1. Spirit Fanfics >
  2. Lessons Learned >
  3. The Heart Wants What It Wants

História Lessons Learned - The Heart Wants What It Wants


Escrita por: captainbstabler

Notas do Autor


Ola, amores!! Perdão por essa demora, mas estou realmente sem tempo para escrever ultimamente.

Obrigada por todos os favs e comentários, vocês são incriveis como sempre!!!

Espero que gostem e boa leitura 💘

Capítulo 19 - The Heart Wants What It Wants


Fanfic / Fanfiction Lessons Learned - The Heart Wants What It Wants

Emma chegou em casa com a cabeça estourando. Por pouco não cometeu uma burrice enorme que ela tinha certeza que se arrependeria depois. Ela sabia que não se arrependeria de ter beijado Regina, isso jamais, mas se arrependeria pelas condições, pela situação em que ambas se encontram. Seria completamente errado e ela estaria fazendo com Lilith o mesmo que fez com Regina. Swan não queria isso.

– Que cara é essa? Viu um fantasma? – Belle questionou vendo a amiga entrar na cozinha mais branca que papel. Ela teve sorte de Lily estar no trabalho naquele horário, pois poderia conversar com a melhor amiga tranquilamente – Emma?

– Eu quase beijei a Regina – confessou de uma vez olhando para a francesa com uma cara de culpada – Foi quase. Ela parou antes que fizéssemos qualquer coisa. Mas Belle... como eu senti vontade de beijar ela naquele momento. Não liguei para nada, nem ninguém com ela tão perto de mim. – a loira afundou a cabeça entre as mãos e as lágrimas começaram a escorrer.

– Ela fez o certo – disse a garota – Mesmo que você não ame a Lily, ainda seria uma traição.

– Isso não é verdade – rebateu a professora, mas nem ela mesma estava convencida do que estava falando e Belle a olhou como se fosse uma criança mentirosa.

– Você a ama, Emma – falou pegando na mão da amiga – Mas não da maneira que deveria. Não da maneira que alguém ama a pessoa com quem irá se casar. Estou há meses tentando fazer com que você enxergue isso. Há anos, na verdade, bem antes de Regina aparecer. Vocês duas precisam admitir que esse casamento não vai a lugar algum, vocês duas só irão se magoar ainda mais no futuro.

– Eu não tenho coragem de terminar assim, Belle – Emma disse um pouco desesperada – Eu gosto da Lily, de verdade, mas ando sentindo coisas pela Regina ultimamente, coisas que eu não sentia há anos e isso me assusta. Eu não quero estragar nossas vidas com uma coisa que deveria ter ficado no passado.

– Antes de você pensar do que pode acontecer no futuro com Regina, você tem que pensar no que está acontecendo no presente com a Lilith. Você precisa dar um jeito nessa situação, Emma. – a francesa falou com bastante seriedade na voz, queria mais que tudo no mundo que a melhor amiga entendesse que o relacionamento delas não era saudável e não faria bem para nenhuma delas se elas continuassem fingindo que tudo estava bem.

– Eu prometo que vou pensar nisso, ok? – disse com os olhos vermelhos – E vou conversar com a Lily.

Na mansão MIlls, Regina estava se preparando para conversar com os filhos sobre voltarem para Inglaterra. Ela não queria ter que fazer isso, mas agora, mais do que antes, ela tinha certeza que era a coisa mais correta a se fazer. Não queria ter que pensar em Emma novamente para no final sair perdendo.

Malia estava entretida com o celular na sala enquanto Henry jogava um jogo no videogame. As crianças estavam acostumadas a viverem perto dos avós e agora das tias também, mas ela não iria mudar de ideia.

– Crianças? – Regina chamou a atenção dos dois e sorriu – Posso falar com vocês rapidinho? – quando os dois fizeram que sim com a cabeça, a advogada se sentou no sofá ao lado dos filhos e puxou Henry para seu colo. – Eu irei voltar para a Inglaterra na semana que vem. – anunciou seriamente e antes que Malia pudesse protestar, a morena ergueu a mão para que ela se calasse – Eu sei que vocês já estão acostumados, mas o Henry irá comigo sem sombras de dúvidas. Malia, você tem a opção de escolher ficar aqui na casa dos seus avós ou vir comigo. Não quero lhe afastar dos novos amigos e por isso quero que escolha. – explicou acariciando o braço do filho – Seu pai irá retornar conosco, ele também não quer mais ficar em Las Vegas.

