você já teve esse tipo de assunto com eles?

— Já falei sobre inúmeras coisas com nossos pais, Jungkook. Enquanto você fica enfiado naquela TV brigando com seus bonequinhos virtuais, eu tenho conversas sérias sobre várias assuntos. Conversamos sobre absolutamente tudo, inclusive, amor. 

— E eles apoiam a união gay?

— Uma vez, a muito tempo, eles disseram que eram a favor do amor, e por isso que não nos obrigariam a nos casar com quem não gostamos. Eles se casaram por amor, e assim será conosco. E ainda me lembro da mamãe falando que apoiava toda forma de amor, desde que fosse verdadeiro, e não um “amor” por interesse.

— Então talvez a mamãe aceite, mas o papai… não sei.

— Acho que aceita também.

— Por que nunca contou para eles, então? — Decido perguntar, porque da forma que ele fala, dá a impressão de que nossos pais já levantaram a bandeira gay e eu não estou sabendo. — Se acha que será fácil assim, por que nunca disse nada?

— Primeiro, não estou dizendo que será fácil. Estou dizendo que acredito que eles irão acreditar, baseado nas conversas sérias que já tivemos. E segundo, você já deve ter percebido que eu não sou do tipo que passo meu tempo falando sobre romance. Eu procuro trabalhar e ser bom naquilo que eu faço, o que me impede de ficar tirando um tempo para falar sobre assuntos aleatórios. Não quero ter paixões e chegar aqui contando que estou apaixonado, sabendo que aquilo não vai dar em nada.

— Mas o René não é uma paixão qualquer e você nunca contou, Jin. Por quê?

— René mora muito longe de mim, Kook. Eu sou apaixonado por ele, mas não estou disposto a largar tudo por ele, assim como ele não está disposto a largar tudo por mim. Ele não sabe que sou um príncipe, também. 

— Então você não gosta dele, Jin. — Bufo. — Caramba, você tem como entrar em contato com ele, tem como ir visitá-lo sempre que quiser, tem como manter um relacionamento a distância, se for necessário, mas não o quer?

— Eu acho ele diferente e gosto dele, mas e se daqui a duas, três semanas, ele for só uma lembrança boa? Tivemos momentos magníficos na França, mas isso não significa que nascemos um para o outro. Agora, neste momento, eu estou deslumbrado com ele, mas e depois? Pode ser que passe rapidinho.

— Você está se contradizendo em tudo o que diz, Seokjin! Como pode dizer que é apaixonado pelo cara e ao mesmo tempo, achar que não vale a pena?

— Você largaria tudo pelo Taehyung, se ele aparecesse aqui agora e te chamasse para ir embora com ele para o Japão?

— Na hora. — Pisco devagar. — Eu gosto muito dele, e nem pense que isso seria uma atitude irresponsável, Jin. Eu poderia até me arrepender no futuro, mas agora, neste momento, tudo o que eu quero, é passar minha vida ao lado dele, porque ele tem o que eu preciso, sabe? É como se ele me sustentasse toda vez que eu estivesse prestes a cair. Sabe aquela pessoa que tem algo que te completa? Algo que faz você se sentir inteiro e feliz, mesmo que esteja passando por uma situação complicada? — Insisto. — Sua vida com o René na França pode ter sido entre bolinhos e bombons e isso é lindo, Jin! É a sua cara, na verdade. É o tipo de romance que eu achava que seria perfeito de ter, com uma garota bela e educada. Mas agora eu vi que é o tipo de romance que cabe a você. Eu vivi uma vida de adulto ao lado do Taehyung, passando por poucas e boas, correndo riscos e enfrentando coisas que eu nem sabia que existia! Eu senti coisas que não imaginava ser capaz de sentir, e agora eu sinto um aperto tão grande no peito, porque eu vi que eu preciso dele para me sentir completo e eu não o tenho mais. — Eu sinto uma lágrima descer e ele assente.

— Entendo.

— Quisera eu, Jin, ter como conversar com ele pelo telefone, ou tê-lo fixo em algum lugar, como o René fica na doceria, para que eu pudesse ligar ou ir visitá-lo quando quisesse. Mas… eu estou sem respostas e não faço ideia se vou vê-lo outra vez.

Seokjin assente e se aproxima, passando a mão no meu rosto, para limpar as lágrimas que começaram a encharcar minhas bochechas. Seus olhos exalam ternura e eu não posso deixar de ficar feliz, por ver que ele tem esse olhar sobre mim, mesmo que nunca demonstre ser o irmão que se preocupa.

