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História Leve-me com você - Capítulo XIII


Escrita por: BunnyG_

Notas do Autor


Boa tarde a todos!

Eu tentei me conter, mas como não consegui, eis mais um capítulo para vocês :)
Muito obrigada a todos que têm acompanhado essa história!

Também, não poderia evitar o meu agradecimento especial à @Pequena_dama por todo o apoio e atenção <3

Boa leitura e até breve!

Capítulo 14 - Capítulo XIII


Fanfic / Fanfiction Leve-me com você - Capítulo XIII

Costa marítima sul, território Sul do Império Kai.

Recostado sobre as pedras que formavam o exterior da pequena caverna, o ryokuryuu começava a apresentar certa inquietação devido à suposta demora da ruiva. Ponderando se deveria ou não ir checá-la, acreditou ser mais prudente aguardar um pouco; afinal, ela era uma jovem garota e merecia privacidade.

Porém, como se os seus pensamentos pudessem alcançá-la, vislumbrou, quase que de imediato, a silhueta feminina saindo da caverna ao seu encontro; apressando-se para recebê-la calorosamente: — Oh, Yona, querida, graças a Deus! Já estava me sentindo solitário sentado aqui sem a sua adorável companhia – dramatizou teatralmente arrancando um sorriso da ruiva, que surgira acompanhada de uma bolinha de pêlos agitada; que, por sua vez, saltou em sua direção para ofertar-lhe seu costumeiro afago. — Oh, vejo que encontrou Pukyuu, querida! – comentou ao retribuir a afeição da pequenina.

— Pukyuu? – questionou, aproximando-se do rapaz.

Ver a garota tão perto de si com uma expressão confusa e inocente durante a pronúncia daquela palavra fez com que o coração de Jae-Ha pulasse algumas batidas enquanto imaginava a mesma na forma de um pequenino e fofo esquilo: “— Oh, Deus, como ela pode ser tão adorável? Devo ter morrido; ou no mínimo, estou delirando” – pensou ao passo que corava com a imagem da “Yona-Pukyuu” em sua mente. “— Tão encantadora...” – repetia em seus pensamentos antes de ser retirado de seu pequeno mundo particular de fofura pela mão da jovem roçando em sua tez.

— Você está bem? Sua face está um pouco corada, será que está com febre? – perguntou em seu mais habitual modo inocente.

Soltando o ar que sequer percebeu reter em seus pulmões, o pirata disfarçou o constrangimento voltando os olhos em direção ao céu enquanto respondia radiante: — Não se preocupe, Yona, querida, é apenas o meu banho de Sol matinal. Veja, não é uma adorável manhã para ser apreciada ao ar livre?

— Tem razão, a paisagem aqui é muito bonita – sorriu com sinceridade ao fitar distraída o horizonte.

— Vamos, sente-se. Embora eu me sinta na obrigação de dizer que, diante de sua beleza, essa paisagem torna-se totalmente desnecessária para agraciar aos meus olhos – notou-a sorrir ao mesmo tempo em que movia a cabeça em uma negação sutil, tendo a face tomada por um leve rubor.

Porém, tornando a observá-la mais atentamente, seus olhos fixaram-se na faixa que contornava a cintura feminina, disposta no mais absoluto modo negligente, atada por um laço completamente torto e enosado. Contendo o divertimento que ameaçava tomar-lhe os lábios, adiantou-se: — Oh, um momento, espere – então, postando-se de joelhos frente à garota enquanto ignorava o incômodo sobre suas escoriações, solicitou de forma polida: — Permita-me, por favor.

Com movimentos lentos e sutis, no intento de não assustar aquela jovem senhorita, suas mãos trabalharam de forma habilidosa; surpreendendo a moça que, mesmo quando não se vestia tão apressadamente, possuía sérias dificuldades para ajeitar tal peça adequadamente.

— C-como você...? – questionou, ainda surpresa, arrancando um sorriso convencido do pirata.

— Ora, Yona, querida, saber como tratar uma mulher com todo o cuidado é um dos meus princípios, eu já lhe disse isso – sorriu de modo sedutor.

Assim que terminou de ajeitar o laço, o rapaz tornou a observá-la por inteiro, esboçando um sorriso de satisfação ao fitar o resultado, sendo retribuído por um agradecimento tímido da ruiva que finalmente aceitara o prévio convite para sentar-se.

— Você é mesmo um conquistador, não é? – sorriu desacreditada, atraindo a atenção de Jae-Ha para si; ao passo que apontava para o animal que voltara a acomodar-se sobre o colo dele e entretinha-se com o carinho que recebia. — Até mesmo Ao já cedeu aos seus encantos – riu divertida.

Instigado pela escolha das palavras, provocou: — Hmm... – levou uma das mãos ao queixo antes de curvar os lábios num sorriso presunçoso. — Com isso, você está admitindo que também foi seduzida pelos meus encantos, Yona, querida? – rindo da reação exagerada da moça devido ao constrangimento, continuou: — Pukyuu, querida, tem me ajudado muito desde que saímos de Awa, não é mesmo, amiguinha? – afagou as orelhas da pequena, que guinchou em resposta.

“— Não, eu não ouvi errado, ele disse isso mesmo, não foi?” – discutia consigo mesma, permanecendo confusa enquanto formava um ligeiro bico com seus lábios para refazer aquela trágica pergunta ao coração do ryokuryuu.

“— Oh, não, por favor, não... Não faça isso...” – refletia atormentado, ciente daquilo que estava por vir.

— Pukyuu?

