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História Let me know - Garota de sorte


Escrita por: Loretha1

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 3 - Garota de sorte


Chat Noir pensou que as gotas geladas de chuva despertariam a garota em seus braços, mas estava enganado. Ela estava exausta demais, acomodada em seus braços enquanto ele corria sob a chuva para o hospital mais próximo.

Alguém os perseguia inicialmente, mas quando as ruas se abriram no centro, ele já não ouvia ninguém. Desacelerou a corrida, tomando cuidado para não escorregar nas poças de água e procurou saídas alternativas e atalhos que o fizessem chegar mais rápido. Não demorou muito e logo estava em frente a um grande prédio.

— Você vai ficar bem, my lady — Chat sussurrou, adentrando o hospital.

Cabeças voltaram-se em direção a eles. Uma mulher baixinha saiu de trás do balcão parecendo surpresa, mas se apressou em socorro a garota.

— Marinette Dupain-Chang. — Pronunciou o gato sem tirar os olhos da garota desacordada — Por favor...

A outra mulher detrás da recepção chamou os enfermeiros pelo telefone. Eles surgiram trazendo uma maca fria de tecido azul, onde Chat Noir deitou Marinette. Apertou de leve os dedos da menina antes de empurrarem a maca para a emergência.

Ele ficou parado olhando-a desaparecer no corredor, sentindo um peso no peito que não conseguia assimilar com nada que já tivesse sentido. Queria se encolher no chão e dar tempo para o cérebro processar o que havia acontecido.

— Chat Noir, havia mais desaparecidos? — A mulher baixinha perguntou, tirando o garoto do torpor que o dominava e ele olhou todos os rostos que encaravam em expectativa — Você encontrou mais alguém?

Chat Noir não havia sequer pensando nos outros desaparecidos quando viu Ladybug, porque em sua cabeça só havia a garota que fazia seu coração acelerar e ninguém mais.

Esse pensamento só fez o aperto se condensar, como se o dominasse por completo ao invés de permanecer comprimindo somente o centro do coração.

— Não, não encontrei mais ninguém — Respondeu por fim, recebendo olhares decepcionados e tristes como resposta — A senhorita Dupain-Chang conseguiu escapar sozinha, eu apenas a encontrei durante sua fuga.

A mulher assentiu e baixou a cabeça, seguindo para detrás do balcão novamente, pegando o telefone. Algumas pessoas na sala ainda olhavam o gato quando ele saiu pela grande porta em uma caminhada lenta, sem olhar para trás. Não que ele realmente fosse sair do hospital. Não enquanto sua Ladybug estivesse ali.

***

Marinette acordou desnorteada em um quarto estranho. Quando conseguiu ajustar os olhos à claridade que vinha da enorme janela, cujas cortinas permaneciam abertas, ela viu o pai dormindo desconfortável na pequena poltrona do quarto.

Os bips ao lado de sua cabeça, vindos de uma máquina, a fizeram perceber que estava em um hospital. Tentou se mexer, mas o corpo parecia pesado e até mover os pulmões em meio a respiração era difícil, mas pensou que pelo menos estava a salvo.

— Marinette? — Sr. Dupain se levantou, piscando sem parar, assim que viu a filha virar a cabeça devagar para olhá-lo — Está acordada, filha.

A garota sorriu de leve e mexeu os dedos para que ele os pegasse e o pai aceitou o aperto leve, suspirando aliviado. Marinette não segurou as lágrimas quando elas vieram, sabendo que havia conseguido fugir e agora segurava a mão do pai, sentindo a segurança que ele transmitia.

— Papai... — Ela disse com a voz rouca em meio aos soluços involuntários que escapavam — Foi tudo tão horrível.

— Eu sei, meu amor — Disse, segurando os dedos da filha com uma força que Marinette sabia que era necessária para os dois.

Sem dizer mais nada, ele a deixou chorar, também com suas lágrimas escorrendo dos olhos. Os dois ficaram assim até o coração de ambos se acalmar, ao sentir que as lágrimas haviam lavado parte de seus medos e também pela certezas de que agora estaria tudo bem.

Uma enfermeira entrou no quarto depois de pedir licença com um sorriso singelo na face delicada e alegre.

— Olá, Marinette, que bom que acordou. Eu me chamo Anelise e serei sua enfermeira, tudo bem? — Explicou a mulher enquanto olhava o nível do soro, ajustando a quantidade que caia em gotas — Você é uma garota de sorte, sabia?