–Vocês pretendem reatar o casamento? – Malia questionou. Apesar de amar muito o pai, sabia que o relacionamento entre os dois não era saudável e não queria que a mãe sofresse após tanto tempo em paz.

– A única coisa que há entre seu pai e eu é amizade e o amor por vocês dois – disse tranquilizando a filha – Não pretendemos mudar isso, querida. Não se preocupe.

Malia demorou um pouco para assimilar a decisão repentina da mãe, mas logo ela entendeu que Regina já não se sentia em casa naquela cidade e precisava voltar para o lugar onde ela se sentia bem. Onde ela fez sua vida e onde foi feliz com seus filhos.

– Mãe... – Lia chamou a mãe, entrando na cozinha algumas horas depois da conversa que tiveram –A senhora ficaria chateada se eu voltasse a ter aulas de piano com a Emma?

A morena sorriu, feliz pela filha ter tomado essa decisão. Ela conseguia sentir a saudade que Lia tinha da professora de piano e o quanto ela sofria por isso.

– Querida, eu nunca quis que você se afastasse dela – explicou a advogada, abraçando a filha com força – Eu sei o quanto Emma é uma ótima professora e que vocês se davam muito bem. É claro que pode, ok?

– Você pode conversar com ela por mim? – perguntou com os olhinhos cheios de esperanças e Regina jamais negaria um pedido desses.

– Posso, querida. Amanhã mesmo já falo com ela.

Malia pareceu satisfeita com a resposta da mãe e por isso a abraçou e depois saiu, voltando a fazer o que ela estava fazendo antes. Enquanto isso, Regina estava em um verdadeiro dilema, não sabendo, verdadeiramente, se aquela era a decisão correta a ser tomada. A morena precisava falar com alguém neutro, alguém que não a julgaria e apenas lhe daria conselhos, caso ela pedisse.

– Pai? – falou quando o senhor atendeu o telefone. Regina amava conversar com Henry Mills.

Regina, tudo bem? – ele perguntou já sorrindo e a morena se sentiu um pouco melhor. Iria sentir muita falta dele, mas sabia que Henry jamais seria contra sua decisão.

– Mamãe já contou sobre minha decisão?

Sim, querida. Contou. – Henry não parecia chateado, sua voz estava mais baixa do que o normal, mas ele estava tomando alguns medicamentos fortes para o coração, então provavelmente não era nada demais. – Mas antes que você me diga qualquer coisa, quero que saiba que irei lhe apoiar em qualquer decisão que tomar. E não importa o que aconteça, Regina, sempre estarei ao seu lado.

– Eu sei, pai. Era o que eu precisava ouvir acho. – confessou tomando seu café – Mamãe está em casa?

Não, ela saiu tem alguns minutos para ir no mercado, mas logo está de volta.

– Enfim, já conversei com as crianças, Henry irá comigo, mas Malia decidiu ficar. Tudo bem se ela ficar com vocês?

Mas é, claro, pequena. – se tinha uma coisa que Henry gostava mais do que a companhia das filhas, era a companhia dos netos – Creio eu que você não ligou apenas para perguntar isso, não é?

– Como o senhor me conhece tanto? – a morena riu enxugando as lágrimas que estavam ameaçando escorrer, mas Henry não disse nada, apenas deixou que sua filha continuasse a falar – Estou confusa, pai. Muito confusa. Emma e eu quase nos beijamos e... – novamente Henry se manteve calado e não parecia surpreso com a confissão, estava apenas muito triste por ouvir sua filha caçula chorar daquela maneira  – Eu não tive coragem e parei antes que acontecesse algo. Fiquei pensando na Lily, não queria que ela passasse pela mesma coisa que passei, eu sei o quanto dói. E... ao mesmo tempo...

