1. Spirit Fanfics >
  2. Letters To Camila - Segunda Temporada >
  3. Big Sister

História Letters To Camila - Segunda Temporada - Big Sister


Escrita por: itscamren-yo

Notas do Autor


Hey pessoal,
Então muita gente tem me perguntado como é o nome da mulher que fotografa essa menina, o nome dela é Amelia Fullarton, eu pego essas fotos do ig dela, mas ela tem um site incrível que vale MUITO a pena conferir, a mulher merece todo e completo conhecimento por ter um talento tão magnifico a ponto de tornar fotos simples, magnificas. Uma curiosidade é que a filha dela, mais velha -e que eu falo que é a Grace-, se chama Arlo Grace, então gosto de acreditar que ela foi destinada a ser a Grace de LTC.
OBRIGADA ALE POR ESSA MONTAGEM LINDA COMO MÍDIA.
Espero que vocês gostem desse capítulo, lembrando que depois que aparecer (...) é como se meses/dias tivessem se passado!
Eu não tenho nenhuma música em mente, por isso deixem a playlist da fanfic em aleatório!! Vou deixar o link da playlist nas notas finais e da minha fanfic nova em parceria com a autora de Sold(:
Boa leitura:

Capítulo 58 - Big Sister


Fanfic / Fanfiction Letters To Camila - Segunda Temporada - Big Sister

Sempre escutei minha mãe caçoando dos meus irmãos e de mim quando éramos adolescentes, afinal sempre fomos aqueles tipos de adolescentes que se apaixonam de uma forma intensa. Até hoje continuamos dessa maneira, por esse motivo nunca tivemos problemas em declarar nosso amor para os quatro cantos do mundo para as pessoas que amamos, entretanto minha mãe sempre dizia: “Isso, pode deixar a sua mãe de lado, mas vocês precisam se lembrar que não existe amor como o amor de mãe”.

E realmente não existe.

Camila e eu possuímos uma ligação de outro mundo com Grace, era como se ela realmente tivesse sido gerada por uma de nós e como se nós sempre a tivemos por perto. Tê-la como filha já era o suficiente para que eu sentisse o amor que minha mãe tanto falava: um amor que te sufoca e te desespera de tão grande, como se caso você não tivesse aquele pequeno ser ao seu lado, nada nunca mais faria sentido.

- Sra. McKinley, veja. – Minha filha puxa sua professora pela mão – Mamãe mostre para ela, mostre.

- Mostrar o que, querida? – Franzo o cenho, sorrindo gentilmente para a professora.

- Mostre minha irmãzinha! – Ela tenta erguer minha blusa e eu prontamente seguro sua mãozinha.

- Vamos deixar para outro dia. – A professora ri, acariciando a cabeça da minha filha – Ela não comeu quase nada hoje. – Informa e eu vejo que Grace já abria a porta do carro – Mas parece bem animada com a ideia de ter uma irmã, ela não para de falar sobre isso a semanas. – Rio e a professora sorri – Não podemos conversar antes, mas parabéns pela gravidez.

- Muito obrigada. – Aquela era uma das minhas professoras favoritas que Grace já teve.

- Mamãe vamos. – Reviro os olhos e aceno para a Sra. McKinley, indo para o carro.

- Sente direito, temos que colocar o cinto de segurança em você.

Desde que soube da minha gravidez Grace fazia questão de ser a primeira a contar a novidade, fazendo questão de dizer uma menina –mesmo que não tivéssemos cem por cento de certeza sobre esse pequeno detalhe-. Tanto que foi a nossa filha que anunciou isso para a mídia, completamente sem querer, mas anunciou.

Estávamos saindo do médico e Grace fez questão de acompanhar a segunda consulta, quando estávamos perto do carro dois paparazzis perguntaram se Grace estava doente e minha filha deu uma resposta simples e que revelou tudo: “Não estou doente, viemos ver a minha irmãzinha, que é muito pequena para sair da barriga da mamãe Lauren e ir andando para casa comigo”. Na mesma noite todos os tabloides só sabiam falar daquilo, assim como agora era o único assunto tocado a cada lugar que eu ia.

O assédio havia voltado desde que eu decidi ser jurada uma segunda vez no The X Factor, os fotógrafos estavam fazendo questão de tirarem fotos e fazerem perguntas intermináveis sobre novos projetos, mas acabou que as perguntas das últimas semanas eram apenas sobre o novo integrante da família, que aparentemente todos estavam doidos para finalmente conhecer.

(...)

Abro a porta do quarto e vejo Camila lotando Grace de protetor solar, nossa filha tentava desviar das mãos de Camz, mas minha esposa era muito mais rápida e habilidosa, a segura pelo braço e continua a espalhar o produto pela pele branca da nossa filha.

Amava viajar em família, é um dos meus passatempos favoritos, para aquela viagem de final de semana acabamos optando por ir a Orlando, nos parques da Disney, depois de muitos pedidos de Grace –é claro-. Para o nosso passeio acabamos convidando Sofia, Chris, sua namorada Emily e a Taylor, acontece que uma das exigências de Grace era para que nós usássemos algo do nosso personagem favorito da Disney, por isso todo mundo estava com uma determinada blusa e minha filha estava confortável para usar uma fantasia adorável.

Nos encontramos no hall de entrada do hotel, não pude evitar de rir ao ver Chris com uma blusa verde do Mike Wazowski contendo um único olho enorme e uma boca com um sorriso engraçado.

- TIO NÓS SOMOS MELHORES AMIGOS. – Grace pula no colo do meu irmão.

- Eu amei a sua fantasia, Grace. – Emily ri, ajeitando a toca dela.

Acontece que na última viagem do meu irmão para Disney ele comprou tudo do Monstros S.A para Grace, fazendo a minha filha ficar completamente viciada nos filmes, entre todos os presentes estava uma fantasia do Sullivan, que era o personagem favorito de Grace, simplesmente por ser enorme e azul com detalhes lilás.

- Agora eu sou um mostro, rawr. – Imita garras com as mãos e todo mundo ri.

- Tudo bem, monstrinho, você lembra o que nós combinamos? – Camila questiona e minha filha concorda com a cabeça.

- O que vocês combinaram? – Sofia franze o cenho, confusa.

- Nada de correr para longe e se sentir calor avisar. – Grace abraça o pescoço de Chris e meu irmão sorri.

- Agora vamos, temos um longo dia pela frente. – Abro um largo sorriso e todo mundo começa a sair do hotel, Camila logo para ao meu lado e abraça o meu braço.

- Você vai beber água a cada quinze minutos e se sentir dores nós vamos parar e descansar um pouco, ok? – Pergunta preocupada e eu reviro os olhos – Lauren eu estou falando sério.

- Tudo bem, amor. – Sorrio sem vontade, Camila me superprotegia agora, chegava até ser sufocante.

