1. Spirit Fanfics >
  2. Liars >
  3. Vulnerável

História Liars - Vulnerável


Escrita por: lolauchiha e Kalish

Notas do Autor


Finalmente vamos conhecer o passado da Sakura! Preparados? 

Capítulo 36 - Vulnerável


Fanfic / Fanfiction Liars - Vulnerável

O grito que invadiu o quarto acordou Sasuke, mas quem despertou foi Sakura de um pesadelo. Sua respiração ofegante, sentada na cama e alguns segundos a fez entender que estava a salvo, na sua cama. Na verdade estava há milhas de distância de casa, num apartamento estranho, com um cara não tão estranho…

 

Aquilo estava sendo muito para Sakura, as acusações, o isolamento, a morte de Sasori… Seu passado ia querendo consumi-la, afogando-a por todas as palavras que ela não disse. Sasuke observou Sakura em silêncio, um sonho ruim, não tinha nada de incomum, a não ser o fato de que Sakura não estava se recuperando apesar de seu fôlego ter voltado. Os olhos dela estavam fixos num canto da cama, talvez ainda remoendo o pesadelo, ele não soube definir.

 

– Foi só um sonho ruim. – Sasuke disse colocando sua mão no braço de Sakura.

– Num ano ruim, numa vida ruim. – Ela murmurou cansada e Sasuke levantou uma sobrancelha. Ele entendia Sakura, mas não a compreendia de verdade, ela tinha tantos segredos.

Sakura sentia o nó na garganta e a mão de Sasuke ainda lhe segurando. Ela sabia que para alguns homens era fácil passar uma noite fora, mas esse não era o Sasuke, ele era obediente e o fato dele estar lá de madrugada, significava bastante.

Sakura tinha medo de revelar tudo o que tinha guardado, os últimos acontecimentos requeriam uma parcela maior do seu passado que queria poupar Sasuke, se poupar, mas se ainda não estava decidida a voltar para a cidade, teria que começar a falar.

 

Após da última frase de Sakura, Sasuke não pode arrumar uma outra frase para preencher o silêncio da noite. Sakura estava revolta de seus problemas particulares e parecia que ele estava muito à parte de tudo aquilo, um forasteiro na vida dela e tinha medo de forçar a entrada.

– Você me ama? – Ela rompeu o silêncio com um questionamento, virando sua cabeça para Sasuke que estava um pouco atrás de si. O sorriso de lado dele veio com a resposta simples.

– Mais do que eu me lembro de ter amado alguém. – Disse e Sakura pensou em Ino. Sempre haveriam outras pessoas, um passado…

Sakura estava sendo injusta, sabia disso. Pensar enciumada em Ino como primeiro amor de Sasuke era injusto e egoísta. Afinal ela já sabia tudo sobre Sasuke, ou o mais importante. Enquanto ele, não tinha nem sequer uma referência sobre seu passado além das pequenas frases que Sakura limitava.

Aquele sonho ruim havia lhe acordado para o fim de um impasse. Ou ela contava a verdade, ou tirava Sasuke da sua vida. Já estava com acúmulos inumeráveis de mentiras e enganações, não queria que Sasuke fosse outra mentira, ou que se sustentasse apenas como outra mentira. O que sentia por ele era o bastante para não tratá-lo apenas como mais um em sua vida.

 

– Como você ama alguém cujo o passado é um mistério? – Ela rebateu em meio aos seus pensamentos e Sasuke não tinha a resposta na ponta da língua. Havia uma resposta? – Como se ama alguém que ninguém mais gosta? – Riu sem nenhum humor.

Enquanto Sasuke sentia o peso das palavras de Sakura, ele ainda não tinha uma resposta perfeita, mas já tinha uma resposta clara em sua mente.

– Devia se importar menos. – Ele deu de ombros e Sakura finalmente se virou, sem entender literalmente o que Sasuke dizia. – Uma vez eu ouvi dizer que se você não sabe porque gosta de alguém, isso é amor.

– Ou obsessão. – Ela retrucou imediatamente e ele riu.

– Você tem razão, eu não sei muito sobre você, e desde que você chegou, só atraiu inimizades de uma forma ou de outra… – Ele começou a se abrir de certa forma, e Sakura sentiu seu coração acelerar pela forma que ele falava. – Eu escolhi deixar o sentimentalismo de lado há um tempo, mas desde que você entrou na minha vida, eu me vi gostando de tudo que você me faz sentir e se isso não é amor, eu não sei o que é. – Foi a vez dele dar de ombros e um pouco mais de confiança no que Sakura queria tanto dizer.

