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História Liar - Encurralada


Escrita por: ShinEunri

Capítulo 16 - Encurralada


Fanfic / Fanfiction Liar - Encurralada

Saio da escola na sexta-feira, após alguns dias livre da Subin. Mando mensagem para o Hobi dizendo que eu estava indo pra casa naquele momento como de costume, mas ele não estava online; me despeço da Jia na porta da escola, que entra no carro dos seus pais para ir passar o final de semana na casa dos tios — mesmo chateada com isso — e continuo andando pela calçada em direção ao metrô. Passo por dois quarteirões tranquilamente, meu celular vibra e quando eu o pego, sorrio ao ver que era uma chamada do Hoseok.

— Hobi oppa!

— Oi, Iseul-ah... você está a caminho de casa, não é?

— Sim, estou a caminho.

— Eu tenho uma surpresa pra…

Sou puxada pelo braço bruscamente por duas pessoas e uma delas arranca o celular das minhas mãos. Olho ao redor e vejo que aquilo era um beco sem saída e eu tinha sido encurralada nele por Subin, que sorria com o meu celular nas mãos, com três dos seus macacos adestrados.

— Me devolve isso agora! — Digo e Subin faz sinal pra eu fazer silêncio e olha para as duas garotas que me seguravam, uma de cada lado. — Me soltem! Me soltem!

Me debato, tentando me desprender das duas e Subin faz sinal para uma terceira garota que estava ao lado dela e esta se aproxima de mim rapidamente com uma fita adesiva na mão.

— Não! — Balanço a cabeça pra tentar evitar aquilo, mas infelizmente ela cobre a minha boca com a fita, enquanto Subin coloca o celular no viva-voz.

"Iseul-ah? Iseul-ah, está me ouvindo? O que aconteceu? Me responde, Iseul-ah!" — Ouço a voz de Hoseok na ligação, cada vez mais desesperada.

Subin desliga a chamada.

— O que é isso? Quem era esse, uh? Aqui está escrito "oppa" — ela ri. — Não sabia que você tinha um "oppa"... a Jia sabe disso? Ela sabe que você está traindo ela com esse oppa, uh?

Continuo a me debater com raiva, mas a mesma garota que me colocou a fita me dá um soco na barriga e eu me curvo com a dor tentando tossir mesmo com a fita.

— Eu disse que eu não andavam mais com covardes — Subin ri e eu a encaro com ironia. — Sabe por que você está aqui?

Ela se aproxima de mim e segura o meu rosto pelo queixo com seu sorriso coringa.

— Porque você ligou pra escola pra me denunciar e por sua causa, fui suspensa por uma semana! — Eu a olho sem entender, ela me dá um tapa e volta a me segurar pelo rosto. — Não adianta você se fazer de desentendida, eu conheço esse olhar de cobra. Você é culpada de tudo isso! Por que não ficou quieta e aguentou tudo como antes, uh? Tinha que agir como uma vagabunda, não é?

Mais um tapa e ela me segura pelo cabelo dessa vez.

— A escola falou com o meu pai e ele ficou muito irritado... e quando ele fica irritado, ele desconta em mim e então, eu fico irritada e desconto em pessoas como você! É como uma cadeia alimentar, mas você tentou sair dela e quebrar o equilíbrio natural das coisas... — Ela ri de forma insana. — Você não sabe com quem se meteu, sua vadiazinha inútil!

Ela me soca a barriga e mais uma vez eu me curvo de dor, mas ela não para ali, me soca de novo, de novo, de novo... eu já estava tonta quando ela me soca a cabeça e fico ainda mais tonta depois do golpe. Tento me recuperar enquanto Subin respira fundo com as mãos nos quadris sorrindo de satisfação, recuperando o fôlego.

— Você vai pensar duas vezes antes de se meter comigo a partir de agora... quero que se lembre disso todas as vezes que pensar em me desafiar de novo.

Ela levanta minha cabeça pelos cabelos mais uma vez e me dá tapinhas no rosto.

— Olhe pra você... eu não sei o que a Jia viu em você. Você não é melhor que eu, nunca foi. O que aconteceu naquela época foi só um golpe de sorte, você não é quem ela pensa que é. Você não é ninguém! E a Jia se tornou ninguém ao me trocar por você! Vocês me dão nojo...

