'' Nilce e Zoe me olharam, e antes que pudessem me explicar, centenas de fúrias saíram de todos os lados e nos cercaram dizendo:
- Pegamos ela. ''
P.O.V Nilce
- O que vocês querem? - Zoe gritou.
- Não é óbvio, florzinha? Você. - Disse uma fúria.
- Por que querem ela!? - Gritei.
- Não vamos falar. - Outra fúria disse.
- Ela nunca vai ir! - Leon gritou.
- A escolha é dela. Se ela não for, matamos você e sua linda esposinha. - Disse uma das fúrias.
Zoe olhou para baixo e ameaçou dizer algo, mas sua boca se fechou novamente. Toquei no braço dela e sussurrei:
- Ei, não precisamos ir. Vamos dar um jeito.
Ela fingiu que não me ouviu e disse:
- Tudo bem. Mas eu quero ter a certeza de que eles vão fica bem! - Zoe falou com calma na voz.
- Com certeza, querida. - A fúria que parecia a líder do grupo disse. - Peguem-na.
Quando as fúrias se aproximavam, Daniel surgiu entre as sombras e num único golpe afastou as fúrias de perto de Zoe. Zoe abriu a boca, chocada. Assim como eu e Leon estávamos. Daniel abriu voo e pegou Zoe pela cintura, levando-a com ele.
- Nilce e Leon, corram! – Daniel gritou.
- Solte-me! Eu tenho que ajudar eles! – Zoe gritou, se debatendo.
Eu e Leon corremos como loucos em direção à floresta sombria. As fúrias nos seguiam, mas não eram tão rápidas como nós. Avistei a Luz de longe, quando Neblon apareceu em nossa frente e relinchou. Ele se abaixou e nos deixou subir nele. Ele relinchou novamente em tom de aprovação e correu. Eu sentia o vento em meu rosto. Se eu não estivesse fugindo de fúrias, diria que esta é a sensação mais maravilhosa do mundo. Eu avistava a luz em minha frente, meu coração palpitava e batia mais rápido a cada galopada. Até que Neblon finalmente parou e eu notei que estávamos na luz. Consegui finalmente respirar. Leon me ajudou a descer de Neblon e me abraçou com fervor.
- Zoe... Onde está Zoe? – Perguntei, aflita.
Minha pergunta foi respondida quando olhei o céu pixelado. Daniel vinha voando segurando Zoe pela cintura. Ela continuava se debatendo e notei que ela estava corada. Dei um sorrisinho. Eu apoio eles. Daniel finalmente pousou no chão e Zoe bateu nele e gritou:
- Estava tudo sob controle! Nunca mais me pegue daquele jeito!
Eu, Leon e Daniel começamos a rir. Ela estava vermelha de raiva.
- Do que vocês estão rindo!? – Zoe gritou.
Ela ficou brava e, então, finalmente riu junto conosco.
- Finalmente conseguimos. Consigo respirar aliviada agora. – Falei.
- Sim. Mas Daniel, como conseguiu curar o Neblon? - Zoe perguntou.
- Bom, eu tenho certos poderes de cura. E eu os usei. - Daniel explicou meio corado.
- Oh, sim. Eu vou conversar com Daniel a sós agora. Preciso dar uma bronca nele! – Zoe olhou feio para Daniel.
Zoe enlaçou seu braço no dele e o puxou para longe. Leon e eu trocamos olhares com um sorriso brincalhão até que ficamos a sós. Fui ao seu encontro e o abracei. Encostei minha cabeça em seu peito e conseguia ouvir seu coração batendo. Ele estava quente. Mesmo para um jogo, eu o sentia. E isso era um privilégio. Ele de repente me beijou, mas não foi um beijo qualquer. Foi um beijo de paixão, misturado com saudade e amor. Eu o amava e ele me amava. Ele era o amor da minha vida, e eu era o amor da vida dele.
- O que você acha da Zoe e Daniel? – Perguntei.