Nós não poderíamos ir a determinadas atrações porque Grace estava conosco e porque eu estava no começo da gravidez e isso não seria nada bom para o bebê, mas durante o caminho acabamos chegando à conclusão que eles poderiam ir a determinados brinquedos e eu ficaria com Grace e Camila, algo que todos apoiaram. Nós iriamos nas atrações mais calmas e conhecer alguns personagens, somente porque sabíamos que Grace iria amar.

No meio do caminho Grace quis descer das costas de Chris para segurar a mão de Taylor e Sofia, assim nossa filha fez, fazendo questão de tirar o capuz da fantasia e pedir para minha irmã prender o cabelo dela. O primeiro pedido de Grace envolvendo comida foi um sorvete, depois de muito pensar, Camila acabou concordando em comprar um, mesmo sabendo que isso iria estragar o almoço da nossa filha.

Nós acabamos por entrar no Monsters Inc. Laugh Floor, o que fez tanto Chris quando Grace vibrarem em animação e ansiedade, fazendo todas nós questionarmos quem era o mais criança entre os dois. Não teve sensação melhor do que ver Grace rir e bater palmas animadas, mal aguentando ficar sentada em seu acento enquanto estamos dentro da atração. Quando saímos ela só sabia falar animadamente sobre tudo, enquanto fazia questão de dar largos passos e imitar um monstro, igual a criança do filme.

Pegamos uma minúscula fila para ver o Pooh, mas o suficiente para Grace e Taylor chamarem a atenção das pessoas ao nosso redor com suas risadas e brincadeiras entre si, enquanto isso eu estava abraçada com Camila, recebendo beijos na bochecha e pescoço enquanto sua mão acariciava a minha barriga já um pouco saliente, mas quase imperceptível.

- Mama eu posso beber um pouco de água? – Grace questiona interessada, Camila prontamente se afasta de mim para pegar a água na mochila, minha filha me abraça e fica na ponta dos pés para colocar a orelha contra a minha barriga – Você não pode brincar comigo ainda, mas quando eu ficar bem grandona você pode usar minha fantasia de monstro e brincar com a gente aqui. – Confidencia para a minha barriga e eu rio, segurando seu rosto e fazendo questão de me curvar para beijar a ponta de seu nariz.

- Você é linda, sabia? – Questiono e Grace abre um largo sorriso.

- Prontinho. – Camila aparece ao nosso lado e entrega a garrafinha para Grace – Você não acha que essa fantasia está muito quente não? – As bochechas de Grace estavam bem rosadas.

- Está tudo bem, mamãe. – Fala rapidamente e Camila a encara – Só um pouquinho calor.

- Então vamos trocar.

- NÃO. – Grita como se o que Camila havia dito fosse o maior crime.

- Pera aí. – As duas me olham – Grace você está ouvindo? – Ela olha ao redor – O bebe sugeriu uma coisa! – Minha filha abre a boca e cola novamente a orelha na minha barriga para tentar escutar – Disse que seria legal se você usasse a fantasia mais um pouco e depois tirasse.

- Ela disse isso? – Franze o cenho – Eu não escutei nada, mamãe, por que eu não escutei nada?

- Porque só eu consigo ouvir. – Falo como se fosse obvio e ela para alguns instantes para pensar.

- Então o que você acha de ficar até a hora do almoço e depois nós tiramos? Você pode usar a camisa igual da Jessie e o chapéu de cowboy dela, o que me diz? – Grace parece pensar por alguns instantes, a personagem do Toy Story era a sua segunda favorita.

- Você faz as tranças em mim? – Olha para Sofia, que apenas observava a nossa interação com um pequeno sorriso.

- É claro que eu faço. – Minha cunhada a abraça e abre um largo sorriso.

Depois de algumas atrações achamos que o mais correto seria almoçar e descansar um pouco, assim fizemos, as garçonetes do restaurante sempre estavam de olho na nossa mesa e uma até mesmo falou que Grace era uma das crianças mais adoráveis que ela já havia visto, o que fez Camila e eu abrirmos um largo sorriso.

Uma das melhores sensações é quando as pessoas reconhecem que você está fazendo um bom trabalho educando a sua criança, Grace é uma garota extremamente inteligente e educada, por esse motivo é muito fácil conviver com ela e minha filha acabar por conseguir ter toda atenção de todos sempre para si, é um charme natural.

No final do almoço Camz e Emily foram para o banheiro com Grace e uma mochila, voltaram depois de algum tempo com a minha filha já com a nova fantasia. Para não ficar com calor Grace estava com um short branco com detalhes pretos para imitar a calça jeans que Jessie sempre usava, a camisa branca com detalhes amarelos e uma botinha marrom. Minha filha prontamente se sentou ao lado de Sofia e minha cunhada cuidou de fazer suas tranças, colocando o chapéu da mesma cor que o sapato no topo da cabeça da minha filha.

- Você não tem um cavalo? Como assim? – Chris questiona e eu o fuzilo com o olhar, meu irmão amava dar ideias para Grace de novos presentes.

- Eu tenho o Nala, ele é muito melhor do que um cavalo como o Bala no Alvo! – Exclama bebendo o seu suco.

- Muito melhor que um cavalo? – Taylor sorri.

- Claro que ele é muito melhor que o Bala no Alvo! – Cruza os braços.

- Mas eu pensei que você gostasse do Bala no Alvo. – Sofia franze o cenho.

- Eu gosto dele. – Senta no colo de Camz – Mas o Nala me protege dos monstros e dos pesadelos, Bala no Alvo faz isso com o Andy. – Sorrio largo e aperto as bochechas dela, algo que eu amava fazer – Mamãe, não faça isso. – Bufa e todo mundo ri.

- Agora que todo mundo já descansou, o que acha de vermos o desfile? – Camz questiona.

- Tia Dinah está aqui? – Todo mundo ri, negando com a cabeça

- Não meu amor, outro tipo de desfile, não um que sua tia organizou. – Beija a cabeça de Grace e todos nós nos levantamos da mesa.

Eu gostava de ver como a mente da minha filha funcionava, eu sempre era pega de surpresa com suas respostas criativas e inteligentes, de uma forma inesperada Grace ensinava tanto Camila quanto eu a vermos o mundo ao nosso redor com os olhos puros de uma criança, não conseguindo ver maldade que tanto temíamos e que nossa filha tanto amava enfrentar.

Se apenas uma criança consegue fazer com suas mães enxergue o mundo de uma forma mais incrível eu mal posso esperar para ver como duas crianças podem transformar nossas vidas.

(...)

Olho para o meu lado e não consigo evitar de rir, Camila tinha Grace sentada em seu colo e nossa filha apertava as bochechas da minha esposa, a obrigando a fazer caretas enquanto ela fazia a mesma coisa. Estávamos sentadas em um dos sofás do hospital, esperando nossos nomes serem chamados para uma nova consulta com a nossa médica.