Ela cospe no chão aos meus pés. Então, eu respiro fundo com a raiva me queimando, pego impulso erguendo o corpo e a chuto forte na barriga, Subin se desequilibra e cai sentada; sua gangue fica surpresa e eu me aproveito dessa distração pra empurrar minha mão para o direção do abdômen da garota à minha direita em um soco, ela se atrapalha com aquilo e eu consigo me soltar dela, lhe dando um chute pra longe, e em fração de segundos, junto toda a minha força pra me virar acertando um soco direto na garota que segurava meu braço esquerdo. Tiro a fita da minha boca e jogo no chão. Os dois golpes foram tão rápidos que Subin se recuperava só agora com a ajuda da terceira garota, que a levanta e se joga sobre mim logo em seguida; eu me defendo relembrando de tudo o que eu tinha aprendido na defesa pessoal quando mais nova: desviar do soco para o lado oposto, segurar o braço me posicionando nas costas dela, prender a oponente pelo pescoço com o braço direito, apertar para interromper a circulação de suas artérias carótidas temporariamente... a garota desmaia uns 10 segundos depois e eu a solto, enquanto Subin e as outras duas garotas que estavam junto me encaram surpresas. Era como alguns anos atrás, a garota se protegendo com um lápis na mão. Só que sem os lápis dessa vez.

Outra garota se joga com tudo na minha direção, mas eu me desvio, dou um forte soco na orelha esquerda dela, imobilizo sua cabeça e ombros ao mesmo tempo com os braços e dou duas joelhadas com força no seu abdômen, seguido de um chute frontal. Subin hesita e olha pra garota que tinha levado o primeiro soco, mas ela ainda parecia tonta, então, Subin vem pra cima de mim em vez de esperar por ela. Ela consegue acertar um chute na minha canela e me bombardeia de socos rápidos de direita e esquerda, mas eu continuo me desviando deles com as mãos enquanto vou andando pra trás, até que eu seguro a mão dela, dou uma cotovelada de direita na sua cara seguida de uma cabeçada e a puxo com força para a esquerda; ela cambaleia pra frente tentando me bater com a mão direita e agarrar meu cabelo, mas eu dou uma joelhada em seu queixo, então apoio o pé em seu peito e a chuto o mais longe que eu podia.

A garota que tinha ficado tonta vai ajudar Subin que estava quase desmaiando; a segunda ainda estava despertando do primeiro desmaio em um canto e a terceira estava vomitando devido às joelhadas que tinha recebido. Vejo meu celular caído, perto da garota que vomitava, me aproximo rapidamente e ela se arrasta pra longe com medo; mas a ignoro, pego o meu celular e saio dali o mais rápido possível.

 

Depois de sair do beco, continuo andando em direção ao metrô, desbloqueio meu celular e vejo que haviam 16 chamadas perdidas do Hoseok e 47 mensagens, grande parte dele. Ligo pra ele e ele atende no primeiro toque.

— Iseul-ah?! Você está bem? Onde você está? O que aconteceu? — Ele me bombardeia de perguntas.

— Hobi op-pa... — Eu respiro fundo aliviada ao ouvir a voz dele de novo depois de tudo aquilo.

— Você está bem? Iseul-ah, me diz logo onde você está ou eu vou ficar louco com isso! Eu estou em frente a sua escola agora, me diz onde você está que eu chego num instante!

— Eu estou... estou há umas 6 quadras da escola, acho... em direção ao metrô mais próximo — digo devagar, minha cabeça doía: dar uma cabeçada em alguém é sempre uma ideia idiota... sinto algo escorrer na minha testa e quando passo a mão no lugar achando que era suor, vejo que era sangue.

Envio a localização pra ele.

— Fique aí que eu chego em alguns minutos.

— Eu vou atravessar a rua... vou esperar perto de uma cafeteria — viro a esquina e atravesso a rua olhando pra trás pra ver se estava sendo seguida.

— Ok, estou indo.

— Te espero — desligo a chamada e paro em frente à cafeteira que eu costumava ir com a Jia algumas vezes.

Eu estava tão cansada que minhas pernas começam a fraquejar, acho q o efeito da adrenalina tinha passado. Encosto numa parede e deslizo para o chão, algumas pessoas passaram por mim e me olharam estranho, mas eu não me importei. Sento no chão e abraço meus joelhos por um momento, a dor na cabeça parecia se espalhar por todo o meu corpo agora que eu tinha saído do estado de "luta ou fuga". Cada golpe recebido começava a latejar sob a minha pele, meu rosto ainda queimava com os tapas e eu sentia que ia vomitar devido aos inúmeros socos no estômago.