 

– Minha mãe teve um motivo maior pra vir me visitar. – Tomou coragem para começar a falar depois de ouvir Sasuke e ele a olhou com a normalidade que ela tanto precisava. Ele não estava apreensivo. – Eu não sei se ainda sou, mas eu costumava ser um péssimo exemplo e andava com pessoas iguais ou piores a mim. – Ela murmurou enquanto procurava formas de introduzir seu passado à Sasuke.

 

 

E sem se dar conta, sua visão já era coberta de seu passado, rostos familiares, cheiros… Era como se tivesse voltado ao passado, particularmente onde todos os seus maiores problemas começaram, de uma forma cruel e ávida.

 

– Eu não acredito! – Hisame exclamou olhando para as mãos trêmulas de Sakura, sua melhor amiga.

– Não pode contar isso pra minha mãe. – Sakura foi até a beira de sua cama e se sentou, com o coração apertado não tinha em quem mais confiar.

– Como não? Você pretende fazer o que? – Hisame sussurrou preocupada acompanhando Sakura pelo quarto. Sakura sempre surgia com um problema novo e aquele passava de todos os limites. – Você está saindo com o Sasori há poucos meses e já foi bêbada para a escola, usou coisas pesadas… Ele vai acabar com a sua vida. – Ela levantou sua voz, estava tentada a dar as costas à Sakura, mas elas eram como irmãs, não conseguiria virar as costas num momento tão delicado.

– Eu vou dar um jeito. – Sakura se levantou novamente, largando o teste de gravidez na cama e indo até Hisame, outra herdeira rica que, ao contrário de Sakura, não se envolvia em problemas. Eram como irmãs, mas a vida ia distanciando o mundo uma da outra… Ou melhor, as companhias.

– Eu amo você Sakura, sempre vou. – Ela disse. – Usar drogas e beber em festas tudo bem é só uma fase, mas aquilo… – Apontou para a cama. – Aquilo é demais, meus pais me matariam. Você nem sabe se está saudável depois de tudo. – A preocupação e desespero ecoavam de sua voz.

– Eu já disse que vou dar um jeito. – Sakura esfregava as mãos no rosto tentando conter as lágrimas. – Só promete que não vai contar, eu só preciso de um tempo para raciocinar. – Sakura sentou-se na cama abraçando seu próprio ventre, mal podia acreditar que havia outro coração batendo dentro de si.

 

– Eu não vou contar nada pra sua mãe, mas tem que se afastar dele. – Ela deu um longo suspiro e Sakura levantou a cabeça para o teto, segurando seu cabelo, num desespero de ser colocada na parede.

 

– Eu vou me afastar. – Decidiu. Sabia que não podia manter os dois, Hisame não deixaria e a amizade dela era mais importante do que qualquer homem, mesmo o futuro pai de seu filho.

 

– Mais tarde vai ter o baile de formatura, você vai, né? – Ela perguntou, havia pensado que esse era o motivo do tal encontro das duas no quarto da amiga. – Planejamos esse momento desde quando nos conhecemos, não podemos deixar nada atrapalhar essa noite…

 

Sakura estava repartida em tantos sentimentos que mal se deu conta que o baile de formatura era naquela noite. Precisava sumir da vida de Sasori, precisava seguir sua nova vida e aquela noite separaria a água do vinho, daria adeus ao ensino médio.

 

– Eu vou, por você. – Sakura respondeu depois de tanto pensar e Hisame sorriu.

 

– Por você. – Enfatizou. – Eu conheço uma menina que teve o mesmo problema que você e podemos resolver, vai ser como se isso nunca tivesse acontecido. – Ela sorriu, e Sakura sabia qual era essa solução: aborto, mas isso não estava nos planos de Sakura.

 

 

Horas depois o baile já estava no fim, antes da meia noite e sem ninguém poder consumir um pingo de álcool. Mas aquela não era a deixa para cada um simplesmente ir para sua casa, bom, a maioria tinha outros planos há poucos quarteirões, num subúrbio onde as festas para os plebeus virava o parque de diversões para a realeza.

 

– Nós precisamos ir, vai ser legal! – Sakura tentou convencer a amiga de ir, pelo menos naquela noite ela queria esquecer de tudo e aproveitar seu último dia naquela escola. Todos já iam andando mesmo para o lugar, Hisame estava preocupada, na verdade, estava apreensiva.