Eu estava bem no começo do quinto mês, então minha barriga estava começando a dar sinais de que estava maior e as minhas roupas já estavam começando a ficar apertadas, o que me deixava irritada, porque de acordo com os livros era para eu ganhar bastante peso nesse mês da gravidez e começar a sentir os primeiros desconfortos.

Camila havia criado uma regra, toda vez que disséssemos que estávamos indo para o hospital novas regras seriam aplicadas, isso ajudava Grace a se sentir incluída durante todos os momentos e consequentemente sentir que estava sendo de grande ajuda durante a gestação, o que não deixava de ser verdade.

As regras daquele mês eram: não poder falar coisas ruins, já que a partir do quinto mês o bebê realmente passa escutar as coisas ao seu redor, de acordo com Camila nossa filha deveria contar histórias para a minha barriga e tudo mais para que o bebê conhecesse sua voz; Grace também havia ficado responsável por checar se eu já havia bebido água e por garantir que eu havia comido a minha fruta do dia; a última regra era que eu não poderia mais pega-la no colo, então sempre que ela quisesse ir para o meu colo teria que pedir para eu sentar.

- Senhoras Jauregui? – Subimos o olhar para a recepcionista daquele andar – É a vez de vocês.

- Oh, obrigada. – Sorrimos e Grace prontamente fica de pé, segurando a minha mão.

- Peter fala que mulheres gravidas comeram muitas melancias, é verdade mama? – A recepcionista solta uma risada baixa e abre a porta para nós.

- Não é verdade, querida. – Camila responde com um pequeno sorriso – Boa tarde, Dra. Prentiss. – Camila aperta a mão dela e eu faço o mesmo.

- E olha só essa gracinha. – Toca a ponta do nariz de Grace, que sorri sem graça e abraça a perna de Camila – Como você está?

- Muito bem. – Grace sorri mostrando seus lindos dentinhos – E mamãe Lauren também está muito bem porque eu estou cuidando muito bem dela, não é mamãe?

- É claro que está. – Nos sentamos nas cadeiras e a médica sorri.

- Você quer um irmãozinho ou uma irmãzinha? – A doutora pergunta interessada.

- Uma irmãzinha, garotos não são tão legais. – Cruza os braços e ela ri.

- Eu tenho um filho e ele é muito legal. – Nossa filha franze o cenho – Tenho certeza que caso você ganhe um irmãozinho ele vai ser tão legal quanto o meu filho. – Sorrio agradecida por a médica estar dizendo aquilo a nossa filha.

Fiz um sinal pedindo silencio para Grace quando a médica começou a fazer perguntas importantes, nossa filha permaneceu sentada no colo de Camila, olhando tudo ao seu redor e sem falar uma palavra para não atrapalhar a consulta. Quando a médica perguntou se alguém tinha alguma pergunta nossa fila prontamente levantou a mão e perguntou quanto iriamos saber se o bebê seria uma menina ou um menino, Dra. Prentiss falou que naquele momento, o que arrancou um largo sorriso dela.

Enquanto me trocava pude escutar Grace conversando com a médica, o que me arrancou um pequeno sorriso, ela era bem curiosa e isso podia se tornar inconveniente para algumas pessoas, mas aparentemente não para a médica, que respondia todas as suas perguntas com muita paciência.

Quando voltei pude notar o olhar curioso de Grace, ela estava de pé na mesma escadinha que eu havia usado para subir na cama, Dra. Prentiss puxou o monitor e Grace se curvou ainda mais, quase sujando o cabelo com o “gel” que a médica havia passado na minha região abdominal, minha esposa prontamente puxou nossa filha, fazendo questão de segura-la contra o seu corpo de uma forma delicada.

Todas nós ficamos mudas quando o som dos batimentos cardíacos repercutiu pelo cômodo, Camila prontamente segurou a minha mão e apertou a mesma, com um largo sorriso. Era uma sensação indescritível escutar o coração de um ser humano que teria uma eterna ligação comigo, eu apenas sabia que era uma sensação que enchia o meu peito de uma felicidade plena.

- Como eu estava dizendo ele está perfeito!

- Ele? – Sussurro apertando ainda mais forte a mão de Camila.

- É... – A doutora sorri, apontando para o monitor – É um menino, completamente saudável.

- Quer dizer que eu não vou ter uma nova amiguinha? – Grace bufa e eu rio, sentindo meus olhos ficarem marejados – Ele não pode cheirar Doritos, como o Peter.

- Ele não vai. – Camila ri, abrindo um largo sorriso para mim, beijando a cabeça de Grace – Olha só, ele não é lindo, meu anjo? – Questiona baixinho.

- Mama ele é apenas um borrão. – Todas nós rimos e Grace faz um biquinho.

- Aqui, olhe aqui. – A médica começa a mostrar com o dedo indicador – Aqui é a cabeça dele, esses são os braços e então as perninhas.

- Aquilo ali são os pés? – Grace se curva novamente, apontando.

- Exatamente. – Minha filha sorri e me encara – Como se sentem? – Pega um pano umedecido e me estende para que eu possa limpar o gel gelado da minha barriga dentre alguns minutos.

- Muito bem. – Camila e eu respondemos juntas, arrancando uma risada da médica.

Não ficamos muito tempo ali, porque além de Camila ter que voltar para o trabalho, Grace e eu havíamos combinado de sair com Tori já que nós não a havíamos fazia um bom tempo, iriamos nos encontrar em uma sorveteria e passar um tempo juntas, até iriamos para um parquinho para que Grace pudesse se divertir um pouco enquanto nós conversaríamos em paz.

Camila me lotou de beijos quando a médica nos deixou sozinhas, o que fez Grace resmungar incomodada com aquilo, logo em seguida nós a lotamos de beijos e lembramos que ela precisava nos ajudar a escolher um nome, o que fez nossas filhas começar a citar todos os nomes de todos os personagens da Disney dos quais ela se lembrava naquele momento.

- Ok querida, nós temos mais quatro meses para pensar. – Camila se abaixa na frente dela quando chegamos no andar onde Camz trabalhava – Agora me dê um beijo, vamos continuar essa conversa mais tarde!

- Tudo bem. – Abraça o pescoço de Camila e deixa um selinho em seus lábios – Mama, mamãe Lauren e eu podemos fazer uma lista com alguns nomes? – Concorda com a cabeça.

- Quero ver isso mais tarde. – Beija a bochecha de Grace – Qualquer coisa me ligue, não demoro nada para aparecer em casa. – Acaricia meu rosto e cola nossos lábios – Eu amo você.

- Eu também amo você. – Sussurro sentindo Camila acariciar minha barriga.

- Não precisa fazer bico, eu também amo você, enfezadinha. – Beija Grace mais uma vez e então acena, entrando em uma sala.

- Nós vamos tomar sorvete agora? – Grace segura minha mão e eu sorrio.