Você se arrepende de não ter beijado ela.

– Como sabe? – questionou após soluçar um pouco e Regina tinha certeza que seu pai estava sorrindo.

Se não se arrependesse, não me diria que está confusa.

– Pare de ler minha mente – reclamou, mas sorriu da mesma maneira.

Continue, minha pequena. Tire esse peso do seu peito.

– Sinto falta do que Emma representava para mim – Regina decidiu sair para o jardim, não queria arriscar que os filhos ouvissem tudo o que ela estava dizendo. Malia já tinha problemas demais, não precisava de nenhum adicional – Sinto falta de amar alguém com a mesma intensidade que amei ela.

Oh, querida... Seu coração, mesmo após tantos anos e tantas mágoas, não esqueceu todos os belos momentos que viveram juntas. – ele disse compreensivo – Regina, vocês ficaram juntas durante anos. Foi seu primeiro amor, um amor intenso e verdadeiro, mas com pouca maturidade. Em ambas as partes. Eu jamais poderia julgá-la por estar vivendo todos esses sentimentos novamente, sempre irei lhe apoiar, Regina. Tudo o que eu quero é a sua felicidade...

Henry estava chorando no telefone e Regina sabia disso pois conseguia ouvir, mas logo o choro se transformou em algo diferente e seu pai já não conseguia mais falar. Um gemido de dor foi o que ela escutou logo depois.

– Pai? Papai? – Regina tentou chamá-lo algumas vezes, mas ouvia apenas gemidos de dor e ela se desesperou. Não demorou a pegar o telefone fixo e ligar para uma ambulância, não sabia quanto tempo Cora iria ficar fora de casa e qualquer minuto era precioso.

A morena avisou Granny para ficar de olho nas crianças e saiu correndo de casa em direção à casa do pai, provavelmente chegaria junto com a ambulância. E na pressa de sair de casa, Regina acabou deixando seu celular em cima do balcão.

[...]

– Senhorita, está acompanhando Henry Mills? – o médico perguntou à ela ao se aproximar e Regina fez que sim com a cabeça rapidamente.

– Sou filha dele. – falou e o médico concordou. – Bom, Henry está estável agora, porém seu estado se agravou muito rápido, mais rápido do que previmos. O câncer dele se espalhou e a este ponto, não há nada que possamos fazer por ele mais. Sinto muito.

O chão de Regina sumiu embaixo de seus pés. A pior notícia que poderia receber era essa, pois achava que Henry já estava curado do câncer, mas pelo visto se enganou.

– Meu pai... Ele sabe?

– Sim, estávamos tratando ele com quimioterapia há algum tempo, mas nada resolveu – explicou – O que podemos fazer agora é dar o máximo de conforto possível.

– Quanto tempo? – Regina sentia que estava a ponto de desmaiar, mas ainda precisava conversar com o médico e avisar sua família do que estava acontecendo.

– Um mês. No máximo.

Com isso, o doutor se retirou e deixou a mulher ali pensativa após dizer quando ela poderia visitá-lo. Logo uma enfermeira veio lhe buscar para levá-la até o quarto onde Henry estava descansando. Regina não perdeu tempo e pediu à mulher para que ligasse para sua mãe, pois ela estava sem o celular.

Ao entrar no quarto seu olhos se encheram de lágrimas. Henry estava deitado naquela cama olhando para a televisão na parede e sorriu de maneira triste ao ver a filha ali. Ele sabia que ela sabia e não havia mais nada a ser feito a não ser abrir os braços para que ela se aconchegasse ali. Enquanto ainda podia.

Lo siento, mi hija. Lo siento mucho – ele murmurou fazendo carinho nos cabelos negros de sua filha caçula enquanto ela chorava. Henry não queria que isso acontecesse e fez todo o possível para que sua família não desconfiasse de nada, mas aparentemente o destino tinha outros planos.

– Por que, papai? – Regina questionou quando conseguiu se concentrar o suficiente para parar de chorar. – Por que não nos contou?