— Iseul-ah? — Ouço alguém chamar não sei quanto tempo depois e eu me sinto despertar como se tivesse cochilado por longos minutos.

Levanto a cabeça e vejo Hoseok de pé na minha frente.

— Hoseok... — Vejo a expressão de desespero dele ao ver meu estado, eu deveria estar tão horrível quanto eu meu sentia.

Ergo os braços e ele me ajuda a me levantar como se eu não pesasse muito. Eu o abraço forte, meu corpo doeu mais assim, mas eu não me importei com a dor naquele momento... eu só queria continuar ali, protegida de tudo o que havia de ruim na minha vida.

— Iseul-ah... você está sangrando — ele diz se afastando pra me observar melhor com meu rosto entre as suas mãos; ele toca levemente no corte na minha testa. — O que houve com você? Temos que ir ao hospital agora.

— Não, eu não quero ir — me apresso em dizer.

— Você precisa ir, está ferida...

— Não, por favor — o olho suplicante, já com lágrimas nos olhos. — Eu estou bem, eu só levei uma surra. Vou sobreviver. Não quero ficar presa num hospital de novo... por favor, oppa...

Ele me olha ainda preocupado e respira fundo com pesar, colhendo minhas lágrimas com uma das mãos.

— Tudo bem, mas temos que dar um jeito nisso... — Ele afasta meu cabelo do rosto e segura minha mão. — Consegue andar?

Assinto rapidamente.

— Certo. Então, vamos sair daqui.

Ele me puxa levemente pela mão e eu o acompanho sem questionar até o carro.

 

Depois de pegarmos um táxi, chegamos à um condomínio de luxo. Fico parada por um instante, observando o lugar por cima da minha máscara preta de resfriado enquanto o Hoseok libera nossa entrada. Então, ele volta a segurar minha mão e passamos pelos portões. Parecia o condomínio mais rico de toda a Coréia... ou pelo menos, o mais rico que eu tinha visto.

Entramos num dos prédios e vamos direto para o elevador, Hoseok não falou muito durante nosso trajeto até ali e eu também não disse o que tinha acontecido, parecia que tínhamos concordado telepática e mutuamente em estar num lugar mais apropriado antes de falar sobre qualquer coisa.

— Que lugar é esse? — Pergunto quando saímos do elevador.

— Minha casa — ele sorri de leve antes de abrir a porta.

Abre a porta pra mim e eu retiro os sapatos na entrada e entro receosa, ele faz o mesmo e me segue após fechar a porta. Retiro a máscara e olho ao redor boquiaberta, dando um giro completo em torno de mim mesma para observar aquela sala imensa... quase do mesmo tamanho que meu apartamento inteiro.

— Gostou? — Ele se aproxima com as mãos nos bolsos.

— Isso é incrivelmente grande. Nunca vi uma sala tão grande... e bonita — olho para o chão sob os meus pés com meias, era de uma madeira lustrosa que quase parecia um espelho. Sorrio movendo meus dedos dos pés e então, sinto minhas pernas tremerem.

— Iseul-ah — Hoseok me segura firmemente pelos cotovelos e me encara. — Melhor você se sentar.

Ele me conduz até o longo sofá mais no centro do lugar e eu me sento.

— Eu estou bem, eu só... fiquei um pouco zonza — digo esfregando os olhos e afastando o meu cabelo com uma das mãos. — Acho que foi porque eu fiquei rodando ali.

Rio fracamente, estava tão cansada de repente.

— Vou te fazer um chá e procurar o kit de primeiros socorros — ele toca a minha cabeça com carinho e cuidado. — Fique quietinha aí que eu já volto... e quando voltar quero que me conte tudo, ok?

— Ok — assinto e ele vai pra cozinha.

Fico ali esperando e olhando o lugar, os detalhes da decoração, dos móveis de qualidade superior e design moderno, dos porta-retratos em alguns pontos do local com fotos dos membros, dos quadros de artistas conhecidos… e me pego observando uma foto do Hobi sobre a mesinha de centro, onde ele fazia uma pose engraçada. Sorrio com aquilo.

— Aqui está o chá — ele me dá a xícara alguns minutos depois e eu a pego com cuidado.

— Obrigada.

— Trouxe o kit também — ele tira a caixinha debaixo do braço e se senta ao meu lado, colocando a caixa sobre a mesinha de centro.

A abre e pega algumas coisas de dentro dela.

— Então... agora pode me dizer o que aconteceu com você? Ou melhor... quem fez isso com você? — Pergunta enquanto limpava o corte da minha testa devagar.