- Vamos, sua tia já me mandou uma mensagem. – Acaricio a cabeça dela e a instigo a começar a andar.

O caminho até a sorveteria foi bem calmo e silencioso, diferente do que eu achei que seria, já que Grace parecia bem curiosa com tudo até aquele momento. Quando olhei pelo retrovisor pude notar sua expressão meio triste, quando questionei o motivo de ela estar triste minha filha respondeu e eu não esperava aquilo.

“Ele mora na sua barriga, então você vai amar mais ele?” foi a sua pergunta, que me deixou extremamente triste por ver que ela ainda sentia insegura de ser deixada de lado, aproveitando que paramos no sinal vermelho me virei um pouco e prontamente respondi a sua pergunta “Eu amo vocês igualmente, e sempre vou amar. Não há nada com o que se preocupar.”, pude notar que a minha resposta não a convenceu muito, mas ela logo tratou de mudar de assunto.

Grace tinha uma boa noção que ela já havia morado em outros lugares, Camila já havia me alertado que esse tipo de pergunta poderia acontecer, mas eu nunca achei que realmente iria acontecer já que nós estávamos cuidando de dar toda atenção que ela necessitava nessa transição de aceitar uma nova criança em nossa família.

Assim que estacionei o carro ela apenas tirou o cinto e ficou me esperando, desci e abri a porta, a fazendo permanecer sentada ali, apenas para que eu pudesse dizer mais algumas coisas agora que eu não estava mais dirigindo.

- Grace? – Ela me olha – Quando sua mãe e eu descobrimos que poderíamos ter você em nossas vidas foi o dia mais feliz de todos. – Ela me encara com seus lindos olhos castanhos curiosos – Assim como quando descobrimos que eu estava gravida do seu irmão, a felicidade que sentimos foi do mesmo tamanho. – Acaricio seu rosto quando vejo seu queixo tremer, não queria que ela chorasse – Não é porque ele vai vir da minha barriga que significa que ele vai ser mais especial que você. – Minha filha me abraça e eu acaricio suas costas, sentindo vontade de chorar – Nós amamos você e assim como o seu irmão, você é insubstituível.

- Eu amo você muitão. – Sussurra e eu sorrio, fechando meus olhos.

- E eu você um muitão muito maior. – Ela ri e eu beijo o seu rosto – Agora vamos, tenho certeza que seu sorvete de morango está te esperando, assim como a sua tia.

Entramos no estabelecimento e Grace correu para Tori, ignorando completamente o menino que estava tirando uma foto com a minha cunhada, Tori riu e a pegou no colo, lotando Grace de beijos enquanto minha filha desviava de seus beijos apenas para lhe abraçar bem apertado. Me aproximei e cumprimentei Tori, sorrindo sem graça para o garoto, que me encarava fixamente.

Grace e eu fomos para a fila, deixando Tori conversar à vontade com o garoto, o que não demorou absolutamente nada e nos permitiu ter ela por perto logo. Tori era uma artista bem conhecida agora, se bobiar até mais conhecida do que eu, mas em momento algum isso despertava algum tipo de ciúmes ou algo do tipo em mim, eu realmente estava muito feliz com todo o sucesso e conquistas que minha cunhada havia conseguido durante os anos.

Antes que ocupássemos uma mesa fomos parados por uma garota, a mãe da menina tirou a foto com ela entre Tori e eu, enquanto Grace abraçava a minha perna e sorria timidamente para a foto. Sentamos em um lugar mais reservado e minha filha fez questão de sentar ao lado de sua tia, que quando estava ao seu lado conseguia ficar mais infantil que Grace.

Minha filha fez questão de contar tudo o que havia acontecido na consulta para a sua tia, que ficou extremamente feliz ao saber que um menino estava a caminho, até brincou falando que Hunter agora teria um amiguinho para brincar enquanto Quinn brincaria com a minha filha, o que pareceu a deixar animada e até fez traçar um comentário dizendo que Hunter não iria mais precisar ficar sozinho.

Optamos por andarmos até o parque, o que não pareceu uma boa ideia graças a alguns fotógrafos que estavam atrás da Tori, que quando me viram pareceram ficar ainda mais animados e determinados a tirar fotos, Grace pouco se importava com todos eles, apenas segurava nossas mãos e ria quando nós a erguíamos durante o trajeto.

- Ela chorou antes de vocês entrarem na sorveteria? – Tori pergunta quando nós finalmente nos sentamos e minha filha sai correndo em direção ao parquinho.

- Ela tem medo que o novo irmão pegue seu lugar. – Pouso minhas mãos sobre a minha barriga.

- Todo mundo tem esse medo. – Tori sorri quando a vê escalando o brinquedo – Vai dizer que quando seus pais anunciaram que Chris iria chegar você não ficou com um pouco de medo.

- Não, eu fiquei bem animada, ele seria como a minha boneca em versão humana. – Nós rimos e ela nega com a cabeça – Você nunca teve esse problema, não é?!

- É claro que eu tive. – Passa a mão pelos cabelos – Quando Camila contou a verdade sobre o nosso pai eu fiquei louca, pensando que nós teríamos que dividir nossas vidas, para ser bem sincera eu não queria nada com ela naquela época, nem ao menos vê-la. – Suspira e eu torço a boca – Agora olhe só para nós hoje, pagaríamos para estar no mesmo cômodo, e nos amamos.

- Eu fico feliz com isso. – Pisco para a minha cunhada – Com tudo o fato de ele ser um cara ruim teve o seu lado bom, não é?! – Tori assente e ri baixinho.

- Você deixaria seus filhos conhecerem ele? – Questiona em um sussurro e eu a encaro seriamente.

- Não acho que Camila vai gostar dessa ideia, mesmo achando que ele mereça conhece-los. E sinceramente? Não quero que meus filhos tenham contato com uma pessoa como ele, mas acredito que ele deva sim conhece-los. – Acaricio minha barriga e Tori traga saliva – E você? Vai deixar ele conhecer seus futuros filhos?

- Não. – Responde simplesmente, me encarando friamente com os olhos marejados – Ele não tem o direito de conhecer eles, porque ele fez suas escolhas ruins e vai ter que aprender arcar para sempre com as consequências. – Morde o lábio inferior e eu a abraço.

- TIA TORI. – Acompanhamos o olhar e vemos Grace correr.

- Querida não corra muito, você sabe o que acontece quando você faz isso... – Passo a mão pelo rosto, a vendo respirar fundo – Está tudo bem?

- Quero que a tia Tori me veja escorregando. – Olha para Tori e então seu sorriso morre – Você está chorando? Você está triste? Não chore, tia. – A envolve em um abraço e Tori ri.

- Vamos, eu quero ver você escorregando. – Beija a bochecha de Grace e então segura a mão da mesma, a guiando para o brinquedo – Cuidado na hora de subir. – Sorrio de canto.