— Não sinto como se fosse, parece que cai de um prédio — Respondeu tentando parecer leve, mas gemeu quando uma pontada de dor quase a fez vomitar — e de cabeça.

— Não se preocupe, logo vou trazer analgésicos para aliviar essa dor — Anelise mexia na máquina dos bips, atenta nos sinais vitais — Certo, vou explicar seu diagnóstico. Você tem uma costela quebrada, raladuras por todo corpo, um pé torcido e uma concussão na cabeça.

Marinette abriria a boca surpresa, caso não o movimento não enviasse pontadas de dor. Agora entendia porque era mesmo uma garota de sorte, com tudo aquilo que passou, poderia ter sido pior.

Sr. Dupain a olhava preocupado, parecendo grande demais naquele móvel pequeno enquanto observava as reações da filha. Já deveria saber de todo o dano, caso contrário estaria tão surpreso quanto ela se sentia.

— Como consegui chegar aqui? — Perguntou, o cenho franzido — Só lembro de ter saído de... — Mas ela não se lembrava, recordava apenas de escapar da primeira parte do labirinto gigante sob Paris e de correr por corredores escuros, onde nada fazia sentido — Eu não... não me lembro direito...

— É normal isso acontecer depois de uma concussão como a sua, aliada ao trauma que passou enquanto esteve em cativeiro — A enfermeira informou e a garota apenas assentiu.

— Chat Noir a encontrou, ele que a trouxe para cá — Continuou Anelise, enquanto anotava algo na folha que tinha presa à prancheta.

— C-Chat Noir? — Pelo menos a voz rouca conseguiu disfarçar sua surpresa. Marinette tossiu para limpar a garganta.

— Ele mesmo — A enfermeira olhou a garota e sorriu como se compartilhassem um segredo, em seguida balançou a cabeça e deixou a prancheta no suporte da cama — Já trarei seus analgésicos e algo consistente para você comer, tudo bem? Até mais.

Pouco depois que a enfermeira saiu, Sabine Chang entrou no quarto. Arregalou os olhos quando viu a filha acordada.

— Marinette, querida, que bom que acordou — A mãe se aproximou da cama e depositou um beijo na testa da garota — Eu estava entrando em colapso com a demora. Seu pai então...

A Sra. Chang sempre foi mais controlada, mas Marinette percebeu que naquele momento estava sendo difícil para ela não pular de alegria ou chorar de felicidade em tê-la por perto, bem e de olhos abertos.

Quando a enfermeira retornou, pediu que os dois deixassem Marinette descasar mais um pouco, afirmando que podiam ir para casa fazer o mesmo agora que a menina estava acordada. Relutantes, os dois se despediram da filha, depois que ela insistiu que descaçassem, prometendo que logo estariam de volta.

Depois de tomar os remédios, Marinette dispensou a comida. Não sentia fome, mesmo que seu estômago parecesse vazio. Sabia que se colocasse algo ali, logo retornaria e ela não queria ter esforço algum. Pediu a enfermeira que deixasse o prato, caso mudasse de ideia.

— Estou faminta. — Tikki saiu de seu esconderijo, seja lá qual fosse, e provou a sopa — Uma delícia! Só tenho comido biscoitos pela noite, enquanto seu pai dormia, ele não saiu do seu lado.

— Tikki! — Marinette sorriu. — Você parece tão... Bem!

— Consegui me recuperar nesses dois dias que você dormiu. Fiquei tão preocupada com você, Marinette. — A kwami voou para abraçar a bochecha da garota, tomando cuidado caso tivesse algum arranhão.

— Dois dias!?

— Sim, dois dias — Tikki voltou ao prato — Mari, também não lembro de nada que aconteceu depois que conseguimos transformar. Usamos muita energia... Não lembro nem como chegamos aqui com Chat Noir, como a enfermeira disse.

— Espero não ter danificado nada do Miraculous, Tikki.

A kwami olhou para a janela e fez uma careta, preocupada e irritada de ter que abandonar a comida.

— Vem vindo alguém — Sussurrou e se escondeu sob as fronhas do travesseiro da amiga.

Mesmo com o aviso, Marinette se assustou quando o gato pulou para dentro do quarto através da janela, deslizando pelo chão do quarto sem nenhum barulho.

        — Você acordou — Chat Noir falou, olhando a garota na cama. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Nos vemos no próximo.


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