– Eu não queria passar meus últimos momentos recebendo olhares tristes e vendo minhas filhas e netos chorarem por mim. – explicou acariciando o rosto bronzeado de Regina. Ela parecia tão jovem e indefesa olhando para ele naquele momento que Henry só queria poder tirar toda a dor que ela estava sentindo – Eu queria poder aproveitar o pouco tempo de vida que me resta sendo feliz ao lado da minha família. Era só o que eu queria, mi hija.  

– Mas nós estaríamos com você e... – os olhos da morena de repente se arregalaram – O senhor me deixaria voltar para a Inglaterra mesmo assim?

– Não era meu lugar de fala, sua felicidade está acima de qualquer coisa. Não queria que se sentisse obrigada a ficar em um lugar que não lhe faz feliz, Regina. – Henry era a pessoa mais compreensiva que ela já havia conhecido e Regina desejou ser pelo menos metade do que seu pai era. – E eu preciso que me prometa... – pela primeira vez, a voz do senhor embargou, ele estava quase chorando e isso foi o suficiente para que a advogada voltasse a chorar – Preciso que me prometa, de coração, que fará de tudo para encontrar sua felicidade e não irá sentir medo de se entregar e nem irá fugir quando esse amor chegar.

– E se... – a morena soluçou feito uma criança, agarrando-se ainda mais nas roupas de seu pai – E se esse amor já estiver aqui?

Henry sorriu, de certa forma, ele já estava esperando essa pergunta há algum tempo e por isso, sabia exatamente a resposta.

– Então você não deve desperdiçar a chance que está lhe sendo dada e ser verdadeiramente feliz dessa vez. – respondeu com confiança vendo os olhos da filha se iluminarem por um momento e ali ele soube que Regina ficaria bem, ela estaria em boas mãos.

[...]

– Emma?

Regina, oi – a loira falou ao atender o telefone e Regina percebeu que a mulher estava um pouco ofegante do outro lado da linha e isso lhe deixou um pouco desconcertada.

– Estou lhe atrapalhando?

Nunca – ela sorriu – Estava malhando. Posso te ajudar com algo?

– É... Malia pediu para que eu falasse com você – o coração de Swan se acelerou mais do que já estava acelerado e decidiu não falar nada, apenas deixar que Regina terminasse – Ela gostaria que você voltasse a ser a professora dela. Se não tiver nenhum problema, é claro. E se você não qu...

Eu aceito. – falou de repente sem pensar na resposta e isso fez com que a morena se calasse. – Quando começo?

– Uh... Na quinta está bom? – Emma olhou no calendário e percebeu que era terça-feira ainda, mas isso não era ruim, lhe dava um tempo para se preparar.

Está ótimo.

– Ok, uh, vejo você na quinta. – Regina não sabia como desligar, mas precisava ou acabaria se embolando com as palavras e passando vergonha.

Você está bem? – Swan já tinha percebido algo na voz da advogada e se preocupou com ela por conta disso, mas não queria ser invasiva demais. Sua preocupação apenas se intensificou ao ouvir a morena suspirar.

– Não, mas vou ficar. Não se preocupe.

Você se lembra quando eu falei que poderia contar comigo para qualquer coisa, não lembra? – falou – Por favor.

– É complicado demais para ser falado por telefone, Emma. – disse massageando as têmporas e suspirou.

Que tal um café no parque, então? Sei o quanto você ama um capuccino.

– Seria uma ótima ideia.

Flashback on

A noite estava mais que perfeita. Tudo estava saindo da maneira que Regina havia planejado e ela não podia estar mais feliz por isso. Emma estava linda naquele terninho preto enquanto as duas dançavam abraçadas e, é claro, atraíam a atenção de todos no baile. Zelena e Ruby estavam há alguns passos das duas e estavam atraindo atenção da mesma maneira. As duas eram, realmente, de tirar o fôlego e formavam um dos casais mais bonitos dali. E Zelena já nem estudava ali mais.

– Ei, pombinhas, vão ficar aí abraçadas para sempre? – Ariel perguntou rindo arrastando Sarah para perto delas – August chamou a gente para um after na casa dele. Já que aqui não é permitido álcool.