Conseguia entender tanto Tori quanto Camila quando elas falavam de seu pai, concordava com o fato de não aprovar a convivência de Alejandro com as crianças, mas eu acho sim que ele deve ao menos conhece-los, mesmo que não seja merecedor de tamanha honra.

Ficamos no parque por mais uma hora, mas tivemos que partir quando Tori e eu começamos a receber muitos pedidos de fotos –começando a juntar muita gente no mesmo lugar-, Grace e eu acabamos nos despedindo da minha cunhada e então fomos para a casa, cantando as músicas que tocavam no rádio com vozes engraçadas apenas para rir um pouco.

Depois de ajudar Grace com a lição do dia seguinte acabamos pegando uma folha e anotamos todos os nomes possíveis de meninos, mas nenhum me agradava o suficiente e nem mesmo Grace, que havia dito todos os nomes dos coleguinhas de escola o possível. Eu queria que o nome do bebê fosse especial, um nome que representasse tudo o que ele já significa para nós.

Grace e eu montamos um quebra-cabeça e optamos por ver um filme, na verdade minha filha assistiu ao filme, enquanto eu continuei lendo o livro que havia começado no domingo. Antes de Camila chegar acabei por dar banho em Grace, que resolveu me perguntar o porquê de sua outra mãe já ter raspado todo o cabelo, como o diretor da sua escola.

Acontece que eu amava deixar nossas fotos espalhadas pela casa, uma das minhas fotos favoritas com Camila, nós estávamos nos olhando com largos sorrisos e eu a abraçava pelos ombros. Foi uma das primeiras fotos que tiramos depois da minha esposa raspar o cabelo e eu cortar o meu bem curto. Na noite passada troquei algumas fotos dos porta-retratos, fazendo questão de escolher essa foto e coloca-la em cima do móvel da televisão.

- Sua mama ficou muito doente a um tempo atrás. – Tiro a espuma que iria cair em seus olhos – Então ela precisou tirar todo o cabelo para se curar mais rápido. – Grace concorda com a cabeça e eu sorrio – Eu cortei o meu cabelo bem curto para mostrar que mulheres também podem ficar lindas com pouco cabelo ou sem nenhum.

- Você acha que eu ficaria linda sem cabelo? – Questiona interessada.

- Seria a menina mais linda de todas. – Rio e ela abre um largo sorriso – Mas continuando a história... muitos médicos conseguiram fazer de tudo para salvar sua mama. – Ela me olha curiosa – Tudo começou com o doutor Antony Jackson, que a salvou e permitiu que os outros médicos ajudassem Camila. Então teve a doutora Carla Rossi, que mesmo não morando na nossa cidade fazia questão de se preocupar. E o último doutor foi Jason Campbell, que operou sua mãe.

- Antony Jackson salvou a mama primeiro? – A encaro e concordo com a cabeça.

- Ela passou muito mal e eu a levei para o hospital, ele descobriu o que ela tinha e graças a ele sua mãe pode se curar. – Sorrio – Mas ele era um pouco marrento.

- O que é marrento?

- Uma pessoa má humorada – Pego o condicionador – Mas ele é um grande homem.

- Eu já gosto do doutor Antony, só por ele ter salvo a mama. – A encaro – Mamãe?

- Sim, querida?

- Se o meu irmão chamar Antony ele também vai salvar pessoas? – A encaro surpresa com sua pergunta.

- Não sei, quem sabe. – Mordo o lábio inferior – Quer que seu irmão se chame Antony?

- Eu gosto desse nome e eu tenho certeza que se ele receber o nome de um herói, também vai querer se tornar um. – Passa a mão nos olhos e eu sinto meus olhos ficarem marejados.

- Tudo bem, eu acho que podemos convencer sua mãe para o nome dele ser Antony.

- Eu acho uma excelente ideia. – Nos viramos e encaramos Camila parada na porta, com os olhos marejados e um sorriso largo – Antony Jauregui é um ótimo nome.

- Antony Patrick Jauregui. – Corrijo e minha esposa sorri – É bom ele ter o nome de dois grandes homens. – Camila anda até mim e beija meus lábios.

Meu avô sempre dizia: “Pode ficar famosa o quanto quiser, a única coisa que as pessoas vão sempre ter em mente quando lembrarem de você é o seu nome, por isso faça questão de que ele sempre seja bem lembrado.”, talvez o nosso filho tivesse o desejo de ser um herói, como a pequena Grace havia dito instantes atrás, apenas por carregar o nome de dois grandes homens.

(...)

A dias atrás minha filha havia visto eu tocar uma nova música no piano, que era a música da trilha sonora de um filme infantil do qual eu havia sido convidada para cantar, e é claro que Grace amou a ideia de uma das minhas músicas ser fundo de um filme que ela gostava.

O vídeo clipe de I’m in Love With a Monster estreou no Times Square, e os diretores do vídeo evitaram filmar o meu corpo todo por conta da barriga que estava um pouco grande. Na estreia do filme nossa família pousou no tapete vermelho e Dinah fez questão que todas nós usássemos preto, assim como Grace também fez questão de ficar grudada em Selena, que amou poder passar um tempo com a pequena e até mesmo postou uma foto com ela em seu Instagram, onde as duas estavam com as línguas extremamente vermelhas por conta dos doces que estavam servindo.

Encantada e impressionada que qualquer música poderia ser tocada no piano de casa, minha filha quis porque quis aprender a tocar piano, por esse motivo nós trenávamos juntas todos os dias ao menos duas vezes, uma vez antes dela ir para a escola e outra depois de voltar. Grace ficou empenhada em aprender a tocar –só parando para sentir o bebê se mexer em minha barriga, o que acontecia diversas vezes ao dia-, por isso se saiu muito bem desde o começo, ainda mais comigo fazendo questão de ser firme com suas aulas e treinos.

Os instrumentos musicais sempre que me ajudaram a ter uma rotina e me fizeram ser uma pessoa mais concentrada e dedicada, porque quem gosta de tocar necessita ser rigoroso a princípio e precisa continuar praticando eternamente. Aprendendo a tocar piano, Grace passaria a ver a música com outros olhos, além de que aprenderia que tudo é possível se você tem força de vontade e insiste em algo.

Ajeito os dedos de Grace no piano e ela prende a língua entre os dentes, franzindo o cenho em confusão, ela andava dizendo que seus dedos estavam um pouco doloridos.

- Pronto, mamãe, vamos tentar. – Sorrio e encaro Camila – Nós estamos ensaiando isso a dias.

- Esperem, eu quero gravar isso. – Camila sai do cômodo e volta a instantes atrás.

- Preparada? – Questiono quando Camila entra na sala de música – Diga o seu nome...

- Meu nome é Grace Jauregui. – Sorri para a câmera – E essa é a minha mãe Lauren.

