História Let's not fall in love - (G-Dragon) - Capítulo 3

Desesperadamente arregalo os olhos para o doutor. O que o rapaz pensaria de mim se soubesse que menti apenas para "flertar" com ele?

- Ah é, ela também não sabia. Venha, vou te mostrar o quarto onde sua irmã está. - suspirei aliviada, mas obviamente o doutor viria tirar sarro de mim mais tarde. Ele sempre além de doutor, era amigo de seus pacientes, seu senso de humor tranquilizava as pessoas e deixava aquele clima de hospital menos tenso.

- Quem sabe amanhã eu erre o quarto de novo. - JiYong deixa um selar em minha bochecha e sai do quarto juntamente com o doutor.

JiYong apenas com seu olhar e seus sorrisos me fez superar um amor que tanto significava para mim, um amor tão forte que fez com que eu fosse capaz de tentar me matar por não poder tê-lo. 

Nesse momento eu agradecia por aquele ônibus não ter me matado. Talvez o destino estivesse me dando mais uma chance de ser feliz. Talvez realmente fosse para mim conhecer JiYong.

- Trouxe sua comida, senhorita Hye. - a enfermeira entra no quarto com aquela típica comida repugnante de hospital. Por sorte eu havia quebrado o braço esquerdo, então não seria tão difícil de comer sem a ajuda de outra pessoa. A enfermeira sai e então eu começo a comer. Como esperado, depois de um tempo o doutor entra no quarto.

- Você vai precisar ficar mais uns meses internada. - cuspi a comida fora.

- Como assim doutor?!

- Ao ver seus exames, descobri que você tem uma doença chamada amor. - eu sabia que ele faria isso.

- Não tem graça. - falo séria e ele começa a gargalhar.

- Também descobri que a causa da sua doença se chama Kwon JiYong.

- Tchau doutor. - ele sai do quarto ainda rindo.

Agora eu tinha o doutor e a Dami no meu pé. 

O dia estava tedioso como sempre, e só o que me restava eram meus pensamentos. Eu ainda pensava para onde iria quando recebesse alta, teria que ir para a casa que eu e Daesung dividíamos para pegar apenas meu cartão de crédito, não queria mais as roupas ou qualquer coisa que eu tinha antes, iria comprar tudo de novo. Nos 7 anos que trabalhei eu sempre guardava meu salário e pegava apenas o necessário para o mês, meus pais moram no Brasil e as vezes também me mandam uma boa quantia de dinheiro, por isso eu teria o necessário para alugar um apartamento e começar minha nova vida. 

Mas o problema era ir até a casa, e se eu me deparasse com Daesung, ou até mesmo com aquela loira? Eu sabia os horários que ele saía para trabalhar, mas mesmo assim tinha muito receio, não aguentaria olhá-lo na cara por mais nem um segundo, quatro anos de falsos olhares vindos da parte dele já eram suficiente, eu não queria isso nunca mais. 

- Hyeee! - Dami praticamente berra entrando no quarto e me tirando de meus pensamentos. - Me conta tudo. - ela senta ao meu lado sorrindo igual a uma criança.

- Contar o que? 

- Eu sei que você conversou com o meu irmão hoje. - ela sorri mais ainda.

- Foi o doutor que contou pra você?

- Sim! Então...me conte! - ela parecia mais animada que eu, parecia que podia explodir de felicidade a qualquer momento.

Certamente eu estava muito feliz por dentro só de ter conversado um pouco com ele, eu apenas não demonstrava.

- Ah, a gente nem conversou, não foi nada demais... - sorri fraco.

- Hye, querida! Não fique triste, eu vou ajudar você, vai dar certo. Meu irmão é um amor e você também, ele com certeza gostou de você também, só é tímido. - arqueei as sobrancelhas surpresa com o que ela havia falado. Kwon JiYong podia ser tudo, menos tímido.

- Ele não me pareceu nem um pouco tímido... - falo rindo.

- Ele adora bancar o palhaço, mas isso é quando ele está nervoso, faz isso para quebrar o clima tenso, ele não gosta de demonstrar sua timidez apesar de ser bastante tímido. - ela fala isso com um sorriso que seria capaz de fazer até a pessoa mais rabugenta do mundo sorrir.  - Bom, eu preciso ir Hye, mas lembre-se do que eu lhe falei. - ela se vira para sair. - Ah, quase esqueci! Meu irmão pediu para que eu lhe entregasse isso. - Dami sorri cúmplice e coloca em minha mão um pedaço de papel dobrado. - Eu disse, vai dar certo. - ela sai do quarto.

JiYong realmente me mandou isso? Bom, ela não brincaria com uma coisa dessas, então desdobrei o papel ansiosamente com a ajuda de minha boca.