- Eu acho que combinam. – Leon falou.
- Eu também. – Dei um sorrisinho e Leon retribuiu. – Preciso te contar uma coisa.
- Fala. – Leon responde com cara de dúvida.
- Quando você estava naquele lugar terrível, Zoe e Daniel ficaram conversando perto do rio e eu voltei a tenda, porém eu vi que estava tudo bagunçado. Eu saí da tenda e olhei ao redor, até que eu vi uma criatura. Cheguei perto dela com a espada da Zoe. Então, a criatura disse exatamente assim: ‘’Entregue a Zoe que seu marido será devolvido’’. Eu não consegui contar isso a ela, visto que eu saí correndo para achar você. A criatura que eu vi, era uma mulher. Tinha o cabelo bem preto que parecia como a noite. Tinha a pele branca e enrugada e usava vestes cinzas. Quando eu tentei atingi-la com a espada, ela sumiu numa fumaça preta. – Finalizei.
Leon franziu a testa e me olhou preocupado.
- Mas quem estaria atrás dela? – Ele perguntou.
- Lembra que quando estávamos lá, as fúrias falaram de um ‘’criador’’? – Perguntei. – E se for ele? E se o criador estiver querendo a Zoe? E se for o namorado louco de Zoe?
- Espera, que namorado louco? – Leon perguntou.
- Droga, me esqueci que Zoe só contou para mim. - Expliquei a história resumidamente para Leon que fechou ainda mais a cara.
Trocamos olhares preocupados. Zoe chegou no mesmo momento e percebeu nossa expressão.
- O que aconteceu? – Perguntou ela.
Olhei para Leon em busca de ajuda, então ele disse:
- É que estávamos falando sobre como sair desse mundo.
Zoe franziu a teste e suspirou.
- O único jeito de sair é pegar o criador do jogo e força-lo a tira-los daqui. – Ela disse.
Olhei novamente para Leon. Percebi que ele estava assustado, mas sabia disfarçar bem. Notei o cabelo de Zoe um pouco bagunçado e ela com um olhar mágico, até que percebi que Daniel não estava ali.
- Onde está Daniel? – Perguntei, provocando com um olhar brincalhão.
Zoe corou e se embolou na explicação:
- É-é... Ele está se lavando no rio.
Ela coçou a cabeça um pouco nervosa e disse:
- Vou hã... Entrar na tenda para dormir um pouco. – Ela então forçou um bocejo falso.
Eu e Leon a olhamos com um ar maldoso. Ela então entrou na tenda completamente corada e eu e Leon nos controlamos para não rir.
Algumas horas depois
Havia anoitecido e Zoe havia feito uma fogueira para jantarmos. Ficamos falando sobre como sair do jogo. Zoe explicara que apenas o criador tem esse poder e ele é quem pode escolher quem entra e quem sai do jogo.
- Mas espera, se ele pode escolher quem entra e quem sai, por que ele escolheria eu e Nilce para entrar aqui? - Leon perguntou.
- Sinceramente? Eu não sei. - Zoe disse, neutra. - Mas temos que bolar um plano para sair.
- Eu não sei se posso sair. - Daniel finalmente entrou na conversa.
Ele e Zoe trocaram olhares tristes. De repente, no canto direito, apareceu uma fumaça negra e todos da fogueira se levantaram, prontos para lutar. Quando a fumaça sumiu, percebi ser a mesma criatura de antes, mas, dessa vez, grandes asas negras - como as de Daniel - se revelavam em suas costas.
- Como você conseguiu entrar na luz, criatura? - Zoe gritou.
- Querida, você não notou? Sou como Daniel. Não sou um ser mau. - A criatura disse, com um sorriso que não alcançava os olhos.
Zoe olhou para Daniel, assim como eu. Notamos que ele estava chocado e sem reação.
- Quanto tempo, Daniel. - A criatura disse, olhando para Daniel.
- M-m-mamãe? - Daniel gaguejou.
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