- E nós vamos fazer o que? – Questiono com um pequeno sorriso.

- Vamos tocar I'm in Love With a Monster. – Posiciona sua mão nos teclados e me encara.

- Um, dois, três e... – Começamos a tocar.

Faziam mais de vinte dias que estávamos treinando aquela música, todos os dias da semana minha filha fazia questão de treinar, podia ver que ela queria que eu me orgulhasse dela enquanto ela tocava aquele lindo instrumento. É claro que não tocamos a música toda, apenas parte dela, mas o suficiente para Grace cantar alguns trechos comigo e tocar perfeitamente.

Quando terminamos minha filha riu animada e me abraçou, não sem antes dar um hi-five comigo, olhamos para a câmera e nos limitamos a acenar, Camila prontamente parou de filmar. Continuamos conversando e Camila contou para nossa filha que eu já havia tentado ensinar ela a tocar piano, mas que não deu muito certo, por esse motivo minha filha se limitou a zombar sua mãe com a minha ajuda.

Andávamos todas bem unidas, sempre procurando fazer todas as nossas atividades juntas, mesmo que tanto Camila e eu estivéssemos extremamente cansadas. Agora era difícil dormir, eu sentia um calor descomunal, assim como nunca conseguia encontrar uma posição confortável e muito menos conseguia parar de fazer xixi durante a noite –e o dia também-.

- Agora mocinha vamos tomar um banho, você precisa dormir. – Toca a ponta do nariz de Grace, que se levanta e me ajuda a levantar do banquinho.

O nono mês havia finalmente chegado e a barriga pesava de uma forma absurda, por esse motivo dependendo da onde eu sentasse ou o que eu fazia precisava de ajuda para levantar, mas Grace acreditava que eu precisava de ajuda em todos momentos, então ela sempre estava preparada para me ajudar a levantar e sempre pegava garrafinhas de água para eu ficar devidamente hidratada.

- Vamos passar creme na mamãe hoje? – Questiona interessada e eu rio.

Camila e Grace faziam questão de alisar a minha barriga o dia todo, por esse motivo na parte da noite nossa filha sempre passava uma loção em minha barriga para hidratar a minha pele e como desculpa para acariciar minha barriga, já que Antony gostava de se mexer bastante na parte da noite.

- Hoje não. – Camila sorri – Sua mãe vai tomar um banho de banheira e tem que descansar bastante, ela não dormiu nada essa noite. – Grace entra em seu quarto e eu paro no lugar.

- Mama? – Camila a encara e eu levo a mão até a minha barriga, começando a respirar pesado – Temos que pegar um pano antes do meu banho, mamãe Lauren fez xixi no chão! – Camila se vira com os olhos arregalados e a minha respiração começa a ficar ainda mais pesada.

- O QUE? – Grita apavorada, prontamente segurando a minha mão – Estava previsto para daqui duas semanas. Duas semanas. – Aperto sua mão, vendo seus dedos ficarem brancos.

- Aparentemente ele quis nascer mais cedo. – Reviro os olhos – AI MEU DEUS. – Grito sentindo uma dor absurda.

- LEA. – Camila grita e eu encaro Grace, que nos olhava horrorizada – LEA O ANTONY VAI NASCER. – Escuto passos apresados – Respire, amor, respire bem fundo.

- MAS A CEGONHA NÃO ESTÁ LÁ FORA! – Grace grita apavorada, apontando para a sacada enquanto pulava.

Toda a vontade que eu senti de rir fez a dor parecer ainda pior.

- Grace eu preciso que você pegue o meu celular, pegue ele agora. – Camila me encara e eu aperto a sua mão com ainda mais força, fechando meus olhos – As contrações não deveriam vir logo de cara. – Fala apavorada – Amor você tem que sent... LEA PEGUE UMA CADEIRA, RESPIRE FUNDO.

- NÃO GRITA COMIGO, EU NÃO TE FIZ NADA. – Grito irritada, a dor era insuportável – Ligue para o meu pai, nós precisamos ir para o hospital. – Sento na cadeira e respiro fundo, sentindo a dor ficar menor.

- Mamãe está doendo? Ele está te machucando? – Sorrio, sentindo o suor escorrer pela minha testa, eu jamais havia sentido uma dor como aquela.

- Está doendo muito, mas ele não está me machucando, ele só quer estar com a gente agora. – Fecho os olhos, fazendo a respiração que eu aprendi que iria aliviar as dores – Você vai para a casa da tia Ally, ok? – Concorda com a cabeça, haviam lágrimas em seus olhos, podia notar que Grace estava nervosa – Não chore, amor, a mamãe está bem, a próxima vez que você me ver Antony vai estar comigo, ok?

- Ok, mamãe. – Segura a minha mão e eu sorrio, escutando Camila falando ao celular.

Confesso que a pior contração foi a primeira e a última, eu implorei para que fosse parto normal, mesmo sabendo de toda a dor insuportável que eu iria sentir e principalmente do risco de algo dar errado ser maior, acontece que Dra. Prentiss deixou bem claro que eu não tinha dilatação o suficiente e que o parto iria precisar ser cesariana.

Fui recepcionada por Normani e meus pais no hospital, Camila entrou comigo na sala de parto e acompanhou todo o processo, sorrindo tanto que era possível ver através de sua máscara. Antony nasceu extremamente saudável, lindo e quase sem cabelo, mas chorando para que o hospital todo ouvisse, o que de certa forma foi mais do que reconfortante.

Soube que Lea ficou em casa com Grace até Ally chegar para busca-la, de acordo com a minha amiga Grace ficou completamente impaciente e mesmo tomando um banho não conseguiu dormir até ter novas notícias minhas, principalmente se a cegonha havia se encarregado perfeitamente de deixar seu irmãozinho em meu colo.

Estava no quarto com Camila que fazia Antony dormir em seus braços. Minha esposa irradiava uma felicidade descomunal, o enorme sorriso que ela exibia para cada pessoa que entrava no quarto fazia o meu coração bater mil vezes mais rápido, assim como o brilho de seus olhos me lembrava o mesmo brilho que seus olhos tinham quando nós casamos e adotamos Grace.

As batidas na porta chamaram a nossa atenção, a porta foi empurrada delicadamente e um pequeno ser carregava um buque enorme de flores adentrou no cômodo na frente da minha mãe, que exibia um largo sorriso.

- Vovô me ajude, por favor. – Grace implora e minha mãe prontamente pega o enorme buque.

A expressão de Grace quando as flores saíram do seu campo de visão foi impagável, primeiramente ela sorriu largo para mim ao constar que eu estava bem, então seu sorriso mudou e uma expressão curiosa tomou conta ao notar o pequeno ser humano empacotado em uma manta verde no colo de Camila, fazendo minha filha dar alguns passos para se aproximar da minha esposa.