Tomo um gole do chá antes de começar.

— Foi a Subin e as suas amiguinhas — digo e ele cerra os punhos, interrompendo o seu trabalho. — Não foi exatamente obra dela isso aqui — aponto para a minha testa. — Isso foi uma cabeçada que eu dei nela.

— Uma cabeçada? — Ele parecia surpreso.

— Sim... bem, eu saí da escola e me despedi da Jia — Hoseok prossegue passando uma pomada no meu corte e colocando um band-aid sobre ele. — Então, quando eu estava indo para a estação de metrô e falava com você ao mesmo tempo, duas garotas me puxaram pra um beco onde a Subin me encurralou e ela e suas três amigas me deram uma surra.

— O quê?!

— Mas, eu consegui dar uma lição nelas também... — Tomo um gole de chá. — Não foi fácil, mas aqui estou eu... viva.

— Espera aí, você está dizendo que você sozinha enfrentou quatro garotas?

Ele me olha surpreso e eu assinto. Com ele me olhando daquele jeito e falando assim, parecia que aquilo era mesmo impossível, mas na hora, tudo foi tão rápido e confuso que eu nem lembrava como tinha acontecido direito. Volto a tomar meu chá.

— Eu devia mesmo te levar ao hospital... — Ele coça a cabeça pensativo.

— Não se preocupe, elas eram ruins de briga... e eu já fiz defesa pessoal, sabia? Com isso e um pouco mais de sorte, dei conta e escapei...

— Mesmo assim... você estava sozinha e se está aqui tomando chá e falando comigo agora é porque as outras devem estar pior do que você, não é?

— Tecnicamente não... eu levei quatro investidas pelo menos, uma de cada, mas impossibilitei uma por uma, temporariamente... e é por isso que consegui chegar aqui.

— Hmm, mesmo assim... você não parece muito forte. E não está num estado... — Ele se interrompe de repente e coça a cabeça. — Enfim, o que importa é que você escapou e está aqui. Mas podia ter morrido com isso.

Ele toca a minha cabeça com carinho e eu sorrio.

— Ah, onde estão todos? — Pergunto.

— Namjoon está na empresa... Jin hyung saiu com o Jungkook e o Jimin — ele examina uma das minhas mãos em busca de mais feridas e cuida das escoriações causadas pelos socos dados enquanto fala. — Tae foi visitar uns amigos e o Yoongi hyung está no quarto... ele ficou trabalhando até tarde ontem.

— Uh.

Ele pega a xícara vazia das minhas mãos e coloca sobre a mesa, então examina minha outra mão, acha mais um corte e cuida com um curativo. Vê uns hematomas em formação no meu braço e suspira.

— Eu não acredito que aquela Lee Subin fez isso mesmo depois da suspensão.

— Espera... suspensão?

Ele me olha como se tivesse deixado algo escapar.

— Você deve estar com fome, vou preparar alguma coisa pra você — começa a se levantar, mas eu o impeço.

— A Subin estava doente, foi o que eu ouvi e foi o que eu te disse — digo o observando. — Você disse que não tinha nada a ver com isso quando eu te perguntei sobre... então, como assim a Subin foi suspensa? E como você sabe disso?

Hoseok passa a mão no cabelo e mexe na orelha direita, sem jeito.

— Eu... eu não podia ficar de braços cruzados esperando que tudo isso piorasse... — Ele começa. — Então, liguei pra escola e tentei resolver a situação. Eles disseram que chamariam o responsável pela Subin e que ela estaria suspensa por alguns dias como uma medida disciplinar... mas, parece que ao invés de te ajudar, eu acabei piorando ainda mais as coisas, me desculpe...

Ele afasta meu cabelo com carinho e uma expressão triste, seguro uma de suas mãos.

— Não, não se culpe por isso... você não fez nada de errado — sorrio. — A Subin sempre fez o que quis e nunca precisou de incentivo pra ser uma completa idiota... você só estava tentando me proteger e isso é lindo. Obrigada por se importar.

Meus olhos ficam marejados e uma lágrima acaba caindo antes que eu pudesse impedir, sinto como se ela também fosse a responsável pelo nó que se formou na minha garganta tão de repente enquanto eu o olhava nos olhos dele. E antes que eu pudesse pensar melhor sobre aquilo, eu já o estava abraçando apertado, mesmo que doesse.