– É um baile de formatura, Ariel. Não um bordel. – Sarah disse revirando os olhos, mas sorrindo mesmo assim – Vocês vão também?

– Mais tarde – Emma disse piscando para as duas e arrastando Regina pela mão – A gente se vê lá.

A morena não fazia ideia de onde Swan estava lhe levando, mas ela não se importava. Confiava na namorada de olhos fechados e por isso se deixou ser levada com um sorriso lindo no rosto. Emma sorria mais ainda e a carregou pela escola inteira e até o lado de fora dela. Regina, obviamente, conhecia aquele caminho, apenas não entendia porque estavam indo até lá.

– Por que está me trazendo aqui, Em?

– Não posso querer ficar sozinha com a minha namorada sem ter dezenas de adolescentes nos encarando? – ela questionou de volta com humor na voz e as duas se sentaram nas arquibancadas olhando para o enorme campo de futebol em sua frente. – Eu amo esse lugar.

– Eu sei, você passa mais tempo aqui do que em casa – Regina riu da cara de indignada de Emma.

– E você passa mais tempo na sala de música do que na sua casa, espertinha – revirou os olhos e Regina deu de ombros. Ela não se importava, música era sua paixão. – E antes que você pergunte novamente, eu te trouxe aqui porque é o nosso último ano nessa escola e esses três anos que passei aqui com você... foram os melhores da minha vida.

– Os meus também – falou com sinceridade e se aproximou mais ainda da loira procurando um pouco de calor, já que ela estava apenas com o vestido que Emma havia lhe dado para a festa. – Vou sentir saudades dos nossos amigos. Nós vamos ficar tão afastados com a faculdade, mudando de casa e tudo. Espero que possamos continuar amigos.

– August já declarou que quer viajar pelo mundo em busca de inspiração para o livro dele – Emma comentou rindo – Espero que ele consiga, mas acho que se ele for, não volta mais.

– Que horror, ele ama essa cidade. Nós todos amamos. – Regina declarou olhando incrédula para a namorada. – Eu não tenho vontade nenhuma de ir embora daqui.

– E eu acho isso ótimo, não quero que vá para lugar nenhum – a loira abraçou a cintura de Regina com carinho e beijou seu rosto enquanto a menina ria – Qual é a graça, madame?

– Se eu fosse para qualquer lugar, é óbvio que você iria comigo, bobinha. – os olhos de Regina brilhavam olhando para a garota em sua frente e era uma visão maravilhosa! Emma se sentia a pessoa mais sortuda do mundo por ter alguém como ela ao seu lado. – Eu nunca deixaria você.

– Promete de dedinho? – Swan ergueu o dedo mindinho e sorriu ao ver a morena entrelaçando seus dedos.

– Prometo.

Flashback off

– Achei que não viria mais – Emma comentou com um sorriso, sem malícia alguma, ao ver Regina se sentando ao seu lado no banco, mas o sorriso imediatamente sumiu ao ver que a mulher parecia abatida, pálida e muito melancólica e isso deixou Swan extremamente preocupada – Está tudo bem?

– Não – confessou sinceramente olhando bem no fundo dos olhos verdes que estavam ali lhe observando – Meu pai piorou essa semana. – foi imediato as lágrimas se acumularem nos olhos de Regina sem que ela tivesse chance de controlar – Os médicos disseram que ele tem pouco menos de um mês de vida.

Regina acabou desabando ali mesmo e queria se amaldiçoar por isso. Não fazia nem dois minutos que havia sentado ao lado de Emma e já estava chorando feito uma criança, mas a loira pareceu não se importar, apenas a puxou para um abraço apertado. Um pequeno gesto, mas que foi de um consolo gigante.

– Eu sinto muito. – falou honestamente acariciando os cabelos negros da advogada. Emma não sabia o que dizer exatamente em um momento como aquele, sabia apenas que queria estar com Regina. –Como ele está agora?