 

– Você prometeu que ia se afastar dele. – Contra-argumentou, sabia que os novos amigos de Sakura estavam lá. – Eu não vou pra lá. – Hisame bateu o pé e antes de outra tentativa de Sakura, um carro preto parou bruscamente na frente de ambas.

 

– Uma carona? – O ruivo de dentro do carro sorriu já abrindo a porta do passageiro e Hisame abriu a boca inconformada.

 

– Eu não chamei ele. – Sakura disse sincera, mas foi ignorada.

– Sua mãe tem razão, a gente não pode confiar em você. – Hisame fechou os olhos, mais confiante pelo que tinha feito, e Sakura a olhou desconfiada.

– Você falou com a minha mãe? – Perguntou incrédula e já ofegante. – Quando? – Segurou no braço de Hisame, desesperada a procura de apoio que sabia que não encontraria na amiga.

Sua mãe sabia? Como? Ela contou? Não! Não podia.

– Ela ouviu tudo atrás da porta. – Hisame começou a chorar com os olhos de Sakura vibrantes de raiva. Sasori permanecia no carro, aparentemente já estava bêbado.

– O que ela falou com você? – Sakura murmurou ainda segurando o braço de Hisame que não parou de chorar.

– Vai ser pro seu bem, Sakura. Eu não podia deixar isso estragar sua vida. – Se soltou com facilidade, pois os pés de Sakura perderam o chão e ela cambaleou para trás. – Vamos para casa, eu não sei se o remédio tem efeito colateral. – Hisame não sabia quão forte o remédio era e estava genuinamente preocupada com a amiga, tentou se aproximar de Sakura que apenas caminhou para trás, inacreditada.

 

– Você me drogou no baile. – O desgosto no olhar de Sakura, suas pernas bambas pelo choque de ser traída pela única pessoa em quem confiava.

– Me desculpa. – Pediu mais uma vez. – As coisas vão continuar como são, vamos para a faculdade no começo do ano.

– Cala a boca. – Sakura levou a mão no seu rosto e deslizou pelos ouvidos. – Eu odeio você! – Gritou sentindo a porta do outro lado abrir.

 

– Vamos embora. – Sasori pediu e Sakura apenas correspondeu, deixando Hisame para trás. O carro em atingiu uma velocidade alta e Sakura estava chorando, com as mãos no ventre sentia que algo lhe foi tomado.

– Bebe, amor. Vai te fazer melhor. – Sasori ofereceu a bebida, tentando entender o que se passava na cabeça de Sakura, ele não fazia ideia.

– Sasori olha pra frente! – Sakura gritou antes de rebater a bebida da mão de Sasori e sentir uma grande batida pular por cima do vidro.

 

– Caralho! – Ele exclamou olhando pelo retrovisor onde pode ver o vestido longo estendido no chão. Uma formanda.

 

– Precisamos descer para ajudá-la. – Sakura rapidamente secou suas lágrimas e tentou abrir a porta sem sucesso.

– Nós precisamos é sair daqui! O que você vai fazer? Ligar para a polícia? Eu estou bêbado e carregado. – Ele respondeu sem parar o carro, entrando em outra rua, enquanto Sakura conseguiu ver outras pessoas se aproximarem do corpo caído no chão. Sakura tentou pegar seu celular e ligar, mas a mão de Sasori foi sobre a sua. – Não podemos nos envolver nisso. – Ele pediu. – Vou te deixar perto da sua casa e você esquece o que aconteceu. – Ordenou num suspiro longo. – Eu não posso ser preso.

– Eu não quero ir pra minha mãe. – Ela pediu chorando e ele parou o carro algumas quadras distante do acidente, sabia que era arriscado mas estava confuso e preocupado com a garota que amava.

– Não posso te levar pra minha casa, eu ainda tenho negócios a fazer. – Ele lamentou abrindo o porta luva com um saquinho transparente, alguns pinos de cocaína, e alguns malotes individuais de maconha. – O que esta acontecendo? Quer um pra aliviar a tensão? Porque estava brigando com sua amiga? – Ele tentou acalmar Sakura que não tirava os olhos do porta luvas. Estava bastante estressada, precisava de tempo para assimilar tudo aquilo.

 

 

Sakura acordou num quarto de hospital, sua mãe estava na porta do quarto e se aproximou ao perceber que a filha havia acabado de acordar. Seus olhos a observavam preocupada, mas Sakura sentia a amargura não só na boca, assim como no coração.