“— Oh, ela fez...” – pensou enquanto sentia novamente o coração agitar-se, sendo acudido por Ao, que com um novo guincho, fez com que a ruiva finalmente compreendesse o significado e risse do apelido carinhoso. Recobrando a sua compostura, justificou: — Me parece um nome muito mais adequado para alguém tão adorável, não acha? – questionou o rapaz observando a pequenina saltar para os ombros de Yona.

— Bem, devo concordar – sorriu, acarinhando o animal. — Contudo, é natural que ela se chame assim... Afinal, Ao foi alguém muito especial para Shin-Ah... – explicou absorta, recordando-se do pouco que sabia sobre o seiryuu anterior.

Curioso com o possível significado intrínseco à afirmação, Jae-Ha encheu-se de conjecturas a respeito do rapaz que conhecera: — Oh, eu pensava que Shin-Ah fosse apenas um belo jovem recatado, mas, aparentemente, ele teve um passado interessante... – levou a mão ao queixo sugestivamente. — Seria uma antiga paixão? – fitou a moça de esguelha, com ar mexeriqueiro.

Corando com o rumo dos pensamentos do pirata, Yona apressou-se em explicar: — N-não, não, absolutamente... – gesticulava fazendo uso da cabeça e dos braços para reafirmar tal engano. — Ao era o nome do antigo seiryuu, aquele quem o criou – esclareceu com um terno sorriso ao roçar distraidamente os dedos no esquilo; que degustava com satisfação uma das pequenas frutas que restaram do punhado que mais cedo coletara.

Retraído, em parte pela quebra de expectativas com tal resposta, a mente de Jae-Ha passou a percorrer memórias dolorosas de sua própria infância na companhia de Garou; levando-o a reafirmar para si mesmo, a contragosto, que tais lembranças pareciam cada vez mais vívidas em sua consciência, como há anos não experimentava. Incomodado por perceber enveredar-se por caminhos dos quais permanecia em constante fuga, o rapaz aprumou-se, recostando-se novamente no paredão rochoso enquanto fitava o céu preenchido por discretas nuvens que começavam a nublar aquela clara manhã. E tal como no momento em que alcançaram terra firme, pôde vislumbrar o vôo – desta vez, de uma ave solitária – que desbravava toda aquela imensidão em busca de seu próprio destino. Então, as últimas palavras de Garou passaram a ecoar em sua mente: “— Voe, voe bem alto... Voe e vá para qualquer lugar... Voe para onde quiser...”.

Contendo as lágrimas que queimavam seus olhos ameaçando cair, o ryokuryuu liberou um pesado suspiro de ressentimento, revelando uma perturbação repentina que não passou desapercebida pela garota. Então, com certo tom de amargor em sua voz, pronunciou-se: — Agora entendo porque sou o único a recusar toda essa história acerca do rei Hiryuu e os Dragões Guerreiros – riu com desdém. — Aparentemente, apenas o ryokuryuu original não soube ensinar boas maneiras para o seu povo. Ou, quem sabe, aprontou das suas com uma ou duas jovens do vilarejo, a ponto de ser tão odiado que tal rancor foi transmitido pelas gerações aos seus sucessores – zombou. — Seria muito melhor caso ele tivesse aproveitado a vida sem criar quaisquer vínculos ao invés de sair espalhando esse maldito sangue de dragão... – murmurou rancoroso.

Sua experiência na vila natal de Shin-Ah fez com que Yona relevasse os comentários ácidos feitos pelo pirata. Ela queria saber mais sobre o passado de Jae-Ha; talvez assim fosse capaz de compreender, ainda que minimamente, todas aquelas facetas que compunham o misterioso rapaz e, quem sabe, acolhê-lo como merecia. Entretanto, estava claro para si que não era o melhor momento para lidar com assuntos que se mostravam tão delicados e que ainda eram capazes de feri-lo de maneira tão profunda. Ainda assim, permanecia incomodada com aquela postura atípica que ele demonstrava, tratando de esclarecer quaisquer mal-entendidos que, supostamente, tenham sido gerados: — Pelo contrário... Eu ainda me pego sentindo raiva daquelas pessoas... De mim mesma... Por tudo aquilo... – trouxe-o de volta a si ao receber a sua atenção por tais palavras. — De certa forma, eu me sinto culpada por ter permitido que Shin-Ah vivesse tanto tempo sendo tratado como um monstro entre aquelas pessoas... – suspirou com o desabafo. — Mas, eu sei que Ao era diferente e especial para ele – expressou com melancolia, fitando a pequenina que carregava aquele mesmo nome repousar tranquila sob a luz do Sol.

A compreensão do significado implícito naquelas palavras e a empatia pelo jovem seiryuu foram capazes de, aos poucos, dissipar aqueles sentimentos negativos que cresciam em seu peito. Sentindo-se mais leve, atentou-se à jovem, preocupado com o que ela poderia pensar ao seu respeito após vislumbrar aquela pequena parcela de si que julgava ser tão indecorosa. Com um certo esforço perante sua condição, diminuiu o espaço entre ambos, acariciando suas costas ternamente enquanto apoiava o queixo sobre a cabeça ruiva.

— Uma garota tão adorável como você não deveria se culpar, muito menos preocupar-se por aquilo que já passou, Yona, querida... – expressou de maneira afável, sentindo-a envolvê-lo num abraço necessitado ao passo que fungava contra seu torso. — E não podemos dizer que estavam totalmente enganados, afinal, é isso o que somos... Todos nós não passamos de belos monstros – riu sem humor. — Mas, veja só, também estamos todos bem e seguimos nossos próprios caminhos. E dois de nós apenas tivemos essa oportunidade graças a você, certo? – afastou-se brevemente do abraço para tomar a face da garota sob o toque gentil de seus dedos, fazendo-a encarar o seu sorriso acolhedor.


Notas Finais


Continua...


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