– Vivendo na base de remédios pra suportar a dor – ela soluçou um pouco e se afastou do abraço, perdendo imediatamente aquele calor bom que estava sentindo ali – O câncer voltou mais agressivo e ele escondeu isso, não queria que Zelena e eu soubéssemos, mas ele passou mal e eu que fui para o hospital. O médico acabou falando tudo. Eu não sei o que fazer, Emma. Meu pai é tudo para mim.

– Eu sei, querida, eu sei. – Swan a abraçou novamente quando viu que ela iria chorar mais uma vez – O que você e toda a sua família precisa fazer agora é aproveitar esses momentos com ele. Não pensem em nada mais, só estejam ao lado dele. Seu pai é uma pessoa incrível, Regina e criou duas mulheres mais incríveis ainda. Vocês vão superar isso, mas só se ficarem juntos. E... – ela hesitou por um momento e isso fez com que a morena a olhasse – E eu quero que você saiba que, de verdade, pode contar comigo. Em qualquer dia e hora.

– Eu sei. E digo o mesmo para você. – Regina não se surpreendeu por falar aquela frase, mas sim por ter sido 100% verdade.

Emma a levou para passear pelo parque com a intenção de distrair a morena um pouco. Ela precisava de um pouco de paz ou não aguentaria passar por tudo o que estava passando e Swan ficava mais do que feliz por poder proporcionar isso. Mesmo que fosse por poucas horas.

Nenhuma das duas notou ou, se notaram, não falaram absolutamente nada sobre o fato de estarem há quase meia hora andando com os braços entrelaçados e extremamente próximas. Aquilo relaxou Regina ainda mais e ela grata por isso.

– Vamos ali, eu trouxe pão – a professora apontou para o lago e Regina riu. Elas faziam isso quando eram adolescentes. Vinham até o parque com sacolas de pão e davam para os patos na beira do lago.

– É claro que trouxe. – revirou os olhos e a loira se fingiu de ofendida. – Você parece ter quinze anos ainda.

– Muito obrigada – Emma sorriu alegremente tirando pedacinhos e jogando para os animais.

– Você sabe que não foi um elogio, Emma Swan. – Regina falou com uma voz irritada, mas ambas sabiam que ela estava segurando uma risada. Ela precisava manter sua postura de mulher brava.

– Claro que sei.

Enquanto Emma jogava os pães para os patos, Regina usou aquele tempo para observar a mulher. Emma era a pessoa que sempre conseguiu arrancar um sorriso da morena mesmo nos piores momento, mesmo que algumas vezes fossem causados por ela mesma. A advogada também olhou na mão direita de Swan e viu o anel de noivado. Seu coração ficou apertado, mas sabia que nada podia fazer, tudo dependia de Emma e suas decisões. E elas nem sempre foram as melhores.

Apesar de tudo, Regina queria confiar na loira, queria muito. Com todo seu coração. E as palavras de seu pai ecoariam para sempre em sua mente fazendo com que ela ficasse ainda mais arrasada. Henry não viveria tempo o suficiente para ver a filha sendo feliz novamente e ele mesmo sabia disso.

– Emma? – chamou-a de repente e a loira se virou, ainda sorrindo – Fale com o seu pai sobre o churrasco. Podemos fazer esse final de semana.

Emma entendeu que ela não queria correr nenhum risco, ninguém sabia quando seria a hora certa de Henry e por isso o quanto antes fizessem, melhor seria. Frank ficaria arrasado, logo agora que eles estavam se aproximando novamente, Henry não ficaria ali para aproveitar.

– Pode deixar. – disse e voltou para o lado da morena, ficando ali apenas observando a paisagem – Eu amo esse lugar.

– Eu também. – Regina suspirou pesado e Emma soube apenas de olhá-la que faria de tudo para que a morena fosse feliz. Iria ao inferno e voltava para fazer isso e andaria descalço sobre lava escaldante se ela lhe pedisse.

E foi naquele exato momento que Swan chegou à uma conclusão óbvia: estava apaixonada por Regina Mills. Mais uma vez.

[...]

Voltando para casa, Emma foi esperta e mandou uma mensagem para Belle pedindo para que ela saísse da casa por algumas horas. Ela precisava conversar com Lilith e precisava urgente. Não podia esperar, não tinha como. Se não fizesse, perderia a coragem e nunca mais faria.