Eu acabo abaixando a cabeça, porque para mim, chorar na frente dele sempre foi sinônimo de fracasso, e mesmo que estejamos nessa situação, para mim ainda é complicado aceitar que ele finalmente está sendo um ombro amigo, e não aquele Seokjin que só gosta de mandar em mim.

E ele vem mais para perto, deixando de repente, minha testa apoiada em seus ombros, enquanto passa os braços envolta de mim. Eu me surpreendi com o gesto, mas eu não o afastei, por sentir que é um abraço sincero. Eu precisava chorar por tudo o que eu estava sentindo, e como estou tendo essa oportunidade, não posso perder. Mesmo sendo meu irmão, eu ainda preciso desse carinho.

— Ei, não chore — fala baixinho perto do meu ouvido, esfregando a mão em meu braço esquerdo. — Eu… — Ri nasalado. — Por mais que seja uma loucura sem nome isso que eu irei dizer, eu… prometo que vou te ajudar.

— Como?

— Bem, primeiro vamos esperar um pouquinho, ele aparecer. Se ele aparecer, a gente se assume juntos, para que nossos pais deixem vocês ficarem juntos, sem criarem problemas.

— Mas e se ele não vier?

— Se ele não vier, eu vou sair em outra viagem… com você, pra gente ir atrás dele.

— Mas como a gente vai achá-lo, Jin? O mar é grande. — Resmungo, parecendo uma criança mimada.

— Existe helicóptero para isso. É claro que não vamos atravessar o mundo de helicóptero, mas a gente dá umas olhadas por aí e tenta encontrá-los. E no mais, se nossas buscas não tiverem sucesso, a gente vai atrás daquela moça japonesa, sei lá como se chama, e damos um jeito de encontrá-lo através dela. Mas… — Ele me afasta e apoia as mãos em minhas bochechas, passando os polegares abaixo dos meus olhos para secar as lágrimas. — Você vai parar de chorar, erguer essa cabeça e bola pra frente! Ficar se lamentando só vai te fazer ficar pior, então você tem que colocar nessa cabeça que se ele não vier, você vai até ele e vai pedir para ele falar na sua cara que não quer nada com você. Tá bom?

Assinto, abrindo um sorriso tímido, porque eu sou tímido, é claro.

— Quem é você, e o que fez com meu irmão? — Volto a repetir a pergunta, e dessa vez ele ri, se rendendo à piadinha.

— Sou o mesmo Seokjin, mas estou desesperado porque meu irmão fica chorando pelos cantos por causa de homem! Socorro!

— Até parece. — Mostro a língua para ele. — E eu que sou o Jungkook que não acredito mesmo que meu irmão apaixonado está sem querer fazer esforço para ir ver a paixão dele.

— Ah, Jungkook, como eu disse, existe a paixão, mas estamos em mundos um pouquinho diferentes. Não sei, se passar um tempo e eu continuar gostando bastante, quem sabe eu não vou ao encontro de René? Mas… é meio difícil, visto que eu tenho minhas obrigações aqui. Vamos ver como serão as coisas. De repente eu me empolgo com sua história de amor e resolvo ir viver a minha. — Ele abre mais um daqueles sorrisos apaixonados e suspira.

— Hum — também sorrio. — Eu vou torcer para você se empolgar. Será legal se você também começar um romance, porque aí, você para de implicar comigo.

— Não abusa. — Ele ergue as sobrancelhas. — Eu vou dar uma trégua, mas não exagere hein.

— Tá bom. — Não consigo esconder como estou satisfeito por vê-lo agindo assim comigo. 

— Se quiser, pode até ficar aqui para ver um filme comigo. Mas eu escolho o filme. — Deixo meus ombros caírem.

— Não sendo documentário, está tudo bem.

— Documentário? Credo, Jungkook, acha que eu sou o quê?

— Não me julgue, você tem cara de que gosta desse tipo de filme.

— Nossa, você não sabe nada sobre mim, credo. Anda, deita aí que eu vou te mostrar que eu tenho bom gosto. — Ele dá duas batidas num canto de sua cama, e, por mais que eu realmente tenha um certo receio sobre o tipo de filme que ele vai escolher, eu acabo aceitando.

É uma oportunidade boa e também, se eu for para meu quarto agora, vou ficar encarando a janela, esperando Taehyung aparecer, coisa que eu sei que não vai acontecer.