- É ele? – Sussurra curiosa, me encarando e eu concordo com a cabeça – Me deixe ver, mama, me deixe ver. – Camila ri e se abaixa.

- Ele está dormindo, então não podemos fazer muito barulho ou falar muito alto. – Grace concorda com a cabeça e se curva, puxando um pouco a manta verde.

- Mamãe porque ele é careca? – Se vira para mim e eu rio – Eu posso dar um pouco do meu cabelo para ele?

- Achei que você não se importasse com pessoas carecas. – Ela se vira para Camila, sorrindo.

- É verdade, eu falei para mamãe que queria tirar o meu cabelo para ficar igual a você, mamãe.

- Não quero que você fique igual a mim naquela época, querida. – Sorri gentil – E o cabelo de Antony vai crescer, não se preocupe.

Camila não quis gerar filhos e optou pela opção que a possibilitaria de ter, ao menos, uma vida saudável e consequentemente uma família. Minha esposa jamais poderia saber como é ser gestante e como são todas as sensações de uma mulher gravida, mas ela sempre saberia como é ser uma mãe e isso já é mais do que suficiente.

(...)

Assim que abro a porta não consigo evitar de sorrir ao ver minha filha, meus pais, meus irmãos, os avós de Camila e suas irmãs ali. Todos estavam comendo e conversando entre si, mas param de falar assim que notaram a movimentação na porta e abriram largos sorrisos quando viram Antony em meu colo.

Eu achava bem engraçado como as pessoas tinham a capacidade de ficar bobas quando viam crianças e modéstia parte o meu filho é adorável demais para que ninguém babe por ele, por esse motivo todos nós fomos rodeados e pela primeira vez todos viram os olhos acinzentados de Antony e o espasmo que poderíamos chamar de sorriso, exceto meu pai, que estava ajudando Camila a entrar com as coisas do hospital.

Nos três dias que ficamos no hospital e nos três dias que pude conhecer Antony notei que o meu filho era uma das pessoas mais calmas do mundo, ele praticamente não chorava e somente observava tudo ao seu redor, mostrando ser uma criança curiosa.

A primeira pessoa a carregar nosso filho foi Marie, que ficou com os olhos marejados e toda emocionada ao segurar aquela pessoinha, Grace prontamente subiu no colo de Camila e conversava comigo para ter um pouco da nossa atenção, afinal nós não havíamos a visto quase nada nos últimos dias.

Ao notar o quanto nós estávamos cansados todos optaram por se despedir, mesmo que Camila e eu quiséssemos que todos eles ficassem, mas acabaram combinando que iriamos nos ver logo. Grace pouco se importou com nossos familiares indo embora, ficou perto de Camila, que segurava Antony –agora adormecido- em seus braços, questionando sua mãe com uma série de perguntas sobre os mais variados assuntos.

- Então ele vai poder ver desenho comigo mais tarde? – Concordo com a cabeça – E nós vamos poder brincar?

- Quando ele estiver acordado você pode brincar e conversar com ele. – Beijo sua cabeça.

- Lea, Lea venha ver! – Exclama animada e minha governanta prontamente se aproxima.

- Eu estou ficando velha. – Seus olhos estavam marejados – Cheguei no começo da sua carreira e agora você está formando uma família, com duas crianças lindas. – Sorrio e ela passa a mão pelos olhos – Olha que coisinha mais preciosa, só consigo ver bochechas. – Rimos e ela sorri.

- Ele é lindo, não é? – Camila questiona, ajeitando a manta.

- Lindo como a irmã mais velha dele. – Grace abre um largo sorriso.

- Lea nós vamos subir, Lauren precisa descansar um pouco e nós vamos colocar esse mocinho no berço. – Minha governanta começa a juntar as coisas – Obrigada. – Camila sorri quando vê ela pegando a bolsa e me ajudando a levantar.

Subimos as escadas e Grace fez questão de correr e nos esperar no topo dela, acompanhou Camila e eu até o quarto de Antony onde um lindo desenho da nossa família se encontrava grudado na porta, fiz questão de lotar nossa filha de beijos e pegar o desenho para colocar em um lugar onde eu poderia ver todos os dias, até fiz questão de tirar uma foto e postar no Instagram rindo sozinha ao pensar que todos iriam achar que era uma foto real da nossa família e não um desenho de Grace.

Fui para o banheiro tomar um longo banho e minha esposa informou que iria ver um pouco de televisão com nossa filha, que estava carente de sua atenção. Depois do meu banho coloquei uma roupa fresca e fiz questão de me deitar na cama para dormir um pouco, os livros sempre recomendavam que quando o bebê dormisse a mãe deveria fazer o mesmo, porque eles sempre acordam em horários inusitados.

Acordei com Camila deixando beijos delicados pelo meu rosto, informando que Antony ainda dormia e que seria bom caso nós o acordássemos para tomar um banho e então eu o amamentasse para que ele pudesse voltar a dormir, meu filho era preguiçoso e no dia anterior já tivemos que acorda-lo para que ele não ficasse tanto tempo sem comer.

Quando entrei no quarto Grace falava com ele como se seu irmão fosse a responder a qualquer instante, assim que nos viu abriu um sorriso amarelo e levou suas mãos para trás das costas, jurando que não havia acordado o seu irmão, o que me fez sorrir de canto.

- Todo mundo carrega ele, eu posso carregar depois? – Me encara curiosa.

- É claro que pode, mas tem um jeito correto de segurar ele, você sabe disso, não sabe? – O tiro do berço e o coloco deitado no trocador.

- Claro que sei. – Sorri pulando no lugar – Ele vai tomar banho? – Começo a tirar a roupa dele e Camila a pega no colo, para que Grace possa ver melhor – AI MEU DEUS. – Antony estremece assustado e nós também.

- Não grite, Grace. – Camila a repreende – O que foi?

- O que é isso, mama? – A encara confusa e eu não consigo evitar de rir – Essa coisa ali. – Aponta para o pênis de Antony.

- Ele faz xixi por ali, querida. – Minha filha franze o cenho e encara Camila horrorizada.

- Meninos tem aquilo e nós meninas temos outra coisa, como você sabe. – Ela nos encara confusa.

- Mas porque Tony não pode ter o mesmo que eu tenho? – O enrolo em uma toalha e entro no banheiro, com as duas me seguindo.

- Porque ele é menino. – Grace continua a encarando, esperando uma resposta melhor – Ele é assim, querida, todos os meninos têm isso.

- Todos? Todos eles? – Começo a lavar primeiro o rosto e o cabelo de Antony, como uma das enfermeiras havia instruído – Até Hunter? Tio David tem isso? Tio Chris também? – Eu queria rir muito alto, mas sei que isso talvez deixasse minha filha triste – Não, mama não pode, eca. – Nós acabamos rindo e ela nos encara confusa.

