- Hannie. - Seungcheol chacoalhou o marido no meio da noite. - Hannie, acorda.
- O que foi? - resmungou sem abrir os olhos.
- O Chan vai ser pai. - disse com os olhos arregalados.
- Cheol, o que está acontecendo? Já faz dois meses que eles nos contaram. - suspirou abrindo os olhos vagarosamente.
- Não, você não está entendendo. - bufou.
- Amor, vamos dormir. - Jeonghan puxou Seungcheol para deitar de novo na cama e abraçou sua cintura.
- Hannie, me escuta. - choramingou. - Eu vou ser avô. - disse num fio de voz, fazendo um bico logo em seguida.
- Cheol, dorme. Você me acordou ontem pra falar a mesma coisa. - desfez o bico do mais velho com um selar.
- Eu vou ser avô... - fungou e escondeu o rosto na curvatura do pescoço de Jeonghan, que voltou a dormir, fazendo carinho nos cabelos castanhos.
- Meu filho tem dez anos. - Seungcheol sorriu largo para os amigos e foi para o quintal.
- Não entendi. - Wonwoo virou confuso para Jeonghan.
- Ele tá meio traumatizado com esse negócio de ser avô. Toda vez que passa algum comercial de osteoporose na tv, ele sai gritando que não precisa disso. - suspirou. - E ainda fica todos os dias na frente do espelho, pelo menos dez minutos, procurando algum fio branco.
- Agora entendi o porquê dele sair falando a idade dele pra todo mundo na empresa. - Mingyu disse pensativo. - Será que isso vai piorar?
- Logo passa, todo mundo sabe que ele é um drama Queen. - o professor mais novo disse. - Muel, cade a Hye?
- Tá lá em cima com a noona e com o hyung perguntando se vai ser menina. - revirou os olhos e voltou a atenção para o vídeo game.
- Esses dois vão desencadear uma guerra por causa desse bebê. - Jeonghan riu.
- Hye, nós ainda não sabemos se vai ser menina. - Chan suspirou pela insistência da prima.
- Mas vocês não podem pedir pra ela? - fez bico.
- Vamos espera mais um pouquinho. - Sofia disse e a menor fez bico e desceu para a sala.
- Amor, você viu as coisas lá no quarto do bebê? - Chan perguntou e puxou a namorada para fora do quarto.
- Eu dei uma olhada só, mas não se preocupe, seus pais cuidaram bem delas, estão bem conservadas.
- Vamos lá.
O casal entrou no quarto, mais ou menos decorado. Como ainda não sabiam a sexualidade do bebê, decidiram deixar ele branco, assim como os poucos móveis, que por sorte, Seungcheol optou por comprá-los dessa cor quando o filho nasceu, anos atrás.
- Esse tapete é o meu preferido. - Sofia deitou no tapete fofinho, no centro do quarto.
- Sabe o que eu mais gostava de fazer com o meu pai, quando era pequeno? - perguntou e a menor negou. - Ele colou várias estrelinhas no teto do quarto dele, pra eu não ficar com medo do escuro. Antes de dormir, ele sempre me explicava sobre cada constelação. - disse sob o olhar atento da namorada. - Eu achava isso o máximo, pra mim, ele era o cara mais inteligente, mais forte, mais tudo. Eu queria crescer como ele. - sorriu, nostálgico.
- Você realmente admira ele, não é? - Sofia sorriu e Chan sentou ao seu lado.
- Mais do que tudo nesse mundo. Espero poder ser como ele com esse neném. - colocou a mão na barriga da menor.
- Vai ser sim.
Chan se levantou e apagou a luz do quarto, deixando Sofia confusa. Voltou e se deitou novamente.
- Eu espero, poder deitar todos os dias com ele aqui, e olhar para esse teto, da mesma forma que eu fiz com o meu pai. - disse e olhou para cima. - Mas antes, eu preciso saber se você aceita.
Sofia virou o rosto para a mesma direção, esperando encontrar estrelinhas brilhantes ali, porém, o que encontrou, foi algo muito mais surpreendente.
"Quer casar comigo, minha pequena princesa?"
A mestiça não sabia o que dizer, não esperava por isso agora. Estavam todos empenhados em terminar a mudança, transferência da faculdade, o emprego do namorado e o futuro bebê. Não havia parado para pensar naquele assunto.
Mas Chan havia planejado tudo, nos mínimos detalhes.
- Eu já disse que você é o melhor namorado do mundo? - virou o rosto, com os olhos marejados, para mais velho. - Eu quero deitar aqui, todos os dias junto com você e o nosso filho. - sorriu e selou seus lábios aos do namorado.
Chan sorriu largo quando se separaram e beijou a barriga levemente elevada de Sofia.
- Ei, bebê. A sua mãe aceitou se casar comigo, e acho que eu sou o cara mais feliz desse mundo. - sussurrou e Sofia riu.
Ficaram deitados mais algum tempo ali, conversando e fazendo planos. Como dois apaixonados, da forma como sempre foram.
- Amor, abre aquele armário ali, por favor. - Chan pediu quando acendeu as luzes.
- O que tem ali? - perguntou e abriu a porta.
O cômodo branco estava vazio. Exceto pelo balão, igualmente branco, que flutuava ali. Nele, havia um barbante comprido amarrado, e no final dele, duas alianças douradas vinham presas.