Não sei quanto tempo aquele abraço durou, mas não foi por tanto tempo quanto eu gostaria devido a chegada de alguém. Me afasto do Hoseok e me levanto rapidamente ao ver Yoongi parar em direção à cozinha, Hoseok se levanta e se vira pra ver porque eu tinha levantado e me curvado tão de repente.

— Quem é você? — Yoongi pergunta esfregando os olhos. — Eu não sabia que tínhamos visita…

— Me desculpe… eu não deveria estar aqui… — Digo completamente envergonhada.

— Oh, Yoongi hyung… essa é a Iseul-ah, minha amiga — Hoseok diz sorrindo.

— O que aconteceu com ela? — Yoongi pergunta apontando para o meu band-aid. — Você está bem?

— Eu me machuquei — digo, cobrindo o band-aid com uma das mãos por um momento. — Mas, estou bem agora, obrigada por se preocupar… Hobi oppa cuidou bem de mim.

Me viro para o Hoseok.

— Agora preciso ir — digo.

— Não, coma alguma coisa antes — ele diz. — Não posso te deixar ir embora assim.

— Mas, eu nem deveria estar aqui agora…

— Vem, você precisa comer pelo menos uma fruta — ele me puxa pela mão devagar e eu o sigo, me curvando novamente para o Yoongi com um sorriso sem graça ao passar por ele, que me olha sem entender o que estava acontecendo ali.

Hoseok me leva até uma mesa grande e puxa uma cadeira numa de suas extremidades pra eu sentar.

— Sente aqui — diz e eu obedeço em silêncio, então ele vai até a geladeira.

Fico ali o observando sem jeito quando o Yoongi entra na cozinha, me lança um olhar ainda confuso e depois vai procurar algo pra comer nos armários. Vejo o Hoseok picar alguma coisa na bancada e o Yoongi esquentando água. Logo, Hoseok se aproxima de mim com uvas, morangos e maçã em fatias, além de duas embalagens de leite de banana.

— Aqui está… gosta disso? — Coloca tudo à minha frente com um sorriso encantador.

— Sim, gosto muito — me curvo em agradecimento, sorrindo. — Obrigada, oppa.

Ele toca a minha cabeça com carinho e se senta perto de mim pegando um leite de banana também. Yoongi se junta à nós, se sentando na outra extremidade da mesa, mexe seu ramyeon instantâneo em silêncio, olha pra mim e depois pro Hoseok.

— Eu acho que eu te conheço — ele diz, voltando a mexer seu ramyeon. — Mas, não lembro de onde...

— Ah, você a conhece sim — Hoseok diz, depois de mais um gole no seu leite de banana. — Ela é a army que nós fomos visitar no hospital há um mês.

— A army do hospital? — Yoongi parecia surpreso. — Oh, eu lembro agora… você está um pouco diferente.

— É por que eu acabei de levar uma surra — deixo escapar, depois de engolir mais um pedaço de maçã, aí cubro a boca e me encolho um pouco na minha cadeira.

— O que? — Yoongi olha pro Hoseok em busca de uma explicação.

— Ela foi atacada por quatro garotas da escola — Hoseok diz. — Bullying.

— Quatro garotas? — Ele pergunta chocado e eu assinto. — E como escapou?

— Eu sei alguns golpes… — Tomo um gole do meu leite de banana e ele me olha impressionado.

— Você deveria levar ela pro hospital — Yoongi diz pra Hoseok fazendo um gesto na minha direção.

— Ela não quer… insistiu pra não ir — Hoseok respira fundo e me olha.

— Eu não quero ficar lá, odeio hospitais — encolho os ombros e começo a comer as uvas devagar.

— Eu também odeio hospitais — Yoongi diz e come uma porção de ramyeon. — Mas, eles são necessários, às vezes.

— Se eu piorar, eu vou depois… mas agora estou melhor, só tô cansada mesmo — digo, comendo mais uvas.

— Se piorar, me avise que eu mesmo te levo, ok? — Hoseok diz.

— Ok… vou avisar, oppa — assinto sorrindo.

Pausa.

— Então, é com ela que você anda falando o tempo todo? — Yoongi diz nos observando, sorri e volta os olhos pro seu ramyeon.

— Er… sim — Hoseok diz sem jeito.

— Hmm — Yoongi assente.

Bebe um pouco de água.

— O Jimin estava certo, afinal — Yoongi sorri e volta a comer.

Fico sem entender o que ele queria dizer com aquilo; olho pro Hoseok em busca de alguma pista, mas ele apenas sorri envergonhado para o Yoongi e eu termino de comer em silêncio, entendendo menos ainda.



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