 

Sabia que naquela altura não existia vida dentro dela, mas o que mais? Não lembrava de nada daquela noite, mas sua mãe estava lá para lembrá-la.

 

– Ele te deixou aqui, sangrando e desacordada. Ele não assumiria o feto de qualquer jeito.   – Mebuki murmurou enojada ao lado da filha que repudiava seus toques, até ouvir aquela frase, suas certezas viraram pó. – Ele foi pego por uma das câmeras do bairro, a menina que ele atropelou morreu pouco depois dele não prestar socorro. – Mebuki disse penosa, Sakura via verdade naquelas palavras, mas sentia falta de mais um nome, afinal ela também estava dentro daquele carro.

 

– Eles vão querer meu depoimento. – Tentou levantar preocupada, mas sua mãe não deixou.

– Você voltou com a Hisame, ele estava sozinho. – Mebuki disse convicta, como se Sakura tivesse perdido realmente a memória, mas não era o caso.

– Aquela vagabunda. – Seu sangue subiu ao lembrar de seus últimos momentos juntas.

– Ela tentou te ajudar, e te protegeu da sua irresponsabilidade. – Mebuki colocou sua mão sobre a barriga de Sakura. – Se não fosse o remédio que ela te deu, seria a droga que você andou consumindo por causa daquele inconsequente. – Lamentou e Sakura revirou os olhos, com um olhar nada gentil.

– Ela me drogou, você me drogou. Ele não tem nada a ver com isso. – Sakura se virou para que a mão de sua mãe saísse sobre si. – Vai embora. – Pediu.

– Você vai sair daqui para um centro de ajuda. – Ela avisou se levantando, não podia ser mole com a filha, não podia deixá-la tomar mais atitudes drásticas sobre sua vida tão jovem.

– Você vai me internar. – Sakura debochou.

– Vai ser por alguns dias, depois vou te transferir, você vai para Konoha. – Ela alertou enquanto pegava sua bolsa, disposta a deixar Sakura sozinha.

– Eu não vou para o interior. – Discordou.

– O fornecedor de drogas que você chamava de namorado, concordou em não falar de você naquela noite se eu pagar um advogado para ele. Você é menor de idade e eu não posso permitir que você acabe com sua vida.

 

E mesmo aos gritos e renúncias, a porta do quarto foi fechada, e Sakura pronunciou as últimas palavras, contando como ignorou as mensagens de Sasori e como entendia o modo errado como Mebuki tentou a proteger. E como aquela vida levou Sasori para baixo da terra e como ela poderia ser mais uma vítima se sua mãe não intercedesse.

 

Sasuke ouviu em silêncio, atento e sentindo a dor que Sakura contava, com confiança de que aquilo não seria jogado contra ela, que Sasuke merecia conhecer seu passado e como ela precisava de uma nova vida. Como ela desastrosamente tentou confiar em outra amiga que a decepcionou, de maneira diferente, mas que a trazia tão facilmente à um passado recente.

 

Sem palavras, Sakura foi tomada por um abraço, compreensivo e livre de julgamentos. Um abraço não tão apertado, não tão protetor ou consolador. Sasuke não tinha pena de Sakura, ela era forte e cada palavra dita atestava o que ele já achava.

Não importava de onde ela vinha ou quantas coisas ela tinha feito de errado, ela contar aquilo com clareza de suas falhas, já mostrava nitidamente o quão ela estava disposta a ser diferente, mesmo não conseguindo da maneira que queria.

 

– Ainda vai me amar de manhã? – Ela perguntou ao se separar do abraço de Sasuke que sorriu, levando uma mecha do seu cabelo para trás da orelha.

– Com todo meu coração. – Ele colocou a mão sobre o próprio peito e Sakura sorriu de volta.

Muitas pessoas vão te fazer chorar, ou rir… Poucas vão te fazer sorrir e Sasuke era uma delas. Em meio ao momento mais tenso que passava em seu relacionamento com Sasuke, toda a tensão de revelar o passado que não se orgulhava, saía das suas costas, se transformando em água limpa, finalmente poderia seguir em frente sabendo que Sasuke lhe compreenderia verdadeiramente e que talvez, o fim justificaria os meios.


Notas Finais


E assim entramos na reta final, o que acharam de como fizemos o flash back? Os fins justificam os meios para o caso da Sakura e como ela tem agido com a Ino, Naruto e até com o Sasuke? Vamos conversar nos comentários!

Curtam a minha página lolauchiha fanfics no facebook! https://www.facebook.com/lolauchihafanfics/


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...