{...}

Mais um dia se passou e tudo está diferente do que foi ontem. Depois da conversa que tive com meu irmão, nós assistimos a um filme, que para minha sorte, ele escolheu um bem comédia o que me permitiu a rir bastante junto com ele e isso foi bom, porque com esse momento de descontração, eu consegui esquecer um pouco os problemas. 

Me sinto até mais leve agora. Estou tranquilo por ter conversado com alguém sobre o que estou passando e também, por ter ficado numa boa com meu irmão, passando o tempo com ele e me divertindo. É como se um peso tivesse sido tirado das minhas costas e agora eu sinto que posso até dormir mais tranquilo, sem ficar acordando toda hora e olhando a janela, por medo de ter sido chamado por alguém e não ter escutado. 

Está na hora de dormir, e acho que pela primeira vez desde minha saída do Hebi, eu não estava em meu quarto. Hoje eu estava fazendo outra coisa após o jantar, que nada mais era que aprender xadrez com meu irmão.

É claro que ele ameaçava a me dar uns cascudos quando eu fazia alguma jogada errada ou perguntava sobre alguma coisa que ele tinha acabado de me explicar, mas foi divertido até. Minha mãe preparou por conta própria alguns chocolates quentes pra gente, e depois ficou sentada no sofá, vendo eu e Seokjin interagindo, como se aquilo fosse a coisa mais anormal do mundo — o que de fato é.

Ficamos jogando por um bom tempo, mas o clima foi ficando mais frio e decidimos nos deitar. Não que eu estivesse sentindo sono, mas ainda assim queria deitar em minha cama e ficar curtindo o quentinho, lendo um livro ou jogando qualquer coisa.

É confortável estar assim, com esse alívio na cabeça, por mais que meu peito ainda doa. A saudade ainda está aqui, mas acho que agora que tenho o apoio do meu irmão, eu conseguirei lidar melhor com ela.

Acabo de terminar um banho quentinho. O clima lá fora está para chuva, e para dormir mais confortável, eu decidi jogar uma água no corpo, para relaxar.

Saio do box e dou de cara com um dildo sobre minha bancada, o último que usei hoje. Penso que cheguei a cogitar a possibilidade de usar um deles em meu banho pré sono, mas desde que os comprei, eu fiz tanta coisa, que decidi deixá-los escondidos um pouquinho, até meu peso na consciência desaparecer. A vergonha fugiu tanto de mim, que agora sinto vergonha por ter me tornado um sem vergonha. É bem complexo, admito. Mas, o tanto que eu experimentei cada um deles, e o tanto de coisa que eu fiz comigo mesmo, já me sinto um completo pervertido. Este sobre minha bancada, por exemplo, é o único que deixei fora do esconderijo, porque ele está secando, por eu tê-lo lavado. Acontece que com a ajuda de alguns vídeos, eu tentei fazer um boquete nele. Tentei não, eu fiz, só não sei se saiu como o esperado, porque infelizmente não tem como ele me contar se foi ok, ou se foi péssimo. Mas para mim, foi uma experiência inovadora, e eu particularmente acho que não foi tão horrível, porque no vídeo que eu peguei as dicas, o cara que era chupado, gemia bastante, e julgo que deve ser porque estava gostoso.

Por fim, visto minha roupa correndo. Sei que se eu ficar pensando nesse dildo, eu vou acabar sentindo vontade de fazer alguma coisa, e vou terminar minha noite gozando dentro da banheira, com um vibrador na minha bunda.

Saio do banheiro esfregando meus cabelos com uma toalha limpinha e me assusto quando ouço um barulho na minha porta da sacada. O lado de fora está parecendo que vai cair um dilúvio e isso me faz ir até lá, para puxar minha poltrona pra dentro.

Destranco minha portinha, mas antes que eu possa sair até a sacada, algo no chão chama minha atenção: uma conchinha . Eu me abaixo confuso, me perguntando como que deixei essa cair da minha caixinha, mas imediatamente eu sinto meu coração gelar, quando ao pegá-la, percebo que ela definitivamente não é nenhuma das que estava na caixa. É a concha que o Taehyung me deu.

Eu saio na sacada desesperado, olho para a poltrona e não vejo nada, mas quando olho na direção oposta, dou de cara com um rapaz um pouco mais alto que eu, usando uma calça clara, um casaco de lã azul marinho, uma touca preta e uma máscara.

Meu coração parece parar e eu só consigo soltar o ar preso em meus pulmões, quando ele dá um passo em minha direção e tira a máscara.

— Ei, Kook, sentiu minha falta?