- Eu penso a mesma coisa. – Camila beija sua cabeça e eu rio ainda mais, tendo o olhar do nosso filho direcionado para nós e um barulho engraçado com a boca – Está vendo?! Talvez até Tony concorde conosco.

Grace, sem ao menos ter noção do que fazia, começou a questionar o porquê de estereótipos existirem. Perguntas como “Por isso que homens podem ir para a praia e a piscina sem camisa, porque eles são diferentes de nós?” e também “Também é por isso que eles podem ser peludos? Porque são diferentes?” foram feitas deixando tanto Camila quanto eu meio perdidas nas respostas.

Acontece que Camila e eu criávamos Grace, e iriamos criar Antony, deixando-os livres para fazerem suas escolhas, isso incluía o que eles iriam vestir, com o que iriam trabalhar, quem iriam namorar e quem iriam se tornar. Não queríamos que nossos filhos fossem infelizes e achassem que é errado gostar de algo ou alguém somente porque outra pessoa disse que é errado.

Depois de uma pequena demora conseguimos responder Grace com total sinceridade e com uma resposta que fosse boa o suficiente para sanar suas dúvidas. Dissemos que algumas pessoas simplesmente se incomodavam com o conforto e felicidade de outras, por esse motivo fazem essas “pessoas diferentes” se ajustarem a realidade deles, para que assim passem a se sentirem bem apenas para viver no que acreditam ser certo, o que pareceu convence-la.

Depois do banho Camila fez questão que Grace escolhesse a roupa que o irmão iria usar, a levando para tomar banho em seguida, cuidei de vestir uma roupinha que o deixaria confortável e facilmente notei que ele não gostava quando encostavam em seus pezinhos. Penteei o pouco cabelo negro que Tony possuía e o peguei no colo, sentindo ele se encolher contra o meu peito e se mexer confortavelmente, apenas beijei sua cabeça e senti o cheiro delicioso de shampoo bebê.

Fui para o meu quarto e o coloquei deitado na cama, cercado de travesseiros, pude vê-lo se esticar todo e piscar algumas vezes, quando chamei pelo seu nome notei que ele olhou em minha direção lentamente, mesmo que não conseguisse me ver, isso era um bom sinal porque significava que ele conseguia me ouvir e provavelmente reconhecia minha voz.

- Tomei banho, ele não dormiu, não é mamãe? – Grace entra no quarto pelada e eu rio.

- Vá colocar uma roupa, mocinha! – Ela se aproxima da cama e sorri quando o vê acordado.

- Oi, Tony. – Segura a mãozinha dele e ele prontamente aperta o dedo de Grace – Olha, mamãe, olha! – Se curva e fica com o rosto bem próximo do dele – Ele segurou o meu dedo, ele gosta de mim. – Me encara com um largo sorriso.

- Ele ama você, tenho certeza. – Minha filha se curva e começa a beijar a bochecha de Antony várias vezes seguidas.

- Ok menina beijoqueira, venha aqui. – Camila entra no quarto, com um lindo sorriso – Vamos vestir o seu pijama. – Assim faz.

- Agora eu posso segurar ele, deixa? – Questiona interessada.

- Você pode segurar depois que ele jantar. – Minha filha concorda com a cabeça, parecendo aborrecida por nós sempre acharmos uma desculpa para ela não segurar o pequeno.

Sempre achei o ato de amamentar um dos atos mais lindos do mundo todo, assim como achava abominável mães serem maltratadas por amamentarem em público, mas fiz questão de esquecer desse pequeno detalhe quando Antony agarrou o meu seio, faminto para finalmente se alimentar.

Foi a primeira vez que amamentei Antony na frente de Grace, que ficou extremamente curiosa, surpresa por ver que bebês se alimentavam dessa forma. Camila fez questão de explicar como tanto o meu corpo quanto o de nosso filho funcionava, assim como era necessário esse tipo de alimentação para que o bebê ficasse bem.

Em um momento durante toda aquela conversação ficamos em silencio, apenas observando o pequeno olhando tudo ao seu redor com seus lindos olhos cinzas, como se não quisesse pegar no sono e quisesse participar daquilo tudo.

Minha esposa se encarregou de garantir que Antony não teria um refluxo ou algo do tipo, até mesmo fazendo Grace gargalhar quando escutou seu irmão mais novo arrotando, ela havia achado ele incrível por ser pequeno e conseguir fazer algo como aquilo. Ajeitei algumas almofadas ao redor da nossa filha e Camila se aproximou, instruindo como ela deveria segurar seu irmão mais novo, o que fez o meu coração acelerar como jamais antes.

Grace tinha as pernas abertas e Antony estava entre elas, como ele ainda não sabia sentar minha filha fez com que ele se apoiasse em seu tronco, tendo certeza de que se seus braços gordinhos o envolvessem ele jamais iria cair para frente. Nossa filha olhou para ele e encostou suas cabeças, sentindo o cheiro delicioso do cabelo do pequeno e sorrindo feliz ao ver que estava finalmente o segurando.

- Ele é quentinho e muito cheiroso. – Rimos e eu prontamente pego o meu celular, começando a tirar algumas fotos – Ainda bem que ele é meu irmão! – Nos sentamos na cama.

- Por que você diz isso? – Camz questiona, me abraçando por trás, fazendo questão de apoiar seu queixo em meu ombro.

- Porque isso significa que eu vou ter mais uma pessoa por perto para sempre e sempre. – Beija a cabeça de Tony e eu sorrio.

- Vocês vão ser melhores amigos... – Acaricio a mão de Camila e recebo um beijo na nuca.

- Ele já é o meu melhor amigo, mamãe, olha como ele gosta de me ter por perto – Mordo o lábio inferior e escuto o suspiro apaixonado de Camz.

- Ele não é o único, querida. – Camila sussurra e eu viro meu rosto, deixando um beijo em sua bochecha.

Eu entendia perfeitamente o que nossa filha estava dizendo naquele momento, era o que eu sempre dizia para Camila: a vida não tem graça se você não seguir ao lado das pessoas que você tanto ama.

E nós temos sorte, muita sorte, por saber que sempre teremos todos que amamos por perto.


Notas Finais


Então, eu espero que vocês tenham gostado do capítulo tanto quanto eu gostei de escrever, eu tentei pegar as partes mais essenciais da gravidez e como a Grace lidava com isso.
Aqui está link da playlist de Letters to Camila: https://open.spotify.com/user/itscamren-yo/playlist/4szdl8GEneb8Hc4Tj6roim
O link da minha nova fanfic em parceria com a Marcella, autora de Sold: https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-fifth-harmony-buying-her-love-5099377
Obrigada a todo mundo que comenta, divulga e fala sobre a fanfic, está sendo um enorme prazer ter essa jornada com vocês durante tantos meses!!! Qualquer coisa vocês podem me chamar no twitter (switch5Hearts) ou então mandar algo no ask.fm/SushiDaMegan
Natália xX(:


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...