Ao chegar, viu sua noiva deitada no sofá vendo um programa de culinária que ela tanto adorava. Não fazia ideia de qual, já que ela assistia muitos. Emma suspirou e colocou suas chaves em cima do balcão e se sentou na ponta do sofá, encarando Lily com um certo pesar.

– Precisamos conversar. – falou seriamente, mas a morena não pareceu surpresa. Muito pelo contrário, apenas desligou a TV e encarou Emma, esperando. – Isso não vai dar certo, Lil.

– Bom, até que você demorou – a mulher se levantou e foi em direção à cozinha deixando uma Emma extremamente confusa para trás. – Eu já imaginava que isso aconteceria, uma hora ou outra. Estava apenas esperando.

– Se você já sabia, por que não veio conversar comigo? – Emma questionou seguindo-a até o outro cômodo e Lily sorriu de maneira triste.

– Porque conheço você. É teimosa feito uma mula e se eu te confrontasse, você diria que está tudo bem e continuaríamos nesse impasse. – Lilith se aproximou da noiva e segurou em seus braços – Precisava partir de você. Você precisava enxergar sozinha.

– Você não está brava?

– Minha raiva passou há um bom tempo, Emma. – disse – Tive muito tempo para pensar sobre isso e a única conclusão é que você está apaixonda. E não é por mim. Nunca foi.

– Não diga isso. Eu amo você, só...

– Só não o suficiente? – Emma se sentiu culpada, é claro, não queria que Lily sofresse de maneira alguma e vê-la tão compreensiva apenas a fazia ficar pior – Não se preocupe, isso não me machuca, Em. Eu sei que você me ama, mas não é apaixonada por mim. São coisas diferentes, achei que já soubesse disso.

– Mas... como sabe que estou apaixonada? – isso ela realmente queria saber, já que até aquela tarde, nem ela mesma sabia.

– Só um cego para não ver, Emma – falou abraçando a loira – Mas eu não tinha certeza, pelo menos não até a festa dos seus pais. Depois daquela sua briga com Killian eu entendi do que se tratava, mas não a culpei, acho que nem mesmo você sabia que estava apaixonada.

– Você me conhece mesmo – brincou se encostando no balcão, ainda desacreditada que a conversa estava indo mil vezes melhor do que imaginava que seria. – Eu sinto muito, Lil.

– Eu sei que sente – Lilith segurou nas mãos da noiva por cima da bancada e sorriu – Não se culpe mais, eu, mais que ninguém, entendo que não podemos controlar por quem nos apaixonamos. É algo que acontece e no caso de vocês, foi apenas uma chama que nunca se apagou.

– Eu nunca te traí. Juro.

– Emma, você não tem mais dezenove anos – falou séria – Eu sei e confio em você, agora mais ainda, que teve a coragem de vir falar comigo e ser honesta. Eu sei que você não faria isso, mesmo estando apaixonada por ela.

– Você é uma pessoa incrível. – Emma comentou maravilhada com a maturidade com que Lily estava lidando e olhou para suas mãos, que estavam entrelaçadas, ainda usando os anéis de noivado. Ela não pensou duas vezes em tirar o seu e colocá-los nas mãos da morena – São seus.

– Meus? Você sabe que se me der os dois, eu vou vender e comprar uma bolsa nova, não sabe? – Emma riu e concordou.

– Compre o que você quiser, desde que seja bonito. – disse e Lily balançando a cabeça – Pensando bem, acho que é melhor você não comprar sapatos, daqui a pouco não vai ter nem onde guardar. – as duas riram.

– Obrigada – a morena falou parando de rir. Era óbvio que ela estava arrasada com o término, mas estava feliz pela forma como terminou. Não queria jamais guardar rancor de Emma e sabia que se o relacionamento continuasse da maneira que estava, isso aconteceria, inevitavelmente – Obrigada por ter sido honesta comigo. Espero que... – suspirou – Espero que a gente possa continuar amigas.

– Eu adoraria.


Notas Finais


Até!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...