Eu sei que estou parado feito um idiota e não consigo raciocinar. Eu aperto a concha tão firme em minhas mãos, e minhas lágrimas saem quentes, molhando minhas bochechas, enquanto observo ele segurar a máscara entre os dedos, me encarando com um certo receio.

— Não está feliz em me ver? — Sua voz grossa está mais próxima e um sorriso meigo brota em seus lábios, e aí eu me derreto todo.

Me jogo em cima dele e o abraço com força, permitindo-me a chorar naquele ombro acolhedor. Ele me segura firme, me abraçando com muita força mesmo, me passando o carinho que eu senti falta nesse tempo todo.

Meu peito se aperta tanto, que só consigo chorar. Puxar o ar está difícil e o medo que eu sinto de soltá-lo, para conferir se não estou sonhando, me faz ficar receoso, imaginando que isso pode ser coisa da minha cabeça, e que ele de repente vai desaparecer da minha frente.

O vento do lado de fora está absurdamente forte, e com isso, ele nos guia até o interior do quarto, onde está quente e seguro.

A gente se afasta um pouco, mas eu já corto esse espaço deixando um beijo na boca dele, porque se isso tudo for um sonho, eu quero pelo menos ter a oportunidade de fazer algo que eu sinto tanta falta.

— Eu pensei que você não viria. — Falo entre o choro, desesperado, esfregando as mãos em sua nuca. — Você está diferente, o que aconteceu? Você está bem? E seu pai, e os meninos, e sua família, eles-

— Shiu, está tudo certo. — Ele murmura, apoiando o indicador em meus lábios. 

— Eu não acredito que está aqui. — Minha voz sai completamente embolada, e eu acho que ele nem deve estar entendendo o que estou dizendo, porque permanece calado enquanto eu dou meus surtos. — Me fala que isso não é um sonho, por favor, Tae… eu senti tanto a sua falta. Você está mesmo aqui, não está? — Minha garganta se aperta mais ainda. É como se todas as lágrimas do mundo não fossem o suficiente para eu tirar essa dor de dentro de mim. — É você mesmo, não é?

Taehyung se aproxima de novo e pressiona seus lábios nos meus. Ele volta a me abraçar com muita força e eu só consigo soltar o ar que prendo em meus pulmões, quando ele passa a língua devagar sobre minha boca e puxa meu lábio inferior para si.

Aprofundamos o beijo, que sai completamente dessincronizado. O tanto que beijamos bem em qualquer outro momento, agora está tudo errado. É engraçado dizer, mas acho que a gente só precisa da prova de que estamos aqui, realmente.

Tem saliva em tudo quando for lugar possível em nosso queixo e em volta da boca inteira. Nossas línguas estão fazendo uma bagunça sem igual, e acabamos rindo entre o beijo, porque não tem como ficar pior. Está um desastre. 

— Eu acho que já me convenci de que não é um sonho. — Não posso deixar de rir, mesmo que ainda esteja chorando. É um misto de emoções tão grande, que eu simplesmente faço tudo de uma vez. Parece que meu corpo entrou num bug interno.

— Acho que esse foi o pior beijo que já dei na vida. — Ele brinca em meio àquele sorriso que me deixa completamente bobo.

— Nem meu primeiro beijo foi tão desastroso. — Brinco, tentando manter um momento agradável entre a gente. — Mas é o beijo que eu mais gostei. Você está realmente aqui, Tae...

— Não é um sonho. Eu estou aqui. — Ouço sua fala sair calminha, enquanto ele faz um carinho gostoso em meus cabelos. É um carinho tão acolhedor, que preciso apoiar minha testa em seu ombro e tentar recuperar o ar que me faltou desde que eu achei a conchinha. — Eu vim buscar o que é meu por direito.

— Ah, e o que é seu por direito, posso saber?

— A única coisa que me mantém vivo até hoje. — Responde baixinho perto do meu ouvido, o que me faz arrepiar de felicidade. — O seu amor.


Notas Finais


Opaaa, acalmem o coração, porque vai ter sim continuação desse momento, mas eu precisei cortar porque se não o capítulo ia ficar enoooooorme, porque eles tem MUITO o que conversar agora, neam, sem contar que eu não iria conseguir atualizar hoje, se fosse escrever tudo o que será preciso. Então é isso, voltarei o mais breve possível (sim, vou tentar atualizar antes do fim de semana), só não vou prometer porque tudo pode acontecer, né? kkkkkk mas enfim, quem puder, deixe seu comentário e conte pra mim o que acharam *-* espero de coração que tenham gostado.
Mil beijos e até mais :3


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