- Quero que pegue elas pra mim. - sorriu vendo Sofia começar a chorar novamente. - Só pra ter certeza que você quer mesmo se casar comigo. - riu.
Desamarrou os anéis e deixou o balão subir sozinho. Pegou a mão esquerda da namorada e encaixou, perfeitamente, a aliança em seu dedo anelar.
- Você pode ter certeza que o que eu mais quero, é passar o resto da minha vida com você. - disse e rodeou o pescoço de Chan num abraço apertado. - Eu te amo. - sussurrou e o mais velho intensificou o aperto, com os braços em torno de sua cintura.
- Vocês vão se casar? - Jeonghan perguntou maravilhado.
- Bem, eu acabei de pedir a mão dela, ainda não planejamos nada. - Chan disse meio envergonhado.
- Mas acho que vamos querer algo mais reservado, apenas para os familiares e amigos mais próximos. - Sofia disse e Chan assentiu.
- Para quando planejam? - Seungcheol perguntou.
- Talvez uns dois ou três meses? A barriga da So ainda não vai estar aparecendo muito.
- É um tempo bem curto. - Wonwoo disse pensativo. - Mas nós vamos ajudar nos preparativos, não se preocupem. - sorriu.
- E vocês vão querer a cerimônia tradicional? Igreja, vestido branco, padrinhos e tudo mais...? - Mingyu perguntou e o casal assentiu minimamente.
- Se vocês concordarem com isso...é porquê tem toda aquela coisa de não poder casar de branco quando está grávida.
- Por mim, sem problemas. - Jeonghan disse e os outros assentiram.
- O problema, é que o noivo entra com a mãe. - Mingyu comentou olhando com um sorriso de lado para o professor mais velho.
- O que é, Mingyu? - Jeonghan arqueou as sobrancelhas.
- Sabe, Seungcheol hyung é o pai, você é casado com ele, Chan precisa da mãe pra entrar na igreja. - disse segurando a risada e o loiro revirou os olhos.
- Era sobre isso que eu precisava falar com vocês. - Chan murmurou envergonhado. - Eu sei que você odeia quando te chamamos de omma, mas já que estamos quebrando a tradição com tudo isso, será que você não poderia entrar comigo? Eu gostaria muito que você fosse comigo até lá. - pediu olhando para Jeonghan.
- Chan...você tem certeza?
- Como eu disse, eu gostaria muito, só falta você aceitar. - disse sorrindo.
- É claro que eu aceito! - sorriu e abraçou o mais novo. - Vou ficar muito feliz em fazer isso.
- Hyung, então agora você não pode mais reclamar quando falarem que você é a mãe. - Mingyu gargalhou alto.
- E você também não pode quando te chamarem de idiota.
- Gyu, cala a sua boquinha. - Wonwoo revirou os olhos. - A Hye também vai casar um dia, e eu que vou entrar com ela. - disse e Mingyu parou de rir na hora.
- Eu não vou entrar com o pai do noivo! - cruzou os braços e juntou as sobrancelhas. - Espera, a minha filha não vai casar! - fez bico.
- Será que eles vão demorar muito? - Seungkwan perguntou ansioso, sentado ao lado de Hansol.
- Amor, se acalma. - o mestiço pediu acariciando as costas do namorado.
- Hansol calmo? Algo não está certo. - a sra. Chwe disse rindo.
- Algo grande vai acontecer. - o marido comentou e todos riram.
- Logo logo eles chegam. - Jeonghan disse e os outros presentes assentiram. - Samuel e Sohye, se vocês não pararem de discutir agora, os dois vão ficar sem sobremesa. - alertou os dois que brigavam mais uma vez sobre a sexualidade do bebê.
- Mas appa! - Samuel bateu os pés.
- Nada de mais, nem mais um piu. Os dois. - esbravejou e os dois primos sentaram no canto da sala, emburrados. - Eu não aguento mais isso. - suspirou.
- Precisamos apenas deixa-los separados, assim eles não tem com quem brigar. - Wonwoo disse rindo.
- Isso é amor - Seungcheol começou mas foi cortado por Mingyu.
- Minha filha não vai casar! - gritou assustando todos.
- ...de primo. - terminou de falar num fio de voz.
Ouviram o barulho do motor do carro fora de casa e todos ficaram atentos, olhando para a porta.
Em poucos minutos, Chan e Sofia atravessaram a entrada principal. Foram para a sala e se assustaram com a atenção de todos sobre eles.
- Oi pra vocês também. - Chan disse meio assustado.
- Então... - Hansol incentivou.
Chan arrumou a poltrona para Sofia sentar, e sentou ao seu lado, colocando a mão na barriga de quatro meses, fazendo o maior suspense e deixando todos mais ansiosos. Depois de bem instalados, suspiraram.
- Vai ser menino? - a voz de Samuel quebrou o silêncio.
- A pediatra não conseguiu ver, os dois estavam com as perninhas cruzadas. - Sofia suspirou e acariciou a barriga elevada.
- Ainda não? - Seungcheol soltou o ar que nem tinha percebido que estava segurando, e se jogou na poltrona. - Espera, como assim os dois? - levantou a cabeça assustado.
- Teremos gêmeos! - Chan anunciou sorrindo largo.
- Ai, meu Deus, o Hansol desmaiou!
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